Nancy Fraser é a entrevistada da nova edição da revista semestral da Boitempo. A filósofa estadunidense conversou com Bruna Della Torre e Nathalie Bressiani sobre as articulações entre marxismo, feminismo, ecologia e antirracismo, desde seus anos de formação até a atualidade política. O dossiê de capa da edição faz um panorama rico e multifacetado da questão agrária hoje, discutindo os atuais conflitos no campo, a economia política do agronegócio, alternativas de agroecologia, ecologia política marxista, soberania e insegurança alimentar.
Em um artigo de fôlego, Maria Lygia Quartim de Moraes e Marta Nehring recuperam a combatividade e o compromisso político comunistas de Pagu, autora homenageada da Flip de 2023. José Paulo Netto dedica um longo ensaio à grandeza e os limites de História e consciência de classe, obra de György Lukács que completa cem anos. Fechando a seção, Marco Gonsales e Murilo van der Laan fazem um alarmante balanço dos rumos da uberização do trabalho no Brasil. A edição conta ainda com uma seção especial com dois potentes depoimentos sobre o passado e presente do golpe de 1973, no Chile, que completa meio século este ano.
O ensaio visual que atravessa as páginas deste Número é assinado por Gabriela Fero. Entre outros destaques da revista, Jean Tible presta sua homenagem ao dramaturgo Zé Celso Martinez Corrêa, e nosso editor de poesia, Flávio Aguiar, apresenta aos leitores a poesia de Norman Bethune, médico cirurgião e militante comunista canadense, morto em 1939.