5 leituras para fortalecer a luta antirracista
A Boitempo repudia as agressões racistas sofridas recorrentemente por Vinicius Jr. nos campos europeus. Para contribuir com essa discussão fundamental, indicamos 5 leituras e dois vídeos gratuitos para difundir a discussão e fortalecer a luta antirracista.
Como a Europa subdesenvolveu a África, de Walter Rodney
A obra detalha o impacto da escravidão e do colonialismo na história da África. Escrita em 1972 e publicada agora pela primeira vez em língua portuguesa, é considerada uma obra-prima da economia política, argumenta que o inabalável “subdesenvolvimento” africano não é um fenômeno natural, e sim um produto da exploração imperial do continente, prática que continua até hoje. Um dos principais argumentos ao longo do livro é o de que a África desenvolveu a Europa na mesma proporção em que a Europa deliberadamente subdesenvolveu o continente africano.
Escritos políticos, de Frantz Fanon
Publicado pela primeira vez no Brasil e com tradução direta do francês, Escritos políticos abrange uma seleção de artigos jornalísticos de Frantz Fanon. Redigidos originalmente para o El Moudjahid, jornal da Frente de Libertação Nacional da Argélia, do qual Fanon foi colaborador de 1957 a 1960, os textos acompanham o cotidiano do colonialismo francês na Argélia, o desenvolvimento da luta pela libertação nacional do povo argelino e a formação do movimento internacional dos países colonizados e do terceiro mundo em meados do século XX. Exibindo uma prosa vigorosa, ao mesmo tempo cortante e poética, os artigos reunidos nesta obra trazem ao leitor os desdobramentos teóricos ocorridos em uma fase decisiva do pensamento de Fanon. Além disso, deixam ver seu trabalho de agitação política e sua visão estratégica a respeito de conflitos de grande escala que, a seu ver, abriam um horizonte de cura revolucionária para a alienação da humanidade.
Marxismo e questão racial, de Silvio Almeida (org.)
Publicado originalmente como dossiê de capa organizado por Silvio Almeida para revista Margem Esquerda, o volume põe em xeque a suposta incompatibilidade entre esses dois eixos de reflexão social postulando que seu afastamento mútuo é profundamente nocivo para ambos. Para Almeida, um marxismo que não debata seriamente a questão racial só pode ser caracterizado como débil pois fica inviabilizado de cumprir sua tarefa histórica e teórica maior; e um antirracismo que se recusa a articular a questão racial às determinações materiais do modo de produção capitalista perde combatividade e deixa de apreender aspectos fundamentais de sua própria situação e potencialidade enquanto movimento negro.
Interseccionalidade, de Sirma Bilge e Patricia Hill Collins
A interseccionalidade se tornou tema recorrente nos círculos acadêmicos e militantes. Mas qual é o significado exato do termo e por que surgiu como ferramenta indispensável para pensar as desigualdades sociais de raça, classe, gênero, sexualidade, idade, capacidade e etnia? Nesta obra, as autoras fornecem uma introdução muito necessária ao campo do conhecimento e da práxis interseccional. Elas analisam o surgimento, o crescimento e os contornos do conceito e mostram como as estruturas interseccionais abordam temas diversos, como direitos humanos, neoliberalismo, política de identidade, imigração, hip hop, protestos sociais, diversidade, mídias digitais, feminismo negro no Brasil, violência e Copa do Mundo de futebol. Escrito de maneira acessível e usando exemplos reais para ilustrar seus argumentos, o livro destaca o potencial da interseccionalidade para compreender as desigualdades e trazer mudanças orientadas à justiça social.
A liberdade é uma luta constante, de Angela Davis
Os textos trazem reflexões sobre como as lutas históricas do movimento negro e do feminismo negro nos Estados Unidos e a luta contra o apartheid na África do Sul se relacionam com os movimentos atuais pelo abolicionismo prisional e com a luta anticolonial na Palestina. Além de sua reconhecida atuação política no combate ao racismo, Davis denuncia também o sexismo, demonstrando de forma muito objetiva a relação entre a violência contra a mulher e a violência do Estado.De acordo com a autora, não há possibilidade de se combater a violência sem desmontar as estruturas do sistema capitalista. Ao afirmar que, ‘quando as mulheres negras se movem, toda a estrutura política e social se movimenta na sociedade’, Davis sintetiza a importância fundamental do movimento das mulheres negras na desestruturação e desestabilização das rígidas e consolidadas relações desiguais de poder na sociedade, representadas pela dinâmica de violência, supremacia branca, patriarcado, poder do Estado, mercados capitalistas e políticas imperiais.
ASSISTA NA TV BOITEMPO
Como a Europa subdesenvolveu a África, debate com Douglas Rodrigues Barros, Marjorie Chaves e Matheus Gato, mediação de Messias Martins.
O que é racismo estrutural, com o filósofo do direito e Ministro de Estado dos Direitos Humanos e da Cidadania do Brasil Silvio Almeida
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