Como começar a ler Lukács?
Ronaldo Vielmi, um dos coordenadores da Biblioteca Lukács da Boitempo e revisor da tradução da obra inédita Estudos sobre Fausto, propõe um itinerário para auxiliar quem quer iniciar suas leituras sobre Lukács.
Ronaldo Vielmi, um dos coordenadores da Biblioteca Lukács da Boitempo e revisor da tradução da obra inédita Estudos sobre Fausto, propõe um itinerário para auxiliar quem quer iniciar suas leituras sobre Lukács, mas ainda não sabe como.
São seis indicações de leituras para entender a obra de um dos maiores intelectuais marxistas do século XX. Confira abaixo.
E nesta sexta-feira (12 de julho), a partir das 14h, não perca a live Estudos sobre Fausto: Lukács e a obra magna de Goethe, na TV Boitempo, com Carolina Peters, Luiz Barros Montez e Ronaldo Vielmi:
Estudos sobre Fausto traz um conjunto de textos do filósofo húngaro György Lukács dedicados a Fausto, obra-prima de Johann Wolfgang von Goethe e um dos pontos culminantes da literatura humanista burguesa e da literatura alemã do século XIX.
A obra reúne o mais completo ensaio sobre Goethe e sua obra maior entre as diversas produções de Lukács sobre o tema, publicados em 1940. Segundo o professor Luiz Barros Montes, os textos encerram uma análise dos aspectos temáticos e formais da obra magna de Goethe “que reconhece sua característica ‘incomensurável’ não como um índice de incongruências formais e temáticas, mas como uma totalidade artística viva, na qual suas contradições e limites são analisados em perspectiva histórica como um todo orgânico”, escreve na apresentação. Os Estudos sobre Fausto assinalam, segundo Lukács, a configuração dramática da dialética indivíduo e sociedade como um dos grandes êxitos de Goethe, uma conquista poética sobredeterminada pelo desenvolvimento histórico alemão.
Desde 2010, a Boitempo desenvolve sistematicamente o projeto de publicação das obras de György Lukács (1885-1971). O diferencial dessas edições, em face das anteriores de textos lukacsianos em português, não se reduz ao esmero da apresentação gráfica nem ao cuidado na escolha de especialistas para a redação dos subsídios oferecidos ao público. O diferencial consiste na tradução – com revisões técnicas –, que se vale dos originais alemães e foi devidamente autorizada pelos detentores dos direitos autorais. Estudos sobre Fausto é a décima segunda obra da coleção Biblioteca Lukács.
Estudos sobre Fausto, de György Lukács, tem tradução de Nélio Schneider, revisão da tradução de Ronaldo Vielmi Fortes, apresentação de Luiz Barros Montez, texto de orelha de Jorge de Almeida e capa de Livia Viganó.
🚀Assine até o Armas da crítica até o dia 15 de julho e receba:
📕 Um exemplar de Estudos sobre Fausto, de György Lukács em versão impressa e e-book
📓Livreto “O que é Goethe para nós hoje?“, de György Lukács
📃Pôster A5 com com arte de Nelson Cruz para O aprendiz de feiticeiro, de Goethe
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DA PROJEÇÃO INTERNACIONAL À AUTOCRÍTICA
História e consciência de classe
Obra que projetou Lukács no cenário marxista e filosófico mundial e um dos mais influentes livros do século XX. Destaca um jovem pensador ainda profundamente influenciado pelo pensamento de Hegel, e com significativas influências do pensamento de Weber. Trata-se de um livro que não pode prescindir da leitura do Prefácio de 1967, escrito por ocasião da sua reedição, em que Lukács realiza uma rigorosa autocrítica aos limites e insuficiências de seu pensamento no período.
Confira também História e consciência de classe, cem anos depois, obra organizada por José Paulo Netto, que busca celebrar e trazer para o debate do século XXI o monumental livro de György Lukács, como forma de homenagear e celebrar os cem anos de sua publicação, ocorrida em 1923. Desde essa época, o livro foi alvo de polêmicas, duras críticas, mas também de aplausos e de reconhecimento.
O DEBATE NECESSÁRIO COM HEGEL
O jovem Hegel
Contra as tendências vulgarizantes da década de 1930, provenientes tanto do pensamento filosófico tradicional quanto do marxismo vulgar, Lukács investiga a formação da filosofia de Hegel e a grandiosidade de seu pensamento. Para Lukács, a obra de Hegel encerra um grande período da filosofia e abre caminho para a inflexão da tradição filosófica advinda com Marx.
A CRÍTICA ÀS TENDÊNCIAS IRRACIONALISTAS PREDOMINANTES
A destruição da razão
Em seu livro mais polêmico, Lukács efetua uma crítica contumaz ao predomínio do pensamento irracionalista, demonstrando as raízes sociais da gênese e a função das vertentes filosóficas que se tornaram hegemônicas ao longo do século XIX e século XX. Texto fundamental para compreender as bases teóricas que serviram de alicerce para o assim chamado pensamento pós-moderno.
AS REFLEXÕES DE UMA VIDA E DEPOIMENTOS DE SEUS ÚLTIMOS TRABALHOS
Essenciais são os livros não escritos
Reunindo as últimas entrevistas dadas por Lukács, entre os anos de 1966 a 1970, a obra permite ao leitor compreender o curso de suas reflexões em seus últimos anos de vida. Além de narrativas que analisam sua trajetória de vida, Lukács antecipa elementos importantes de sua última grande obra, postumamente publicada: Para uma ontologia do ser social.
O DEBATE COM A TRADIÇÃO FILOSÓFICA COM A FILOSOFIA DA ARTE
Estética: a peculiaridade do estético – Volume 1
O primeiro volume – dos quatro a serem editados pela Boitempo – contém os 4 capítulos iniciais da monumental obra de Lukács. Após uma longa vida dedicada às análises literárias, Estética é oápice de suas reflexões sobre a arte. À luz da inflexão filosófica do pensamento de Marx e em um debate com toda a milenar tradição filosófica, o autor estabelece contribuições decisivas sobre o sistema das mediações categorias do estético.
A REDESCOBERTA DE MARX
Para uma ontologia do ser social I e II
Derradeira obra do pensador magiar, publicada postumamente. Empreitada monumental de Lukács ao final de sua vida, busca demonstrar o caráter ontológico do pensamento de Marx. No volume 2, o autor dedica-se a uma análise minuciosa dos complexos problemáticos mais importantes do ser social: o trabalho, a reprodução, o ideal e a ideologia e o estranhamento.
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