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Mais Marx!

12/12/2016 // 7 comentários

Por Ruy Braga / "Na condição de quem acumulou alguma experiência nessa seara, posso dizer que sempre senti falta de um apoio didático de qualidade capaz de apresentar de forma clara a obra, destacando o apuro expositivo do objeto tão duramente alcançado por Marx." [...]

Queixo aerodinâmico, olho de pitomba… e governo de segunda-mão

09/12/2016 // 11 comentários

Por Mouzar Benedito / "Que parte do corpo que pode ser usada para identificar certos políticos? É a mão. Para começar, temos aí um governo de segunda-mão, que ganhou o poder de mão beijada, com a simpatia e o apoio de adeptos da mão armada. Nele, vemos políticos conhecidos pela mão-de-gato, habituados a ter a mão aberta com o dinheiro público, no qual metem a mão e fingem que só os outros é que fazem isso. Eles são uma mão na roda para o poder econômico." [...]

1943

08/12/2016 // 1 comentário

Por Izaías Almada / "O enterro do irmão era, sem dúvida, a recordação mais antiga de Pedro. Quanta vez já tentara buscar na memória a lembrança mais remota da infância. Esbarrava sempre na mesma: o enterro do seu único irmão, natimorto. O pequeno filme dessa memória – quase uma fotografia – fixara em Pedro um momento forte e naturalmente inesquecível." [...]

O paradigma do sofrimento e o conflito Israel-Palestina

07/12/2016 // 5 comentários

Por Christian Dunker / "Normalmente quando pensamos no conflito que se arrasta desde 1948 entre Israel e Palestina pensamos em três paradigmas para seu tratamento ou solução: a dimensão histórico-religiosa, a perspectiva político-econômica e a saída futura pela mediação ou conciliação. Gostaria de propor, à guisa de experimento teórico e tomando o caso como um modelo mundial para a solução de conflitos, o que não deixará de interessar aos clínicos e psicanalistas, que assumamos um quarto paradigma: o paradigma do sofrimento. Pensar a partir do sofrimento é levar em conta a dinâmica de reconhecimento, a narrativa e a transitividade entre os envolvidos no que diz respeito a quem ocupa o lugar de agente e quem é que sofre a ação. Isso significa pensar para além da contagem de vítimas e carrascos ou da dinâmica entre reconciliação e vingança." [...]

Feminismo, esquerda e futuros possíveis

25/11/2016 // 6 comentários

Por Flávia Biroli / "O futuro do feminismo, como projeto transformador, está na sua capacidade de situar-se claramente no campo da esquerda. Entendo que isso implica conectar as lutas feministas à crítica ao sistema capitalista. No momento atual, significa discernir entre as respostas à crise mundial do capitalismo que abrem caminhos para a justiça de gênero e as respostas que, diferentemente, implicam o aprofundamento das desigualdades e mais vulnerabilidade para as mulheres." [...]

O caminho da ditadura

24/11/2016 // 9 comentários

Por Mauro Iasi / "Quando estudava o golpe de 1964 me chamou a atenção o fato de que, nos momentos iniciais daquele processo histórico, muita gente nem se dava conta de sua dimensão. O PCB orientava seus militantes a não resistir ao que parecia mais uma das muitas tentativas de interromper a frágil democracia brasileira. Ao mesmo tempo, lideranças políticas como Juscelino, Carlos Lacerda e Magalhães Pinto discutiam as alternativas eleitorais para as eleições de 1965." [...]

Vida de cachorro

16/11/2016 // 3 comentários

Por Flávio Aguiar / "“A gente deveria ser como os cachorros imaginam que a gente é: leal, gentil, fiel…” Sabedoria do veterinário que cuidava de meus cães. Mas na vida, esta imagem ideal do mundo canino tem sua contrapartida demoníaca: certos donos exigem de seus cães subserviência, ferocidade contra os outros, um banditismo assassino… É disto que trata o romance 'Cabo de guerra', de Ivone Benedettii: daquilo que se exige dos cachorros. Só que aqui os cachorros são humanos: designam aqueles ex-guerrilheiros que eram recrutados pela repressão para, voltando a seus quadros, os delatarem, ajudando a destruí-los. O protagonista-narrador do romance é um deles." [...]