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A despeito de suas muitas diferenças, praticamente todas aquelas com quem conversamos almejavam ser mulheres empoderadas. Todas afirmavam que o machismo as prejudicava em seu cotidiano e desejavam ser autônomas, independentes dos homens tanto material como emocionalmente, e livres para alcançar seus objetivos de vida. A grande diferença que separa as mulheres que se identificam como conservadoras das demais é a importância que as primeiras conferem ao papel desempenhado pela mulher dentro da família e à harmonia do lar; é fato, porém, que todas ressaltam a importância de políticas públicas que permitam que as mulheres conciliem o trabalho fora de casa e o cuidado com a família.
Na pesquisa 'Conservadorismo, gênero e feminismo', encomendada pelo Instituto Update aos cientistas sociais Maurício Moura e Natália Tosi, associados ao Ideia Big Data, descobrimos que a maioria das mulheres brasileiras está comprimida entre dois extremos – enquanto 29% das entrevistadas se declaram feministas, 34% se assumem não feministas. Isso, no entanto, não significa que estas não estejam alinhadas com a agenda feminista, apenas, como vemos na pesquisa qualitativa, há uma aversão ao termo e às feministas […]. Mas o que importa é que ao menos 65% da população se considera feminista ou não rejeita essa classificação. Nesse sentido, são potenciais aliadas na conquista de mais direitos.
- Beatriz Della Costa