Em Os sentidos do trabalho, Ricardo Antunes demonstra que a sociedade do trabalho abstrato possibilitou, por meio da constituição de uma massa de trabalhadores expulsos do processo produtivo, a aparência da sociedade fundada no descentramento da categoria trabalho e na perda de centralidade do ato laborativo no mundo contemporâneo. O autor também alerta, porém, para o fato de que o entendimento das mutações em curso no mundo operário nos obriga a ir além das aparências. Ao fazer isso, lembra que o sentido dado ao trabalho pelo capital é completamente diverso do sentido atribuído pela humanidade.