No dia 7 de abril de 1964, poucos dias depois do golpe militar que derrubou o presidente João Goulart, o sociólogo Francisco de Oliveira foi preso ao sair da casa do então presidente da Sudene, o economista Celso Furtado. Ficou preso durante três meses e, em seguida, decidiu trocar o Recife pelo Rio de Janeiro.
A obra remonta à década de 1960 a amizade de Francisco de Oliveira - ou Chico, como é conhecido - e Celso Furtado. E é em homenagem ao mestre que ele reúne em A navegação venturosa: ensaios sobre Celso Furtado um conjunto de artigos em que procura ressaltar o melhor da contribuição intelectual de Furtado, o que inclui, necessariamente, discordâncias - na maior parte dos casos, pontuais - e uma ou outra divergência maior. Pois assim Chico de Oliveira considera que deve ser o “diálogo sobre as grandezas” de Furtado, sem subserviências diante de um dos grandes intelectuais brasileiros de todos os tempos e um republicano exemplar.