Douglas Barros: "A luta que parte de uma identidade fantasmagórica dada pelo modo de gestão não é, não foi e nunca será equivalente ao identitarismo." [...]
Douglas Barros: "A práxis surrealista, a despeito de seus detratores, abriu caminhos à imaginação: repensar o sonho, lembrar dos afetos que nos atravessam e sair da posição passiva da denúncia trouxeram um resultado além da arte. O seu excesso, portanto, foi dar dignidade ao sonho e duvidar da normalidade." [...]
Douglas Barros faz uma lista de filmes que elucidam a dimensão da crítica à posição identitária presente em "O que é identitarismo?", livro que chega primeiro para os assinantes do Armas da crítica. [...]
Douglas Barros: "Os supostos críticos do identitarismo têm um programa claro em vista: reestabelecer algo impossível de ser restabelecido, ou seja, a fé na falsa universalidade burguesa. Todo o empenho deles é, afinal, defender o Estado democrático de direito cuja materialidade nas quebradas do país é a mesma do caviar." [...]
Douglas Barros: "O neoliberalismo é a resposta a um desdobramento das contradições do capitalismo que acompanharam as transformações sociais do século XX. Por que se reafirmar isso? Para não se esquecer que a atualidade neoliberal é produzida pela forma como o capitalismo se organiza num estágio de crise permanente." [...]
Douglas Barros: “Nosso esforço deve ser reconduzido a entender a luta de classes não como uma escolha narrativa, mas como algo dado numa realidade material organizada a partir da exploração necessária à manutenção do capital.” [...]
Douglas Barros: "A indignidade – da qual todos nós, enquanto espectadores, nos tornamos cúmplices – é, portanto, a marca distintiva que lança luz às sombras de uma sociedade em estado de exceção permanente cujo sofrimento, em nome da inclusão, da representação, e da possibilidade de sobreviver ao paredão diário, marca a nossa relação com um mundo social demasiadamente distópico." [...]
Douglas Barros: "A preciosidade de 'Ficção americana' foi a de demonstrar o antirracismo reduzido à lógica comportamental cuja característica é o não questionamento da própria ideia de raça. Um culturalismo difuso, repousado no juízo de que é possível criar uma cultura antirracista sob o regime capitalista através de manuais." [...]