A unidimensionalidade no século XXI: Herbert Marcuse e a racionalidade tecnológica

A unidimensionalidade é o inverso do pensamento dialético; é o conformar-se ao existente. [...] Marcuse tem muito a dizer sobre o momento que vivemos, mas precisamos reunir a coragem de ouvi-lo. Desde Marx, a negação do capitalismo passa necessariamente pela negação de nossa própria condição de trabalhadoras, mas também de consumidoras do que esse sistema nos apresenta como felicidade.

Por Bruna Della Torre

“Diante dos elementos totalitários dessa sociedade, a noção tradicional de ‘neutralidade’ não pode mais ser mantida. Tecnologia como tal não pode ser isolada do uso ao qual é submetida; a sociedade tecnológica é um sistema de dominação que já opera no conceito e construção das técnicas.”
Marcuse, O homem unidimensional

Gostaria de começar esse texto com uma anedota, contada por Fredric Jameson quando eu realizava um doutorado sanduíche na Universidade de Duke. Marcuse, que sempre fora um dos membros mais discretos da chamada Escola de Frankfurt, durante as décadas de 1950 e 1960 estava na Califórnia, onde lecionava na mesma universidade em que Jameson passou uma parte de sua carreira. O clima político era sufocante. O macartismo trabalhava intensamente para silenciar o marxismo e Marcuse era apenas um emigrado alemão que havia trabalhado para o governo nos esforços de guerra contra o nazismo durante a década de 1940 e que havia sido “deixado para trás” quando o Instituto de Pesquisa Social retornou à Alemanha. Até que um dia foi chamado para dar uma entrevista na televisão, na qual falou livremente sobre sua obra e seu diagnóstico do capitalismo americano naquele momento. Após assistir à entrevista, que foi um evento em meio à atmosfera política da reação, o reitor da universidade foi pego de calças curtas e, segundo o relato de Jameson, deu-se conta de que “aquele professor era, afinal de contas, um comunista!”. Daí em diante, Marcuse se tornaria um dos autores mais importantes da Nova Esquerda estadunidense. Seu enraizamento no país foi tão grande que no Museu de Karl Marx em Trier, cidade onde nasceu o primeiro teórico crítico, o nome de Marcuse ainda aparece listado como “sociólogo americano”. Esse equívoco conta como mais um dos inúmeros cometidos pelo SPD, que organiza a instituição, mas ainda assim é revelador. A publicação de O homem unidimensional: estudos da ideologia da sociedade industrial avançada em 1964 consolidou essa posição da teoria crítica nos EUA – o livro influenciou os movimentos de protesto contra a guerra do Vietnã, o movimento pelos direitos civis e o movimento feminista –, além de tornar Marcuse conhecido mundialmente.

Em 2024, o livro completará 60 anos. O impacto das reflexões de Marcuse nos Estados Unidos (como atesta Nancy Fraser em recente entrevista à presente edição da Margem Esquerda) foi imenso. Foi ele quem captou a essência do capitalismo naquele momento – ninguém analisou tão bem o entrelaçamento entre sonho e pesadelo do American way of life. Como é de se esperar com teorias que se pretendem ligadas à história, muita coisa prescreveu em seu livro. Mas o que eu gostaria de fazer aqui não é falar do que o tempo anulou, mas da atualidade do que sobrevive diante dos desafios analíticos impostos pelo momento atual. Como um sismógrafo sensível, capaz de captar um terremoto a léguas de distância, a teoria crítica de Marcuse adiantou algumas reflexões fundamentais para o nosso tempo.

Esses desafios estão ligados à mais recente configuração do capitalismo monopolista, que tem sido abordada de várias formas. Autores como Cédric Durand, Yanis Varoufakis e Jodi Dean defendem, cada um a seu modo, que vivemos em um momento de mudança fundamental do capitalismo, que justificaria inclusive essa mudança de nomenclatura para a expressão “tecnofeudalismo”, que designa um novo processo de cercamento dos mercados, inclusive do mercado de trabalho, pelas empresas de tecnologia que tem, por sua vez, como principal consequência a eliminação da concorrência que caracteriza o capitalismo. Grosso modo, essas teorias buscam mostrar como as chamadas Big Techs fazem com que todas as empresas de comércio (mas também toda a mídia tradicional) tenham que adentrar seu espaço virtual para acessar clientes, devido à sua relação imanente com a publicidade. O mesmo, diz Jodi Dean, se passaria com o trabalho: a classe trabalhadora também precisa passar por esses espaços virtuais controlados para conseguir um emprego – basta ver a proeminência das plataformas de trabalho em todo o Sul global. Essa reflexão é acompanhada por uma problemática tese de que uma nova servidão surgiria daí. Esses “cercamentos” seriam análogos àqueles produzidos no início do capitalismo industrial, que expropriaram a classe trabalhadora (e agora até mesmo parte do capital) de seus meios de sobrevivência. Isso significa que essa nova servidão mais avançada pela tecnologia digital também fomentaria uma série de novas formas de exploração e expropriação, que de certa maneira impulsiona a dialética entre o mais avançado e o mais arcaico própria do capitalismo, da generalização da forma valor e, ao mesmo tempo, da acumulação primitiva extrativista em suas formas mais violentas. Outros autores, como Nick Srnicek e Joseph Vogl (que precisam ser traduzidos urgentemente para o português), discorrem sobre o “capitalismo de plataforma”, uma espécie de mutação do capitalismo monopolista via digitalização e financeirização que solapa as soberanias nacionais e que altera as formas de produção, circulação e distribuição de mercadorias, capitais e mais-valor de forma inédita. Surge uma nova forma de governança algorítmica que será ainda mais intensificada pelo aparecimento da inteligência artificial. Vale lembrar aqui o recente embate de Mark Zuckerberg com a União Europeia sobre a regulação de dados de privacidade. Atualmente, uma só empresa é capaz de enfrentar um bloco continental inteiro no centro do capitalismo, muitas vezes sobrepor-se a ele e isso é visto como algo corriqueiro pela maior parte das pessoas. A relação entre sociedade e Estado transforma-se completamente nesse contexto. Outros autores, mais otimistas, procuram enxergar nessas novas tecnologias uma possibilidade de transformação social, apostando na dialética desse mundo da tecnologia; Evgeny Morozov fala em “socialismo digital” e Trebor Scholz em “cooperativismo de plataforma”. De uma forma ou de outra, todos esses autores parecem debruçar-se sobre as questões ligadas ao capital e ao trabalho, mas subvalorizam os efeitos políticos e ideológicos do novo arranjo.

Curiosamente, conforme disse nesta coluna em outras ocasiões, quase ninguém está mobilizando a teoria crítica para analisar esses fenômenos. Como se sabe, por várias razões, o chamado “marxismo ocidental”, designado como tal por seus detratores (eles próprios, ocidentais), descobriu na cultura um locus privilegiado tanto de resistência, quanto de reprodução do capitalismo. Para além das acusações – algumas vezes justificadas – de elitismo, eurocentrismo, machismo e racismo que essa tradição recebeu, ela tem uma contribuição fundamental que é inserir a mídia – a cultura enquanto meio – no centro da interpretação do surgimento do fascismo e da perpetuação do capitalismo monopolista. Ou seja, não se trata mais da cultura apenas enquanto um conjunto de obras de arte, práticas comunicativas e imaginativas ou mesmo bens culturais. A ideia de Theodor W. Adorno e de Max Horkheimer de que a indústria cultural é um sistema, um monopólio, que é ao mesmo tempo infra e superestrutura no capitalismo e a ideia posteriormente formulada por Fredric Jameson (que recorre de maneira heterodoxa a um modelo althusseriano) de que a cultura assumiu o lugar de infraestrutura na pós-modernidade nada mais são do que uma tentativa de investigar a relação entre cultura, capital e tecnologia e como ela se torna cada vez mais central para a compreensão desse sistema – um impulso que parece faltar no debate contemporâneo. Nesse sentido, o próprio livro Pós-modernismo, a lógica cultural do capitalismo tardio pode ser entendido como uma atualização da teoria da unidimensionalidade, especialmente se pensarmos que Jameson está tentando capturar as mudanças produzidas pelo vídeo e pelo computador individual, por exemplo, e demonstrar que essa nova infraestrutura produz uma abolição do tempo (e consequentemente da memória e da história) e, com isso, previne contra qualquer tipo de transcendência (vale lembrar aqui que um dos exemplos de Jameson consistia justamente o “derivativo financeiro”). Nesse contexto, penso que vale a pena resgatar as ideias de Marcuse para fazer algumas considerações a respeito dos problemas expostos acima.

O conceito de racionalidade tecnológica é uma constante na obra de Marcuse, um conceito polêmico que, em O homem unidimensional, tem o objetivo de ampliar um aspecto já presente em Marx. Para além das reflexões nos Grundrisse a respeito da “pós-grande indústria”, a tecnologia não é tida como um dos temas centrais de Marx – embora haja em sua obra uma série de reflexões sobre o assunto. Ela aparece na obra de juventude, no par forças produtivas-relações de produção, como parte integrante das primeiras, uma vez que o capitalismo depende da inovação tecnológica para sobreviver – vale lembrar a formulação presente no Manifesto Comunista, de que o capitalismo é um sistema que só se conserva por meio da sua própria expansão. Em O Capital, Marx trata, além disso, da passagem da maquinaria para a grande indústria e apresenta a tecnologia incorporada nas máquinas por meio da dialética entre trabalho morto e trabalho vivo. A conhecida metáfora do vampiro está justamente ligada ao modo como o trabalho morto consome o trabalho vivo e, por consequência, trata de como a tecnologia cumpre um papel central nesse processo. Partindo dessas reflexões, Marcuse amplia a teoria marxiana ao discutir como, sendo a sociedade capitalista uma sociedade tecnológica, as técnicas de industrialização imbuídas de uma racionalidade tecnológica são, elas também, formas de racionalidade política. Nesse aspecto, Marcuse vai além do conceito abstrato weberiano de “racionalidade instrumental” mobilizado por Adorno e Horkheimer (1985) na Dialética do Esclarecimento e opta pela ideia de racionalidade tecnológica, muito interessante para pensar os problemas atuais – quando o advento da inteligência artificial torna esse conceito quase literal.

O diagnóstico de Marcuse está assentado num debate sobre o capitalismo monopolista que o Instituto de Pesquisa Social realizou na década de 1940. Para além da querela sobre “capitalismo de Estado” (assentado no diagnóstico de Friedrich Pollock), sobre os rackets (cf. Regatieri, 2019) e a intensificação da dominação direta no capitalismo (abordagem de Horkheimer), há um diagnóstico mais ou menos partilhado entre os autores de que a monopolização do capitalismo produziu uma mudança na estrutura das classes. Trata-se sobretudo da ideia de que a dominação direta da burguesia sobre o proletariado no século XIX, isto é, a distância visível entre uma classe e outra cresceu a tal ponto no século XX, com a monopolização e as tendências de concentração de renda (que hoje explode), que a dominação não é mais identificada a uma classe específica. A dominação se esconde por trás dos conglomerados, do capital aberto das empresas e, hoje, dos grupos proprietários das plataformas (cf. Altheman, 2022). A classe dominante hoje já está, inclusive, planejando mudar-se para outro planeta e pavimentar a Lua enquanto destrói a Terra e, então, sairá finalmente de vista por completo. No entanto, mais do que isso, ela se esconde por trás da racionalidade tecnológica. Embora atuante como nunca, ela não é mais identificável na esfera da percepção imediata.

Isso não significa o fim das classes, mas o aprofundamento da dominação burguesa que é tornada opaca por esse processo. As consequências políticas desse arranjo são inúmeras e o papel que a racionalidade tecnológica ocupa nesse processo, central. Nesse contexto, a dominação se transforma em administração, uma dominação que se disfarça de afluência e que se estende para as esferas públicas e privadas. Conforme mostra Marcuse,

As formas dominantes de controle social são tecnológicas num sentido original […] nos tempos atuais, os controles tecnológicos aparecem como a Razão mesma corporificada para o benefício de todos os grupos sociais e interesses – a tal ponto que toda contradição parece irracional e toda contrarreação impossível (Marcuse, 2002, p.12).

Marcuse, num período de maior igualdade social produzida pelo Estado de Bem-Estar Social, discorria sobre um “véu tecnológico que esconde a reprodução da desigualdade” (Marcuse, 2002, p. 12). A tese problemática da integração do proletariado assentada no consumo de mercadorias (que até hoje ressoa em interpretações ainda mais polêmicas do lulismo por aqui) passa a fazer mais sentido quando se aborda o problema pela via da unidimensionalidade produzida pela racionalidade tecnológica que se apresenta como neutra, como algo aquém da política na medida em que produz pensamentos e comportamentos unidimensionais, isto é, despidos de negatividade (uma teoria da indústria cultural ampliada que pode ajudar também a pensar o véu tecnológico que se apresenta sob a forma da pobreza, desigualdade e precariedade digitalizada e financeirizada. A racionalidade tecnológica, nessa chave, impõe-se como única racionalidade possível:

Nós vivemos e morremos racionalmente e produtivamente. Sabemos que a destruição é o preço do progresso como a morte é o preço da vida, que a renúncia e o esforço são os pré-requisitos para a gratificação e o regozijo, que os negócios devem se perpetuar e que alternativas são utópicas. Essa ideologia pertence ao aparato social estabelecido (Marcuse, 2002, p.12)

Esse é um traço evidente do capitalismo atual, quando o capitalismo de plataforma assume o lugar dos antigos rackets, agora já mais poderosos que os próprios Estados nacionais. Por um lado, a nova infraestrutura digital apresenta-se como um novo véu tecnológico, que se torna ainda mais espesso e faz confluir o aparato, o que ele produz e quem o consome. De outro lado, o abismo entre as classes sob o neoliberalismo e a lógica de autorresponsabilização faz com que a revolta e frustração com as injustiças, precarização e o sofrimento produzido por essa sociedade sejam cada mais destituídas de objeto, pairando no ar, facilmente capturadas pela extrema direita que, por meio das redes sociais, o redireciona pela via do que Adorno chamou de “personalização”. A tecnologia, pela via das redes sociais, se tornou um grande sistema de redistribuição de medos e ressentimentos. Ou seja, serve como principal instrumento daqueles que visam conferir à raiva, que poderia ser produtiva para a transformação social, uma direção e presenteia-lhe com um ou mais bodes expiatórios: mulheres, imigrantes, esquerdistas, grupos LGBTQIA+ etc.

Não é fortuito que a publicidade imanente a essas formas torna-se, ela própria, um meio de vida. Conforme afirma Marcuse, não se trata de uma introjeção ou adaptação, mas de mimesis, de identificação total com o aparato e a sociedade que o produz. Basta ver como qualquer crítica às redes sociais é tomada pessoalmente inclusive em meios acadêmicos, que potencialmente deveriam assumir posição mais crítica diante desse Frankenstein. A ideologia é absorvida pela realidade e “a falsa consciência é incorporada pelo aparato técnico dominante” (Marcuse, 2002, ´p. 149). Essa tecnologia não está mais a serviço da melhoria do padrão de vida da maior parte da população, mas incrementa a exploração e as formas de extração de trabalho não pago e não só nas plataformas de trabalho – o livro de Kylie Jarrett sobre A dona de casa digital é fundamental para entender como as plataformas sociais se alimentam de trabalho não pago de seus usuários, constituindo inclusive uma nova e extensa face da reprodução social contemporânea.

A racionalidade tecnológica também dribla as preocupações com o autoritarismo, que historicamente estiveram vinculadas ao Estado. Nenhum Estado jamais conheceu seus cidadãos e cidadãs como as redes sociais conhecem hoje seus usuários. No mais íntimo de seu ser. Quem são, do que e de quem gostam, aonde vão, como votam, que horas dormem e acordam. Conforme mostra Shoshana Zuboff, hoje, uma plataforma de supermercado é capaz de saber se uma mulher está grávida antes dela mesma, quem pretende encerrar um relacionamento amoroso, entre outros exemplos. Além disso, mais ainda do que um Estado autoritário, essas redes, por meio dos smartphones e sua presença ostensiva, aniquilam a solidão – um espaço que, conforme ressalta Marcuse, sempre foi fundamental para a reflexão e para o pensamento negativo. Elas atualizam, com suas injeções de dopamina, o que Marcuse chamou de “euforia na infelicidade”. A neurociência comprova, hoje, a teoria crítica. Mas nada disso é novidade. O que precisamos enfrentar é a relação entre racionalidade tecnológica e a presente unidimensionalidade relacionada a uma nova pós-modernidade plataformizada.

Esta última tem a ver, na obra de Marcuse, com o desaparecimento da oposição, das formas de transcendência, da negação da realidade – algo que a arte resguardou e que a indústria cultural destruiu e destrói com o pretexto da democratização, que, mais do que igualdade, produz submissão e adaptação. A unidimensionalidade é o inverso do pensamento dialético; é o conformar-se ao existente. Mesmo as alternativas supracitadas, de socialismo digital e de cooperativismo de plataforma, demonstram o quão curta nossa imaginação política se tornou, incapaz de ir além das formas de organização social existentes e de compreender a racionalidade política por detrás da tecnológica. Aqui, inclusive, é preciso pensar com e contra Marcuse. Com a crise climática, a ideia de que uma sociedade emancipada poderia manter os níveis atuais de consumo e sua infraestrutura tecnológica não está mais dada. Ainda assim, num mundo no qual quase nada mais parece um tabu, a racionalidade tecnológica, completamente naturalizada, tornou-se o maior deles, intocável. Quem a questiona é chamado de ludista e de paranoica. O caráter irrealista da ideia de superação do capitalismo digital é sintomático, não de seu caráter utópico, mas do domínio total das formas que previnem contra isso.

Marcuse tem muito a dizer sobre o momento que vivemos, mas precisamos reunir a coragem de ouvi-lo. Desde Marx, a negação do capitalismo passa necessariamente pela negação de nossa própria condição de trabalhadoras, mas também de consumidoras do que esse sistema nos apresenta como felicidade.

Texto apresentado na 10ª conferência bienal da Marcuse Society, em Frankfurt.

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Bruna Della Torre é pós-doutoranda no Departamento de Sociologia da Unicamp sob supervisão de Marcelo Ridenti (bolsista Fapesp) e editora executiva da revista Crítica Marxista. Foi selecionada para receber a bolsa Max Horkheimer (em homenagem aos 50 anos da morte do autor) no Institut für Sozialforschung em 2023. Foi pesquisadora visitante no Centro Käte Hamburger de Estudos Apocalípticos e Pós-apocalípticos da Universidade de Heidelberg/Alemanha e realizou pós-doutorado no Departamento de Teoria Literária e Literatura Comparada da USP sob a supervisão de Jorge de Almeida, com estágio de pesquisa na Universidade Humboldt sob supervisão de Rahel Jaeggi e no Arquivo Walter Benjamin/Theodor W. Adorno da Akademie der Künste, em Berlim, com apoio do DAAD. Doutora em Sociologia (bolsista Capes), mestra em Antropologia Social sob a orientação de Lilia Katri Moritz Schwarcz (bolsista Fapesp) e bacharel em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo. Durante o doutorado, realizou estágio de pesquisa na Goethe Universität em Frankfurt am Main, sob orientação de Thomas Lemke e no Arquivo Arquivo Walter Benjamin/Theodor W. Adorno da Akademie der Künste, em Berlim (bolsista DAAD). Em 2016, realizou um doutorado sanduíche de duração de um ano no Departamento de Literatura da Duke University (EUA) sob orientação de Fredric Jameson, com bolsa da Capes. Foi, entre 2017 e 2018 e em 2021, professora substituta no Departamento de Sociologia da UNB. É autora do livro Vanguarda do atraso ou atraso da vanguarda? Oswald de Andrade e os teimosos destinos do Brasil, pesquisadora associada ao Laboratório de Estudos de Teoria e Mudança Social (Labemus) e membra da coletiva “marxismo feminista“. Tem experiência em pesquisa e docência no ensino superior nas áreas de teoria literária e sociologia. Suas pesquisas concentram-se, principalmente, nos estudos da relação entre estética e política, cultura, literatura e sociedade, na obra de Theodor W. Adorno e da Escola de Frankfurt e nos debates relativos à teoria crítica e ao marxismo contemporâneo.

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