Guia de presentes Boitempo (II)

Mais uma seleção de nossos livros em diversas categorias para te ajudar com o presente de quem você ama ou para escolher sua próxima leitura!

Com o final do ano e as férias chegando, sabemos que os livros são os melhores presentes e também a companhia certa para o descanso de nossos camaradas. Por isso, separamos nossos livros em diversas categorias para você presentear aquela pessoa especial nesse momento (ou para você mesmo)!

Nesta segunda parte da seleção, temos livros para quem está começando a trilhar o caminho no marxismo, para quem quer entender melhor sobre a opressão e a resistência de gênero e raça, conhecer mais sobre o Brasil, seus dilemas, história e intérpretes e para quem quer aprender através da literatura nacional e estrangeira.

Confira aqui a primeira parte da seleção.


PARA COMEÇAR NO MARXISMO
Livros para quem está iniciando o percurso no marxismo

Marx: uma introdução, de Jorge Grespan
Neste livro, de caráter didático e introdutório, o autor não só expõe em prosa ágil o núcleo da crítica de Marx à sociedade capitalista, mas também enfatiza a atualidade de seus conceitos para a compreensão das transformações do capitalismo dominado pelas finanças e suas crises. 

Teoria econômica marxista: uma introdução, de Osvaldo Coggiola
A obra apresenta os fundamentos da teoria econômica formulada por Karl Marx. De forma didática, Coggiola identifica e desvenda os aspectos centrais da principal obra do filósofo alemão, como capital, mercadoria, valor, mais-valor e trabalho. 

Marx, manual de instruções, de Daniel Bensaïd, com ilustrações de Charb
Nesse pequeno curto livro, o filósofo e ativista político francês Daniel Bensaïd (1946-2010) oferece uma clara e elucidativa introdução à vida e obra do pensador alemão, combinando filosofia e dezenas de quadrinhos do provocativo cartunista francês Stéphane ‘Charb’ Charbonnier, feitos especialmente para a obra.

Para entender O capital – Livro I, de David Harvey
Fruto dos mais de quarenta anos de cursos sobre O capital lecionados pelo geógrafo marxista David Harvey em universidades ao redor do mundo, essa é uma obra ao mesmo tempo sintética e densa, uma introdução para a compreensão do clássico de Karl Marx.

Curso Livre Engels: vida e obra, de Alysson Leandro Mascaro, José Paulo Netto, Ricardo Antunes, Marília Moschkovich e Virgínia Fontes
Coletânea que articula uma introdução atraente ao pensamento de Engels com o rigor a que a leitura de sua obra faz jus a partir de artigos que abordam múltiplas temáticas da vida e obra do autor – como elementos biográficos, a constituição do proletariado enquanto categoria prática e teórica, a crítica do Estado, do direito e da família, estudos antropológicos e o peso de Engels na fundação do marxismo.


FEMINISMOS
Passado, presente e futuro das lutas feministas

Reivindicação dos direitos da mulher, de Mary Wollstonecraft
Considerado um dos documentos fundadores do feminismo, o livro denuncia a exclusão das mulheres do acesso a direitos básicos no século XVIII, especialmente o acesso à educação formal. Referencia teórica para as precursoras do feminismo contemporâneo.

O patriarcado do salário: notas sobre Marx, gênero e feminismo (v.1), de Silvia Federici
Retomando diversas discussões presentes nas obras de Karl Marx e Friedrich Engels, a autora aponta como a exploração de trabalhos como o doméstico e o de cuidados, exercido pelas mulheres sem remuneração, teve e tem papel central na consolidação e na sustentação do sistema capitalista.

Mulheres, cultura e política, de Angela Davis
Nessa compilação de discursos e artigos, a ativista política Angela Davis apresenta um balanço de sua luta por uma mudança social progressista. Dividida em três eixos temáticos, “Sobre as mulheres e a busca por igualdade e paz”, “Sobre questões internacionais” e “Sobre educação e cultura”, a obra aborda as mudanças políticas e sociais pelas quais o mundo passou nas últimas décadas em relação à igualdade racial, sexual e econômica.

Interseccionalidade, de Patricia Hill Collins e Sirma Bilge
Nessa obra, as autoras fornecem uma introdução muito necessária ao campo do conhecimento e da práxis interseccional. Elas analisam o surgimento, o crescimento e os contornos do conceito e mostram como as estruturas interseccionais abordam temas diversos.


ANTIRRACISMO
Lutas e resistências antirracistas em diferentes partes do mundo

Mulheres, raça e classe, de Angela Davis
Obra fundamental para se entender as nuances das opressões. A autora mostra a necessidade da não hierarquização das opressões, ou seja, o quanto é preciso considerar a intersecção de raça, classe e gênero para possibilitar um novo modelo de sociedade. 

Escritos políticos, de Frantz Fanon
Seleção de artigos jornalísticos que acompanham o cotidiano do colonialismo francês na Argélia, o desenvolvimento da luta pela libertação nacional do povo argelino e a formação do movimento internacional dos países colonizados e do terceiro mundo em meados do século XX.

A nova segregação: racismo e encarceramento em massa, de Michelle Alexander
Uma das mais eloquentes exposições de como opera o racismo estrutural e institucionalizado nas sociedades ocidentais contemporâneas.  O livro desafiou a noção de uma nova era pós-racial e teve um efeito explosivo na imprensa e no debate público estadunidense, acumulando prêmios e inspirando toda uma geração de movimentos sociais antirracistas

Minha carne: diário de uma prisão, de Preta Ferreira
Preta Ferreira, presa injustamente em junho de 2019, relata os longos dias de cárcere, os processos pelos quais passou, as etapas do sistema prisional, os trâmites jurídicos, as emoções que viveu e o que ouviu de outras mulheres com quem compartilhou a prisão.

Os jacobinos negros: Toussaint L’Ouverture e a revolução de São Domingos, de C. L. R. James
Em 1938, no auge do nazismo e da predominância das teorias de supremacia da raça branca em todo o mundo, o escritor C. L. R. James demolia preconceitos ao mostrar a função histórica da escravidão e a função social da opressão do negro. Os jacobinos negros é um verdadeiro tratado sobre essa questão.

Raça, nação, classe: as identidades ambíguas, de Étienne Balibar e Immanuel Wallerstein
Lançado originalmente há trinta anos e publicado no Brasil pela primeira vez, o livro traz ao leitor um profícuo debate sobre o racismo e sua relação com a luta de classes, o capitalismo e o nacionalismo. Como é possível que o racismo ainda seja um fenômeno crescente? Quais são as características específicas do racismo contemporâneo?


LITERATURA ESTRANGEIRA
As histórias moderna e contemporânea pelos ângulos do romance

Como poeira ao vento, de Leonardo Padura
O mais novo romance do aclamado escritor de O homem que amava os cachorros. Num enredo cheio de suspense, encontros, desencontros e reencontros, Padura acompanha a trajetória de seus personagens, todos e cada um buscando soluções para as difíceis circunstâncias que se abateram sobre o povo cubano no fim do século XX e no início do século XXI. É a história de uma Cuba e de muitos destinos.

A véspera, de Ivan Turguêniev
Elena Stákhova é filha de uma mãe hipocondríaca e um pai ocioso e supérfluo, uma típica família aristocrata da Rússia do século XIX. Elena se diferencia de outras protagonistas femininas marcantes da época, como Emma Bovary ou Anna Kariênina, pela firmeza com que questiona sua posição e pela consciência dos direitos que deseja garantir numa sociedade russa em transformação.

Tempos difíceis, de Charles Dickens
Neste clássico da literatura, Charles Dickens trata da sociedade inglesa durante a Revolução Industrial usando como pano de fundo a fictícia e cinzenta cidade de Coketown e a história de seus habitantes. Em seu décimo romance, o autor faz uma crítica profunda às condições de vida dos trabalhadores ingleses em fins do século XIX, destacando a discrepância entre a pobreza extrema em que viviam e o conforto proporcionado aos mais ricos da Inglaterra vitoriana.

O dinheiro, de Émile Zola
Escrito em 1891, o livro aborda a especulação financeira na época em que Paris operava uma das maiores bolsas de valores do mundo. A obra traz muitas similaridades com o mundo contemporâneo com enredos que envolvem crise bancária e financeira, práticas ilícitas, manipulação da imprensa, política, poder e sexo.

Estrela vermelha, de Aleksandr Bogdánov
Publicada em 1908, esta ficção científica de Aleksandr Bogdánov combina a experiência revolucionária do autor e seus conhecimentos em diversas áreas (como física, matemática, astronomia e geografia) para construir o retrato de uma sociedade técnico-científica em que triunfou a revolução socialista, servindo de espelho e de guia para as lutas terrenas, e nos fazendo imaginar, a cada página, outro mundo possível.


LITERATURA BRASILEIRA
Romances sobre o Brasil de ontem e hoje

Cabo de guerra, de Ivone Benedetti
No final da década de 1960, um rapaz deixa o aconchego da casa materna na Bahia para tentar a sorte em São Paulo. Em meio à efervescência política da época, que não fazia parte de seus planos, ele flerta com a militância de esquerda, vai parar nos porões da ditadura e muda radicalmente de rumo, selando não apenas seu destino, mas o de muitos de seus ex-companheiros.

Anita: romance, de Flávio Aguiar
Romance do gaúcho Flávio Aguiar que tem como pano de fundo a vida das personagens históricas Anita e Giuseppe Garibaldi, suas lutas republicanas no sul do Brasil, pela independência do Uruguai e reunificação italiana.  

Soledad no Recife, de Urariano Mota
O livro percorre as veredas dos testemunhos e das confissões ao reviver a passagem da militante paraguaia Soledad Barret pelo Recife, em 1973, e a traição que culminou em sua tortura e assassinato pela ditadura militar.

BelHell, de Edyr Augusto Proença
Belhell é Belém, capital paraense, que, mais uma vez, pelas mãos de Edyr Augusto, se vê transformada não em cenário, mas em verdadeiro personagem desse brevíssimo romance urbano. Suas ruas, avenidas, becos, lanchonetes, clubes, casas noturnas, prostíbulos e hospitais são redimensionados pelas ações de Gil, Paula, dr. Marollo, Paulo e Sérgio Aragão.


PARA PENSAR O BRASIL CONTEMPORÂNEO
Quais são os desafios políticos do Brasil hoje?

O privilégio da servidão – 2ª edição, de Ricardo Antunes
Um retrato detalhado e atualizado da classe trabalhadora hoje, com as principais tendências das novas relações trabalhistas, em que precarizações, terceirizações e desregulamentações tornaram-se parte da regra, e não da exceção. 

A rebeldia do precariado: trabalho e neoliberalismo no Sul global, de Ruy Braga
Ruy Braga busca fundamentar etnograficamente a crise da globalização neoliberal iniciada em 2008, a partir da comparação entre três países – Portugal, África do Sul e Brasil, compreendendo as resistências populares às políticas de espoliação social que acompanham a difusão do neoliberalismo e da precarização do trabalho na semiperiferia do sistema.

Gênero e desigualdades: limites da democracia no Brasil, de Flávia Biroli
 Os grandes temas do feminismo pós-1970 aparecem, em cada capítulo, com os diversos cenários históricos mundiais e nacionais que os moldaram, frearam ou impulsionaram as lutas das mulheres. Situada no contexto brasileiro, a obra ilumina as discussões sobre desigualdade entre homens e mulheres com o objetivo de compreender os impasses que se apresentam na construção de relações de gênero mais justas.

As contradições do lulismo: a que ponto chegamos?, organização de Isabel Loureiro e André Singer
Desdobrando as análises de André Singer sobre o lulismo, o livro busca incorporar uma avaliação sobre o “ensaio desenvolvimentista” tentado pelo governo Dilma no marco do pós crise internacional de 2008 e oferecer uma interpretação original sobre o saldo do percurso lulista desde a vitória do PT nas eleições presidenciais de 2002 no contexto mais amplo da experiência modernizadora brasileira. 

Brasil à parte, de Perry Anderson
O historiador Perry Anderson apresenta um panorama da história econômica e política de nosso país desde o momento da redemocratização. Os cinco ensaios que compõem o volume revelam a percepção do autor ao longo de períodos-chave do Brasil, passando do Plano Real ao impeachment de Dilma Rousseff. 


INTÉRPRETES DO BRASIL
Decifra-me ou te devoro? Para desvendar a esfinge Brasil

História e desenvolvimento, de Caio Prado Júnior
Com uma maestria que poucos detém, Caio Prado navega com facilidade pelos temas da economia política, entrelaçando-os à história, e contesta, nesta obra, a adequação da política econômica à época para um “real progresso” do Brasil e sua população.

Florestan: a inteligência militante, de Haroldo Ceravolo Sereza
O jornalista Haroldo Ceravolo Sereza, num estilo claro e fluente, percorre os principais pontos da vida intelectual e política de Florestan, da vida pessoal, da evolução da sua obra acadêmica e da militância do fundador da Escola Paulista de Sociologia

Caminhos da revolução brasileira, organização de Luiz Bernardo Pericás
Luiz Bernardo Pericás reúne 19 artigos clássicos em que militantes e intelectuais teorizam sobre o tema da revolução brasileira. Elaboradas entre a República Oligárquica dos anos 1920 e a transição da ditadura militar para a redemocratização nos anos 1980, essas contribuições trazem diferentes perspectivas sobre como, a partir da formação social brasileira, podemos pensar em caminhos para uma transformação estrutural.

Intérpretes do Brasil: clássicos, rebeldes e renegados, organização de Luiz Bernardo Pericás e Lincoln Secco
Um amplo panorama do pensamento crítico político-social brasileiro dos séculos XX e XXI. São ao todo 27 estudos e ensaios escritos por reconhecidos especialistas acadêmicos que se debruçaram sobre a vida e a obra de alguns dos principais intérpretes da história e da cultura no Brasil. 


COMUNISTAS BRASILEIROS
Para conhecer as vidas de protagonistas do comunismo brasileiro

Caio Prado Júnior: uma biografia política, de Luiz Bernardo Pericás
Resultado de extensa pesquisa documental, o premiado livro de Luiz Bernardo Pericás, ilumina a trajetória de um dos maiores intérpretes da realidade brasileira, figura emblemática no desenvolvimento do marxismo nas Américas.

O velho Graça: uma biografia de Graciliano Ramos, de Dênis de Moraes
O velho Graça, de Dênis de Moraes, nos conduz pelos sessenta anos de história de um dos maiores narradores da literatura brasileira, com todo o rigor da documentação e dos depoimentos pessoais daqueles que o cercavam. 

Luiz Carlos Prestes: um comunista brasileiro, de Anita Leocadia Prestes
Sua participação no movimento tenentista – especialmente na Marcha, entre 1924 e 1927, da Coluna que levou seu nome – e no levante antifascista contra Getúlio Vargas inscreveu o nome desse revolucionário singular na trajetória político-social do país.


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