Em 2015, ano em que se completaram doze décadas da morte de Friedrich Engels (1820-1895), a Boitempo lançou a primeira tradução direta do alemão de um de seus mais celebrados textos, A revolução da ciência segundo o senhor Eugen Dühring, mais conhecido como Anti-Dühring.
Publicada em livro originalmente em 1878, a obra reúne materiais escritos entre 1877-1878 para o jornal dos social-democratas alemães, o Vorwärts. Anti-Dühring, considerado um dos melhores escritos de Engels e leitura imprescindível para a Introdução ao pensamento marxiano, foi concebido como uma resposta ao também alemão Eugen Dühring, que havia criado sua própria versão do socialismo, baseada em uma teoria “autocrática” que excluía a teoria marxiana.
O livro é dividido em três seções - Filosofia, Economia Política e Socialismo - e, em cada uma, Engels discute temas como moral, igualdade, liberdade, necessidade, verdades eternas, a dialética “quantidade e qualidade”, teoria do poder, teoria do valor, renda fundiária, entre outros assuntos. O texto engelsiano logo converteu-se num “clássico”: formou as primeiras gerações de marxistas e se constituiu, “após o Manifesto Comunista, [n]a mais popular Introdução ao marxismo”, segundo Gareth Stedman Jones, especialista nas obras do filósofo.