Didier Fassin: o aniquilamento de Gaza, uma “derrota moral”
Professor do Collège de France, Didier Fassin estuda, em seu novo livro, os mecanismos de consentimento ao aniquilamento do território palestino. Segundo ele, trata-se do "abismo moral mais profundo no qual o mundo ocidental caiu desde a Segunda Guerra Mundial".
Foto: hosny salah (Pixabay).
Didier Fassin (médico, sociólogo e antropólogo) é diretor da Escola de Ciências Sociais do Instituto de Estudos Avançados (IAS) de Princeton (Estados Unidos) e professor do Collège de France, onde ocupa a cátedra “Questões morais e desafios políticos nas sociedades contemporâneas”. Acaba de lançar um livro intitulado Une étrange défaite. Sur le consentement à l’écrasement de Gaza (La Découverte, Paris, 2024). A obra ressoa com a nova ofensiva sangrenta do exército israelense no norte do enclave palestino, mais uma vez recebida com um silêncio cúmplice pelos governos do mundo ocidental.
Entrevista realizada por Joseph Confavreux, jornalista do Mediapart.
Mediapart – Você acredita que conseguirá convencer pessoas que não compartilham suas opiniões sobre Gaza, neste campo político e intelectual altamente polarizado que você descreve?
Didier Fassin – Convencer os defensores da política assassina do governo israelense, que acusaram de antissemitismo aqueles que pediam um cessar-fogo, não está no campo do possível.
Por outro lado, acredito que muitas pessoas têm se questionado sobre o que aconteceu ao longo do último ano. Elas querem entender por que o mundo ocidental permitiu que o exército israelense devastasse Gaza e dizimasse seus habitantes, por que não se reagiu quando crianças foram mortas, hospitais destruídos, escolas bombardeadas, jornalistas assassinados; por que se proibiram as manifestações que pediam o respeito ao direito internacional impunemente violado por Israel. Espero, junto a outros, fornecer-lhes elementos que contribuam para essa compreensão.
M – O que o motivou a escrever este livro, além das polêmicas em que você se viu envolvido?
DF – Pareceu-me impossível permanecer em silêncio diante do que é provavelmente o abismo moral mais profundo no qual o mundo ocidental caiu desde a Segunda Guerra Mundial. Enquanto se elaborava um relato oficial e se reprimiam as versões alternativas, eu quis produzir um arquivo dos seis primeiros meses da guerra em Gaza, para deixar um registro para o futuro.
M – Por que evocar o historiador Marc Bloch e sua análise da “estranha derrota” sofrida pela França frente à Alemanha, no início da Segunda Guerra Mundial, para descrever a indiferença dos poderes ocidentais diante do aniquilamento de Gaza?
DF – O título me veio antes mesmo de eu começar a escrever, provavelmente porque, ao preparar minha aula inaugural no Collège de France, eu havia recentemente me interessado pelo que Marc Bloch fez durante a Segunda Guerra Mundial, pela lucidez de seu diagnóstico sobre o colapso do exército francês e pela coragem de seu engajamento na Resistência. Sem me comparar a ele, pensei que meu projeto também se inseria nesse esforço de análise e testemunho no exato momento em que os eventos aconteciam. Ele estudava uma derrota militar. Eu quis relatar uma derrota moral.
M – Até que ponto se pode afirmar que o consentimento ao esmagamento de Gaza na Europa, especialmente na Alemanha, mas também na França, se relaciona com uma forma de expiação do Holocausto?
DF – Se há expiação, é preciso explicar, como escreve um jurista israelense, por que o preço dos crimes cometidos pelos europeus ao longo de séculos, culminando no genocídio dos judeus, deveria ser pago pelos palestinos, que nada têm a ver com isso? Como poderia o mundo ocidental redimir suas responsabilidades na destruição dos judeus da Europa apoiando a destruição dos palestinos em Gaza?
A invocação do Holocausto, que na Alemanha se tornou uma “razão de Estado”, conforme a expressão da ex-chanceler Angela Merkel, busca encobrir questões mais triviais de política internacional.
Trata-se de uma questão geoestratégica, pois Israel é considerado um posto avançado do mundo ocidental no Oriente Médio. É também uma questão econômica, envolvendo a formação de um grande mercado regional e o apoio ao complexo militar-industrial internacional. É ainda uma questão ideológica, marcada pela ascensão do racismo anti-árabe e anti-muçulmano, em um contexto de crescimento de movimentos islamistas frequentemente violentos.
M – Como se desenvolveu o policiamento do pensamento e da linguagem para proibir que se diga a realidade do que acontece em Gaza?
DF – De um lado, uma versão oficial dos fatos foi estabelecida muito cedo pelos governos: por exemplo, o presidente francês se referiu ao 7 de outubro como o “maior massacre antissemita do século” e invocou o “direito de Israel à autodefesa”, chegando a propor o envio de soldados para Gaza no âmbito de uma “coalizão” semelhante à que lutou contra o Estado Islâmico; apenas essa linguagem se tornava aceitável no espaço público.
Por outro lado, qualquer expressão diferente dessa se tornava condenável: afirmar que o ataque do Hamas não era dirigido contra judeus como tal, mas contra opressores que haviam sufocado a população de Gaza e mutilado dezenas de milhares de seus habitantes durante manifestações pacíficas era inaceitável; o uso do termo “resistência” podia resultar em acusação de apologia ao terrorismo; a menção ao caráter “colonial” da política israelense levava à estigmatização e à denúncia.
Conferências foram canceladas, manifestações proibidas, eventos culturais ecumênicos impedidos, e acadêmicos foram desconvidados de cargos que lhes haviam sido oferecidos. Nessas condições, muitos optaram por se calar para não se expor a esses riscos – mais de oito em cada dez recuaram, de acordo com uma pesquisa internacional com cerca de mil pesquisadores e pesquisadoras que trabalham sobre o Oriente Médio.
M – Em que a expressão “guerra Israel-Hamas”, dominante no pós-7 de outubro, é para você “duplamente enganosa”?
DF – Primeiramente, ela apaga a história que antecedeu os ataques do Hamas, que é a de um conflito entre israelenses e palestinos, em que os primeiros progressivamente despojaram os segundos de suas terras, de seus bens, de seus direitos. Uma história que começou pelo menos quarenta anos antes do surgimento do Hamas.
Em segundo lugar, ela oculta os discursos dos líderes políticos e militares israelenses que, desde o início, declararam que não havia inocentes, que “toda a nação [era] responsável”, conforme disse o presidente do Estado de Israel, que era preciso “eliminar a faixa de Gaza da superfície da Terra”, segundo as palavras do vice-presidente da Knesset [o Parlamento israelense – nota do editor], e que se deveria deixar aos seus habitantes apenas a alternativa entre “ficar e morrer de fome ou partir”, como afirmou um alto oficial. Não houve uma “guerra Israel-Hamas”, mas sim uma guerra contra os palestinos, iniciada muito antes do 7 de outubro e que se tornou total após essa data.
M – Se o aniquilamento de Gaza foi amplamente minimizado e tolerado, processos comparáveis de negação da realidade do 7 de outubro também não foram visíveis?
DF – O 7 de outubro foi um trauma considerável para os israelenses e para uma grande parte da diáspora judaica ao redor do mundo. Isso se deu tanto pelo número de vítimas quanto pelas atrocidades cometidas, pelo fim da crença na toda-poderosa força militar de Tsahal, e pela revelação da incompetência do governo do Estado de Israel.
Esse evento gerou manifestações de apoio em todo o mundo, especialmente nos países ocidentais, cujos líderes se apressaram em ir a Israel para assegurar ao seu governo um apoio incondicional.
Durante o ano que se seguiu, a grande mídia dedicou mais tempo a falar sobre o cotidiano da sociedade israelense após esse dia trágico do que a informar sobre as consequências da guerra conduzida nos doze meses seguintes no enclave palestino e sobre a brutalidade sem precedentes exercida pelo exército israelense.
Portanto, não se pode dizer que houve negação do que foi o 7 de outubro. Primeiro, em conexão com a emoção e a consternação compreensíveis provocadas pelo ataque em Israel, houve a percepção, por parte de algumas pessoas, de que o público nunca demonstrava compaixão suficiente pelas vítimas e não condenava suficientemente os atos cometidos, sendo que o simples fato de não os qualificar como terroristas se tornava suspeito.
Em seguida, houve um exame dos próprios fatos, o que permitiu distinguir entre a comunicação do governo israelense e a realidade das violências cometidas: essa busca pela verdade, conduzida por jornalistas independentes, foi interpretada por alguns como uma forma de negação, quando, na verdade, para evitar teorias da conspiração, é fundamental dizer a verdade.
Por fim, houve uma interpretação dos ataques como uma forma de resistência às décadas de opressão e brutalidade israelenses, conforme as reivindicações dos agressores: essa explicação foi denunciada como uma justificativa dos crimes cometidos contra civis, quando, na realidade, compreender o sentido que os agentes atribuem aos seus atos não significa aprová-los.
O verdadeiro negacionismo foi o das violências e violações de direitos sofridas pelos palestinos ao longo de décadas em um silêncio internacional ensurdecedor, a ponto de a “questão da Palestina” ter desaparecido de todas as agendas.
M – Os processos foram semelhantes nos Estados Unidos e na França, na sua opinião, considerando que vive entre esses dois países?
DF – A liberdade de expressão é mais protegida nos Estados Unidos do que na França, as mobilizações estudantis foram mais significativas e as vozes palestinas foram melhor ouvidas. No entanto, a polarização foi provavelmente mais visível nos EUA, e a repressão aos movimentos de defesa dos direitos dos palestinos foi mais violenta, especialmente nos campi universitários.
O peso das organizações comunitárias sionistas se manifesta através de pressões sobre o poder em ambos os países, mas, no caso dos EUA, há também o financiamento tanto das grandes universidades privadas quanto das campanhas eleitorais.
Assim, o Aipac, um comitê de apoio à política israelense, investiu somas consideráveis para impedir a eleição de candidatos democratas que se declaravam favoráveis a um cessar-fogo.
Quanto aos meios de comunicação de massa, em ambos os contextos, eles frequentemente apresentaram informações favoráveis à perspectiva israelense, especialmente no setor audiovisual, com uma diferença importante: na França, as emissoras de televisão e rádio públicas foram alvo de pressões do poder político, enquanto nos Estados Unidos há praticamente apenas veículos de imprensa privados.
M – O mundo acadêmico foi particularmente afetado, e como explicar isso, já que deveria ser o espaço da discussão reflexiva? As ciências sociais ainda podem ter um papel a desempenhar nesse contexto?
DF – Sim, eu acredito que o mundo acadêmico foi impactado, e é isso que motiva meu trabalho. No entanto, o debate se tornou difícil, pois, em vez de um intercâmbio de argumentos científicos, vemos com frequência ataques que tentam desacreditar os oponentes, especialmente denunciando qualquer pensamento crítico como uma forma de antissemitismo. Eu mesmo vivi essa experiência. Mas outros foram muito mais duramente afetados, na França e em outros lugares.
Estudantes foram sancionados, denunciados às autoridades, mantidos sob custódia, levados a tribunais e até expulsos de suas instituições. Professores foram destituídos de suas funções, e reitoras e reitores de universidades tiveram que renunciar. Alguns mencionaram uma forma de macarthismo, e é verdade que as denúncias por parte das instituições e as convocações para interrogatórios policiais lembram esse período.
No entanto, nas conferências que ministrei e nas discussões públicas em que participei, frequentemente me impressionou a atenção dada à análise da situação, acompanhada de uma preocupação genuína em defender o direito e a justiça. Senti, tanto entre estudantes e acadêmicos quanto entre cidadãos e cidadãs, uma vontade de se libertarem do cerceamento do policiamento da linguagem e do pensamento, e um pedido de reflexão sobre o que ocorreu no último ano, o que me parece essencial.
M – Você menciona que organizações que cometeram atentados e atos de terror, em um contexto colonial ou não, como a ANC, o FLN, o IRA ou as FARC, agora participam pacificamente da vida política de seus países. Podemos, portanto, pensar que o Hamas está mais próximo de uma lógica que foi a do Sendero Luminoso ou da Al-Qaeda, que sempre rejeitaram uma transformação existencial de seus meios de combate?
DF – Na verdade, para permanecer no contexto do Oriente Médio, menciono principalmente o Irgun, braço armado da direita sionista sob o mandato britânico, e a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), movimento de resistência armada contra a opressão israelense. Ambos cometeram atentados espetaculares, matando numerosos civis. Ambos foram declarados terroristas por países ocidentais.
E, no entanto, seus respectivos líderes, Menachem Begin e Yasser Arafat, tornaram-se, um, primeiro-ministro do Estado hebreu, e o outro, presidente da Autoridade Palestina. Mais ainda, ambos assinaram acordos de paz e foram premiados, com poucos anos de diferença, com o Prêmio Nobel da Paz. No entanto, tanto um quanto o outro foram demonizados em seu tempo.
Mas não quero insinuar que essa evolução poderia ser a do Hamas, que aliás não estou tentando defender, já que eu mesmo menciono o Sendero Luminoso e a Al-Qaïda como contra-exemplos. Estou apenas tentando refletir sobre a fluidez da qualificação de terrorista.
Nesse sentido, é interessante notar que, enquanto a terror designava inicialmente uma política de Estado durante a Revolução Francesa, hoje está associada apenas a organizações não estatais, e que, atualmente, enquanto os Estados combatem a violência desses grupos, o contra-ataque ao terrorismo gera muito mais vítimas no mundo do que o próprio terrorismo. A operação dos serviços israelenses que consiste em explodir milhares de aparelhos eletrônicos no Líbano gera terror na população, mas não é qualificada como terrorismo.
M – Você escreve que “o argumento que fundamentava o espectro de um perigo para a própria existência de Israel era a vontade manifestada pelo Hamas em sua carta de 1988, com acentos conspiratórios e antissemitas, que reivindicavam a totalidade da Palestina histórica para os muçulmanos.” E você lembra que uma versão revisada da carta do Hamas existe, que, “sem reconhecer claramente o Estado de Israel como fez o Fatah, indica a posição do movimento por uma ‘solução política’ para o conflito, consistindo na criação de dois Estados, com os territórios definidos pelas fronteiras de 1967.” O 7 de Outubro não mostra que essa revisão da carta é caduca, ou mesmo que foi um dos lances enganadores de Yahya Sinouar para cegar Israel ao exibir uma normalização de fachada?
DF – O Hamas não está isento de contradições internas. E o ataque de 7 de outubro de 2023 não é evidentemente resultado de uma vontade de reconquistar a Palestina, mas sim de contestar a opressão israelense. Ele é consequência da maneira como a colonização da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental continuava, da repressão brutal das manifestações pacíficas contra o bloqueio em Gaza, da apresentação pelo primeiro-ministro israelense, nas Nações Unidas, de um mapa do Oriente Médio onde os territórios palestinos haviam desaparecido, e das provocações repetidas de um ministro do governo israelense na esplanada das Mesquitas.
Como escreve um sociólogo israelense, se os palestinos tentam negociar, são ignorados; se se rebelam, são esmagados.
Mas é especialmente importante lembrar que, enquanto os israelenses invocam incessantemente a carta de 1988 do Hamas para ressaltar o projeto manifesto de recuperar a totalidade da Palestina histórica e, portanto, a ameaça existencial para Israel, a plataforma do Likud de 1977, onze anos antes, afirma a soberania de Israel sobre a Palestina do mar ao Jordão, reafirmada diversas vezes pelo governo em 2023. E se há uma ameaça existencial, ela diz respeito apenas aos palestinos, cujo território não pára de se reduzir sob o efeito da colonização e das destruições.
M – Na catástrofe atual, busca-se inspiração no exemplo sul-africano como praticamente o único que permite vislumbrar uma saída para um ódio profundamente enraizado entre um povo autóctone e um povo ocupante. Quais foram as condições para uma negociação entre negros e brancos na África do Sul, e o paralelo com a situação na Palestina histórica é realmente possível?
DF – O paralelo com a África do Sul é interessante por diversos motivos. Muitas vezes esquecemos os laços diplomáticos e militares estreitos que existiam entre o regime do apartheid e o poder israelense, incluindo na repressão a opositores negros. Sabe-se, por outro lado, que foi a África do Sul quem apresentou o pedido à Corte Internacional de Justiça para estabelecer a existência de um genocídio cometido pelo Estado hebreu em Gaza.
No entanto, existem três diferenças essenciais entre as duas situações. Em primeiro lugar, havia, na sociedade sul-africana, um importante movimento envolvendo cidadãos de todas as origens, sindicatos, igrejas, todos opostos ao supremacismo branco e ao seu programa de dominação das populações racializadas. Não existe nada parecido em Israel, e as pesquisas de opinião mostram que os israelenses continuam majoritariamente ligados aos partidos de direita e extrema direita e à sua política de ocupação violenta dos territórios palestinos.
Em segundo lugar, observava-se, em nível internacional, uma ampla reprovação do regime sul-africano, traduzindo-se em um boicote às vendas de armas, desinvestimento de empresas estrangeiras e sanções em domínios econômico, político, esportivo e artístico. Hoje, os países ocidentais e parte dos países árabes apoiam o governo israelense e rejeitam qualquer pedido em prol de medidas de retaliação visando favorecer acordos de paz.
Por último, havia um líder pacifista, Nelson Mandela, e um chefe de governo pragmático, Frederik De Klerk. Não há um parceiro de paz hoje em Israel, e do lado palestino, aqueles que a comunidade internacional considerava como possíveis negociadores foram eliminados, seja por assassinato, no caso de Ismaïl Haniyeh, ou por prisão perpétua, no que diz respeito a Marwan Barghouti.
Portanto, as três condições para uma transição democrática pacífica na África do Sul não estão reunidas para uma solução de paz justa e duradoura em Israel e na Palestina. Mas se há uma responsabilidade a ser destacada, é a dos países ocidentais, começando pelos Estados Unidos, que, há um ano, tinham a possibilidade de evitar o esmagamento de Gaza e a extensão regional do conflito, e que não demonstraram a vontade de fazê-lo, apoiando, ao contrário, as operações militares israelenses mortais.
Tradução autorizada pelo jornal Mediapart.
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A partir das ideias de Edward Said e de posições filosóficas judaicas, Butler articula uma crítica do sionismo político e suas práticas de violência estatal ilegítima, nacionalismo e racismo patrocinado pelo Estado. Além de Said, reflete sobre o pensamento de Levinas, Arendt, Primo Levi, Buber, Benjamin e Mahmoud Darwish para articular uma nova ética política, que transcenda a judaicidade exclusiva e dê conta dos ideais de convivência democrática radical, considerando os direitos dos despossuídos e a necessidade de coabitação plural.
Ideologia e propaganda na educação, de Nurit Peled-Elhanan
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Cultura e política, de Edward W. Said
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S
Sao muito apropriadas as questoes levantadas e carregadas de uma cristalina verdade, que os atuais mandatários de Israel deviam conhecer e assinar !
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