Dia da luta feminista!

A história das mulheres que lutaram pelo 8 de março nos inspira a lutar por um feminismo anticapitalista, antirracista, antiLGBTfóbico para a maior parte das mulheres e não somente por um empoderamento de algumas. O dia 8 de março foi e sempre será um dia de luta feminista!

Em 1910, Clara Zetkin propôs, na II Conferência Internacional da Mulher Socialista em Copenhague, um dia internacional dedicado à reivindicação dos direitos das mulheres com a intenção de unificar uma data para celebrar a solidariedade internacional na luta pelos objetivos comuns. Ainda não havia, no entanto, um dia definido e, entre 1911 e 1914, o Dia Internacional das Mulheres foi comemorado em datas diferentes do mês março. Apenas em 8 de março de 1917, com a deflagração da greve das tecelãs de São Petersburgo, que impulsionou a Revolução Russa, esta data foi consagrada como o Dia Internacional das Mulheres. Organizações internacionais – como a ONU e a UNESCO – demoraram mais de 50 anos para reconhecer a data, e só o fizeram por pressão e insistência dos movimentos feministas.

É importante relembrarmos os caminhos que levaram à instituição dessa data como forma de impedir que seu conteúdo emancipatório e sua potência revolucionária sejam esvaziados e transformados apenas em produtos pelo capitalismo.

A história das mulheres que lutaram pelo 8 de março nos inspira a lutar por um feminismo anticapitalista, antirracista, antiLGBTfóbico para a maior parte das mulheres e não somente por um empoderamento de algumas.

O dia 8 de março foi e sempre será um dia de luta feminista!


Hoje (08/03), às 15h, teremos um debate sobre os Desafios do feminismo para um país em reconstrução, com Amanda Palha, Camila Rocha, Esther Solano, Ingrid Sateré-Mawé, Flávia Biroli e Preta Ferreira, na TV Boitempo:

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Para saber mais sobre o tema, confira aqui no Blog da Boitempo:
Quais as origens do Dia Internacional das Mulheres?, por Daniela Lima
O dia da mulher, por Aleksandra Kollontai
Às que vieram antes de nós: histórias do Dia Internacional das Mulheres, por Daniela Lima
As mulheres de 1917, por Megan Trudell
A Revolução também foi feminista, por Flávia Biroli
A revolução das mulheres: uma antologia necessária, por Daniela Lima


Disponibilizamos gratuitamente o e-book Introdução ao pensamento feminista negro, com textos sobre Angela Davis, Audre Lorde, bell hooks, Lélia Gonzalez, Michelle Alexander, Sueli Carneiro e Conceição Evaristo, assinados por Rosane Borges, Juliana Borges, Nubia Regina Moreira, Stephanie Borges, Raquel Barreto e Evilânia Santos, nas lojas da KoboGoogle, Apple ou Amazon

Confira também o e-book Introdução ao pensamento feminista negro/Por um feminismo para os 99%, com escritos de Aleksandra Kollontai, Silvia Federici, Patricia Hill Collins e Sirma Bilge, Tithi Bhattacharya, Amanda Palha, Flávia Biroli, Angela Davis, Nancy Fraser e Rahel Jaeggi, Sueli Carneiro, Talíria Petrone, Ana Luiza Pinheiro Flauzina e Judith Butler. Disponível gratuitamente nas lojas da KoboGoogleApple ou Amazon


Feminismo para os 99%, de Nancy Fraser, Cinzia Arruzza e Tithi Bhattacharya: Spotify | Deezer | Storytel | Kobo
Mulheres e caça às bruxas, de Silvia Federici: Spotify | Deezer | Storytel | Kobo


Para conhecer as origens do 8 de março

A revolução das mulheres: emancipação feminina na Rússia soviética: artigos, atas panfletos, ensaios, organização de Graziela Schneider Urso
Coletânea de artigos de Nadiéjda Krúpskaia, Anna Kalmánovitch, Olga Chapír, Maria Pokróvskaia, Liubov Guriévitch, Ekaterina Kuskova, Ariadna Tirkóva‑Williams, Aleksandra Kollontai, Inessa Armand, Elena Kuvchínskaia e Konkórdia Samóilova. Nos textos de intervenção e reflexão sobre a condição e a emancipação da mulher, destaca-se sobretudo a importância da igualdade entre os gêneros na defesa da classe trabalhadora: a separação entre mulheres e homens interessava apenas ao capital, para a Revolução Russa a luta deveria ser conjunta. A leitura, que percorre temas como feminismo, emancipação, trabalho, luta de classes, família, leis e religião, permite distinguir que houve, de fato, a conquista de direitos desde então, mas também demonstra que diversos critérios desiguais continuam em vigor, o que torna os textos, apesar de clássicos, mais atuais do que nunca. 

Mulher, Estado e revolução: política da família soviética e da vida social entre 1917 e 1936, de Wendy Goldman
Uma premiada análise de estrutura familiar, sexualidade, casamento e divórcio na União Soviética, que explora como as mulheres responderam às tentativas bolcheviques de refazer a família e como as suas opiniões e experiências, por sua vez, foram utilizadas pelo Estado para atender às suas próprias necessidades.


Para entender os desafios do feminismo no Brasil e na América Latina

Gênero e desigualdades: limites da democracia no Brasil, de Flávia Biroli
A obra apresenta as muitas transformações nas relações de gênero ocorridas nas décadas recentes. Situada no contexto brasileiro, ilumina as discussões sobre desigualdade entre homens e mulheres com o objetivo de compreender os impasses que se apresentam na construção de relações de gênero mais justas.  Os grandes temas do feminismo pós-1970 aparecem, em cada capítulo, com os diversos cenários históricos mundiais e nacionais que os moldaram, frearam ou impulsionaram as lutas das mulheres. Situada no contexto brasileiro, a obra ilumina as discussões sobre desigualdade entre homens e mulheres com o objetivo de compreender os impasses que se apresentam na construção de relações de gênero mais justas. Para responder a esse desafio, a autora examina temas fundamentais dos direitos das mulheres, do feminismo e da democracia brasileira.

Gênero, neoconservadorismo e democracia: disputas e retrocessos na América Latina, de Flávia Biroli, Maria das Dores Campos Machado e Juan Marco Vaggione
Fruto de uma investigação transnacional realizada no decorrer de 2018 e 2019 e de um profícuo diálogo envolvendo as duas autoras e o autor, esta obra analisa as relações entre gênero, religião, direitos e democracia na América Latina. Com o fim da chamada “onda vermelha” na região, é significativo o aumento da atuação de católicos e evangélicos conservadores na política, com forte reação às políticas de equidade de gênero, direitos LGBTQI e saúde reprodutiva. Flávia Biroli, Maria das Dores Campos Machado e Juan Marco Vaggione destacam o uso, por agentes conservadores, de expressões como “ideologia de gênero”, “feminismo radical” e “marxismo cultural” para justificar normas que promovem exclusões, vetos a perspectivas críticas e o fim de políticas públicas importantes para mulheres e minorias, corroendo, por dentro, a democracia na região.

Feminismo em disputa: um estudo sobre o imaginário político das mulheres brasileiras, de Esther Solano, Beatriz Della Costa e Camila Rocha
Como ampliar os direitos das brasileiras, contando com o apoio de mais mulheres, de diferentes vertentes políticas? Em um momento de extremo embate, com o governo mais conservador desde a redemocratização e em meio a inúmeras investidas para retroceder direitos conquistados ao longo dos anos, essas são questões latentes. Nesta obra, as pesquisadoras Beatriz Della Costa, Camila Rocha e Esther Solano apresentam uma minuciosa pesquisa feita com mulheres de vários espectros sociais e ideológicos para entender consensos e dissensos no que diz respeito ao feminismo e aos direitos das mulheres hoje.


Para compreender o pensamento feminista negro

Pensamento feminista negro: conhecimento, consciência e a política do empoderamento, de Patricia Hill Collins
Escrito em 1990, o livro faz parte do cânone bibliográfico dos estudos de gênero e raça nos Estados Unidos. A autora mapeia os principais temas e ideias tratados por intelectuais e ativistas negras estadunidenses como Angela Davis, bell hooks, Alice Walker e Audre Lorde, e assim constrói um panorama do feminismo negro com referências de dentro e de fora da academia. Nesta obra intelectualmente rigorosa, Collins contempla tradições teóricas diversas, como a filosofia afrocêntrica, a teoria feminista, o pensamento social marxista, a teoria crítica e o pós-modernismo.

Bem mais que ideias: a interseccionalidade como teoria social crítica, de Patricia Hill Collins
Após a consolidação da interseccionalidade como campo de investigação, é necessário que o conceito se torne uma teoria social crítica capaz de abordar problemas sociais contemporâneos e apontar as mudanças necessárias para solucioná-los. Em Bem mais que ideias, a socióloga Patricia Hill Collins apresenta um conjunto de ferramentas analíticas para impulsionar essa mudança.

Mulheres, raça e classe, de Angela Davis
Obra fundamental para se entender as nuances das opressões. Davis Começa o livro tratando da escravidão e de seus efeitos, da forma pela qual a mulher negra foi desumanizada, demonstrando a impossibilidade de se pensar um projeto de nação que desconsidere a centralidade da questão racial, já que as sociedades escravocratas foram fundadas no racismo. Além disso, a autora mostra a necessidade da não hierarquização das opressões, ou seja, o quanto é preciso considerar a intersecção de raça, classe e gênero para possibilitar um novo modelo de sociedade. Davis também apresenta o debate sobre o abolicionismo penal como imprescindível para o enfrentamento do racismo institucional e denuncia o encarceramento em massa da população negra como mecanismo de controle e dominação.

O sentido da liberdade e outros diálogos difíceis, de Angela Davis
Qual é o sentido da liberdade? Ao longo de décadas de trabalho, a filósofa Angela Davis se dedica a analisar a questão que dá título a este livro e a propor caminhos para extinguir todas as formas de opressão que negam aos sujeitos liberdade política, cultural e sexual. Publicados pela primeira vez em português, os doze textos que compõem o livro foram palestras realizadas por Angela Davis entre 1994 e 2009 e abordam a relação entre neoliberalismo, racismo, opressões de gênero e classe e o fenômeno da expansão da indústria da punição (ou complexo industrial-prisional) nos Estados Unidos. 


Para quem está iniciando na luta

Feminismo para os 99%: um manifesto, de Nancy Fraser, Cinzia Arruzza e Tithi Bhattacharya
Moradia inacessível, salários precários, saúde pública, mudanças climáticas não são temas comuns no debate público feminista. Mas não seriam essas as questões que mais afetam a esmagadora maioria das mulheres em todo o mundo? Inspiradas pela erupção global de uma nova primavera feminista, Cinzia Arruzza, Tithi Bhattacharya e Nancy Fraser, organizadoras da Greve Internacional das Mulheres (Dia sem mulher), lançam um manifesto potente sobre a necessidade de um feminismo anticapitalista, antirracista, antiLGBTfóbico e indissociável da perspectiva ecológica do bem viver.
Disponível em audiolivro aqui!

Feminismo e política: uma introdução, de Flávia Biroli e Luis Felipe Miguel
A obra discute as principais contribuições da teoria política feminista produzida a partir dos anos 1980 e apresenta os termos em que os debates se colocam dentro do próprio feminismo, mapeando as posições de diferentes autoras e correntes. O resultado é um panorama inédito do feminismo atual, escrito de maneira a introduzir os leitores pouco familiarizados nas discussões, sem por isso reduzir sua complexidade.


Para as netas das bruxas que não conseguiram queimar

Mulheres e caça às bruxas: da Idade Média aos dias atuais, de Silvia Federici
Por que voltar a falar, hoje, sobre caça às bruxas? Em Mulheres e caça às bruxas, Silvia Federici revisita os principais temas de um trabalho anterior, Calibã e a bruxa, e nos brinda com um livro que apresenta as raízes históricas dessas perseguições, que tiveram como alvo principalmente as mulheres. Federici estrutura sua análise a partir do processo de cercamento e privatização de terras comunais e, examinando o ambiente e as motivações que produziram as primeiras acusações de bruxarias na Europa, relaciona essa forma de violência à ordem econômica e argumenta que marcas desse processo foram deixadas também nos valores sociais, por exemplo, no controle da sexualidade feminina e na representação negativa das mulheres na linguagem. 
Disponível também em audiolivro aqui!

O patriarcado do salário: notas sobre Marx, gênero e feminismo (v.1), de Silvia Federici
Coletânea de artigos que abordam a relação entre marxismo e feminismo do ponto de vista da reprodução social. Retomando diversas discussões presentes nas obras de Karl Marx e Friedrich Engels, a autora aponta como a exploração de trabalhos como o doméstico e o de cuidados, exercido pelas mulheres sem remuneração, teve e tem papel central na consolidação e na sustentação do sistema capitalista.



Da reivindicação dos direitos da mulher ao marxismo feminista, com Eunice Ostrensky, Maria Lygia Quartim de Moraes, Marília Moschkovich, Anna Bárbara Araujo, Helena Silvestre, Renata Gonçalves, Angela Figueiredo, Núbia Moreira, Flávia Biroli, Talíria Petrone, Virgínia Fontes e Bruna Della Torre


As origens comunistas do 8 de março, com Maria Lygia Quartim de Moraes


A revolução das mulheres: antologia de feministas soviéticas, com Maria Lygia Quartim de Moraes


A invisibilização da mulher na história, com Maria Lygia Quartim de Moraes


A revolução das mulheres, com Wendy Goldman e Maria Lygia Quartim de Moraes


O que as feministas soviéticas podem ensinar sobre família e Estados na pandemia?, com Wendy Goldman e Flávia Biroli

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