O que resta do golpe de 64
ARTIGOS E REFLEXÕES
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A construção em abismo da história, por Edson Teles
Os 50 (e tantos) anos do(s) golpe(s) contra a classe trabalhadora, por Jorge Luiz Souto Maior (especial, em 15 sub-capítulos)
O golpe militar de 1964 e o Brasil: passado e presente, por Carlos Eduardo Martins
A ditadura venceu, por Vladimir Safatle
A cor mais visível, por Ruy Braga
O ciclo militar na América do Sul, por Osvaldo Coggiola
1964, 50 anos depois, por Flávio Aguiar
Democracia de efeito moral, por Edson Teles
50 anos do Golpe militar: de tragédias e farsas, por Mauro Iasi
Golpe de 64: o fracasso de uma estratégia, por Emir Sader
Não dá pra esquecer, por Mouzar Benedito
A revolução burguesa no Brasil, por Ricardo Musse
Almas socialistas incansáveis: Soledad e as guerreiras da luta, por Urariano Mota
Quase 50 anos do Golpe: nada a comemorar!, por Caio Toledo
ESPAÇO DO LEITOR
As raízes da escalada conservadora no Brasil atual, por Rogério Castro
VÍDEOS
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LIVROS
[lançamentos e clássicos sobre as experiências ditatoriais no Brasil e na América do Sul]
Ditadura: o que resta da transição
Milton Pinheiro (org.)
Um olhar crítico sobre as dinâmicas de poder envolvidas na experiência ditatorial desde o contexto por trás do golpe até a campanha pelas “Diretas Já”. Com ensaios inéditos de pensadores como João Quartim de Moraes, Anita Prestes, Lincoln Secco, Décio Saes, Marco Aurélio Santana, entre outros, o livro sustenta a postura ousada da centralidade do caráter de classe da ditadura militar para compreender suas origens, bem como seu legado.
O que resta da ditadura
a exceção Brasileira
Vladimir Safatle e Edson Teles (orgs.)
A importância do passado no processo histórico que determinará o porvir de uma nação é justamente o que torna fundamental esta obra. Ensaios de Maria Rita Kehl, Gilberto Bercovici, Jeanne Marie Gagnebin
Jorge Zaverucha, Paulo Arantes, Ricardo Lísias, Tales Ab’Sáber, entre outros, esquadrinhando o legado deixado pelo regime militar na estrutura jurídica, nas práticas políticas, na literatura, na violência institucionalizada e em outras esferas da vida social brasileira.
Poder e desaparecimento
os campos de concentração na Argentina
Pilar Calveiro
Uma lúcida e profunda reflexão sobre os campos de extermínio criados na ditadura militar argentina. Combinando a autoridade de quem esteve presa e sobreviveu aos campos e o rigor crítico de uma cientista política, Pilar Calveiro faz uma análise da política, das dinâmicas de poder, nas experiências do dia a dia nos campos, mas também de maneira mais ampla, no horror do regime autoritário. Este livro é uma absoluta façanha: Calveiro sobreviveu à situação mais extrema do horror militar e manteve a corajosa tarefa de pensar a experiência.
Caparaó
a primeira guerrilha contra a ditadura
José Caldas da Costa
Não mais de vinte homens, quase todos ex-militares, participaram da primeira guerrilha contra a ditadura militar no Brasil. Dois anos depois do golpe de 1964, apoiados por Leonel Brizola, então exilado no Uruguai, tentaram estabelecer um foco na serra do Caparaó, na divisa entre Espírito Santo e Minas Gerais. Uma tentativa de recriar, no Brasil, uma Sierra Maestra, uma guerrilha como a cubana, que a partir de um pequeno grupo bem articulado promoveu uma revolução.
Memórias
Gregório Bezerra
Edição revista e ampliada da autobiografia do líder comunista, repassa sua impressionante trajetória de vida e resgata um período rico da história política brasileira. O depoimento abrange o período entre seu nascimento (1900) até a libertação da prisão em troca do embaixador americano sequestrado, em 1969, e termina com sua chegada à União Soviética, onde permaneceria até a Anistia, em 1979.
Ousar lutar
memórias da guerrilha que vivi
José Roberto Rezende e Mouzar Benedito
A história de quem percorreu os segredos da clandestinidade, conheceu os porões da ditadura. José Roberto Rezende relata, entre outras, decisão de cair na clandestinidade, os “aparelhos”, as ações armadas, o sequestro do embaixador da Alemanha, a tortura, a morte de Rubens Paiva, a prisão e o testemunho do surgimento da falange vermelha no presídio de Ilha Grande.
Cães de guarda
jornalistas e censores, do AI-5 à Constituição de 1988
Beatriz Kushir
“A investigação, cuidadosa e inovadora, reconstrói em grande parte o universo dos próprios censores, por meio de extensas entrevistas tanto com esses, como com vários jornalistas. Traz à tona, portanto, a fala desse grupo conhecido pelo uso do lápis vermelho e da tesoura e sua face pouco vislumbrada.”– Michael Hall
Dos filhos deste solo
mortos e desaparecidos políticos durante a ditadura militar: a responsabilidade do Estado
Carlos Tibúrcio e Nilmário Miranda
A história da luta do povo brasileiro por democracia, contra a ditadura militar, a partir de relatos que descrevem a trajetória de militantes que, por participarem de organizações de resistência ao regime, foram presos, torturados e mortos – alguns até hoje desaparecidos – por agentes do Estado.
Soledad no Recife
Urariano Mota
O livro percorre as veredas dos testemunhos e das confissões ao reviver a passagem da militante paraguaia Soledad Barret pelo Recife, em 1973, e sua traição por seu companheiro, Cabo Anselmo, que culminou em sua tortura e assassinato pela ditadura militar. Nas palavras de Flávio Aguiar: “Uma ficção tão impressionante que parece verdade”
Margem Esquerda n.3
Dossiê: Golpe de 64
Dossiê especial sobre o golpe militar de 1964 no Brasil, com ensaios de Leandro Konder, Jacob Gorender, Augusto Boal, Ruy Mauro Marini, Marcelo Ridenti e Flávio Aguiar; além de artigos inéditos de Francisco de Oliveira, Michael Löwy, José Luís Fiori, Slavoj Žižek, Emir Sader, István Mészáros, Christian Dunker e Jorge Grespan, entre outros
EVENTOS
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Debate com Paulo Arantes, Milton Pinheiro e João Quartim de Moraes
Biblioteca Mário de Andrade
10 de abril de 2014 | das 19h às 20h30
Rua da Consolação, 94
Próximo às estações Anhangabaú e República do Metrô
Gratuito, distribuição de senhas uma hora antes do evento.
Telefone: 11 3775-0002
O golpe brasileiro ainda não foi suficientemente acusado. O Brasil é o único país sul-americano onde torturadores nunca foram condenados. Não houve justiça de transição.
Em 2008, passados 20 anos da promulgação da Constituição vigente, pesquisadores reuniram-se na USP com o objetivo de discutir as heranças autoritárias deixadas pelo regime civil-militar de 1964. A pergunta que se formulou na ocasião e que batizaria o livro dela decorrente, “O que resta da ditadura?”, ensejou que fossem postas em questão as formas encontradas pela ditadura para permanecer em nossa estrutura jurídica, nas práticas políticas, na violência cotidiana e em nossos traumas sociais.
Seis anos se passaram, mas a questão não só permanece como se coloca de maneira mais urgente. O fato, entretanto, não se deve à mera proximidade da data histórica em que o golpe completa 50 anos. Por um lado, assistimos nesse entretempo a repugnante intensificação da violência de Estado, que, se jamais foi completamente extinta, tornou-se escancarada pela resposta dada às manifestações populares que tomaram as ruas desde junho. Por outro, tomaram corpo desde então, como prova a proliferação de Comissões da Verdade em diversas instituições brasileiras, esforços notáveis em revolver o solo de brutalidade política em que se assenta nossa experiência contemporânea.
Unindo-se a esses esforços, o Centro Acadêmico de Filosofia da USP, com apoio da Boitempo Editorial, propõe outra ocasião para pensar sobre esse engodo de transição em que nos metemos desde que os militares saíram do poder. Trata-se do seminário “50 anos do golpe: legados da Ditadura que moldaram o Brasil contemporâneo”. Além do ciclo de debates que, às quintas-feiras, reunirá diferentes perspectivas de pesquisadores, ativistas, cineastas e estudantes envolvidos com a questão, serão exibidos, na véspera, filmes que antecipam o tema da mesa do dia seguinte.
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DEBATES
19h30 | às quintas | auditório da geografia
Você também pode dar um presunto legal, de Sérgio Muniz [1971, 39 min.]
Direção: Joana Monteleone | Edição: Gabriela Bernd
Coordenação-geral: Haroldo Ceravolo Sereza
O Sesquicentenário foi uma festa inventada pela ditadura militar brasileira para comemorar os 150 anos de independência do Brasil, no dia 7 de setembro de 1972. Inventada porque nunca se havia comemorado 150 anos de qualquer data cívica antes que o governo do general Médici convocasse os brasileiros para uma festa patriótica de tamanha magnitude. Embalado pela vitória do Brasil na Copa de 1970, pelas pesquisas de opinião favoráveis ao governo e pelo milagre econômico, a ditadura brasileira resolveu fazer uma festa cívica jogando para escanteio os graves problemas políticos do país.
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