ódio como política

1964: a infâmia, a cicatriz e o bufão

29/03/2019 // 2 comentários

Por Mauro Iasi / "Entre as muitas coisas que o presidente-miliciano não sabe está quanto seu ato de reconhecimento colocou os militares em uma situação altamente constrangedora, incômoda e na contramão de toda a estratégia tão eficaz construída para ocultar o golpe nas brumas do esquecimento. Na tentativa de se manter no poder, ele pode ter assinado seu passaporte para fora do governo em breve." [...]

Tempos sombrios, tempos de ternura

20/03/2019 // 6 comentários

Por Mauro Iasi / "Mesmo o ódio justo transforma as feições e torna rouca a voz, embrutece a alma e pode aviltar os fins éticos justos. Neste momento é necessário um distanciamento muito difícil para que não nos percamos na lama destes tempos sombrios. Talvez seja esta a dimensão ética que nos distingue da barbárie e que impede que nos misturemos à mesma lama de ódio que ela secreta." [...]

Um conto de Natal

20/12/2018 // 6 comentários

Por Mauro Iasi / "Não era possível ver muito a nossa frente. Nossa visão estava ocupada com o passado, com os passos dados pelos caminhos incertos que percorremos até aqui. Sabíamos onde estávamos, alguns de nós ainda se recordavam do lugar aonde gostaríamos de ter ido, mas olhávamos para nossos pés descrentes da caminhada." [...]

De dezembro de 1968 a outubro de 2018

11/12/2018 // 2 comentários

Por Luis Felipe Miguel / "Ao escolher Bolsonaro, investir em sua candidatura, blindá-la contra questionamentos e fechar a porta para qualquer repactuação da ordem democrática fraturada com o golpe de 2016, a classe dominante brasileira decidiu abraçar sem disfarce um programa de retrocesso acelerado e violência social." [...]

Democracia e memória

23/11/2018 // 5 comentários

Por Luis Felipe Miguel / "A retomada da democratização do Brasil, quando ocorrer, terá que produzir uma nova política da memória. Tal como o sono da razão, a amnésia também cria monstros. A ausência de consciência histórica foi central para que um discurso como o de Bolsonaro ganhasse a força que ganhou." [...]

Aspectos ideológicos do bolsonarismo

31/10/2018 // 18 comentários

Por Felipe Catalani / "A própria ameaça se tornou um dos cernes da ideologia: com o poder de ameaçar sente-se que algum poder é possível ter, nem que seja o de botar medo, mesmo que para além disso não se tenha poder algum. A única felicidade possível do bolsonarista, que não é felicidade alguma, é o prazer proporcionado pela ameaça ou pela punição, em que se misturam ressentimento e requintes de sadismo." [...]