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1917
Um olhar contemporâneo sobre a Revolução Russa de 1917, que abalou as bases do capitalismo e redefiniu a luta pela emancipação do trabalho. Os textos trazem à tona as contradições e a relevância dessa revolução em um mundo em constante mudança e crise.

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1917: o ano que abalou o mundo foi lançado pela Boitempo e pela Edições Sesc São Paulo por ocasião das comemorações do centenário da Revolução Russa. O livro reflete sobre os aspectos culturais político, econômicos e filosóficos inaugurados na Revolução Russa de 1917. A obra foi lançada durante o seminário internacional homônimo realizado no Sesc Pinheiros, que reuniu mais de trinta conferencistas nacionais e estrangeiros para discorrer sobre o tema durante quatro dias de cursos palestras debates filmes e lançamentos de livros.

No livro organizado por Ivana Jinkings e Kim Doria autores como Anita Prestes, Michael Löwy, Domenico Losurdo, Wendy Goldman, Adilson Mendes, Tariq Ali e Arlete Cavaliere analisaram em profundidade tópicos como a influência e a herança do movimento no Brasil as relações entre pensamento filosófico e revolução a participação das mulheres revolucionárias o legado da Revolução o cinema soviético e o teatro russo. Todos os textos são seguidos por fotografias e cartazes de época que discutem e representam o legado e o processo da Revolução Michael Löwy revisita os ideais e sonhos da Revolução Russa considerando os atuais dilemas e conflitos que vêm eclodindo em diversos países envolvendo movimentos nacionalistas "limpezas étnicas" guerras religiosas entre outros Löwy resgata como foi elaborada a reflexão dos bolcheviques sobre a questão nacional e em que medida sua prática nos primeiros anos da União Soviética esteve à altura dos princípios expressos.

O totalitarismo e o conceito de colonialismo são temas do ensaio do filósofo italiano Domenico Losurdo que pretende demonstrar que os líderes do nazismo alemão e da União Soviética tinham posições políticas antagônicas "A guerra de Hitler foi uma guerra colonial de base racial bastante semelhante à política de conquistas dos Estados Unidos. A União Soviética de Stálin se opôs de forma vigorosa e bem-sucedida a essa guerra. Ou seja, Stálin e Hitler não são irmãos gêmeos e sim inimigos mortais" afirma. Wendy Goldman assina o artigo "A libertação das mulheres e a Revolução Russa" que conta a história da participação feminina na sociedade e na política soviética à luz dos quatro elementos que compunham o projeto bolchevique de transformação social e jurídica a socialização do trabalho doméstico a plena igualdade entre gêneros a livre união e o definhamento da família "A Revolução Russa foi a primeira a incluir as mulheres e seus interesses como parte integrante da coalizão e do programa revolucionários" Wendy Goldman.

O cinema por sua vez é analisado no texto de Adilson Mendes que expõe que os filmes produzidos naquele período permitem não apenas compreender a sociedade soviética, mas contribuem para redefinir completamente o gosto cinematográfico ao redor do mundo chamando a atenção da crítica atualizada interessada na potencialidade da nova arte e em seus aportes estéticos e políticos. O artigo de Arlete Cavaliere, por exemplo, trata do experimentalismo e vanguarda do teatro russo a partir do movimento denominado Vanguardas Russas gerado à época da Revolução. De acordo com a autora "tanto no plano da dramaturgia como em sua expressão cênica a arte teatral produziu a mais audaciosa simbiose de variadas tendências estéticas e artísticas fomentando uma profusão de experiências cênicas inusitadas que criaram uma nova concepção do fenômeno do teatro". "Todo o teatro russo de vanguarda especialmente aquele que explodiu com a Revolução de 1917 estava orientado para uma concepção abstratizante da arte impressa também na pintura e na literatura russas desde inícios do século XX".

1917 o ano que abalou o mundo traz ainda o Prefácio "Aprendizados de Outubro" de José Luís Del Roio e os artigos Soviete dentro e além do "século breve" de Antonio Negri. As revolucionárias de Outubro de Tariq Ali. O construtivismo russo história estética e política de Clara Figueiredo A Revolução Russa e a fundação do PCB de Anita Leocadia Prestes Reflexões não muito ortodoxas de Luis Fernandes Do socialismo soviético ao novo capitalismo russo de Lenina Pomeranz e Depois de Outubro de China Miéville.
 
Organização de Ivana Jinkings e Kim Doria
Autoria de Adilson Mendes, Arlete Cavaliere, Anita Leocadia Prestes, Antonio Negri, China Miéville, Clara Figueiredo, Domenico Losurdo, Lenina Pomeranz, Luis Fernandes, Michael Löwy, Tariq Ali, Wendy Goldman
Texto de orelha de Osvaldo Coggiola
Prefácio de José Luiz Del Roio
Coedição Edições SescSP
Número de páginas: 208
Dimensões: 23 x 16 x 1 cm
Peso: 293,3 g
ISBN: 9788575595855
Encadernação: Brochura
Ano de publicação: 2017

SubTítulo 296516

o ano que abalou o mundo