bell hooks: 70 anos
No aniversário da autora, anunciamos o lançamento de "A pele que eu tenho", infantojuvenil de bell hooks ilustrado por Chris Raschka.
Hoje completaria 70 a aclamada escritora, educadora, feminista e ativista social bell hooks. Nascida Gloria Jean Watkins na cidade de Hopkinsville, Kentucky, em 1952, adotou o nome “bell hooks” inspirado em sua bisavó materna, Bell Blair Hooks. A escolha das iniciais em minúscula é um lembrete para que o conteúdo de sua escrita tenha maior enfoque do que sua pessoa.
Aluna de uma escola segregada quando criança e admiradora de Paulo Freire durante vida acadêmica, hooks defendia a pluralidade dos feminismos e compreendia a prática pedagógica como um lugar fundamentalmente político e de resistência nas lutas antirracista e anticapitalista. Estudou na Universidade de Stanford, na Califórnia, fez mestrado em inglês na Universidade de Wisconsin e doutorado em literatura, na Universidade da Califórnia.
hooks foi autora de mais de 40 livros publicados em 15 idiomas, nos quais analisou questões relativas a raça, classe e gênero na pedagogia, na história da sexualidade e do feminismo e na cultura em geral. Também publicou poemas, livros infantis e textos autobiográficos em que abordou como o conceito de amor perpassava as temáticas sociais nas quais se debruçava. Tornou-se uma das escritoras feministas e teóricas mais importantes de sua geração.
Da autora, a Boitempo publicou Meu crespo é de rainha, Minha dança tem história e agora A pele que eu tenho, três dos seus cinco livros infantis pelo selo Boitatá, além da tradução inédita do artigo “Educação democrática” no livro Educação contra a barbárie.
A pele que eu tenho, de bell hooks com ilustrações de Chris Raschka
O que é mais importante? A cor da nossa pele ou o que somos por dentro? A pele que eu tenho, infantojuvenil de bell hooks ilustrado por Chris Raschka, trata do tema da raça, sempre muito presente nas obras da autora, e do perigo de julgar uma pessoa no primeiro olhar. De forma poética, a autora abre um diálogo com as crianças sobre raça e identidade. A cor da nossa pele é apenas uma cobertura. Para conhecer uma pessoa de verdade, é preciso enxergar além da aparência. Abrir bem o coração, encontrar no outro tesouros guardados e livrar-se de preconceitos e estereótipos. A pele que eu tenho celebra a individualidade e leva aos pequenos uma mensagem forte e atemporal sobre amor e respeito ao próximo.
Confira a aula O pensamento de bell hooks, com Evilânia Santos e mediação de Camilla Dias, parte do curso de introdução ao pensamento feminista negro. A aula também está disponível em áudio no Grifa Podcast.
Leia aqui no Blog da Boitempo:
bell hooks, presente!
A urgência do pensamento feminista negro para a democracia, de Juliana Borges
A questão das mulheres negras precisa ser central, de Djamila Ribeiro
Meu crespo é de rainha, de bell hooks com ilustrações de Chris Raschka
Publicado originalmente em 1999 em forma de poema rimado e ilustrado, esta delicada obra apresenta às meninas brasileiras diferentes penteados e cortes de cabelo de forma positiva, alegre e elogiosa. Um livro para ser lido em voz alta, indicado para crianças a partir de três anos de idade – e também mães, irmãs, tias e avós – se orgulharem de quem são e de seu cabelo “macio como algodão” e “gostoso de brincar”.
Minha dança tem história, de bell hooks com ilustrações de Chris Raschka
Na batida do break, a renomada educadora e ativista bell hooks traz uma história vibrante que capta a energia do que é ser um menino dentro da cultura do hip-hop. Mostrando de forma sensível todas as contradições que permeiam a vida dos pequenos em busca da própria masculinidade, a autora amplia o leque de possibilidades para o que significa ser um menino.
Educação contra a barbárie: por escolas democráticas e pela liberdade de ensinar, organizado por Fernando Cássio, com artigo de bell hooks
Contrapondo-se ao discurso sobre educação pautado apenas por indicadores, rankings e eficiência, a obra organizada por Fernando Cássio, reúne mais de vinte autores para propor um debate franco e corajoso sobre as principais ameaças à educação pública, gratuita e para todas e todos: o discurso empresarial, focado em atender seus próprios interesses; a perseguição à atividade docente e à auto-organização dos estudantes; e o conservadorismo que ameaça o caráter laico, livre e científico do ambiente escolar. O livro tem uma tradução inédita de um artigo sobre educação democrática escrito por bell hooks.
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