A culpa é da esquerda

A culpa é um afeto pouco transformativo. Assim como criticar tornou-se o mesmo que desqualificar e agredir, autocrítica tornou-se sinônimo de admissão de culpa.

Por Christian Ingo Lenz Dunker.

Agora que o castelo de areia criado pelo ódio e pela desinformação começa a ser varrido pelas ondas de corrupção e lama que vêm caracterizando as primeiras semanas do governo Bolsonaro, talvez tenha chegado a hora da autocrítica da esquerda. Qual parte lhe cabe nesse latifúndio de miséria, ignorância e regressão? Imagino que vários outros (bem mais qualificados em ciência política e no entendimento de processos institucionais, que efetivamente comandam o chão de fábrica da política) tenham muito mais e melhor a dizer do que eu. Mas aqui vai minha contribuição lateral para esse começo de conversa que teve bons e maus motivos para ser adiada.

Uma das razões para este adiamento decorre do fato de que fazer autocrítica é reconhecer que esta teria sido insuficientemente realizada até então. A tentação de deter o monopólio da crítica tem suas raízes na afinidade histórica entre a esquerda e a invenção de outros modelos de mundo, de vida e de Estado, caracterizando, ainda que provisoriamente, a direita como campo da conservação e manutenção de um determinado estado de coisas. Por isso, reconhecer o atraso nesta matéria não é apenas assunto de correção e ajuste de rota, mas discussão de essências, pertinências e prerrogativas no uso do qualificativo: esquerda. Afinal, o estado natural da esquerda é ou deveria ser a crítica.

A autocrítica, como reverso interno e necessário da crítica, tem também suas patologias. Assim como criticar tornou-se o mesmo que desqualificar e agredir, autocrítica tornou-se sinônimo de admissão de culpa. Desde que certa esquerda chegou ao poder, o afeto político ascendente, neste quadrante, tornou-se a culpa. Culpa por não ser suficientemente representativa e por não estar à altura daqueles a quem se representa. Culpa por representar imperfeitamente aqueles até estão excluídos ou minorizados. Culpa de frequentar universidades, de possuir um pouco ou um muito a mais de capital cultural, social ou econômico. Culpa de pertencer à classe média, de ser elite, ainda que operária, negra, feminista ou LGBTI+. Culpa por sentir que não se está fazendo nada de “realmente relevante” (o que seria isso mesmo?). Culpa porque as mesas de congressos não contemplam proporcionalmente indígenas, ou porque não nos dedicamos de forma mais radical e comprometida à redução do preconceito à da desigualdade social. Culpa porque não exercemos controle crítico do Estado, dos partidos ou grupos que nos são próximos, ou de causas ecológicas e de sustentabilidade. Culpa e sentimento de impostura por invadir o lugar de fala alheio.

A culpa tornou-se afeto característico do sofrimento de classe. Percebe-se, por meio de uma enumeração errática como esta, que isso abriu espaço para a emergência do gozo cínico, que instrumentalizará a culpa alheia dizendo que ela é apenas vitimização, “mimimi” ou ritual narcísico de desimplicação. Creio que Francisco Bosco estava tentando nos alertar para isso. A culpa é um afeto individualizante que trava a ação coletiva. Isso se vê também no fato de que em estado de massa ou de anonimato digital perdemos de vista a função inibidora da culpa, nos tornando assim falsamente corajosos e hipercríticos. O sujeito pode sair orgulhoso do debate ou da reunião de condomínio, por destruir aquele colega que pisou em falso naquela expressão inconveniente ou que se excedeu nos argumentos, mas a disputa em torno da culpa é assim: o que hoje você expurga em cima de outro, amanhã lhe será retribuído em dobro. A anestesia provisória, criada pela superioridade moral vai sendo corroída pela culpa, que precisa cada vez de mais atos de exibição purificadores. Nesse ciclo, quem vence é sempre a culpa. Dois dias depois do #EleNão, perdeu-se a chance de uma virada no discurso, quando embarcamos na conversa da culpa.

Uma determinada culpa existencial, de extração católica, acompanhou a formação da esquerda no Brasil desde a Juventude Universitária Católica (JUC) até as Comunidades Eclesiais de Base. Uma culpa raiz que não servia nem à evasão nem à punição moral. Uma culpa que nos fazia pensar com Antônio Cândido e Alfredo Bosi, com Paulo Freire e Darcy Ribeiro, com João Cabral de Melo Neto e Clarice Lispector. Gradativamente, o universo dessa “terra em transe” baseada na autocontradição e na angústia que vinha da tomada de consciência sobre o que significa Brasil, derivou para outra economia moral. Mais simples e pragmática, essa nova consciência sedimentou-se na ideia de que culpa é apenas transgressão da norma, e a norma é bem posta, com exemplos claros e distintos.  Aqui se diria que estou falando do neopentecostalismo, mas não é este o caso, pois trata-se de um movimento mais amplo e capilar. É a culpa dos professores impotentes porque lhes impingem mais e mais ideais, com menos e menos condições de cumpri-los. É a culpa dos trabalhadores massacrados por sua própria empregabilidade, dos apaixonados pelo compliance de suas corporações, das relações dietéticas e disciplinares com seus corpos, das relações veementes com seus desejos e palavras, dos axiomas de saúde que nos levam a uma série de pequenas resignações e ao recolhimento em uma vida funcional.

Bem antes de inventarem a Lava Jato – aliás, uma benfeitoria de Dilma – já estávamos culpados. Este é o ponto que quero trazer para a discussão. É certo que o chamado campo progressista, a esquerda ampla, partidária ou comunitária, organizada ou “meio intelectual meio de esquerda”, como formulou Antonio Prata, esquerda “caviar” ou popular, organizada em coletivos ou escrevendo textões nas redes sociais, enfim, todos nós (me incluo nisso) que nos engajamos nesse projeto de mudar a face miserável e faminta do Brasil nos vimos, durante todos estes anos,  diante de coisas que não considerávamos corretas (deixo a lista para a próxima coluna). Mas a atitude era de aposta. Olhávamos para o lado e víamos a barbárie de sempre no outro lado e dizíamos a nós mesmos: melhor assim, porque outra coisa não dá.

O preço por essa união à base do mal menor foi alto. Quando renegamos nossos desejos, quando deixamos de nos implicar com o que queremos, quando barganhamos nossa responsabilidade com relação às nossas aspirações, o resultado é um só: culpa. Para a psicanálise, este é um ponto inegociável: cedeu de seu desejo, pode esperar que a fatura da culpa virá, cedo ou tarde, clara ou obscura. Uma esquerda culpada só pode operar por divisões cada vez mais fragmentadas de si mesmo, buscando saber quem é mais culpado do que eu e eliminando impurezas até chegar à solidão solipsista final. Quando entrei nesta conversa, esquerda era transgressão, confronto e desafio de normas, como bem colocou Kleber Mendonça, na pele de Sonia Braga, em Aquarius. Trinta anos depois, nos acostumamos a jogar para não perder.

Em determinado momento da história, a direita parece ter descoberto essa fragilidade. A coisa começou pela imputação de culpa e imoralidade generalizada. Traição aos ideais éticos praticada pelos líderes. A resposta, ainda que vacilante, confiava na ideia de que a Lava Jato era parte da autocrítica e que, na roleta geral da culpa, a esquerda ainda tinha farto capital moral para gastar. O erro impercebido foi ignorar que do outro lado emergia um adversário que tinha outra gramática para a culpa. Um adversário que fazia política na base da teologia da prosperidade, e na equação de que: se tenho mais, mais me é devido. Isso não é meritocracia, mas autojustificação do poder. É claro que essa retórica exige massiva repressão da culpa. Se você pensou que isso se faz à base do reforço delirante da convicção de que a culpa é do outro e somente do outro, acertou.

Portanto, há um fragmento de verdade na acusação de que faltou autocrítica. Faltou autocrítica e sobrou culpa. Certamente isso influiu nos julgamentos decisivos nos quais começamos a perceber matizes de vingança e parcialidade, bem como personagens “imunes” a culpa. Há um fragmento de verdade no déficit de autocrítica, na impossibilidade de reconhecer erros e na resistência a voltar a trás. Esse fragmento não foi o pedalinho do Lula, mas a gramática da culpa que se viu revertida e assumida pela direita como máquina de guerra. Foi assim que pessoas imorais, indecentes e com ficha corrida na corrupção puderam elevar-se à condição de acusadores. Isso só foi possível porque o lugar do acusador já estava feito, polido e esperando seu novo ocupante.

Quando dizíamos, generalizando o consenso de uma conversa interna, que o outro era fascista, machista, misógino, preconceituoso e homofóbico, nos vimos, estarrecidos e desprevenidos, diante de um interlocutor que dizia: “Sou sim, sem culpa alguma! Aliás, a culpa é do PT!” O argumento transitivista, próprio a toda narrativa de sofrimento, abriu o flanco para ouvirmos: “Se você é feminista, eu posso ser machista! Se você tem direito de achar que a terra é redonda, minha opinião de que a terra é plana tem que ter o mesmo valor e importância!” Essa parasitagem de argumentos, essa instrumentalização retórica talvez não tivesse acontecido se o afeto político hegemônico na esquerda não fosse a culpa.

A culpa é um afeto pouco transformativo. Em geral, assim que achamos o culpado nos desimplicamos do processo. Confundimos culpa e responsabilidade. Ser responsável é reparar, manter-se fiel ao processo, interessar-se pela sua continuidade. Ser culpado é o que basta para punirmos o outro, ou a nós mesmos, pela nossa própria impotência e cair fora. A lógica da culpa serve para esquecermos de nossa responsabilidade e implicação, por isso ela tem uma função catártica: uma espécie de alívio imediato, mas seguido de um aumento gradual da carga de angústia. No longo prazo, é pela culpa que nos devora o superego, este glutão que sempre quer mais, que nos diz sempre que ainda não está bom e que não chegamos… ainda, na perfeição. Quanto mais respondemos ao superego, mais ele pede e mais nos sentimos inadequados, infelizes e impotentes. Gozam pelo superego estes que se apaixonaram pela correção e pela acusação dos impuros. Gozam com a força da lei e com a humilhação do outro o seu parceiro fantasmático. Uma nova nova esquerda pode beneficiar-se com um deslocamento de afetos, permitindo que a autocrítica se separe da imputação de culpa colocando em sua cúspide o desejo de transformação.

***

Christian Ingo Lenz Dunker é psicanalista, professor Livre-Docente do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), Analista Membro de Escola (A.M.E.) do Fórum do Campo Lacaniano e fundador do Laboratório de Teoria Social, Filosofia e Psicanálise da USP. Autor de Estrutura e Constituição da Clínica Psicanalítica (AnnaBlume, 2011) vencedor do prêmio Jabuti de melhor livro em Psicologia e Psicanálise em 2012 e um dos autores da coletânea Bala Perdida: a violência policial no Brasil e os desafios para sua superação (Boitempo, 2015). Seu livro mais recente é Mal-estar, sofrimento e sintoma: a psicopatologia do Brasil entre muros (Boitempo, 2015), também vencedor do prêmio Jabuti na categoria de Psicologia e Psicanálise. Desde 2008 coordena, junto com Vladimir Safatle e Nelson da Silva Junior, o projeto de pesquisa Patologias do Social: crítica da razão diagnóstica em psicanálise. Colabora com o Blog da Boitempo mensalmente, às quartas.

16 comentários em A culpa é da esquerda

  1. Daniela Farias // 31/01/2019 às 2:12 pm // Responder

    Quando Christian diz que fechou olhos para aspectos negativos do governo do PT apostando que ainda assim era melhor que o resto, me identifiquei, pois como anônima, “fechei olhos” para estes aspectos simplesmente porque não encontrei canais de comunicação ou diálogo com este governo.
    Com respeito a sua análise sobre a culpa, me permita discordar a respeito do conceito de autocrítica. Na área da educação nós avaliamos para saber onde “falhamos” e como vamos prosseguir no processo. Creio que é possível realizar autocrítica de forma objetiva, com objetivos claros e construtivos. Talvez esse seja um bom momento para exercitar a autocrítica. É necessário para podermos retomar e redirecionar o caminho.

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    • Mario Supero // 03/02/2019 às 9:17 am // Responder

      “Amém, irmão petista?”
      — “Amém!”

      Vamos orar UM TERÇO.
      Aquele doado ao Capo luladrão pelo Santo Papa Francisco:
      Amém? Irmão petista? Odeias a mídia? Odêêêêêio!!

      Senhor, fazei de mim
      1 instrumento da corrupção
      e do golpe a Constituição.
      Onde tiver gorjeta,
      que eu encha maleta.
      Que seja minha sina receber propina.

      Mídia? Imprensa? Tudo é perfídia!
      Quero é minha recompensa!
      Não sou peixe-lobo,
      Sou sim 1 apedeuta.
      Odeio Rede-Globo.

      Sem opinião de jornalistas traíras, são PiG golpistas.
      Do PCdoB amo Jandira,
      Na cultura Ipojuca
      Amo e divulgo,
      Tudo que é porralouca

      Depois da meia-noite urubu vira frango,
      semeio tudo que é barango.
      Vem na minha companheiro!
      Só não faz pergunta difícil.
      Não sou artilheiro,
      sou como mulher fácil.

      Mas adoro é dinheiro.

      E se houver mutreta que eu mame na teta.
      Amém?
      Amééééééém!

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      • Cristiane N Vieira // 03/02/2019 às 10:55 am // Responder

        Parabéns. Fez uma oração sob medida para imbecis bolsominions como você! Repita diariamente em frente ao espelho, quem sabe seu lugar VIP de bobo da corte no inferno, digo, Brasil fascista, esteja garantido: passa no caixa do seu governo em Rio das Pedras/RJ pra receber pela consultoria religiosa (ave, Malafaia) e não esqueça: depósitos só até 2 mil pra não cometer usura. Mas se de repente um de 24 mil cair na conta da sua esposa/amante, não se preocupe: a igrejinha neopentecostal para quem você fez a oração lava esse tipo de pecado, com água pura e santa vinda direto de Israel – viva o ecumenismo fariseu! No seu caso, é só sincretinismo mesmo: cada um dá, ou negocia, o que tem.
        Dica: faça o próximo comentário em forma de tatuagem, faz milagres na área do perdão judicial, rs. Guarde seu corpo, ou sua pele de cordeiro, para coisas mais sérias, os escândalos da trindade filial fascista: a via-crucis para globidiotas como você está apenas começando, escolha a ressurreição se for capaz.
        Que a milícia te proteja, e te pague religiosamente em dinheiro, carros usados ou apartamentos financiados pela Caixa – que heresia estatista! Em nome do pai, dos filhos e dos espíritos de porco da facção a que você pertence. A(r)mem-se!

        Sampa/SP, 03/02/2019 – 11:55

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  2. Cristiane N Vieira // 31/01/2019 às 3:44 pm // Responder

    O texto é interessante, provocativo, exerce a função psicanalítica de mostrar o espelho mas estender a mão diante do abismo e da contração moral diante do seu reflexo – do contrário, seria apenas sadismo e vaidade.
    Não vou comentar em detalhes porque tenho discordâncias com aspectos da reflexão, idéias e exemplos utilizados – cada parágrafo daria um textão de seção de comentário de sites progressistas, rs (não uso rede social mas a carapuça serviu) – que não cabem aqui.
    Mas acho que um aspecto fundamental em toda a estrutura precisa ser nomeado para ser assimilado: o sentido, desejo ou pretensão de monopólio da (in)falibilidade, donde provém a culpa, ou a soberba, seu oposto/resposta mencionado nos exemplos de ascese social na forma de ortomanias, menos preocupadas com a perfeição em si – inalcançável e desconhecida, miragem autoimposta – que com a vaidade e a concorrência – o outro, como oponente, de vidraça se torna medida que condiciona e direciona o vazio – o encontro do ódio de si com o ódio ao outro como ilusão de amor-próprio.
    A esquerda como construção histórica e moral em amplo sentido, pela sua natureza de inconformidade com o status quo e proposição radical de transformação, tem uma fraqueza que se refere a não considerar a si mesma como algo apartado do seu objeto – ganha em humildade por não se colocar no centro da história mas perde em consistência para sustentar seu discurso – atire a primeira pedra quem nunca sofreu – sofre – desse mal? Uma condição comum a quem pensa as coisas criticamente, que a esquerda, por sua função política de impulsão da mudança, e não apenas sua teorização crítica asséptica, extrapola (o risco do farisaísmo) e exacerba seu potencial autodestrutivo em todas as direções (seus atos, divergências, vacilações, disputas internas, comunicação oscilante com o público).
    É a (auto)vigilância cristã que falta na culpa católica mencionada, no “tire o argueiro do seu próprio olho antes de apontar o do outro” (citação não literal), no “com a medida com que julgares, serás julgado” (idem).
    Talvez a transição de uma atuação política totalizante (assumir a tarefa da transformação coerente do mundo, seu objeto, e de si mesmx, como sujeito dela, para alcançar um ideal de aperfeiçoamento constante – o contrário da perfeição do “filho pródigo”, presumida, de saída, é a partir da percepção da falibilidade que se constroem caminhos da transformação sempre em equilíbrio precário) para um pragmatismo da Real Politik, como se costuma dizer que “na prática, a teoria é outra”, seja a responsável pela falta da autocrítica em um território, a política, em que as regras têm cada vez mais se autonomizado em relação à vida de que deveria ser seu centro, um cassino flutuante, desenraizado, em meio às agruras da existência.
    Já tá virando (virou? sou pré-twitter) textão, então vou concluir: a (psico)análise caracterizou bem a culpa como companheira de uma ascese destemperada pela falta de humildade. A questão que fica é: no mercado social das culpas e soberbas, quem é o fiel da balança e quem dará o lastro da moeda?
    Uma frase que sempre serviu de âncora quando me percebi hipercrítica na fala mas indulgente na prática: (a formulação exata varia mas a essência é esta) “antes de começar o trabalho de mudar o mundo, dá três voltas na tua própria casa/habitat” – provérbio chinês. Ora e (e)labora. Agora, voltar à vida que o recreio acabou, rs.

    Sampa/SP, 31/01/2019 – 16:44

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  3. Mauro M Doria // 01/02/2019 às 4:24 pm // Responder

    Tudo se resume ao que o Mujica disse, criamos consumidores e não cidadãos. Faltou foi ideologia e ter extirpado as metástases, igreja evangélica e mídia. Agora o país é um corpo agonizante.

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    • Daniela Farias // 02/02/2019 às 10:50 am // Responder

      Mauro levanta questões interessantes. Vejo o país como um zumbi sem cérebro perdido sem saber pra onde ir repetindo slogans como “bandido bom é bandido morto”. Com certeza o modelo de poder e de transformação social de cima pra baixo que o PT implementou impediu o desenvolvimento da cidadania em detrimento do consumismo. Grupos como o movimento negro e feminista cresceram e conquistaram visibilidade mas os sindicatos e o MST recuaram das lutas. No lugar de ideologia creio que investimento em educação pública de qualidade e não o rebaixamento das universidades privadas. Quebrar o monopólio da mídia tradicional talvez fosse melhor que extirpá-la. Mas principalmente a participação popular no poder pra não ficar refém do congresso.

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  4. Cada vez mais, acredito que a reflexão política passa pela compreensão de nós mesmos. Daí que a psicologia e psiquiatra terem muito a nos ensinar. O desafio, no entanto, é como democrarizar esses conhecimentos e fazê-los inteligíveis para nós, público leigos e tão averso ao tema?

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  5. Analice Palombini // 02/02/2019 às 9:18 pm // Responder

    Grata, C. Dinner, pelo texto certeiro. Ajuda a nos transformar…

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  6. Analice Palombini // 02/02/2019 às 9:20 pm // Responder

    Ops, o corretor francês transformou Dunker em dinner… désolée

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  7. Pedro Alfredo // 02/02/2019 às 11:35 pm // Responder

    “Engana-me, que eu compro”:

    o PT®? Qual o poder constante de sua propaganda ininterrupta?
    Eis:
    Vive o PT© de clichês publicitários bem elaborados por marqueteiros.
    Nada espontâneo.
    Mas apenas um frio slogan (tal qual “Danoninho© Vale por Um Bifinho”/Ou: “Fiat® Touro: Brutalmente Lindo”). Não tem nada a ver com um projeto de Nação.

    Eis aqui a superficialidade do PETISMO:

    0.
    “Coração Valente©”
    1.
    “Pátria Eudcadora©” [Buá; Buá; Buá].
    2.
    “A Copa das Copas®”
    3.
    “Fica Querida©”
    4.
    “Impeachment Sem Crime é Golpe©” [lol lol lol]
    5.
    “Foi Golpe®”
    6.
    “Fora Temer©”
    7.
    “Ocupa Tudo®”
    8.
    “Lula Livre®”
    9.
    “® eleição sem Lula é fraude” [kuá!, kuá!, kuá!].
    10.
    “O Brasil Feliz de Novo®”
    11.
    “Lula é Haddad Haddad é Lula®” [kkkk]
    12.
    “Ele não®”.
    13.
    “Haddad agora é verde-amarelo ®” [rsrsrs].
    14.
    “LUZ PARA TODOS©” (KKKKK).

    15. (…e agora…):
    “Ninguém Solta a Mão de Ninguém ©”

    16.
    “SKOL®: a Cerveja que desce RedondO”.

    PT© é vigarista.
    Vive de ótimos e CALCULADOS mitos publicitários.

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    • Cristiane N Vieira // 03/02/2019 às 8:30 am // Responder

      A sua “crítica” mostra apenas que você – publicitário desempregado? – conhece muitos slogans famosos mas não entende nada de política nem de história do Brasil.
      Não foi o PT que inventou a utilização de slogans na comunicação política, como não inventou muita coisa negativa que se atribui a ele, mas certamente “inventou”, nos governos de Lula e Dilma Rousseff:
      1 – Brasil de devedor a credor do FMI
      2 – Brasil fora do mapa da fome
      3 – Brasil retira 40 milhões de pessoas da linha da miséria
      4 – Brasil democratiza e amplia o acesso à universidade pública e à formação qualificada em pós graduação no exterior (Ciência sem fronteiras)
      5 – Brasil se torna respeitado no mundo e uma liderança internacional diplomática
      6 – Brasil descobre o pré-sal
      7 – Brasil tem redução recorde no desmatamento
      8 – Brasil reestrutura o serviço público e instituições de Estado
      9 – Brasil inicia um sistema público de comunicação
      10 – Brasil inicia a comissão da verdade para tratar de atos e fatos ocorridos durante a ditadura civil militar de 1964-1985

      E você, além de decorar slogans para fingir que entende de política ou que é ” esperto”, fez o que na sua vida a partir de 2002?

      Invejoso e raso. Continue latindo que a caravana da esperança seguirá seu caminho.
      Por acaso está treinando para virar aluno de olavinho, o Charlatão. Para isso não falta talento. O nome também ajuda. Dá até slogan… para purgante.

      Sampa/SP, 03/02/2019 – 09:30

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  8. Camarada Zezé:

    Boa noite.

    Nesse momento, de madrugada, você vai fazer o seguinte:

    Aí no escuro da noite, sem se levantar, do fundo de seu quarto (ou do sofá da sala), irá falar assim:

    — Páááátria Educadora.

    Sim! E com firmeza, certo? Bem cravado. No escuro mesmo. Com inabalabilidade e desassombro. Assim ó: «Pááááátria Educadora».

    Naturalmente que a Renata — sua filha, irá acordar. E sua mulher irá acender a luz e vai verificar. Não se preocupe. Não tem problema. Não fale mais nada! Fique em silêncio. Quietinho. E nem acenda a luz.

    Depois de uns dez minutinhos, tudo voltará como antes.

    Aí você vai se levantar, devagarinho; irá até ao banheiro aí no corredor, olhará bem dentro de seu OlhO (mas bem dentro mesmo), no espelho grande e com enoooorme firmeza, a luz acesa, irá FALAR com a boca bem cheia, em um só fôlego:

    — Pátria Educadôôôôôra.

    Alguma dificuldade? Lógico que não! Você quando criança tomou seu leite Ninho, não tomou? Então, fortaleza.

    Com a boca bem cheia — beleza? —, e com precisão e energia: Pááááátria êducadôôôôra.

    RJ.

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  9. Carlos roberto Rodrigues // 05/02/2019 às 7:44 pm // Responder

    Muito bom tempos, para refletir e para autocritica .
    Podemos recorrer a leitura de emanuel kant
    a proposito de sua tese : ” ser Etico” fazer o que tem para ser feito por principios , assumindo as responsabilidades devidas.

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  10. Luci Santos // 08/02/2019 às 2:36 pm // Responder

    A culpa é de quem escreveu sobre os trabalhadores sem dar os livros pra eles, os trabalhadores continuam sendo trabalhadores enquanto vcs fazem parte da elite

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3 Trackbacks / Pingbacks

  1. A culpa é da esquerda – Blog da Boitempo – BRASIL S.A
  2. O Decálogo de Moro – Blog da Boitempo
  3. A “mediocracia brasileira” e o Brasil que não hesita em resistir – Política da Criminologia

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