O princípio esperança bolsonarista

Curiosamente, porém, a esquerda se aferra ao presente, enquanto a extrema-direita se importa com o futuro. Com sinal invertido, a extrema-direita espera no futuro encontrar algo, lutando no presente. É aqui que surge a esperança da extrema-direita: a capacidade de mediação e transposição dos limites daquilo que está posto.

FOTO: EDISON BUENO/PHOTOPRESS/ESTADÃO

Por Douglas Rodrigues Barros

No meio da estrada, a caminho de um malfadado concurso de professor substituto no Rio de Janeiro, me vejo de repente interpelado por dezenas de imagens no celular. Era domingo, dia 8 de janeiro de 2023. Tudo o que eu queria, no entanto, era ficar desconectado. Sigo viagem sem interromper a leitura de Do fim, um livro feito a partir de uma conversa com Badiou e Giovanbattista Tusa.1 Livro aliás belíssimo, de tradução conscienciosa, que exprime de maneira primorosa o conceito Acontecimento. “O acontecimento ocupa assim a posição paradoxal de estar a um só tempo situado e desligado de todas as regras da situação”, diz Tusa na página oito. Separe essa noção: acontecimento. Ela terá um peso importante. Mas veja, desocupado leitor, esse é um daqueles insignificantes acasos: ler um livro cujo título se chama Do fim quando no Distrito Federal centenas de militantes de extrema-direita tentam pôr fim à República. Impressionante como sempre nos pensamos no centro dos acontecimentos…

O fenômeno é novo no país, mas a verdade é que já faz pouco mais de dez anos de ascenso da extrema-direita mundo afora. O primeiro caso, talvez o marco: Grécia com o Aurora Dourada. Depois de trinta anos de ostracismo, o partido se torna expressivo em 2010 ao ocupar a sua primeira cadeira no Conselho da Cidade (legislativo municipal) de Atenas. Já em 2012, a extrema-direita, claramente fascista, aparecia como possível alternativa para um contingente significativo de gregos. Ora, logo na Grécia, um país de tradição na luta socialista… O decurso da história já é conhecido: o Syriza, enorme coligação de movimentos e partidos de esquerda – partido que se configurou a partir das grandes lutas nas ruas de Atenas graças à brutalidade da polícia2 (sempre ela) e a crise – ao se atar às esferas da gestão do Estado grego, simplesmente ignorou o referendo que ele mesmo lançou.

Se, entretanto, voltarmos duas casas atrás, em 2011, lembraremos do atentado do nazista Breivik contra jovens noruegueses social-democratas. Com armas automáticas, Breivik tirou a vida de 77 pessoas, foi condenado a 21 anos de prisão, processou e ganhou o processo contra sua cadeia – no processo movido, ele a acusava de atentado aos direitos humanos –, conseguindo ainda cursar Ciência Política à distância pela prestigiosa Universidade de Oslo. Ademais, ficou famoso por seus discursos e sua impudente defesa do nacional-socialismo, por meio da qual logrou obter dezenas de admiradores.

Esse é um modelo grave de como a atual sociedade, regida pelos princípios liberais burgueses, a despeito de toda tragédia ocorrida no passado, não tem a mínima ideia de como lidar com o fascismo contemporâneo. Não recorro a exemplos extremos senão para apontar, em seguida, como eles foram embrionários e abriram caminhos para a organização de lideranças de extrema-direita ao redor do globo. E, apesar da diversidade da internacional fascista atual, alguns nomes devem prender nossa atenção: Donald Trump nos Estados Unidos, Jair Messias Bolsonaro no Brasil, Giorgia Meloni na Itália, Viktor Orbán na Hungria, e Itamar Ben-Gvir, cuja nomeação teve peso decisivo na vitória do premiê israelense Netanyahu.

Cada partido e movimento de extrema-direita, evidentemente, tem sua própria especificidade. Faz parte de um coro próprio. Mas tem algumas características em comum, um ódio latente ou explícito contra “na maior parte das vezes imigrantes e/ou muçulmanos, comportamentos baseados em racismo, xenofobia, intolerância religiosa, homofobia, misoginia e, o mais comum, o nacionalismo fundamentalista.”3 Com mais de dez anos ganhando expressão política, a extrema-direita tem engrossado o coro contra “tudo que está aí” e reforçado a onda conservadora sobre todos os espectros políticos através de um nacionalismo obtuso copiado por uma pequena fração da esquerda. Olhando, portanto, para nosso quintal, concluo que não só não é possível compreender o bolsonarismo olhando apenas para os muros que circundam esse quintal, como também esse não é um movimento passível de ser desbaratado no âmbito da formalidade jurídico-parlamentar. Trata-se de algo mais visceral: a política. A extrema-direita tornou-se aquela que movimenta o quadro político.

Mas, naquele domingo, enquanto eu seguia pela estrada não dava muita bola para todas essas coisas. Eu só queria, afinal, terminar meu livro, Do fim. Não demorou muito para de maneira abrupta receber, de um amigo, uma mensagem no celular: “você precisa ouvir esse áudio!”

Segue a transcrição:

“Tem muita gente reclamando: ‘ah, que as forças armadas não entraram!’ Eu já tinha falado para alguns colegas, os presidentes: o Bolsonaro – que é escolhido divino no Brasil – e o Trump – que é escolhido divino nos Estados Unidos – eles obedecem a confederação galáctica dos mundos que é de extraterrestre, gente! Por isso que fica difícil de explicar porque quem não acredita em extraterrestre não sabe o que está acontecendo, mas eu sei! Eu estudo há mais de três anos, essa guerra aqui não é só uma eleição. Isso é uma guerra apocalíptica […] As forças armadas brasileiras já sabem o que a gente quer! Eles sabem, mas não tem permissão porque a permissão será quando Deus der! […] Se tranquilizem porque a história do Lula ladrão vai até março. Temos que continuar orando […] nós teremos nossa liberdade, isso é certo! E depois teremos coisas fascinantes, vai mudar tudo, vai mudar medicina, direito e educação. Teremos Madbads, processos de cura, nos curaremos de tudo! Não precisaremos pagar energia! Viveremos no paraíso!”

O áudio em questão, logo viralizado, descrevia uma guerra apocalíptica e intergaláctica. Uma espécie de posadismo às avessas. Jesus era o positivo lutando contra o negativo (o diabo), termos usados pela autora. Com certeza, o realismo fantástico está em crise, já que a realidade, de tão fantástica, superou a própria fantasia. E por mais surpreendente que possa soar, esse áudio é um dentre milhares que vazam todos os dias de grupos bolsonaristas organizados no WhatsApp. Fóruns de discussão, youtubers e mesmo igrejas espalham diuturnamente informações falsas. O que parece alimentá-las, contudo, para além dos algoritmos que estabilizam bolhas de maneira eficiente ou da suposta ignorância, é um desejo comunitário de se ver livre da vida tal como está posta. Uma identificação na mensagem que confirma justamente as aspirações daqueles que a ouvem. Nesse caso, as mensagens não aparecem por acaso nos celulares de seus receptores, os quais, por sua vez, acreditam também estar sempre no centro dos acontecimentos…

Em novembro do ano passado, 2022, numa mesa na USP que compartilhei com Silvia Viana, autora do já clássico Rituais de sofrimento,4 fui despertado do sono dogmático quando ela disse: “Ninguém viaja segurando o desembaçador do vidro de um caminhão e, portanto, colocando a própria vida em risco, sem uma crença fundamental do acerto daquilo que está fazendo… O bolsonarismo está do lado da utopia, mesmo que a utopia deles para nós soe como profundamente distópica!”. Essas palavras, aliadas à ideia de que o bolsonarismo encarnou a política, dão pistas para entender a força do fenômeno e da intransigência de seus adeptos.      

Chego no Rio, na casa de Felipe Demier, e ligamos a televisão…

A recepção pública aos atos “bolsonaristas” foi consensual. E é sempre preciso ficar atento a consensos. Muitas falas apaixonadas, outras tantas inflamadas clamavam pela ordem. “Ah, a ordem!” Plantões e mais análises. Nossa tão perfumada classe jornalística entrou no ringue. Era preciso, afinal, a República tinha sido atacada. Agora eles podiam se posicionar. E como é curioso de repente descobrir que a maioria não consegue ir além do script aprendido desde os tenros anos de formação. Milhares de análises, lives para todos os públicos. Flávio Dino parecia se culpar tal como Santo Agostinho por ter roubado uma maçã no cesto: “Ontem mesmo tivemos uma reunião e hoje eles fazem isso… é inacreditável!”, disse na vigília da GloboNews.

Do outro lado, centenas de detidos com a camisa do Brasil entravam como ovelhas no ônibus da polícia. Mas, foram raras as preocupações com o adversário e, no geral, as análises não tratavam do objeto de sua ojeriza. Celerados, vândalos, terroristas eram os adjetivos lançados no retórico texto da maioria. Adjetivos que, como diria Machado de Assis, vão passar, enquanto a substância daquilo que impregna a ação da extrema-direita irá permanecer. Para compreender a nossa extrema-direita além do adjetivo, que tem por finalidade conformar o outro naquilo que se quer e confortar o eu, carrego três hipóteses, a saber: a) a manutenção do ideário neoliberal a despeito da crise de 2008; b) o fim de um arranjo social baseado na gestão via democracia liberal, e; c) a massiva popularização das redes sociais.

Sabemos que a transformação do metabolismo do capital redefine o imaginário social. Ou seja, o neoliberalismo enquanto ideologia é uma resposta da reestruturação produtiva como forma de reprodução social do capitalismo tardio.  Não quero, contudo, reafirmar um certo economicismo “marxista” que vê na queda tendencial da taxa de lucro uma chave para a compreensão das atuais crises, e outras por vir. Não porque a julgo equivocada – quem sou eu? –  e sim porque muitas vezes ela é usada como muleta e se deixa de abarcar as especificidades das crises. A crítica deve antes se deter nas nuances, é preciso dedicar uma atenção particular ao fato de que a tentativa de achar um limite interno absoluto do capital (se debruçando na contradição radical – a absorção de trabalho vivo como fonte de mais-valor) acabou reduzindo o escopo de análise para pensar a economia atual. E se é mais fácil acreditar no fim do mundo do que no fim do capitalismo é exatamente porque ele nos deu provas de enorme resiliência. Como o capital se metamorfoseou com as crises é uma questão central. Se a crise de 2008 não se tornou uma depressão digna de 1929, nem por isso criou outro horizonte. Ocorre ainda a mesma pulsão de reposição à taxa de lucro, em decréscimo na escala histórica desde os anos 1960.

O interessante é, como ideologia oficial, o neoliberalismo sequer teve sua imagem arranhada pós-crise de 2008. Ao contrário, por um lado, se recolocou uma lógica de fortalecimento das individualidades, destacando identidades imaginárias fechadas no campo social, reforçando o fascismo como resposta política ante a permanência da crise; e, por outro, se manteve o discurso de austeridade. De fato, o neofascismo atual tem a ver com a insustentável manutenção do horizonte do comum fornecido pela racionalidade neoliberal. A concorrência e o sucesso individual proposto pelo neoliberalismo, através da lógica curricular, embora não tenha possibilidade de se concretizar, ainda serve como princípio de exclusão do Outro. O Outro permanece um concorrente ameaçador que fica mais passível de ser atacado se for imigrante, muçulmano ou qualquer outra minoria. Portanto, a incapacidade de assegurar a dignidade social na lógica neoliberal reforçou a lógica identitária viabilizada pela judicialização da política.

Assim, para entender a extrema-direita brasileira atual, que chora miando ajoelhada diante de um desmonte de acampamento ilegal, é preciso levar em consideração que o Brasil pré-golpe de 2016 não era nenhum paraíso. Mas, esse fato inconveniente, demonstrado pelo alto índice de greves em 2012,5 ou seja, antes do estouro de junho de 2013, é convenientemente esquecido. É a partir de 2013 que a extrema-direita brasileira entra em sintonia com a extrema-direita global, e isso se mostra pela capilaridade e internacionalismo de seus adeptos que se reúnem em organizações não governamentais mundo afora.6 O ascenso meteórico da extrema-direita, diante de uma crise aberta pelas maiores manifestações populares vistas na história do país – um acontecimento radical no sentido de Badiou –, e o vácuo de respostas por parte da esquerda aceleraram o processo de desnudamento da incapacidade desta última em apresentar qualquer alternativa viável ao capitalismo superexploratório atual. Nossa esquerda seguiu com seu idealismo incorrigível, arrancada do céu da gestão, fez do inferno da eleição um ideal.

Mas, antes de sair do céu da gestão, lutou de todas maneiras possíveis para se fazer acreditar como a mais capacitada para efetuar as diabólicas “reformas estruturais” impostas por variados setores do capital nacional e internacional. Sinto muito, mas sem fazer esse balanço, não entenderemos o apelo por “outro mundo possível” gritado pela extrema-direita brasileira agora. Antes da queda de Dilma, dois fenômenos se aliaram: a crise econômica com a crise política. A alta do dólar e o excesso de oferta de commodities no governo Dilma levaram à queda dos preços: “a título de exemplo, observe-se que de março de 2014 a março de 2015 o preço da soja teve queda de 30,9%, o do milho 21,69%, do trigo 5,29%, do açúcar 25,69%, do café 27,82% e do minério de ferro 58%”. Não por acaso, justamente uma crise no setor que acabou por deslocar o capital brasileiro para o Centro-Oeste, lugar em que o apoio a Bolsonaro se daria de maneira militante. Não se olvide o fato de que a política de valorização da moeda nos governos petistas durante algum tempo prejudicou parte do setor agroexportador.

O tensionamento das crises, política e econômica, fez com que se adotasse aquilo que ficaria conhecido como pacote de maldades. Quem se lembra? Ou seja, diante da crise, a esquerda hegemônica novamente se colocou como gestora e executora do trabalho sujo. Já era, porém, tarde para tanto. Um processo irreversível havia sido aberto, a onda conservadora se revelava como um tsunami desembarcando até nas praias uspianas.7 Sem tais lembranças fica difícil entender o apelo da extrema-direita nas ruas. Quando a “reforma trabalhista” apareceu no horizonte, por meio da Lei n. 13.467, de 13 de julho de 2017, o mundo do trabalho brasileiro já era majoritariamente um mundo precarizado sob égide do self-made man empreendedor. A medida foi ditada sob o silêncio geral das esquerdas.  

E onde estava a extrema-direita? Em cada bar e igreja. Depois de 2014, ela não mais saiu das ruas. Lembro de um amigo fascinado ao ver a juventude da Universal entregando, às sete horas da manhã, jornal nos faróis da Zona Leste. Uma atividade militante em nome de Deus. A mesma igreja que será um dos braços direitos do governo Bolsonaro. Seja como for, há algo de transversal na extrema-direita contemporânea: a crise da legitimidade democrática sob regime neoliberal, que enquanto durou foi endossada pela esquerda ou pelo que restou de esquerda depois do fim das lutas do século XX. Eis, outra verdade inconveniente; foi a esquerda que fez o trabalho de impor um pragmatismo supostamente realista e maduro. No discurso, a moderação construiu resistência aos sonhos de perfeição e felicidade – que, aliás vão aparecer no áudio descrito acima – para a esquerda no poder; era preciso aceitar a realidade capitalista como o menos pior. A acomodação de todo o espectro político à esquerda foi buscada durante os 14 anos de Partido dos Trabalhadores no governo. Quando tudo ruiu, não havia mais nada. Quando alguns tentaram tirar suas máscaras, elas já estavam grudadas no rosto. Resultado: o sentido de utopia se deslocou do espectro político.

Diante da realidade insuportável, foi a extrema-direita que alçou a voz e disse que essa realidade não pode ser a verdadeira. Se ela passa, em 2015, a mimetizar o modo de ação da esquerda, é preciso dizer que depois de 17 de junho de 2013, quando nós fomos expulsos das ruas, seu avanço se mostrou inabalável. Se o capitalismo deu provas de poder se acomodar a todas as civilizações, da hindu à budista, é evidente que também o regime de gestão pode ser outro que não o democrático burguês. A extrema-direita não pede o fim do capitalismo, evidentemente, pede o fim da democracia. O que ela quer é um capitalismo sem negativo, eis sua utopia. Afinal, como sentenciou Balzac, “em assuntos de dinheiro, tudo se arranja; mas os sentimentos são implacáveis”.

Curiosamente, porém, a esquerda se aferra ao presente, enquanto a extrema-direita se importa com o futuro. Com sinal invertido, a extrema-direita espera no futuro encontrar algo, lutando no presente. É aqui que surge a esperança da extrema-direita: a capacidade de mediação e transposição dos limites daquilo que está posto. Se, do ponto de vista das relações sociais, o medo é constitutivo às relações que clamam por uma conformação ao status quo, foi a esquerda que buscou essa conformação. Se a vida burguesa, esvaziada de sentido, clama pelo apego ao imediato e organiza a repetição do mesmo, o apelo pelo menos pior organizou a falta de esperança com outra possibilidade de vida social. O problema é que, como dizia Ernst Bloch, do ponto de vista humano isso se torna intolerável. Vejo que o desocupado leitor se irrita com esse fechamento, porque afinal sempre falamos de esperança e inclusão. A questão é que a inclusão, naquilo que está posto, roubou de nós a possibilidade daquilo que não está aí, de um outro mundo possível, agora reivindicado com armas ou gritos pela extrema-direita, não só no Brasil como no mundo como um todo.


Notas
1 BADIOU, Alain; TUSA, Giovanbattista. Do fim. Tradutor Felipe Viccari de Carli. Florianópolis: Cultura e Barbárie, 2020.
2 Policiais assassinaram a tiros Alexis Grigoropulos de apenas 15 anos no bairro antifascista de Exarjia.
3 Ver: Estados Unidos da América e Donald Trump: a relação da extrema-direita com os atos de Charlottesville, Black Lives Matter e a invasão ao capitólio.
4 VIANA, Silvia. Rituais de sofrimento. São Paulo: Boitempo, 2012.
5 Conforme Polese: O DIEESE registrou 873 greves em 2012, que totalizaram 87 mil horas paradas. Em relação a 2011, houve aumento de 58% no número de greves, e aumento de 37% no número de horas paradas. Os números da esfera privada cresceram mais que os da esfera pública. Na esfera privada destaca-se o crescimento das greves realizadas no setor industrial: de 131, em 2011, para 330, em 2012.
6 Curiosamente um dos artigos mais interessantes para pensar sobre isso é a entrevista dada por Kim Kataguiri anos atrás.
7 Lembro de um debate lotado na FFLCH, com Paulo Arantes, Ricardo Mussi, Marilena Chauí e Vladimir Safatle em que um silêncio constrangedor foi respondido por um grito de “Fora Dilma!”

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Douglas Rodrigues Barros é escritor, doutor em Ética e Filosofia política pela Unifesp, editor e conselheiro editorial do Lavra Palavra e autor dos livros Lugar de negro, lugar de branco? Esboço para uma crítica à metafísica racial (Hedra, 2019) e Racismo (Fibra/Brasil, 2020). Militante do movimento negro, foi coordenador político da Uneafro.

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