Pandemia capital: nova série de ensaios da Boitempo sobre crise da Covid-19
Quando alguns dos maiores intelectuais e ativistas do mundo se veem obrigados ao confinamento em meio à tensão do sistema capitalista, a resposta só pode ser uma: crítica radical, reflexão no calor do momento e a reinvenção do comunismo.
Quando alguns dos maiores intelectuais e ativistas do mundo se veem obrigados ao confinamento em meio à tensão do sistema capitalista, a resposta só pode ser uma: crítica radical, reflexão no calor do momento e a reinvenção do comunismo.
Dando continuidade à cobertura sobre os impactos do coronavírus em nossa sociedade que vem realizando em seu Blog e canal no YouTube, a Boitempo lança uma nova coleção para tempos de isolamento social.
Pandemia Capital é uma série especial de e-books curtos, com reflexões de fôlego a preços acessíveis, que abordam a crise atual pela qual estamos passando e suas implicações na política, na psicologia, na economia e nas relações humanas.
O projeto gráfico das capas da Pandemia Capital foi desenvolvido pelos artistas Flávia Bomfim e Maguma (responsável pelas ilustrações de O deus dinheiro, de Karl Marx, publicado pelo Boitatá em 2018).
Os direitos autorais de todas as obras serão revertidos para o Fundo de emergência para sem-tetos afetados pelo coronavírus, organizado pelo Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), e para a organização internacional Médicos Sem Fronteiras, dedicada a oferecer ajuda médica a populações afetadas por crises humanitárias em todo o planeta.
*
Lançamentos
Crise e pandemia, de Alysson Leandro Mascaro
O primeiro volume da coleção Pandemia Capital é um ensaio inédito escrito durante a quarentena e lançado exclusivamente em e-book, que relaciona o novo coronavírus à falência do sistema capitalista. Ao longo do texto, filósofo do direito argumenta que a crise vai além do neoliberalismo, tocando os fundamentos do modo de produção capitalista.
Dividido em duas partes, o texto se inicia com uma extensa crítica ao sistema atual e suas contradições, com especial ênfase ao agudo neoliberalismo e conservadorismo do atual governo brasileiro. Na segunda parte, intitulada “A luta”, Mascaro aponta para possíveis formas de reestruturação do capital pós-crise e também avalia perspectivas de novos rumos e respostas no campo popular.
Disponível nas seguintes lojas:
Pandemia: covid-19 e a reinvenção do comunismo, de Slavoj Žižek
Uma pandemia global assola o planeta. Com a brusca mudança na rotina de bilhões de pessoas, vivemos em um momento em que o maior ato de responsabilidade é se manter distante daqueles que amamos. Nesta obra escrita em plena quarentena, o filósofo esloveno Slavoj Žižek mergulha de cabeça no espírito de nossa época. Ao longo de treze ensaios de escrita rápida, afiada e bem-humorada, são destrinchados diferentes aspectos do surto provocado pelo novo coronavírus: filosóficos, psicanalíticos, políticos, sociais, econômicos, ecológicos e ideológicos.
Quando governos austeros, reconhecidos por cortes implacáveis nos gastos públicos, decidem subitamente gerar trilhões, Žižek demonstra como uma nova forma de comunismo pode ser a única maneira de evitar uma descida à barbárie global. Os ensaios que compõem a coletânea aproximam de referências ao cinema de Quentin Tarantino, Alfred Hitchcock e Steven Soderberg, à literatura de H. G. Wells e Dostoiévski, e citações filosóficas de Marx, Hegel, Schelling e Lacan, além de travar um debate direto com outros intérpretes contemporâneos da crise causada pelo Covid-19, como Giorgio Agamben, Byung-Chul Han, Bruno Latour e Alain Badiou, entre outros.
Versão impressa à venda na nossa loja virtual!
E-book disponível nas seguintes lojas:
Kobo
Apple
Amazon
A cruel pedagogia do vírus, de Boaventura de Sousa Santos
Este longo ensaio em quatro partes do sociólogo português Boaventura de Sousa Santos constrói uma argumentação didática sobre os desdobramentos da pandemia do coronavírus à luz da situação econômica e política dos últimos anos.
Na obra, o autor reflete sobre as súbitas mudanças de hábitos impostas em todo o planeta, como o tempo dispensado aos filhos, a diminuição da poluição nas grandes cidades e a redução do consumo desenfreado. Segundo ele: “Mostra-se que só não há alternativas porque o sistema político democrático foi levado a deixar de discutir as alternativas”.
Disponível nas seguintes lojas:
Kobo
Apple
Amazon
A arte da quarentena para principiantes, de Christian Dunker
Quarto lançamento da coleção Pandemia Capital, A arte da quarentena para principiantes, do psicanalista Christian Dunker tematiza diferentes aspectos da vida dos brasileiros sob a pandemia de covid-19. Da política bolsonarista aos transtornos psicológicos deflagrados pela “peste”, da cobertura de saúde pública à defesa da psicanálise como abordagem clínica, o autor destrincha, com olhar arguto, as angústias e os conflitos que afloram no confinamento. Mas é a vida cotidiana o fio comum dos artigos reunidos. Trata-se de um manual de sobrevivência que, ao nomear o sentido antropológico das modificações trazidas pelo vírus, nos incentiva a dar sentido ao novo tempo, distante da ideologia vulgar dos livros de autoajuda que seu título parodia.
Dunker nos explica que o medo pode ser uma reação natural a uma nova situação, seja qual for. E que é preciso acalmar-se, dispondo da ajuda com que pudermos contar. Que só assim será possível propor questões como a de que história desejaremos contar sobre toda essa situação e o modo como a enfrentamos. Medo, angústia, ansiedade, conflitos em família e a relação com a educação dos filhos são temas abordados pelo autor de forma clara e provocativa.
Disponível nas seguintes lojas:
Kobo
Apple
Amazon
Reflexões sobre a peste, de Giorgio Agamben
Novo lançamento da coleção Pandemia Capital, Reflexões sobre a peste: ensaios em tempos de pandemia, do filósofo italiano Giorgio Agamben, é uma coletânea de seis artigos escritos entre 26 de fevereiro e 13 de abril de 2020.
Os textos acompanham a escalada da doença na Itália, desde as primeiras descobertas sobre a covid-19 até o pico da doença no país. O filósofo traça um paralelo entre as medidas de emergência motivadas pela pandemia, especialmente o distanciamento social, e as formas totalitárias de governo, chamando atenção para “a crescente tendência de usar o estado de exceção como paradigma normal de governo”. No centro das preocupações de Agamben está “uma sociedade que sacrificou a liberdade pelas assim chamadas ‘razões de segurança’ e, por isso, está condenada a viver em um perene estado de medo e de insegurança”.
O posicionamento controverso desse que é um dos grandes críticos da contemporaneidade desperta a incômoda reflexão sobre o que estamos dispostos a renunciar diante do risco da doença.
Disponível nas seguintes lojas:
Kobo
Apple
Amazon
Construindo movimentos: uma conversa em tempos de pandemia, de Angela Davis e Naomi Klein
No auge da pandemia do novo coronavírus, duas reconhecidas ativistas feministas de esquerda, Angela Davis e Naomi Klein, se reuniram virtualmente para uma conversa sobre conjuntura, capitalismo, autoritarismo e desigualdade. Organizado pela Rising Majority, o encontro contou com a participação de Thenjiwe McHarris (Blackbird), Cindy Wiesner (Grassroots Global Justice), Maurice Mitchell (Working Families Party) e Loan Tran (Southern Vision Alliance). Lançada como novo volume da coleção Pandemia Capital, a transcrição desse histórico encontro pode ser encontrada agora em português.
A covid-19 seria mesmo democrática como muitos afirmam? Nessa conversa, as autoras argumentam que o foco da doença atinge especialmente os mais pobres e vulneráveis, como negros e mulheres, mesmo em países mais ricos, como os Estados Unidos. A atuação de líderes autoritários que utilizam a pandemia como manobra de garantia de poder também é tema no debate, com destaque para Viktor Orban, Jair Bolsonaro, Benjamin Netanyahu e Donald Trump.
“Estou preocupada com o fato de que, no Brasil, a situação é muito pior que aqui – sem falar nas semelhanças entre os dois presidentes. Mas eu acredito que nós, dos Estados Unidos, podemos encontrar em lugares como o Brasil e a África do Sul vozes que almejem sair criativamente desta crise”, diz Angela Davis.
Disponível nas seguintes lojas:
Kobo
Apple
Amazon
(Re)nascer em tempos de pandemia: uma carta à Moana Mayalú, de Talíria Petrone
Em um texto tocante, que faz analogia entre o nascimento e um renascimento pós-pandemia, a deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ) se dirige nesse livro à filha, que chega em meio aos duros tempos que estamos vivendo.
Pensando em qual mundo será oferecido à pequena Moana Mayalú, a autora reflete com delicadeza sobre questões de gênero, maternidade e sobre o impacto da pandemia na vida das mulheres negras e de periferia. Tudo isso sem perder o tom íntimo e afetuoso de quem escreve uma carta a esse ser tão amado e desejado: a sua bebê. E sem deixar de se questionar sobre onde estará a humanidade quando ela nascer.
“Essa pandemia deixará dores antigas muito mais agudas em brasileiros e brasileiras. Entretanto, os gritos indignados podem, quem sabe, acordar toda a vizinhança. E de vizinhança em vizinhança, mais e mais gritos indignados podem derrubar aquilo que já está carcomido. Eu preciso te dizer que tudo pode ser diferente um dia. Nos resta fazer o nosso melhor para que o melhor chegue. Podem nos chamar de tolas, mas carregamos conosco esse brilho nos olhos, esse grito na garganta e a incrível capacidade de semear o amor no meio do ódio. Nós sonhamos!”.
Disponível nas seguintes lojas:
Kobo
Apple
Amazon
Coronavírus: o trabalho sob fogo cruzado, de Ricardo Antunes
A eclosão do coronavírus é consequência de uma simbiose letal entre a crise estrutural do capital, em curso há vários anos, à qual se somam uma avassaladora crise social e uma profunda crise política de consequências inimagináveis.
Quando a prática tem sido a sistemática destruição da legislação social protetora do trabalho, por imposição de um capitalismo de predação e seu estado-gendarme em sua variante mais primitiva, o resultado que se colhe é a expansão exponencial de uma enorme massa trabalhadora desempregada, subempregada, na informalidade, na intermitência, precarizada e que só encontra “emprego” nos trabalhos uberizados, aqueles que burlam completamente a legislação trabalhista.
O que se pode esperar, então, em relação ao presente e ao futuro do trabalho, nesta era trágica do capital pandêmico? CORONAVÍRUS: o trabalho sob fogo cruzado procura oferecer algumas pistas para responder estas indagações.
“Se o capitalismo levou pelo menos três séculos para se constituir (se pensarmos desde a acumulação primitiva até a revolução industrial), por que o socialismo teria que ter se constituído e acertado, em sua plenitude, em um único século? A pandemia do capital tornou a invenção de um novo modo de vida o imperativo maior de nosso tempo.”
Deixe um comentário