Por que Lula no primeiro turno
Mensagem de Ivana Jinkings, editora-chefe da Boitempo.
Foto: Lançamento do livro Querido Lula, na PUC-SP, em 31 de maio de 2022. Edilson Dantas/O Globo.
Foram raros os momentos da história recente que exigiram de nós tanto compromisso e empenho como as eleições brasileiras deste 2022. Mesmo hoje, dois dias antes de irmos às urnas, não podemos nos iludir pensando que a vitória está dada nem que será conquistada apenas por meio dos resultados eleitorais.
Desde o golpe de 2016, testemunhamos uma erosão da democracia e, nos últimos quatro anos, vivemos retrocessos sob um tenebroso governo que, entre outros pesadelos, custou ao país quase 700 mil vidas por causa de sua desumanidade, seu negacionismo e seu descaso para com a população. A isso se somam, entre outras barbaridades, o aumento de assassinatos da população negra, indígena e LGBTQIA+ e o fato de termos atualmente 33 milhões de brasileiros passando fome.
Eleger Luiz Inácio Lula da Silva no primeiro turno é fundamental para pavimentar as grandes alamedas sobre as quais falava Salvador Allende, por onde caminharemos juntos na luta contra o fascismo e em direção a uma real e radical democracia. Contudo, para além da eleição de presidente e governadores, dediquemos atenção aos cargos legislativos, sem os quais não será possível colocar em movimento as mudanças necessárias para o combate às desigualdades e às injustiças seculares de nosso país – e aos quais, por sinal, candidataram-se autoras e autores da Boitempo.
Já dizia Solano Trindade, poeta e militante do movimento negro e do Partido Comunista Brasileiro, “se tem gente com fome/dá de comer”.
Ivana Jinkings
Editora-chefe da Boitempo
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