As eleições nacionais de 2022 estão no centro do debate da nova edição da revista Margem Esquerda. Com dossiê coordenado por Juliana Paula Magalhães e Fernando Garcia, as deputadas federais Talíria Petrone e Jandira Feghali, a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra e a pré-candidata à Presidência da República, Sofia Manzano, assinam textos sobre a política nacional, democracia e o futuro do Brasil. A seção oferece uma espécie de painel das elaborações dos principais partidos políticos da esquerda neste momento crucial da história nacional.
A edição traz uma densa entrevista com Roswitha Scholz, fundadora de uma das mais originais sínteses do marxismo feminista e dialética negativa adorniana. Em conversa com Taylisi Leite e Marcos Barreira, a pensadora alemã aborda momentos-chave de sua trajetória intelectual e interpreta a ascensão do fascismo e da extrema direita no mundo, bem como as implicações da pandemia de covid-19.
Em ensaio de fôlego, a filósofa estadunidense Nancy Fraser defende a tese de que a centralidade que a questão climática vem adquirindo nos últimos anos tem o potencial de articular um amplo consenso global anticapitalista. Na seção documento, uma rara conferência de Angela Davis preparada em 1967 para um seminário sobre a obra recém-publicada Dialética negativa. Então com apenas 23 anos, Davis demonstra pleno domínio sobre uma das elaborações mais avançadas da teoria crítica da época. O texto trata, possivelmente, de sua última produção teórica antes de abrir mão de concluir seu doutorado sob orientação de Adorno na Alemanha para tomar parte nas lutas que eclodiam nas ruas dos EUA.
A edição conta também com textos de Fabio Mascaro Querido e Joachim Hirsch. Resenhas de Frederico Daia, Luiz Felipe Osório, Juliana Borges, Daniel Feldmann e Antonio Augusto Galvão de França. O editor de Poesia, Flávio Aguiar, fala sobre a quase esquecida Lady Montagu, escritora e poeta feminista inglesa que contribuiu para a descoberta da vacina da varíola. Quem assina as artes da edição é Vera Chaves Barcellos, com curadoria de Francisco Klinger Carvalho, editor de arte da revista.
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