O fenômeno moderno da violência, entre as explosões contraditórias das ruas e a opressão silenciosa de nosso sistema político e econômico. O desenvolvimento do capitalismo e da própria civilização causa mais violência do que é capaz de prevenir? Num cenário de manifestações de rua cada vez mais sangrentas, a Boitempo publica o explosivo Violência, de Slavoj Žižek.
Neste apaixonante apelo à consciência, as sociedades em que vivemos são viradas de cabeça para baixo, em uma análise que articula conhecimentos dos múltiplos campos da história, da psicanálise, da filosofia, da sociologia e das artes, dissecando a violência inerente à globalização, ao capitalismo, ao fundamentalismo e à própria linguagem. Para Žižek, é preciso perceber os contornos dos cenários que engendram tais explosões. “Os sinais mais evidentes de violência que nos vêm à mente são atos de crime e terror, confrontos civis, conflitos internacionais. Mas devemos aprender a dar um passo para trás, a desembaraçar-nos do engodo fascinante dessa violência “subjetiva” diretamente visível, exercida por um agente claramente identificável”, provoca. Nesse sentido, em vez de confrontar diretamente a violência, este livro propõe seis visões laterais sobre ela. Há razões, segundo Žižek, para abordá-la assim obliquamente: “a alta potência do horror diante dos atos violentos e a empatia com as vítimas funcionam inexoravelmente como um engodo que nos impede de pensar”.
Em breves e provocativos ensaios, Žižek lança novas bases para a reflexão acerca do fenômeno moderno da violência e da sua irrupção aparentemente irracional, afirmando-se como um dos mais eruditos, incendiários (e baderneiros) pensadores radicais de nosso tempo. Esta edição brasileira vem ainda acrescida de um Prefácio inédito do filósofo esloveno e de um posfácio assinado por Mauro Iasi, que buscam refletir sobre as implicações do livro para a atualidade brasileira.