Por Flávio Aguiar / "“A gente deveria ser como os cachorros imaginam que a gente é: leal, gentil, fiel…” Sabedoria do veterinário que cuidava de meus cães. Mas na vida, esta imagem ideal do mundo canino tem sua contrapartida demoníaca: certos donos exigem de seus cães subserviência, ferocidade contra os outros, um banditismo assassino… É disto que trata o romance 'Cabo de guerra', de Ivone Benedettii: daquilo que se exige dos cachorros. Só que aqui os cachorros são humanos: designam aqueles ex-guerrilheiros que eram recrutados pela repressão para, voltando a seus quadros, os delatarem, ajudando a destruí-los. O protagonista-narrador do romance é um deles."
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