O crescimento da popularidade de Bolsonaro e a nova fase do impasse político brasileiro: rachaduras na “frente ampla”?
A razão imediata e fundamental para o crescimento da popularidade é bastante clara e não é preciso lá muito esforço de análise para chegar a essa conclusão, em certo aspecto, óbvia e previsível. Trata-se do estômago, diria Brecht.
Por Edemilson Paraná.
“Primeiro vem o estômago, depois a moral.”
(Bertold Brecht, A Ópera dos Três Vinténs, 1928)
A frente ampla realmente existente
Em maio desse ano, escrevi sobre o que à altura defini como a “economia política do impasse brasileiro”, resumida na seguinte constatação: a razão fundamental para a continuidade e aprofundamento da crise política sob o governo Bolsonaro era, paradoxalmente, o consenso político em torno de uma agenda econômica neoliberal radical, estruturada por um conjunto de reformas pró-capital, que faz aprofundar o esgarçamento do tecido social e, assim, a deterioração política do país.
Na defesa dessa agenda – algo que, nos últimos anos, permaneceu rigidamente “sólido” depois que quase tudo se “desmanchou no ar” da desagregação institucional do país – havia se formado, argumentei, uma grande “frente ampla” composta pela larga maioria dos atores políticos e econômicos mais relevantes do país: de Gilmar Mendes a Paulo Guedes, de Rodrigo Maia e Alcolumbre ao General Heleno, de Moro e Mandetta ao General Mourão, da Rede Globo e Luciano Hulk a Jair Bolsonaro, em suma, “um grande acordo nacional, com Supremo, com tudo”. A desconsideração da hegemonia retumbante desse programa econômico e social, tornava, a meu ver, a busca por uma frente ampla “democrática” – que incorporasse figuras das classes dominantes, partidos de direita – contra o “antidemocrático” Bolsonaro um mero desejo idealista.
Apontei que, na prática, tal frente ampla já existia, no “andar de cima”, e estava em plena ação. Tratava-se, a despeito de seus conflitos internos, de uma “unidade na diversidade”, de uma frente política não-declarada, ademais, que diante da sobredeterminação dos interesses materiais em jogo, não apresentava nenhuma disposição àquela altura em derrubar Bolsonaro, já que este configurava talvez a única opção possível – não apesar de seu barbarismo, mas precisamente por conta dele – de ao fim continuar com a aplicação deste programa em condições tão adversas (crise e pandemia). Eis a razão pela qual, apesar de todos os seus crimes, Bolsonaro muito provavelmente não cairia enquanto esse arranjo permanecesse de pé, concluí.
A apresentação dessa minha leitura se deu, à época, em um ambiente permeado por enorme confusão e impressionismo, fruto de análises subjetivistas de toda sorte. Falo precisamente do campo progressista, que fora reduzido a mero espectador da cena política. De um lado, analistas políticos estrelados davam Bolsonaro por vencido, seria “questão de tempo”, vaticinavam. De outro, o alarmismo frente a uma quartelada iminente que, “sem dúvida”, viria. Do derrotismo ao triunfalismo, o sinal trocado das análises no interior deste mesmo “campo” político tornava evidente a desorientação generalizada das leituras. Desde então, em cada novo ato deste roteiro funesto, duas evidências fizeram se aprofundar: primeiro, a surpreendente “organicidade” e força dessa frente; segundo, a incapacidade em produzir análises consistentes sobre a conjuntura por parte de importantes cabeças do campo progressista – elemento adicional da completa desorientação e fragilidade política da oposição ao governo e da resistência à agenda que ele representa.
A resiliência de Bolsonaro em meio à crise e à pandemia: é o estômago, estúpido!
Eis que, nesse cenário, em 13 de agosto, recebemos a notícia de um crescimento significativo na popularidade de Bolsonaro, que alcançou o maior patamar de aprovação desde a sua posse, segundo o Datafolha – ratificando, assim, a tendência de recuperação da popularidade já apontada por outras pesquisas nas últimas semanas. As reações provenientes das esquerdas, mais uma vez, mostram-se débeis – para dizer o mínimo: i) a metodologia do Datafolha seria falha; ii) as pessoas são, em geral, burras, cruéis e fascistas; iii) Bolsonaro e os seus demonstram genialidade sem paralelo em termos de mobilização e comunicação política. A despeito de sua maior ou menor validade parcial, dada sua flagrante insuficiência, cada uma dessas explicações dispensa comentários. Há, certamente, coisas mais importantes e urgentes a serem ditas no espaço restrito deste texto.
O fascinante, no entanto, é perceber, no outro polo, o comportamento dos integrantes da referida “frente ampla” do andar de cima, que, já antes da divulgação da pesquisa Datafolha, indicavam estar atentos a uma possível mudança de cenário. Em meio aos pedidos chantagistas de demissão de membros de sua equipe econômica, Paulo Guedes vem a público para ameaçar Bolsonaro com o impeachment caso “fure” o teto de gastos. Maia trata logo de receber nosso Chicago Boy em uma visita pública ao Congresso onde juntos se irmanam efusivamente contra a flexibilização do teto de gastos e a favor de uma escandalosa reforma administrativa que, a seu turno, passa a ser prontamente defendida, sem descanso, em intervenções quase-jornalísticas porque quase-propagandísticas pelas organizações Globo. O vice-presidente corre para se dizer “totalmente contra” furar o teto de gastos, e um grupo de influentes economistas liberais se apressa em publicar um manifesto na Folha de São Paulo no qual defendem que “o teto de gastos […] é hoje o pilar central da política econômica”. Exemplos outros abundam.
Mas e a pandemia (cuja letalidade acompanha a desigualdade social no país) e suas centenas de milhares de mortes? Bem, já não é de hoje, se tornou assunto secundário, tanto para o poder quanto para o povo. Conforme mostrou Maria Cristina Fernandes, no Valor Econômico, o interesse da opinião pública sobre a covid-19 reduziu enormemente, de acordo com sistema analítico de redes sociais Bites; não sendo hoje, assim, um fator que pese na popularidade do governo federal. Também este aspecto antecipei em minha intervenção anterior. Este é um país perpassado por tal nível de brutalismo, lembremos, que, “em condições normais”, mata mais de 60 mil jovens negros e periféricos por ano sem que isso produza qualquer desdobramento político mais significativo. Ou seja, já vivemos, na prática, há muitos anos, uma guerra civil permanente de “baixa intensidade”. Seguimos a vida, há muito tempo, sobre cadáveres dos que são matáveis.
Isso posto, observando os dados da pesquisa da Datafolha, entendemos que o núcleo duro da base de apoio bolsonarista permanece fundamentalmente o mesmo. A partir dele – e isso é o mais importante a ser apreendido – o crescimento de popularidade tem se dado, nitidamente, entre as camadas que passaram a receber o auxílio emergencial aprovado pelo Congresso devido à pandemia (desempregados, autônomos, mais pobres, de menor escolaridade etc.).
A razão imediata e fundamental para o crescimento da popularidade é, então, bastante clara e não é preciso lá muito esforço de análise para chegar a essa conclusão, em certo aspecto, óbvia e previsível. Trata-se do estômago, diria Brecht. Lembremos que a mesma pesquisa Datafolha traz a informação de que a maioria dos beneficiários (53%) usa o auxílio emergencial para comprar… comida!
De surpreendente, então, apenas a surpresa daqueles que parecem não fazer a menor ideia do tamanho do fosso em miséria e desigualdade existente neste país. Uma renda contínua de R$ 600 (podendo chegar até R$ 1.200,00 por família) por mês é, por incrível que pareça a alguns, algo absolutamente transformador em termos do impacto que produz na vida dessas dezenas de milhões de brasileiros beneficiados. Não à toa, os enormes efeitos sentidos na medição da pobreza e extrema-pobreza no último período, mesmo diante de mais uma violenta crise econômica na qual mergulhamos esse ano.
A ampliação do gasto público: aumento da tensão no interior da “frente ampla” e rearranjo dos impasses políticos
Eis, então, o dado novo, contraditório e central da conjuntura: a improvável aprovação e pagamento de um auxilio emergencial de tal magnitude (um mês de auxílio possui impacto fiscal maior do que um ano de Bolsa Família, por exemplo), por tal período (algo sem paralelo na realidade pandêmica latino-americana, como mostram os levantamentos dos organismos internacionais) e – na esteira de seus impactos significativos durante esses meses – o aumento de popularidade do presidente a que isso conduz.
Tal novidade – em parte uma forma de política aplicada globalmente em resposta a atual crise sanitária, em parte um efeito da contingência e imprevisibilidade de nossa crise política interna, pode também, a tomar pelas reações observadas, abrir uma rachadura nessa frente ampla da elite brasileira que até aqui bancou Bolsonaro como preposto de seu programa radical de reformas.
Ora, dada a proporção continental deste país, do tamanho de seu mercado consumidor e, sobretudo, do tamanho de seu contingente de trabalhadores – para não falar de inúmeras outras contradições e conflitos entre grupos de interesse e frações de classe típicos de um país que ainda conta com alguma complexidade socioeconômica – configura uma tarefa extremamente penosa, para não dizer inviável, particularmente após o “lulismo”, administrar com um mínimo de estabilidade política e social um tal país sem algum mecanismo concreto de contenção, alívio e compensação para a imensa desigualdade e ainda significativa pobreza que o caracteriza. Neoliberais com um mínimo de sofisticação intelectual sabem disso; eles são os grandes idealizadores, afinal, das políticas compensatórias de distribuição de renda via mercado (sendo Milton Friedman o exemplar mais conhecido neste ramo). Este foi, em suma, um consenso que governou o país basicamente até 2014.
Ocorre que, com a mudança da conjuntura geopolítica e econômica internacional e nacional, entre outros fatores, a elite econômica brasileira resolveu reduzir essas compensações ainda mais e ao máximo possível. Da “ponte para o futuro” de Temer à chantagem cotidiana, chula e violenta, do “posto Ipiranga” de Bolsonaro, o recado é bastante claro: acabou a era de concessões, mínimas que sejam; o momento é de reformas estruturais de desmonte do que restou da estrutura de intervenção social e econômica do Estado.
No entanto, a pandemia e a crise a ela vinculada impuseram um desafio incontornável: a necessidade inescapável de gasto público, seja ele dirigido a empresários, seja ele dirigido a trabalhadores. Lembremos que em jogo não está apenas o auxílio emergencial para as massas de desempregados, mas também uma massiva injeção de liquidez nos bancos e instituições financeiras, bem como incentivos e desonerações para empresários e a complementação salarial para milhões que tiveram suas jornadas e salários reduzidos.
Sendo assim, articular, primeiro, um recuo nas reformas e, segundo, a sua posterior retomada ainda mais rápida e violenta se tornou a grande e difícil tarefa dos fiadores da agenda neoliberal no governo Bolsonaro neste contexto. Eis, então, o desespero de inúmeros setores da “frente ampla”, que não irão aceitar passivamente, sem virar a mesa, que um país periférico, como é esse “seu” país, carregue impunemente uma dívida pública de mais de 100% do PIB, ainda mais com parcela significativa desse aumento provindo de um programa destinado aos mais pobres.
A grita generalizada, é claro, não tardaria a chegar – algo que também apontei em meu texto anterior, ao mencionar que a situação definitivamente não configurava uma “conversão keynesiana”. A conta, que já está sendo posta em planilhas, será cobrada o mais rápido possível em privatizações, ajustes estruturais, corte no gasto social etc. Com ou sem pandemia, sendo rigidamente observado ou não, o teto de gastos – em verdade uma notória impossibilidade material, um lunatismo fiscalista sem paralelo no mundo – nunca serviu para outra coisa que não para a “institucionalização” da chantagem permanente visando à continuidade das reformas.
É claro que a estridência do reclame contra a “gastança” se torna ainda maior diante de uma angústia política real: e se Bolsonaro, acuado, com o futuro dele e dos filhos sob questão, precisando encontrar novas formas de existência política, ceder à irresistível tentação intervencionista e resolver manter aberta a torneira do gasto? Seria possível algo como um arranjo de tipo “lulista” agora conduzido por Bolsonaro, orientado principalmente por interesses eleitorais próprios? Esse cenário certamente está na mesa para o presidente e isso, claro, produz calafrios na elite econômica que o sustentou até aqui justamente para evitar que isso voltasse a acontecer. No campo político, em geral, essa possibilidade certamente inspira desconfiança e medo. Se Bolsonaro virar o jogo, o que será de 2022? Novamente, encontramos a “frente ampla” agora enfileirada para evitar que isso ocorra, para pressionar e chantagear Bolsonaro na direção contrária.
Ocorre que na outra margem da travessia o espera uma massa furiosa de desempregados que, sem o auxílio, estará ainda mais abandonada à própria sorte em contexto aberto de crise e pandemia. Se engana quem acha que uma “retomada” econômica – que todos sabem não virá tão cedo – o livrará desse dilema. Se caminhar na direção intervencionista corre risco de ser derrubado pela elite, se caminhar na direção fiscalista corre o risco de ter de lidar com a ampliação do descontentamento popular que, no limite, também compromete sua segurança política.
O presidente não tem uma saída fácil pela frente. Tentará mover o governo para o lado da austeridade fiscal ou da ampliação dos gastos? Mais precisamente, como e com qual capacidade irá articular as medidas atuais que exigem expansão fiscal e a agenda hegemônica de reformas frente a sua própria sobrevivência política e dos seus?
Do lado de fora do governo, a “frente ampla” do andar de cima tampouco parece ter muitas opções. O caminho mais lógico é seguir pressionando, emparedando e chantageando Bolsonaro, na crença de contar com a apoio da grande imprensa, das Forças Armadas, do Congresso e do Judiciário para fazê-lo. É razoável pensar que o andamento dos processos que pesam sobre o presidente e sua família não determinem, mas sejam determinados por esse impasse – ainda que, claro, sempre haja um grau considerável de imprevisibilidade posto, como temos visto.
A massa de desesperados e desemparados da tragédia econômica, social e sanitária brasileira permanece no fundamental contida por conta do auxílio emergencial. O que significaria hoje, politicamente, a sua institucionalização como política permanente, em formato menor (ou muito menor)? Quais efeitos gerariam uma interrupção mais abrupta dos pagamentos? Que relação custo-benefício político isso impõe ao governo e aos demais integrantes da “frente ampla” do andar de cima? Os cálculos estão sendo feitos e não são simples, ainda mais com o horizonte ainda imprevisível da pandemia.
Vale certamente também para o campo progressista, que, não fosse sua total desarticulação, incapacidade e desarme político, intelectual e organizativo teria nas mãos agora uma boa oportunidade para explorar as rachaduras que finalmente – por certo grau de contingência – começam a aparecer na mencionada frente ampla que sustenta o programa hegemônico da burguesia brasileira. A má notícia é que, nesse particular, algo segue, infelizmente, como antes: as esquerdas foram e continuam sendo basicamente espectadoras nessas disputas e reacomodações. Já passou da hora de tomar a iniciativa, em todos os aspectos possíveis; mas muito pouco indica que isso ocorrerá.
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Edemilson Paraná entrevistou, junto com Gustavo Capela, o marxista paquistanês Tariq Ali para a nova revista da Boitempo, a Margem Esquerda n.29. Volume temático dedicado à questão indígena, a edição conta com um dossiê sobre “Lutas indígenas e socialismo” coordenado por Silvia Adoue, composto de artigos dela, de Jean Tible, de Laura Zúñiga Cáceres e de Gabriel Moraes Ferreira de Oliveira, e textos de Luiz Bernardo Pericás, sobre a questão agrária no Brasil hoje e de Marina Ghirotto Santos sobre o “bem viver”. A seção clássico traz uma preciosa reflexão de José Carlos Mariátegui sobre a questão indígena. A seção de poesia traz um poema de Carlos Federico Abente Bogado, traduzido e selecionado por Flávio Aguiar. Na seção de imagens, coordenada por Sergio Romagnolo, a artista convidada é Regina José Galindo. A revista ainda conta com artigos de Marcio Pochmann, Marco Fernandes e Celso Frederico, além de homenagem a Miguel Urbano Rodrigues e diversas resenhas e notas de leitura.
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Edemilson Paraná é professor do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal do Ceará (UFC); professor dos Programas de Pós-graduação em Sociologia da UFC e em Estudos Comparados sobre as Américas da Universidade de Brasília (UnB). Autor dos livros A Finança Digitalizada: capitalismo financeiro e revolução informacional (Insular, 2016) e Bitcoin: a utopia tecnocrática do dinheiro apolítico (Autonomia Literária, 2020). Dele, leia também no Blog da Boitempo os artigos “Brasil 2016: preparando a (nova) gestão de uma crise permanente“, “Brexit: o Reino Unido sequestrado pela extrema-direita?“, “O Brexit e as esquerdas: as contradições da razão europeísta“, “Um novo tsunami financeiro global a caminho?“, “Da direta à esquerda: a crise diante da falta de um projeto de país“, “O Brasil no pêndulo das elites: entre liberalismo submisso e desenvolvimentismo autoritário“, “Disputar o povão: neopentecostalismo e luta de classes“, “As raízes da escalada conservadora atual” e “Lula, o cerberus da política brasileira“.
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O Espaço do leitor é destinado à publicação de textos inéditos de nossos leitores, que dialoguem com as publicações da Boitempo Editorial, seu Blog e obras de seus autores. Interessados devem enviar textos de 1 a 10 laudas, que não tenham sido anteriormente publicados, para o e-mail blog@boitempoeditorial.com.br (sujeito a aprovação pela editoria do Blog).
Importante texto de Edemilson Paraná, repleto de questões importantes para pensar a situação política do Brasil.
Não sei a perspectiva do autor, mas me parece que não há uma contradição entre a ampliação da popularidade do Bolsonaro com uma apropriação do arranjo lulista diante da captura discursiva do auxilio-emergencial e a formação do consenso neoliberal do andar de cima que defende a política do teto de gastos. O cenário mais tenebroso será a sustentação da popularidade do capitão reformado com um auxílio dessa natureza combinado com uma saída nada keynesiana: a sustentação dos gastos será paga com privatizações, ajustes, cortes em outros gastos sociais (educação e saúde), além de ser uma boa oportunidade para implementar a securitização de qualquer (ou todo) ativo nacional ainda existente – projeto que foi a cabo com o Golpe de 2016, de criação de José Serra.
Já se sabe que o PT tinha montado uma das mais eficientes máquinas de gestão da barbárie social (Marildo Menegat). E se Bolsonaro se vale da mesma tática, incorporando novos elementos para a gestão da barbárie como a terceirização da violência (com o armamento da população) ou a disseminação do conservadorismo-evangélico de controle dos corpos? A situação será ainda mais complicada para uma política progressista.
Na verdade, como notou Paulo Arantes, a esquerda está reduzida à uma política do pânico.
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