Marxismo

A. Lifschitz, editor e crítico

11/07/2016 // 2 comentários

Por José Paulo Netto / "Já vinha de 1930 a amizade que vinculou Lifshitz a Lukács, quando este passou meses em Moscou e teve conhecimento de textos do “jovem” Marx, ainda inéditos, no Instituto Marx-Engels-Lenin. Foi então que iniciaram a colaboração intelectual que os uniu ao longo dos anos 1930: ambos sustentavam a tese, à época original, de que a partir dos materiais marxianos seria possível construir uma estética especificamente marxista. Em vários passos de seus textos autobiográficos, Lukács – que dedicou a Lifschitz um de seus livros fundamentais, 'O jovem Hegel', concluído em 1938, mas só publicado dez anos depois – refere-se à sua relação com ele." [...]

Ainda vale a pena ler J. D. Bernal, o sábio

10/06/2016 // 5 comentários

Por José Paulo Netto / "Nada justifica o relativo esquecimento, ou desconhecimento, da obra de J. D. Bernal pelas gerações atuais. Ao contrário: a sua leitura, com as lentes críticas que o tempo presente disponibiliza, qualifica os jovens pesquisadores para uma enriquecida compreensão do desenvolvimento científico e para a urgente necessidade de superar o fosso entre os especialistas das ciências duras e os que se dedicam à teoria social. Um fosso que tem propiciado, no campo das ciências sociais e humanas, a proliferação das imposturas intelectuais (a expressão é de Sokal e Bricmont) que fazem as delícias pós-modernas." [...]

O marxismo libertário de Michael Löwy

05/04/2016 // 1 comentário

Isabel Loureiro / "A leitura do livro 'Michael Löwy: marxismo e crítica da modernidade', de Fabio Mascaro Querido, indica que a renovação do pensamento anticapitalista pede a descolonização do imaginário e, como consequência, a criação de modelos de uma sociedade alternativa, de visões de um futuro inteiramente outro." [...]

A lógica do império do capital (Uma homenagem a Ellen Wood)

15/01/2016 // 2 comentários

"Não há como entender o que é o imperialismo capitalista sem passar por O império do capital de Ellen M. Wood. Publicado originalmente em língua inglesa em 2003, a obra se tornou acessível ao público brasileiro em 2014 com uma cuidadosa edição da Boitempo. Ela conseguiu demonstrar que no imperialismo do século XXI o Estado continua tão necessário quanto antes. Mais forte do que isso: é necessário um sistema internacional de múltiplos Estados que garanta o funcionamento do império do capital. O sujeito do processo imperialista é o capital – e não uma burocracia estatal qualquer. Nesse pequeno texto, apresentarei minha interpretação sobre um aspecto da contribuição magistral de Ellen M. Wood para a compreensão da lógica do imperialismo capitalista de nossos dias. Trata-se de uma homenagem à pessoa por meio de sua obra." [...]

O tempo do cotidiano e o tempo histórico

13/01/2016 // 5 comentários

Mauro Iasi / "De uma coisa temos certeza, estes tempos vão passar e outros virão. Nossa decisão é nos inscrever nas fileiras daqueles que os construirão na perspectiva da emancipação humana. Uma das vantagens de se pensar com base no tempo histórico é essa. Tal perspectiva não tem o poder de eliminar as mazelas do cotidiano, mas nos permite olhar para elas e vislumbrar a exata estatura das coisas. E elas, meus caros, hoje em dia, são pequenas... muito pequenas." [...]

Lucien Goldmann

14/08/2015 // 3 comentários

Ricardo Musse / "A sociologia da literatura de Lucien Goldmann, apesar de pouco citada atualmente, situa-se inegavelmente entre as mais profícuas contribuições a essa área de estudos. Na confluência de algumas vertentes decisivas do pensamento do século XX – o marxismo, a sociologia do conhecimento, o estruturalismo –, tornou-se ponto de referência quase incontornável. No Brasil, em especial, seu impacto pode ser detectado na obra dos principais historiadores e críticos do fenômeno literário." [...]

Postone: Teorizando o mundo contemporâneo. David Harvey, Giovanni Arrighi e Robert Brenner

06/06/2015 // 5 comentários

Moishe Postone / "Apesar de todas as suas vantagens, as abordagens distintas formuladas por Brenner, Arrighi e Harvey não são bem-sucedidas em elucidar por completo o núcleo histórico do capital de uma maneira que aponte para a possibilidade de sua superação histórica. Entretanto, sem uma análise do capital que não se restrinja ao modo de distribuição, mas que possa, no entanto, abordar os impulsos emancipatórios expressos pelo marxismo tradicional, por um lado, e pelo pós-modernismo, por outro, nossas concepções de emancipação continuaram a oscilar entre uma homogeneização geral (realizada ou pelo mercado ou pelo Estado) e um particularismo, uma oscilação que replica as próprias formas dualistas da mercadoria e do capital." [...]

Boulos: Sobre a questão da moradia, de Friedrich Engels

05/05/2015 // 4 comentários

Guilherme Boulos / "Num momento em que a luta dos sem-teto e as ocupações urbanas ganham força no Brasil, nada mais pertinente do que lançar SOBRE A QUESTÃO DA MORADIA, de Engels. O texto aborda a falta de moradia, suas razões e soluções de forma dolorosamente atual. Sim, lamentavelmente, a natureza do problema da habitação permanece a mesma quase 150 anos depois." [...]