Terceirização: (des)fordizando a fábrica analisa as implicações da reestruturação produtiva no espaço intrafabril, inspirada no toyotismo. Maria da Graça Druck recupera as noções de taylorismo e fordismo e as formas que estes assumem no Brasil, analisando os principais indicadores da crise do “fordismo periférico”, bem como as iniciativas governamentais e as novas práticas de gestão adotadas pelo patronato no âmbito do trabalho.
Para desenvolver suas hipóteses, a autora realiza uma das maiores pesquisas setoriais sobre terceirização feitas até então no Brasil, pesquisando 39 empresas do setor de indústria química e petroquímica da Bahia. Os resultados indicam que a terceirização leva à precarização do trabalho, da saúde do trabalhador, do emprego e das ações coletivas.
A (des)fordização das fábricas acarreta também graves distorções nas identidades coletivas dos trabalhadores, nas culturas do trabalho e na cultura fabril. Reforça-se, assim, a identidade corporativa em contraposição à identidade de classe, levando os sindicatos a atuarem cada vez mais dentro de uma “legalidade industrial”.