Cultura inútil | Militares, para que servem?
De Dostoiévski a Albert Einstein, passando por Bolivar, Camus, Clarice Lispector e Hannah Arendt, Mouzar Benedito faz uma seleção de frases sobre os militares.
Foto: Marcos Ermínio (Midiamax).
Por Mouzar Benedito
Pedro Aleixo, um civil, era vice-presidente do governo ditatorial de Costa e Silva em dezembro de 1968, quando foi editado o Ato Institucional número 5, o AI-5, que radicalizava a ditadura. Todos os ministros assinaram a decisão, incluindo Delfim Netto, que está aí até hoje. Jarbas Passarinho, assinou dizendo: “Às favas todos os escrúpulos de consciência”. Quem não queria assinar era o vice-presidente. Há duas versões sobre um diálogo acontecido, uma perguntando se ele não confiava em Costa e Silva, outra perguntando se ele não gostava dos generais. Valendo esta última, sua resposta teria sido esta: “Nos generais eu confio. O que não confio é no guarda da esquina”. Seu medo (que talvez tenha disfarçado em relação aos generais) se confirmou em relação ao “guarda da esquina”: durante os anos que vieram em seguida qualquer policial se sentia todo-poderoso para fazer o que quisesse. “Otoridade” extrema!
Os militares até que conseguiram fazer que parte da população esquecesse o que fizeram na ditadura, mas aí veio Bolsonaro… Além da vocação autoritária, muitos militares gostam de uma graninha a mais. Ou melhor, de uma boa grana, se não de corrupção (que tem muitos praticantes), pelo menos com um bom salário a mais. Milhares e milhares deles foram nomeados para cargos de que não entendiam nada. Paulo Maluf fez muito disso também. Quando foi nomeado por Costa e Silva para a prefeitura de São Paulo, encheu-lhes de grana. Deu cargos à larga. Na Secretaria Municipal de Transportes, onde eu trabalhava como técnico em contabilidade, ele pôs um oficial em cada seção, apenas para que ganhassem um salário a mais sem fazer nada. A minha seção foi brindada com um tenente-coronel nomeado como economista. Ele ia lá todos os dias, e contava causos o dia inteiro. Não me parecia má pessoa, estava só aproveitando o que chamam de “uma boquinha”.
Depois da tentativa de golpe em 8 de janeiro de 2023, houve muitas especulações e discussões sobre a participação de altas autoridades militares na aventura golpista. O que prevalece na opinião de “especialistas” é que o golpe não ocorreu porque a maioria dessas autoridades não foi contaminada.
Mas fiquei pensando sobre algumas coisas dos militares neste tempo todo. Tenho uma antipatia por eles, por causa dos 21 anos de ditadura, que interferiram inclusive na minha vida pessoal. Me prejudicaram muito. Sei que nem todos os militares aderiram ao golpe de 1964, muitos deles foram até cassados. É o caso do general Zerbini, um militar digno. Outro foi o capitão “Sérgio Macaco”, da Aeronáutica, que se negou a cumprir uma ordem de bombardear o gasômetro do Rio de Janeiro, que causaria a morte de cerca de duas mil pessoas, e os milicos atribuiriam à esquerda.
Houve militares admiráveis que aderiram, como o marechal Cândido Rondon. E sei que nem todos os militares eram casca grossa, lembro-me do general Nelson Werneck Sodré, grande historiador, autor de livros muito importantes sobre a nossa história.
Pra mim, uma coisa que acho estranha demais é que militar tem que obedecer ordens superiores, mesmo que sejam bestas. “Órdis é órdis”, dizia um com sotaque caipira. Outra coisa é um burocratismo, em que uma determinação só pode deixar de ser cumprida quando há uma ordem em contrário.
Sobre isso, uma história que foi muito contada é de um quartel do Rio de Janeiro, onde seu comandante passou perto de um banco de madeira que um soldado acabou de pintar. Para evitar que alguém sentasse no banco recém-pintado e se sujasse, determinou por escrito que o tal banco deveria ter um soldado ao seu lado para não deixar ninguém sentar (não bastava pôr um aviso?). E ficou lá um soldado de plantão. Para sair dali, foi substituído por outro, e assim continuou sendo. Tempos depois, um oficial vendo um soldado permanentemente ao lado do banco, perguntou porque ele estava ali. Não sabia. Ninguém sabia. O certo é que o banco tinha permanentemente um soldado ao seu lado. O oficial procurou saber e soube da ordem do comandante quando o banco foi pintado. Como não baixou uma ordem em contrário, continuou valendo por meses.
Uma birra (será birra ou será razão?) que tenho com os militares é que suas filhas, desde que não se casem, têm direito a receber pensão volumosa, muito mais do que a aposentadoria dos vis mortais, a vida inteira! Então, elas não se casam oficialmente. Podem morar a vida inteira com seu marido ou trocá-los, ter filhos com eles, que continuam aposentadas generosamente. O país gasta uma grana lascada com elas.
Ah… Houve um tempo em que servir o exército era a salvação para muita gente. Representava casa e comida (ainda que não das melhores), além de roupa, para muitos jovens pobres. Gregório Bezerra, lendário líder comunista nordestino foi um deles. Até os 25 anos era analfabeto, quando se alfabetizou no exército. Depois foi vítima de muita truculência e tortura no próprio exército, mas teve seu lado “bom”.
Mas na minha terra, no Sul de Minas, ninguém era chegado em servir o exército. Nem os jovens nem seus familiares. No início do século XX apareceu lá, pela primeira vez, uma comissão para selecionar jovens em idade de prestar o serviço militar. Iriam ao cartório ver quem nasceu num determinado ano e escolher alguns deles. A população rural invadiu a cidade e queimou o cartório para que a comissão não pudesse fazer seu serviço. Já nos anos 1960, a rejeição continuava. O exército começou de novo a recrutar jovens lá, e provocava pavor. Lembro-me de um amigo, o Tião, que fez a promessa de ir a pé até a cidade de Aparecida, a quase 400 km de distância, se fosse dispensado. Foi, e cumpriu.
E aqui lembro um poeta… Normalmente poeta não é chegado a militares, não é? Pois Olavo Bilac, um dos mais famosos do início do século XX, defendia ardorosamente o serviço militar obrigatório.
Bom… depois dessa…
Selecionei frases sobre os militares. Há milhares delas, cada um pode escolher a seu gosto. Muitas são em defesa deles, defensores da pátria, heróis etc. Eu, como já viram, tenho minhas birras, então não privilegiei as heroicas, embora tenha colocado algumas favoráveis a eles. Incluí uns provérbios sobre guerra também.
Começo com umas favoráveis… Talvez para mostrar que não sou tão birrento.
Gondin da Fonseca: “No Brasil, o exército é o povo armado. Graças a Deus! Que assim continue sempre”.
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Júlio Pinto de Almeida: “Tirai ao militar o amor cívico, ele ficará sendo, somente, um instrumento aviltante – o suíço das guardas imperiais”.
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Almirante Thompson: “Eu tenho bordados por ser almirante e não sou almirante por ter bordados”.
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Thompson, de novo “A Força Armada não conspira, articula”.
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Napoleão Bonaparte: “O hábito dos fatos mais violentos desgasta menos o coração do que abstrações: os soldados são melhores que os advogados”.
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Malcolm Muggeridge: “As guerras são uma espécie de porre coletivo e, digam o que quiserem os pacifistas, o povo é a favor delas, pelo menos nos primeiros trinta dias”.
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D. Xiquote (Bastos Tigre): “Há um momento em que todos os povos fracos estão de pleno acordo: é quando se trata do desarmamento geral das potências”.
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Guerra Junqueiro: “Quando a arma que mata defende a liberdade, os santos choram, mas não acusam. Porque então a arma da morte criou amor e gerou vida”.
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Isabel Allende: “A guerra é obra de arte dos militares, a coroação da sua formação, a insígnia dourada da sua profissão. Não foram criados para brilhar na paz”.
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Peter Ustinov: “Há duas espécies de generais: os que escrevem a História e os que escrevem a sua própria”.
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Ustinov, de novo: “Os generais são um caso fascinante de desenvolvimento retardado. Afinal, aos cinco anos todos queríamos ser generais”.
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Quentin Crisp: “A guerra entre os sexos é a única em que ambos os lados dormem regularmente com o inimigo”
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Hannah Arendt: “A guerra tornou-se um luxo acessível apenas às nações pobres”.
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Sartre: “Quando os ricos fazem a guerra, são os pobres que morrem”.
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Eu: “Tem situação em que pobre é que vai pra frente… A guerra, por exemplo”.
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Rebecca West: “Antes de uma guerra, a ciência militar aparece como a astronomia. Depois de uma guerra, é mais astrologia”.
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Erwin Rommel (general alemão): “Na falta de ter o que fazer, ache algo para matar”.
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Gerd von Rundsted (marechal alemão): “Contamos os mortos, mas não os lamentamos”.
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George S. Patton (general estadunidense): “Nenhum soldado ganha a guerra dando a vida pelo seu pais, e sim fazendo que o inimigo dê a vida pelo seu”.
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General MacArhur: “Na guerra não há substituto para a vitória”.
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George Orwell: “A maneira mais rápida de acabar com uma guerra é perdê-la”.
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Mahatma Gandhi: “Que diferença faz para os mortos, parra os órfãos e para os despossuídos se aquela louca destruição se deu em nome do totalitarismo ou do santo nome da liberdade e da democracia?”.
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Ditado popular: “Guerra começada, só Deus sabe quando acabada”.
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Outro ditado: “Quando se declara guerra, o diabo alarga o inferno”.
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Walter Lockwood: “As guerras do futuro serão travadas em supercomputadores. Eles serão o alvo favorito dos terroristas”.
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Ronaldo Rogério de Freitas Mourão: “As guerras do futuro serão travadas no espaço”.
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Voltaire: “Deus é contra a guerra, mas fica ao lado de quem atira melhor”.
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Tom Stoppard: “A guerra é o capitalismo sem luvas”.
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Jorge Luis Borges (sobre a Guerra das Malvinas): “Uma guerra entre dois carecas por causa de um pente”.
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Michel de Montaige: “Uma das maiores sutilezas da arte militar é nunca levar o inimigo ao desespero”.
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Cícero: “Que as armas cedam à toga, o triunfo militar à glória cívica”.
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Pierre Daninos: “Serviço militar – Período durante o qual se come mal, mas que alimenta a conversa pela vida inteira”.
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Jean-Pierre Chevênement: “Uma virtude do serviço militar é que ele reúne pessoas de todas as categorias sociais”.
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Florence Nightingale: “É necessária uma certa dose de estupidez para se fazer um bom soldado”.
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Clarice Lispector: “Devo dizer que ela era doida por soldado? Pois era. Quando via um pensava com estremecimento de prazer: será que ele vai me matar?”.
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Pablo Picasso: “Quando eu era criança, minha mãe me disse: ‘Se você se tornar um soldado, você vai acabar sendo um general. Se você se tornar padre, você vai acabar sendo o Papa’. Em vez disso, eu preferi ser um pintor e acabei sendo Picasso”.
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Simon Bolivar: “Maldito é o soldado que aponta sua arma contra seu povo”.
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Albert Camus: “Quando todos são militares, o crime é não matar se a ordem assim o exigir”.
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Erwin Picard: “Necrotério militar: a sala de objetos perfurados”.
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François Cavanna: “Se a Administração Militar fizesse seu trabalho corretamente, não haveria Soldado Desconhecido”.
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Jean Giono: “O herói militar é um tolo”.
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Joseph Joubert: “O som do tambor dissipa os pensamentos; é por isso que este instrumento é eminentemente militar”.
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Boris Vian: “O que é próprio dos militares é o sujo para os civis”.
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Tom Ungerer: “Cada medalha tem seu outro lado, principalmente se for militar”.
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Mao Tse-Tung: “A política é uma guerra sem derramamento de sangue, e a guerra uma política com derramamento de sangue”.
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Otto von Bismarck: “Nunca se mente tanto como antes das eleições, durante uma guerra e depois de uma caçada”.
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Roger Martin du Gard: “O espírito da revolução será traído pelo espírito militar”.
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Heródoto: “Em época de paz, os filhos enterram os pais, enquanto em época de guerra são os pais que enterram os filhos”.
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Jean Charteris: “Inteligência militar é uma contradição em termos”.
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Aldous Huxley (num tempo em que nem se imaginava a tal de Inteligência Artificial): “Existem três tipos de inteligência: humana, animal e militar”.
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Provérbio: “Em tempo de guerra, mentiras por mar, mentiras por terra”.
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Georges Clemenceau: “A guerra! É algo muito sério para confiar aos militares”.
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Clemenceau, de novo: “A justiça militar está para a justiça assim como a música militar está para a música”.
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Jean-Christophe Runfin: “Você vê um soldado na rua, isso te tranquiliza? Eu não”.
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George Marshall: “O poder militar vence batalhas, a força moral vence guerras”.
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Dostoiévski: “Decididamente não compreendo porque é mais glorioso bombardear de projéteis uma cidade do que assassinar alguém a machadadas”.
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Robespierre: “O pior de todos os despotismos é o governo militar”.
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Hergé: “Lamento, soldado, mas me recuso a dar a mão a quem pisoteia os direitos inalienáveis da pessoa humana”.
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Henri Jeanson: “A guerra justifica a existência dos militares. Removendo-os”.
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Provérbio: “Bem decide sobre a guerra quem está longe dela”.
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Charles de Gaulle: “É verdade que os militares, às vezes exagerando a relativa importância da inteligência, negligenciam a sua utilização”.
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Guy Beder: “É terrível uma guerra civil. Especialmente quando isso é feito pelos militares”.
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Ditado popular: “Em tempo de guerra, todo buraco é trincheira”.
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Védège (Tratado da Arte Militar): “Se você quer paz, prepare-se para a guerra”.
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Henri Barbusse: “Dois exércitos que se combatem são dois exércitos que se suicidam”.
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Josephus Daniels: “Exército: grupo de homens reunidos para corrigir os erros dos diplomatas”.
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Albert Einstein: “Enquanto existirem exércitos, qualquer conflito sério levará à guerra. Um pacifismo que não luta ativamente contra os armamentos nacionais é impotente e merece continuar assim”.
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Einstein, de novo: “Detesto, de saída, quem é capaz de marchar em formação com prazer ao som de uma banda. Nasceu com cérebro por engano, bastava-lhe a medula espinhal”.
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Jean Cocteau: “Todos nós temos a pele sensível aos ciganos e às marchas militares”.
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Oriana Falacci: “É uma máquina diabólica, o exército; e o militarismo uma engrenagem mortal”.
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Guy de Maupassant: “Se a guerra é uma coisa horrível, não seria o patriotismo a ideia-mãe que a nutre?”.
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Sólon: “A igualdade não gera guerras”.
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Mark Twain: “Deus criou a guerra para que os americanos pudessem aprender Geografia”.
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Stálin (em 1935, ironizando quando o Papa falava em encorajar o catolicismo na União Soviética): “Mas quantas divisões militares tem o Papa?”
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Atribuído a um general português: “De recuo em recuo, vamos acabar surpreendendo o inimigo pelas costas”.
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Carlos Magno: “Que meu exército seja a pedra, a árvore e a ave do céu”.
PS: Com certeza alguém vai estranhar que não coloquei nenhuma frase do general chinês Sun Tzu, autor do livro A arte da guerra, muito na moda, inclusive para a “formação” de profissionais competitivos. Foi de propósito.
Em O Boitatá e os boitatinhas, Mouzar Benedito questiona o “progresso” que destrói a natureza e expulsa as comunidades tradicionais. As ilustrações vibrantes de Hallina Beltrão mostram aos pequenos leitores os encantos da fauna e flora.
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Mouzar Benedito, jornalista, nasceu em Nova Resende (MG) em 1946, o quinto entre dez filhos de um barbeiro. Trabalhou em vários jornais alternativos (Versus, Pasquim, Em Tempo, Movimento, Jornal dos Bairros – MG, Brasil Mulher). Estudou Geografia na USP e Jornalismo na Cásper Líbero, em São Paulo. É autor de muitos livros, dentre os quais, publicados pela Boitempo, Ousar Lutar (2000), em coautoria com José Roberto Rezende, Pequena enciclopédia sanitária (1996), Meneghetti – O gato dos telhados (2010, Coleção Pauliceia) e Chegou a tua vez, moleque! (2021, Editora Limiar). Colabora com o Blog da Boitempo mensalmente.
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