Edyr Augusto recebe o prêmio APCA por “Eu já morri”

Conheça o escritor paraense que retrata o mundo do crime no Norte do país a partir de seus oito livros publicados pela Boitempo.

Nesta segunda-feira, 17 de julho de 2023, Edyr Augusto recebeu o prêmio APCA pelo livro de contos Eu já morri. Com oito livros publicados, sua produção literária está sendo adquirida para diversas adaptações cinematográficas.

Nascido em Belém, Edyr é contista, cronista, romancista, poeta, jornalista, radialista e dramaturgo. Suas narrativas estão todas ancoradas na realidade paraense. É autor de Os éguas, Moscow, Casa de caba, Um sol para cada um, Selva concreta, Pssica, Belhell e Eu já morri, todos publicados pela Boitempo. Em 2013, com a publicação de Os éguas na França (com o título Belém), o autor ganhou destaque na cena literária parisiense. O livro recebeu, em 2015, o prêmio Caméléon de melhor romance estrangeiro, na Université Jean Moulin Lyon 3. Desde então, seus romances vêm sendo traduzidos para o francês. Membro da Academia Paraense de Jornalismo, Edyr foi escritor homenageado da Feira Pan-Amazônica do Livro e Multivozes no ano passado.


CONHEÇA EDYR AUGUSTO

Eu já morri
Em 17 histórias, Edyr Augusto mais uma vez retrata com olhar ferino personagens singulares da cidade de Belém. São moradores de rua, figuras humildes, prostitutas, viciados, compondo um caleidoscópio de um submundo descrito em relatos ágeis e diretos, que prendem a atenção do leitor de forma quase magnética.

Os éguas
Um thriller regionalista que conta uma história de sexo, drogas, corrupção policial e morte. Em seu centro, um delegado alcoólatra ‘de mediana inteligência e vastos sofrimentos’. O cenário é Belém do Pará, surpreendentemente violenta e decadente, retratada sem qualquer condescendência.

Moscow
A obra é como um punho que atinge o leitor secamente, sem lhe deixar tempo para recobrar a respiração. O personagem central de Moscow é um jovem marginal envolvido num mundo repleto de violência, gangues, sexo, drogas e crime. Ambientado na praia do Mosqueiro, no Pará, o livro retrata personagens extremamente cruéis, verdadeiros, sem culpa e que poderiam ser encontrados não só ali, mas em São Paulo, Rio de Janeiro ou em qualquer outro lugar.

Casa de caba
Um romance surpreendente. Uma história que mistura vingança, estrelas americanas de rock na floresta amazônica e escândalos políticos com linguagem, forma e ritmo que agarram o leitor. Uma história de ação contada nas diversas vozes e pontos de vista dos seus personagens

Um sol para cada um
Os personagens dos 36 textos são escancaradamente verdadeiros e, por isso mesmo, perturbadores. Suas ações e contradições são descritas de maneira direta por Edyr, observador acurado e estilista talentoso. Ficção realista que se recusa a cair em dogmatismos, em Um sol para cada um não há espaço para meias palavras ou tons pastéis

Selva concreta
Ambientado em Belém, o romance traz incômodas semelhanças com a experiência urbana de qualquer cidade na periferia do capitalismo. Explorando as patologias e os vícios do submundo próprios às metrópoles brasileiras, marcadas pela má distribuição de renda e pelo abuso de poder, Edyr compõe um retrato inusitado e desconfortante do Brasil contemporâneo.

Pssica
Em Pssica, que na gíria regional quer dizer ‘azar’, ‘maldição’, a narrativa se desdobra em torno do tráfico de mulheres. Uma adolescente é raptada no centro de Belém do Pará e vendida como escrava branca para casas de show e prostituição em Caiena. Um imigrante angolano vai parar em Curralinho, no Marajó, onde monta uma pequena mercearia, que é atacada por ratos d’água (ladrões que roubam mercadorias das embarcações, os piratas da Amazônia) e, em seguida, entra em uma busca frenética para vingar a esposa assassinada.

Belhell
Belhell é Belém, capital paraense, que, mais uma vez, pelas mãos de Edyr Augusto, se vê transformada não em cenário, mas em verdadeiro personagem desse brevíssimo romance urbano. Suas ruas, avenidas, becos, lanchonetes, clubes, casas noturnas, prostíbulos e hospitais são redimensionados pelas ações de Gil, Paula, dr. Marollo, Paulo e Sérgio Aragão. 



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