100 anos do Institut für Sozialforschung (IfS) – Perspectivas
O fato de que as coisas realmente serão diferentes – e melhores – é tão pouco claro hoje quanto há cem anos. A Teoria Crítica hoje pode contribuir para abrir ou manter abertos espaços para outros conceitos, outras imagens, outros mundos imaginários. E ela pode rememorar que a transformação é uma questão de prática – política, mas também científica.
Tradução de Bruna Della Torre e Eduardo Altheman do “Manifesto Programático” do Instituto de Pesquisa Social de Frankfurt à ocasião de seu seminário de 100 anos.
100 anos do Institut für Sozialforschung (IfS) – Perspectivas
Instituto de Pesquisa Social – 2023
100 anos do IfS – Perspectivas
À ocasião de seu centenário, o Instituto de Pesquisa Social organiza a conferência “Futuring Critical Theory” de 13 a 15 de setembro de 2023. Durante a preparação da jornada de trabalhos, os membros do Instituto debateram intensamente as perspectivas para futuras pesquisas no IfS. Para fomentar a discussão, apresentamos a seguir os resultados provisórios desse processo contínuo de autocompreensão.
100 anos do IfS – Perspectivas de pesquisa
O Instituto de Pesquisa Social comemora 100 anos – uma ocasião e compromisso autoimposto para uma retrospectiva histórica, mas também para desenvolver perspectivas de pesquisa futura. Um século de IfS – isso indica continuidades nas aspirações acadêmicas e políticas: pesquisa social como exposição e crítica das relações sociais de dominação e mensuração da distância que separa a efetividade social do possível. A história do Instituto, no entanto, longe de linear, foi tão instável quanto a sociedade alemã no último século. A fase de formação do IfS foi marcada pelo fracasso da Revolução de 1918/1919, bem como pela breve eclosão da democracia e pelas energias culturais dos anos 1920. Sua guinada para uma Teoria Crítica da Sociedade foi influenciada pela ascensão histórica do fascismo, pelo regime de perseguição e extermínio do Nacional-Socialismo, pela emigração em 1933 e a experiência do exílio nos Estados Unidos. Depois de seu retorno improvável à Alemanha pós-nazismo, acompanhado de ambivalências morais e políticas, o Instituto de Frankfurt participou dos esforços de democratização da recente República Federativa. Nos anos de 1950 e 1960, ele se localizou no cruzamento entre controvérsias acadêmicas, debates públicos e movimentos sociais. Nos anos 1970, um tempo de reflexão sobre a liberalização e democratização social de uma sociedade ainda em grande medida conservadora e autoritária e, por vezes, também palco de movimentos intelectuais em busca de uma esquerda não tradicional, o Instituto consolidou-se, em um ambiente político e acadêmico em transformação, como um espaço de pesquisa empírica acerca das mudanças estruturais da sociedade e de uma reformulação normativa da Teoria Crítica.
O Instituto de Pesquisa Social celebra agora seu centenário num período de inegáveis choques da ordem social capitalista. A fundação do Instituto em 1923 ocorreu em uma época de convulsões sociais e lutas que, por um breve momento histórico, fizeram parecer possível muitas transformações, inclusive uma revolução das relações de produção e propriedade levada a cabo pela classe trabalhadora. Com levantes sociais potencialmente de longo alcance diante de seus olhos, o Instituto viu-se como acompanhamento intelectual (ou mesmo como parte ativa) de um movimento político emancipatório, como agente científico de crítica das relações sociais que produzem sistematicamente exploração e alienação, reificação e sofrimento evitável. A reivindicação normativa de uma Teoria Crítica da Sociedade foi, portanto, estabelecida desde seu início – e, desde então, não mais abandonada, ainda que, nesse ínterim, pode parecer que a Escola de Frankfurt – assim chamada apenas retrospectivamente – tenha se distanciado parcialmente das lutas sociais concretas por uma transformação radical da sociedade. “1968”, que, na percepção de muitos politizados naquele período, tratava-se de uma situação pré-revolucionária renovada, também é frequentemente abordado na historiografia do Instituto como símbolo de alienação da ciência crítica em relação aos movimentos políticos do período, a despeito de toda a solidariedade e proximidade pessoal com os protagonistas do movimento estudantil de Frankfurt. E ainda assim, em sua prática científica, o Instituto sempre permaneceu próximo dos temas e preocupações desses movimentos, como no campo da sociologia do trabalho e dos sindicatos, na pesquisa de gênero ou, posteriormente, nos estudos sobre migração. A reflexão sobre as “revoluções democráticas” de 1989/90 na República Democrática Alemã e na Europa oriental, por sua vez, trouxe à superfície disputas profundamente enraizadas no IfS e na esquerda não tradicional em geral a respeito de seu significado e avaliação. Com a implosão do socialismo de Estado, o triunfo politicamente proclamado do Ocidente na “competição entre sistemas” e a transformação neoliberal em curso do capitalismo, tornaram-se temas predominantes de pesquisa no Instituto desde os anos 2000 a discrepância crescente entre as promessas normativas da modernidade e sua realização social e a interversão paradoxal das reivindicações individuais de autonomia em processos institucionalizados de disciplinamento.
Hoje, contudo, há nova necessidade de reorientação científica e posicionamento social do IfS, conferindo ênfase revigorada às categorias de crise e contradição. Tal mudança de perspectiva é necessária não apenas porque as sociedades nas quais prevalece o modo de produção capitalista continuam a ser determinadas por crises e contradições em seu modo de reprodução. Mas, acima de tudo, porque os fenômenos sociais da crise assumiram entrementes um caráter existencial e as contradições da ordem capitalista-democrática põem em xeque esse próprio modo de socialização. Atualmente, não se trata mais apenas de tensões sistêmicas internas; o sistema, ele próprio, está em questão. As sociedades ocidentais passam contemporaneamente por uma crise de hegemonia que apenas algumas décadas atrás parecia impensável e que abala o fundamento de sua autoimagem política, econômica e cultural; estamos vivendo a revolução digital de todos os âmbitos da sociedade e praticamente todas as dimensões da condução da vida cotidiana, a ascensão global do autoritarismo de direita, do antissemitismo e do neofascismo impulsionada principalmente pelas mídias sociais e a destruição contínua e irreversível dos pré-requisitos materiais da reprodução social. Tendo apenas sua prática individual como guia, os sujeitos de hoje são desafiados a encontrar um novo modo de lidar com as relações sociais cuja inegável produtividade é simultaneamente fonte de manifesta destrutividade; com relações sobre as quais a ampla maioria dos indivíduos não tem influência e cuja configuração coletiva visando objetivos emancipatórios logo esbarra em obstáculos intransponíveis, apesar de todos os esforços e lutas contrários.
Contra esse pano de fundo, os interesses de investigação do IfS concentram-se numa formação social que se revela ao mesmo tempo espantosamente enraizada e, no entanto, parece desmoronar. A ênfase recai sobre a contraditoriedade das relações dominantes – e sobre a resistência à sua continuação. Como é possível que a reprodução da dominação capitalista continue a ter sucesso contínuo a despeito de todos as manifestações de crise e experiências de contradição? Como é possível que o extermínio capitalista da natureza e aniquilação do sujeito sejam simultaneamente reconhecidos como intoleráveis e ainda assim perpetuados? O que pode explicar que tantas pessoas duvidem da sustentabilidade do existente e ainda assim participem de sua manutenção? Como é possível que até mesmo a ideia de uma forma diferente de organização das relações sociais pareça absolutamente impossível atualmente?
Perguntar isso significa reconhecer que as mesmas questões que sempre moveram a Teoria Crítica da Sociedade têm de ser novamente colocadas – e que as respostas que foram formuladas ao longo dos anos ainda são de nosso interesse. No entanto, diante das mudanças nas realidades materiais, a investigação futura no IfS objetiva revisar e renovar o acervo de conhecimento e os horizontes epistemológicos da Teoria Crítica, afinal, assim como as relações sociais, também se alteraram os pontos de referência e as metodologias de sua fundamentação científica. Situar as contradições e crises da formação social capitalista mais uma vez no cerne de uma Teoria Crítica da Sociedade não significa, portanto, apenas levar em consideração o conflito de interesses embutido nas relações do capital como a única força da história, ou assumir um curso linear nas crises e defender uma lógica de agudizações inevitáveis. Ao contrário, significa reconhecer as dinâmicas complexas de crise do capitalismo atual e a diversidade estrutural das constelações de contradições que o caracteriza.
Por meio da formulação de questões partilhadas, as perspectivas esboçadas a seguir pretendem fornecer um ponto de referência comum para as pesquisas teóricas e empíricas no IfS. Elas são expressão de uma posição que inclui a produção social de conhecimento como uma práxis que intervém nas relações sociais e é por elas determinada. E refletem seu próprio engajamento nas discussões sobre a interpretação e configuração da sociedade como uma sociedade especificamente situada, atrelada à posição do pesquisador em uma estrutura multifacetada de estabelecimento de diferenciações e de relações de desigualdade sociais. Isso envolve também a reflexão sobre o próprio local da pesquisa: tendo em vista a história do IfS, Frankfurt representa o ímpeto intelectual da Teoria Crítica da Sociedade e da pesquisa social – assim como, enquanto praça financeira e base de operações de firmas, empresas de consultoria e grandes escritórios de advocacia que atuam no mundo todo, da violência material das relações capitalistas.
O mundo em desintegração
Como pode a dominação capitalista reproduzir-se de novo e de novo? O que se opõe à sua reprodução? Diante do enigma de uma formação social que aparentemente agarra-se firmemente aos seus modos de funcionamento estabelecidos, procuramos respostas na forma de uma teoria da crise do que opera1, por um lado, e de uma teoria prática do possível, por outro. Compreendemos como objeto de pesquisa futura a fundamentação, explicação e mediação desse duplo movimento teórico. De modo breve, provisório e aproximado: o que continua é a crise – mas se continua e pode continuar assim, isso só se revela na prática social cotidiana.
O que queremos dizer com isso? As sociedades ricas do “Ocidente” e, com elas, o mundo do capitalismo globalizado a partir da Europa estão diante de um nexo de problemas verdadeiramente existencial que recentemente agravou-se novamente. Isto vale em sentido duplo: por meio de seu modo obsoleto de reprodução, ele destrói tanto os fundamentos materiais-naturais da existência humana quanto os pré-requisitos sociais da coexistência pacífica. A formação social da modernidade tardia capitalista distingue-se pelo fato de que seus efeitos produtivos de criação econômica de valor e de justificação sociopolítica ocasionam sistematicamente efeitos destrutivos de devastação ecológica e pauperização social.
Indicar a tendência estruturalmente crítica e contraditória das relações capitalistas não constitui de modo algum uma novidade analítica e tampouco empírica; há gerações, para muitas pessoas, em vastas regiões do mundo, isto é parte constitutiva de sua experiência cotidiana. Nas regiões historicamente centrais da sociedade capitalista, ao contrário, pelo menos durante algumas décadas após a Segunda Guerra Mundial, e pelo menos para as maiorias sociais capazes de decidir as eleições, foi criado um arranjo político-social em que o mundo parecia estar mais ou menos em ordem.
Isto se deveu sobretudo ao fato de que as sociedades “democrático-capitalistas” – na sua autodescrição – em larga medida estruturadas pelo domínio colonial prévio ou sua participação indireta nele e pelas assimetrias econômicas e ecológicas por ele estabelecidas, foram capazes efetivamente de terceirizar uma boa parcela dos custos de seu modo de reprodução. Uma terceirização que funcionava tanto para “fora” quanto “para baixo”: em direção às regiões periféricas ou periferizadas do sistema mundial capitalista, de um lado, e aos escalões inferiores das hierarquias sociais globais e nacionais, de outro.
Desde o início do século XXI – com a crise dos mercados financeiros após 2007, a luta brutalizada e militarizada contra os movimentos migratórios desde 2015, o progresso do aquecimento global que é agora perceptível em todo o mundo e, mais recentemente, com a atualização das experiências de guerra no continente europeu –, também na Alemanha o mundo tornou-se outro. A ideia de uma “inflexão dos tempos” [Zeitenwende] pode remeter a um contexto especificamente alemão (e reconhecidamente estratégico em termos de poder); no entanto, ela provavelmente capta com precisão um sentimento social generalizado de que estamos vivendo o fim de uma “longa onda” de desenvolvimento político-econômico. O envolvimento material e ideal, físico e psíquico dos sujeitos na dialética capitalista da produção e da destruição torna-se cada vez mais flagrante. Pois o ordenamento institucional da democracia e do mercado, do Estado de bem-estar e do consumo de massa continua a afiançar a muitas pessoas a oportunidade individual de garantir sua existência e ganhos de autonomia – com os efeitos vinculativos resultantes que não são apenas materiais, mas também normativos e afetivos. Os mundos da vida e de significado dos cidadãos dependem da perpetuação de relações sociais funcionais – da reprodução de uma ordem social que, ao mesmo tempo, distribui oportunidades de vida de forma extremamente desigual e destrói sistematicamente os fundamentos da vida.
Se quisermos sondar as possibilidades de emancipação em relação às condições sociais dominantes e de sua superação, então não é apenas este nexo profundamente contraditório de uma subjetividade atrelada a uma racionalidade sistêmica destrutiva que deve ser levado em consideração. Devemos prestar contas também dos modificados pressupostos econômicos, políticos e ecológicos da reprodução capitalista. À crescente destruição ecológica – gerada pelas primeiras sociedades industrializadas e aumentando exponencialmente desde a década de 1950 – devida ao aumento das atividades de produção e consumo e ao dispêndio de recursos materiais a ele necessário (a “grande aceleração”) contrapõe-se agora o duradouro, possivelmente permanente, baixo crescimento das nações industriais ricas (a “estagnação secular”). Sua busca desesperada por um novo regime de acumulação – em termos de economia da informação ou tecnologia ambiental – incide contra o pano de fundo de deslocamentos estruturais de poder no sistema mundial e de oportunidades francamente desiguais de vida e sobrevivência em escala mundial. Os movimentos migratórios globais, que contrariam os critérios de seleção e as ideologias de integração das economias centrais, desafiam as lutas políticas pela substância da democracia liberal sob o signo de mobilizações autoritárias-nacionalistas. Os conflitos por recursos em torno da base de matérias-primas de um “capitalismo verde” tornam-se cada vez mais agudos – e fazem parte de uma constelação de crises ecológicas que encontra nas alterações climáticas apenas a sua expressão mais escancarada, mas que, factualmente, vai muito além da questão das emissões de CO₂ e sua possível limitação ou armazenamento. A distribuição cada vez mais desigual de recursos relevantes, mesmo no capitalismo regulado pelo Estado de bem-estar, uma profunda alienação social em relação às instituições e aos atores da democracia representativa, a crescente agressividade das posições e práticas racistas e anti-(queer)feministas e, finalmente, a óbvia atracão de interpretações autoritárias do mundo e movimentos sociais que carregam traços fascistas completam o quadro das relações sociais que, para grande parte da população, agora também nas regiões privilegiadas do mundo, representam uma ruptura com as experiências e visões de mundo erigidos após a Segunda Guerra Mundial.
Contudo, a capacidade funcional dos nexos do sistema social parece estar assegurada e os modos processuais institucionais exercitados não foram invalidados. A realidade, ironicamente, parece assim dar razão às fantasias funcionalistas da teoria dos sistemas sociológica: a economia tem de crescer porque tem de crescer, sejam quais forem os custos decorrentes; as instituições democráticas continuam a operar, independentemente de todos os sinais políticos de distanciamento em relação a seus destinatários; o nacionalismo econômico e o individualismo da propriedade estão mais vivos do que nunca; a nova cola cultural da sociedade é, em última análise, a mesma antiga (e divisória). A este respeito, aplica-se ao diagnóstico o seguinte: sim, “está funcionando”. De alguma forma, continua. Mas como exatamente? Em quais constelações contraditórias, contra quais resistências cotidianas? A que custo – e para quem? Com quais contratendências ao que opera? Quais são, perguntamos, os pressupostos sociais e onde se situam os limites sociais do “adiante assim”?
Uma teoria do que opera em crise afirma que é precisamente a capacidade funcional da ordem social moderna tardia que deve ser considerada o verdadeiro fenômeno de crise do presente. Uma teoria prática do possível, por sua vez, declara a continuação dos mecanismos operacionais bem estabelecidos das sociedades capitalistas “altamente desenvolvidas” uma questão empírica – e aponta assim para a possibilidade de transformação social. A perspectiva teórica da crise coloca em foco a origem concomitante das dinâmicas produtivas e destrutivas do capitalismo: o que este gera em termos de valores econômicos e seguranças sociais, liberdades culturais e lealdades políticas é comprado ou capturado por meio de um assombroso [gewaltiges] conjunto de formas e mecanismos frequentemente violentos [gewaltförmiger] de exploração econômica, cercamento social, expropriação cultural e privação de direitos políticos. A perspectiva teórica da prática opõe-se à reificação das funções do sistema e mostra que os nexos funcionais capitalistas não se reproduzem por si só (‘sistemicamente’), mas apenas por meio das realizações reprodutivas de agentes realmente existentes; na ausência destes, a capacidade funcional do sistema também será afetada. O entrelaçamento de perspectivas teórico-práticas e de crise aqui proposto mostra claramente uma afinidade eletiva com a distinção teórico-crítica entre sistema e mundo da vida. Contudo, contra um diagnóstico unilateral da intromissão de imperativos sistêmicos nos nexos de ações dos sujeitos, seria necessário questionar hoje se os interesses de segurança e as necessidades de estabilidade dos sujeitos não “colonizam”, em certa medida, as funções do sistema reversamente – e se a reprodução do que opera por crises não poderia ser explicada por estas duas tendências inicialmente opostas, mas que de fato podem ter a mesma orientação. Sem a capacidade de responder já a esta questão, as nossas considerações até agora apontam para possíveis problemas e limites do dualismo entre sistema e mundo da vida – e para a questão de investigação mais ampla sobre o alcance desta diferenciação categórica para fazer jus à empiria das constelações de contradições atuais ou se ela não precisaria ser reconsiderada à luz da transformação em curso das realidades sociais.
Neste contexto, será também necessário confrontar os posicionamentos socialmente poderosos que são coproduzidos de modo não menos importante no campo científico e que se ligam factualmente ao enredamento entre sistema e sujeito. Uma prática de escapismo, de recusa individual e coletiva da realidade pode ser compreendida como posicionamento cínico: a atitude socialmente normalizada de indiferença ofensiva face às consequências estruturais da reprodução capitalista. Ciente de seus efeitos destrutivos e consequências mortais, é cínico agir como se nada estivesse acontecendo. Um posicionamento catastrófico observa a civilização industrial atingir seu término e proclama o apocalipse vindouro na ausência de alteração comportamental individual. Com sua semântica de estado de emergência permanente (“cinco para meia-noite”), tal atitude também expressa um sentimento ocidental perante a vida: quando as ramificações da destrutividade da socialização capitalista atingem as classes dominantes e os estratos superiores da estrutura social mundial, então a inquietude torna-se subitamente volumosa – e com, ela, a autocompaixão. Para o posicionamento solucionista, por outro lado, os problemas estruturais do capitalismo moderno tardio parecem ser solucionáveis por meio de meras contramanobras argutas. Nesta perspectiva, a crise climática transformar-se-ia numa questão de inovação técnica e de regulação tecnocrática do comportamento, os movimentos globais de migrantes poderiam ser dirigidos para os cursos desejados por meio de gestão migratória, e a crise da democracia poderia ser enfrentada por um apelo político à coesão social. Tomadas como uma prática progressista, esconde-se por trás de tais ofertas de soluções uma opção aparentemente racional para uma fixação (social)tecnológica das relações existentes.
Por um lado, os posicionamentos correspondentes devem ser examinados mais de perto em pesquisas futuras para determinar a partir de que posições sociais são defendidos, a que disposições práticas estão associados, que funções cumprem e como interagem entre si na dinâmica discursiva social. Por outro, a Teoria Crítica da Sociedade e a Pesquisa Social confrontam esse posicionamento que, à sua maneira, estabiliza o modo dominante de reprodução social, com questões ulteriores: Quais interesses materiais e ideais estão ligados à manutenção do existente? Quem sequer pode suportar o “adiante assim” da estrutura social e quem tem de pagar por isso? Para quem funciona a reprodução capitalista e para quem não? Quem tem de funcionar, mas é explorado, excluído e invisibilizado? Quais práticas sociais não se conformam ao mau funcionamento ou conseguem até mesmo esquivar-se dele? Quem ainda hoje insiste na necessidade e na possibilidade de uma transformação radical da sociedade – contra as variantes realmente existentes de um fechamento antiemancipatório da imaginação social?
Um mundo em contradição
As respostas a perguntas tão diversas devem situar-se em diferentes registros. Análises técnico-materiais e sócio-estruturais “duras” dos mecanismos funcionais sistêmicos, supostamente tão inabaláveis, terão de ser acompanhadas pela pesquisa de fatores culturais e discursivos, disposições psicológicas e constructos ideológicos “suaves” – e talvez ainda hoje, no entrelaçamento desses caminhos de análise, esteja uma chave para o verdadeiro segredo de funcionamento da dominação capitalista: a saber, que ela é ao mesmo tempo “objetiva” e “subjetiva”, tanto um nexo de funcionamento que pode ser descrito como anônimo quanto um modo de subjetivação que se sedimenta em atitudes, mentalidades e visões de mundo. Aquilo que a Teoria Crítica inicial tinha em mente no programa de um “materialismo interdisciplinar” como uma interação de perspectivas da sociologia, do direito, da economia, da arte e dos estudos culturais, da estética, da psicanálise e da filosofia social refere-se à exigência metodológica de fazer jus a esta complexidade material do social. Sustentá-lo nas atuais condições científicas e disciplinares e reformulá-lo de acordo com as formas e acervos do conhecimento presentes é um desafio que o Instituto de Investigação Social pretende assumir.
Um ponto de partida para pesquisas futuras no IfS serão as diversas e específicas constelações de contradições do capitalismo moderno tardio. A teoria da crise mostra como, no curso da reprodução capitalista, suas contradições são constantemente atualizadas. Em termos de teoria da prática, pode-se demonstrar o enredamento dos sujeitos em nexos reprodutivos contraditórios e potencialmente autodestrutivos, mas, ao mesmo tempo, podem ser exploradas as possibilidades de uma prática que vá além deles. Esta perspectiva teórica e empírica pode ser ilustrada paradigmaticamente com o exemplo das alterações climáticas, que, com todas as suas consequências sociais, são provavelmente o problema existencial do presente.
As alterações climáticas são um fato e a aceleração do aquecimento global verifica-se atualmente também em nossas latitudes. No entanto, o problema continua a ser relegado aos procedimentos operacionais padrão do sistema político e econômico. Politicamente, a reação à crise climática reside na combinação entre a dependência da acumulação e de legitimidade que é característica do Estado democrático-capitalista: as condições de valorização ilimitada de capital devem ser mantidas apesar da evidente ameaça à reprodução material da vida social, mas, ao mesmo tempo, devem ser assegurados os pré-requisitos sociais para uma aceitação generalizada da economia capitalista. A política climática das sociedades ricas é moldada de modo correspondente: comitês de peritos nomeados publicamente informam, alertam e advertem e os governos tentam minimizar o problema ou omitem-se e adiam sua abordagem. No entanto, este modo de reação política é duramente contestado: enquanto ativistas climáticos e os países mais afetados pela aguda crise climática exigem uma política climática global mais eficaz e reivindicam a responsabilidade particular das primeiras nações industrializadas, os regimes autoritários de direita em todo o mundo praticam uma política regressiva de negação do problema e rejeição de agir.
A maioria das empresas e associações empresariais nos centros capitalistas, por outro lado, ostentam agressivamente sua consciência dos problemas ecológicos; o programa de atividades resultante abrange todo o espectro, desde uma reorientação da tecnologia de produção até o marketing estratégico e greenwashing. No entanto, seja como for, tudo continua no fundo como “business as usual”: os lucros econômicos individuais e a rentabilidade dos investimentos operacionais continuam a ser, inquestionavelmente, a prioridade central, a busca por matérias-primas continua a crescer inabalavelmente (e até mesmo de forma acelerada), o regime energético é reorganizado sem que o imenso consumo de energia das economias industriais tardias de elevada produtividade seja fundamentalmente questionado. Agarra-se estoicamente a um modo de produção que, ao destruir a natureza, mina necessariamente suas próprias condições materiais de reprodução. Se, de acordo com a lógica capitalista, os recursos naturais sempre foram tomados de forma barata e ilimitadamente disponível, o melhor cenário agora é mudarmos para a precificação do consumo da natureza – a meta de uma relação social com a natureza fundamentalmente alterada para além da instrumentalização e do consumo predatório não está na agenda; as relações de poder globais adaptam-se às novas realidade de crise e são, assim, atualizadas. As estratégias neocoloniais da União Europeia, especialmente da Alemanha, para o hidrogênio constituem um exemplo eloquente.
As contradições na forma predominante de lidar com o problema das alterações climáticas precipitam-se nas vidas e nas práticas cotidianas dos atores sociais em todo o mundo. Nas próprias sociedades ricas, a discrepância fundamental entre as necessidades ecológicas e o comportamento político-econômico é transferida para os sujeitos e é por eles processada eletivamente com autodisciplina (consumo ético) ou imputação externa (atribuição de responsabilidade a terceiros), dissociação (ignorância ativa) ou agressão (hiperconsumo ostensivo). Cada uma à sua maneira, estas formas individuais de reação – que estão distribuídas de forma extremamente desigual na estrutura social – têm efeitos de exonerar as práticas organizacionais e institucionais de proteção climática: as lutas cotidianas pela consciência ecológica “certa” e “errada” e um comportamento individual adequado ao clima tendem a desviar dos interesses e estratégias de ação dos atores econômica e politicamente poderosos. Como resultado, os padrões socialmente estabelecidos de uso de energia fóssil e maximização de opções pessoais são questionados, na melhor das hipóteses, de forma retórica, mas não prática. A posse de um carro e moradias unifamiliares, mobilidade individual e consumo de status, as insígnias do estilo de vida fordista, ainda são consideradas pela maioria da sociedade como adereços básicos da existência burguesa. A pretensa “luta cultural” pela continuação ou modificação de práticas cotidianas tem uma base material inconfundível: enquanto a retórica da liberdade mobilizada por movimentos autoritários de direita é abertamente excludente, a crítica de estilos de vida não ecológicos por parte de autointituladas vanguardas frequentemente carrega traços socialmente regressivos.
Nessas condições, aquilo que se mostra nas sociedades ricas como progresso climático (por exemplo, os balanços nacionais de CO₂) não está apenas mais ou menos distante das expectativas auto-estabelecidas, por exemplo, no que diz respeito à meta de 1,5°C, já estabelecida de acordo com critérios de exequibilidade política. Acima de tudo, os modos de processamento político das nações industrializadas ocidentais cimentam relações globais de desigualdade, pois o modo de produção capitalista de riqueza permanece, com isso tudo, inquestionado. Não é fortuito que tanto no discurso público quanto no científico, tenha prevalecido o discurso do “antropoceno”, no qual “o humano” ou “a humanidade” são identificados como fonte do mal planetário e convocados indiferenciadamente como o sujeito coletivo de uma reversão. Com isso, omite-se que as primeiras sociedades industrializadas da Europa e da América do Norte são historicamente responsáveis pela maior parte das emissões nocivas para o clima. Além disso, perde-se de vista que a raiz do problema encontra-se em um modo de produção capitalista já globalizado, baseado estruturalmente na desvalorização, apropriação e exploração das bases materiais da vida humana e não humana como “recursos” da produtividade econômica – recursos da reprodução social que, muito frequentemente, devem ser retirados das regiões periféricas do mundo e cuja apropriação e exploração desvalorizantes são mediadas pelas mais variadas formas de violência.
É justamente nos efeitos ecológicos da economia capitalista que a violência pode ser reconhecida não como um meio fortuito e possivelmente dispensável, mas constitutivo e necessário para a reprodução de relações sociais costumeiramente consideradas pacíficas e civilizadas. Fica, além disso, exemplarmente claro como a mudança climática não representa um fenômeno empírico e, de uma perspectiva positivista, delimitável, cuja investigação para de pé por si só. Pelo contrário, trata-se um fenômeno profundamente contraditório na sua constituição e elaboração social, que só pode ser concebido em interação com outras constelações contraditórias e, portanto, a partir de um nexo social global que, por sua vez, só pode ser compreendido como tal em uma perspectiva global. O verdadeiro objeto de uma análise crítica da constelação é, portanto, a formação social capitalista como um todo. Nesse quadro, o foco em estudos particulares pode ser direcionado para diferentes contradições analiticamente distinguíveis ou deslocado entre elas.
Os pontos de entrada em tal análise de constelação são, correspondentemente, numerosos. Ela pode partir da realidade social da migração, por exemplo, ou da contradição entre capitalismo de fortificação e recrutamento de força de trabalho – experimentada pelos sujeitos como racismo institucionalizado, que traz à tona lutas antirracistas e fomenta formas de auto-organização migrantes, assim como tentativas de suprassumí-las em políticas públicas de integração. Ela pode – e, assim como antes, deve – centrar-se na realidade social do trabalho: a do trabalho assalariado, em cuja prática cotidiana entrelaçam-se de maneira contraditória insegurança material e absorção ideal, aspirações referentes ao conteúdo do trabalho e retiro interno, solidariedade e encerramento social; e a do trabalho de cuidado e sustento, não menos relevante para a capacidade funcional da reprodução capitalista, mas até hoje estruturalmente desvalorizado como o outro do trabalho assalariado, deslocado para o setor privado ou informal, absorvido pela ideologia da família e explorado economicamente por seus recursos. Neste sentido, também as relações sociais de gênero estão permeadas de contradições – que, por sua vez, devem ser pensadas em entrelaçamentos com outras –, por exemplo, quando ganhos de emancipação para mulheres por meio de uma participação ampliada no mercado de trabalho são acompanhados não apenas por uma sistemática carga dupla de responsabilidades de cuidado distribuída de forma desigual, mas também por novas hierarquizações sociais e relações de exploração em virtude do repasse do trabalho de serviços a imigrantes. Por último, entram em cena as contradições de uma democracia moderna tardia, na qual a codeterminação política só pode ser afiançada por uma cidadania estatal excludente, a garantia da participação social é assegurada por um regime de fronteira assassino e os recursos materiais e simbólicos de envolvimento no discurso público são distribuídos de modo sistematicamente desigual. Uma democracia que, a serviço da paz, mostra-se cada vez mais militarista, e que responde com criminalização e repressão estatal aos robustos2 protestos contra a destruição dos fundamentos naturais da vida.
Perspectivas de pesquisa: contra o que opera por crise
As pesquisas futuras no IfS voltam-se para a formação social capitalista do presente como uma constelação contraditória global. Convencidas de que a dinâmica crítica desta formação social deve ser procurada na lógica dominante da sua atualização “modernizadora”, elas questionam os mecanismos concretos e os limites práticos de sua reprodução. Onde se fazem sentir as contradições da socialização capitalista? Como as experiências de contradição e impotência são elaboradas pelos sujeitos? Como os modos autoritário-regressivos de processamento de contradições tornam-se capazes de associação? Onde começam as lutas de emancipação? De quais pré-requisitos elas precisam? Quem lidera essas lutas? Quem as enfrenta? Com que ações políticas e jurídicas, materiais e ideológicas elas são abatidas, impedidas, repelidas, freadas, absorvidas, desviadas? Onde, por outro lado, elas são exitosas, em que sentido – e dentro de quais limites, com que efeitos possivelmente ambivalentes? O que transforma as lutas sociais em lutas emancipatórias?
O ponto de fuga de nosso interesse de conhecimento são as contratendências e os contramovimentos ao que opera por crise da modernidade capitalista tardia. Assim como a Teoria Crítica inicial, apostamos na tentativa de realizar investigações das ciências particulares em uma perspectiva teórica da sociedade e, inversamente, tornar os impulsos advindos das investigações das ciências particulares frutíferos para a teoria da sociedade. Como nas pesquisas passadas associadas à Escola de Frankfurt, o Instituto de Pesquisa Social continuará a representar um amplo espectro de temas e uma prática de transmissão de perspectivas e metodologias das ciências sociais e humanas. Como na história pregressa do IfS, continuaremos a trabalhar em uma crítica empiricamente fundamentada das relações de dominação social, em uma compreensão materialista tanto dos objetos de nossa pesquisa quanto de nossa própria posição de conhecimento. Nosso objetivo é fazer jus, também na produção científica do conhecimento, aos atores sociais que, em suas práticas cotidianas, têm inevitavelmente de lidar com o que opera em crise – sem poder substituir sua prática; e fortalecer as potências sociais que procuram opor-se, com qualquer forma de intenção emancipatória, ao “adiante assim” da reprodução capitalista – sem querer ensiná-las.
Em ambos os aspectos, na análise do que opera em crise ou na apreensão de práticas sociais (alternativas), o IfS continuará a ser um lugar para a ciência “normal” – seja ela empírica, teórica ou normativa –, com as limitações imanentes ao empreendimento científico. Contudo, a partir deste acoplamento de duas perspectivas, já emerge uma particularidade na pretensão crítica de pensar o existente contra o pano de fundo de alternativas possíveis e o que é desejável à luz das condições reais. O comprometimento com tal pretensão, idealmente, não deixa intocado o caráter da prática de pesquisa e do trabalho teórico, e possibilita realizar investigações que não são concretistas nem abstratas e que, a despeito de qualquer distanciamento científico, conservam uma proximidade e uma solidariedade com o mundo social em que se situam. Com isso, depois das experiências históricas de violência do século XX, conscientes do fracasso histórico dos movimentos revolucionários e cientes da irrefutável globalidade das relações presentes, indagamos, nada menos do que de maneira clássica, se e como a emancipação social ainda é concebível. A que experiências históricas de ação social transformadora pode ligar-se hoje a prática emancipatória? Em que medida e de que modo a Teoria Crítica da Sociedade e a Pesquisa Social podem fomentar tal prática? Como a prática científica pode ser configurada de modo a antecipar e ensaiar formas organizacionais e modos de relações sociais que vão além do que é criticado?
O Instituto de Pesquisa Social vê-se na obrigação de sondar as margens de manobra do que é possível e exequível nas condições dadas e nunca inteiramente autoimpostas de pesquisa moldada por projetos, financiada por terceiros e organizada burocraticamente. Diante da tendência de agravamento dos fenômenos de crise ecológica e econômica, social e política, é preciso formular uma crítica radical às relações sociais que se radicalizam. Em vista das tendências contrárias e das práticas opostas ao que opera mal, a Teoria Crítica declara hoje mais uma vez: aquilo que é não tem que ser, as pessoas podem alterar as relações, as condições para tal estão dadas agora. Mas as condições estão dadas em igual medida também para a atualização regressiva, autoritária e violenta do existente e para novas formas de regressão, autoridade e violência.
O fato de que as coisas realmente serão diferentes – e melhores – é tão pouco claro hoje quanto há cem anos. A Teoria Crítica hoje pode contribuir para abrir ou manter abertos espaços para outros conceitos, outras imagens, outros mundos imaginários. E ela pode rememorar que a transformação é uma questão de prática – política, mas também científica.
© 2023
Organizado pelo Instituto de Pesquisa Social (IfS)
(Tradução autorizada por Stephan Lessenich).
Institut für Sozialforschung an der
Goethe-Universität Frankfurt am Main
Senckenberganlage 26
D-60325 Frankfurt am Main
ifs.uni-frankfurt.de
IfS | Perspectivas é o resultado de um processo coletivo de discussão entre os membros do Instituto de Pesquisa Social.
Escritório de redação: Dirk Braunstein, Kai Dröge, Saskia Gränitz, Stephan Lessenich, Lena Reichardt, Miriam Schröder
Fotografia: Peter Peiker
Diagramação: Lena Haubner
Fonte: Theinhardt © Optimo
Impressão: Druckerei Schöpfel, Weimar
Notas
1 N. dos T.: Em alemão, Krisentheorie des Funktionierenden. O termo “das Funktionierende” é formado a partir da substantivação do verbo funktioneren (funcionar, operar) conjugado no particípio presente – assim como o termo das Bestehende (o existente), por exemplo. Aqui, optamos por realizar duas modificações. A primeira: trocar o verbo “funcionar” por “operar”, pela conotação mais positiva que “funcionar” possui em português. A segunda: trocar o particípio presente (“operante”), menos comum em português, por “o que opera”. No texto, trata-se de um conceito que se refere a uma formação social capitalista atual que opera por crises.
2 N. dos T.: O termo handfest aqui empregado pode ser vertido como “robusto”, “firme”, “sólido”. Ao pé da letra, significa “de mão apertada” e alude, assim, igualmente, à tática de ativistas climáticos na Alemanha e Europa de colar suas mãos em obras de arte e no asfalto como forma de protesto contra a inação dos Estados e empresas em relação à mudança climática.
O Anuário Lukács é uma revista que visa promover a publicação anual de traduções de textos do próprio Lukács ou artigos, resenhas, ensaios etc. cujos conteúdos sejam relacionados à sua produção teórica, ao seu percurso intelectual e atividade política. Confira o Dossiê “100 anos do História e Consciência de Classe”, com textos de Bruna Della Torre, Jorge Grespan, Werner Jung, Antonino Infranca, Adrian Johnston, Arlenice Almeida da Silva, Daniel Valente, María Belforte, Rüdiger Dannemann, Patrick Eiden-Offe e Ana Aguiar Cotrim.
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Bruna Della Torre é pós-doutoranda no Departamento de Sociologia da Unicamp sob supervisão de Marcelo Ridenti (bolsista Fapesp) e editora executiva da revista Crítica Marxista. Foi selecionada para receber a bolsa Max Horkheimer (em homenagem aos 50 anos da morte do autor) no Institut für Sozialforschung em 2023. Foi pesquisadora visitante no Centro Käte Hamburger de Estudos Apocalípticos e Pós-apocalípticos da Universidade de Heidelberg/Alemanha e realizou pós-doutorado no Departamento de Teoria Literária e Literatura Comparada da USP sob a supervisão de Jorge de Almeida, com estágio de pesquisa na Universidade Humboldt sob supervisão de Rahel Jaeggi e no Arquivo Walter Benjamin/Theodor W. Adorno da Akademie der Künste, em Berlim, com apoio do DAAD. Doutora em Sociologia (bolsista Capes), mestra em Antropologia Social sob a orientação de Lilia Katri Moritz Schwarcz (bolsista Fapesp) e bacharel em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo. Durante o doutorado, realizou estágio de pesquisa na Goethe Universität em Frankfurt am Main, sob orientação de Thomas Lemke e no Arquivo Arquivo Walter Benjamin/Theodor W. Adorno da Akademie der Künste, em Berlim (bolsista DAAD). Em 2016, realizou um doutorado sanduíche de duração de um ano no Departamento de Literatura da Duke University (EUA) sob orientação de Fredric Jameson, com bolsa da Capes. Foi, entre 2017 e 2018 e em 2021, professora substituta no Departamento de Sociologia da UNB. É autora do livro Vanguarda do atraso ou atraso da vanguarda? Oswald de Andrade e os teimosos destinos do Brasil, pesquisadora associada ao Laboratório de Estudos de Teoria e Mudança Social (Labemus) e membra da coletiva “marxismo feminista“. Tem experiência em pesquisa e docência no ensino superior nas áreas de teoria literária e sociologia. Suas pesquisas concentram-se, principalmente, nos estudos da relação entre estética e política, cultura, literatura e sociedade, na obra de Theodor W. Adorno e da Escola de Frankfurt e nos debates relativos à teoria crítica e ao marxismo contemporâneo.
Eduardo Altheman é pós-doutorando (2019-presente – PNPD/Capes) em Sociologia pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP).
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