Em Um sol para cada um, seu livro de contos, o escritor paraense Edyr Augusto Proença retoma a linha literária que o caracteriza e usa a realidade nua e crua da cidade de Belém como matéria-prima de suas histórias, transportando o leitor para os cantos mais sombrios e escondidos da metrópole.
Os personagens dos 36 textos são escancaradamente verdadeiros e, por isso mesmo, perturbadores. Suas ações e contradições são descritas de maneira direta por Edyr, observador acurado e estilista talentoso. Ficção realista que se recusa a cair em dogmatismos, em Um sol para cada um não há espaço para meias palavras ou tons pastéis.
Por suas páginas desfilam marginais, prostitutas, criminosos e viciados, formando, nas palavras de Nelson de Oliveira, autor da apresentação do livro, um quadro composto por “anti-heróis do desespero”. A narrativa de Edyr é urgente, pulsante, enxuta, por vezes asfixiante, causando o impacto que toda literatura de qualidade deve provocar.