Žižek: A atualidade de Marx
É preciso responder de maneira propriamente dialética à questão sobre a continuada relevância da crítica da economia política de Marx no capitalismo global de hoje.
Por Slavoj Žižek.
* ARTIGO ENVIADO PELO AUTOR DIRETAMENTE PARA SUA COLUNA NO BLOG DA BOITEMPO.
A TRADUÇÃO É DE ARTUR RENZO.
Quando penso no bicentenário de Karl Marx comemorado este ano, logo me ocorre uma deliciosa piada soviética sobre a rádio Yerevan. Um ouvinte pergunta: “É verdade que Rabinovitch ganhou um carro novo na loteria?”. E a rádio responde: “A princípio, é verdade, sim. Só que não foi um carro novo, foi uma bicicleta velha, e ele não ganhou ela, ela lhe foi roubada.” Não seria possível dizer que algo semelhante não vale também para o destino do ensinamento de Marx hoje, 200 anos após seu nascimento?
Perguntemos à rádio Yerevan: “É verdade que Marx ainda é atual hoje?”. E já dá para adivinhar que tipo de resposta teríamos: “A princípio, sim, ele descreve maravilhosamente a dança louca das dinâmicas do capitalismo, que só atingiu seu auge hoje, mais de um século e meio depois de seus escritos, mas… Gerald A. Cohen enumerou os quatro atributos fundamentais da noção marxista clássica de classe trabalhadora: (1) ela constitui a maioria da sociedade; (2) ela produz a riqueza da sociedade; (3) ela consiste dos membros explorados da sociedade; (4) seus membros são os necessitados da sociedade. Quando combinam-se esses quatro atributos, geram-se mais dois: (5) a classe trabalhadora não tem nada a perder com uma revolução; (6) ela pode e irá iniciar uma transformação revolucionária da sociedade.1 Não se pode dizer que os quatro primeiros atributos se aplicam à classe trabalhadora atual. É por isso que não se pode produzir os enunciados (5) e (6). (Ainda que algumas das características possam ser válidas para certas partes da sociedade atual, elas não estão mais unificadas em um único agente: os necessitados na sociedade não são mais os trabalhadores, etc.)
O impasse histórico do marxismo não repousa apenas no fato de que ele contava com a perspectiva da crise derradeira do capitalismo e portanto não podia dar conta de explicar como o capitalismo saía de cada crise fortalecido. Há um equívoco ainda mais trágico em operação no corpo clássico do marxismo, descrito de maneira muito precisa por Wolfgang Streeck: o marxismo estava certo a respeito da “crise final” do capitalismo; é evidente que estamos adentrando ela hoje, mas essa crise é simplesmente isso, um processo prolongado de corrosão e desintegração, sem que haja uma Aufhebung hegeliana fácil à vista, sem que haja nenhum agente para conferir a essa corrosão uma virada positiva e transformá-la em passagem para algum nível mais elevado de organização social:
“É um preconceito marxista – ou melhor, modernista – que o capitalismo enquanto época história somente irá se encerrar no momento em que uma sociedade nova e melhor estiver à vista, e em que houver um sujeito revolucionário disposto para implementá-la para fazer avançar a humanidade. Isso pressupõe um grau de controle político sobre nosso destino comum com o qual não podemos nem sonhar depois da destruição da autonomia coletiva (e inclusive da esperança por ela) realizada na revolução neoliberal-globalista.”2
A visão de Marx era a de uma sociedade gradualmente se aproximando de sua crise final, uma situação marcada pela simplificação da complexidade da vida social a um grande antagonismo entre os capitalistas e a maioria proletária. No entanto, até mesmo um rápido panorama das revoluções comunistas do século XX já deixa claro que essa simplificação nunca efetivamente chegou a ocorrer: os movimentos comunistas radicais sempre estiveram circunscritos a uma minoria vanguardista que, para obter hegemonia, precisava aguardar pacientemente uma crise (geralmente uma guerra) que fornecia uma estreita janela de oportunidade. Em tais situações, uma autêntica vanguarda tem a chance de pode aproveitar o momento, mobilizar o povo (ainda que não a maioria de fato) e tomar o poder. Aqui, os comunistas sempre se mostraram totalmente “não-dogmáticos”, prontos para se colarem a outras pautas: terra e paz na Rússia, libertação nacional e unidade contra a corrupção na China, por exemplo… Eles sempre tiveram plena consciência de que a mobilização acabaria logo e tratavam de preparar cuidadosamente o aparato de poder para garantir sua manutenção no poder naquele momento. (Em contraposição à Revolução de Outubro, que explicitamente tratou os camponeses como aliados secundários, a Revolução Chinesa sequer fingiu ser proletária: ela abordou diretamente os agricultores como sua base.)
O grande problema do marxismo ocidental (e até mesmo do marxismo como tal) era a ausência do sujeito revolucionário: como explicar que a classe trabalhadora não conclui a passagem do em-si ao para-si de forma a constituir enquanto agente revolucionário? Esse problema fornecia a principal raison d’être do recurso à psicanálise, evocada no interior dessa tradição precisamente para dar conta de explicar os mecanismos libidinais inconscientes que bloqueiam o surgimento da consciência de classe inscrita no próprio ser (situação social) da classe trabalhadora. Dessa forma, salvou-se a verdade da análise socioeconômica marxista: não havia motivo para renunciar a teorias “revisionistas” sobre a ascensão das classes médias etc.
É por essa mesma razão que o marxismo ocidental também sempre se mostrou atento a outros atores sociais que poderiam desempenhar o papel de agente revolucionário, como o suplente substituindo a classe trabalhadora indisposta: campesinos do Terceiro Mundo, estudantes e intelectuais, os marginais excluídos… A versão mais recente dessa ideia recorre aos refugiados: somente um influxo de um número muito grande de refugiados seria capaz de revitalizar a esquerda radical europeia. Essa linha de pensamento é profundamente obscena e cínica. Para além do fato de que tal desdobramento certamente impulsionaria enormemente a violência contra os imigrantes, o aspecto realmente insano dessa ideia é o projeto de se preencher a lacuna dos proletários ausentes importando-os do exterior, de forma que teríamos a revolução por meio de um agente revolucionário substituto terceirizado.
É possível identificar o fracasso da classe trabalhadora enquanto sujeito revolucionário já no próprio núcleo da revolução bolchevique. A arte de Lênin foi saber detectar o “potencial de raiva” (Sloterdijk) dos camponeses insatisfeitos. A Revolução de Outubro foi vitoriosa em larga medida por conta do lema “paz, terra e pão” direcionado para a vasta maioria de camponeses, agarrando o breve momento de radical insatisfação desse setor. Lênin já estava pensando nessa linha uma década antes das Teses de Abril, e por isso temia o possível êxito das reformas agrárias de [Piotr] Stolypin que visavam criar uma nova e forte classe de camponeses independentes. Ele escreveu que se o projeto de Stolypin fosse bem sucedido, estaria perdida, por décadas, a oportunidade de uma revolução.
Todas as revoluções socialistas exitosas, da cubana à iugoslava, seguiram esse modelo: agarrou-se a oportunidade em uma situação crítica extrema, cooptando a libertação nacional ou outros “capitais de raiva”. Aqui, é claro, um partidário da lógica marxista hegemônica prontamente assinalaria que essa é justamente a lógica “normal” do processo revolucionário: é única e precisamente através de uma série de equivalências entre múltiplas demandas, sempre radicalmente contingentes e dependentes de um conjunto específico (singular, até) de circunstâncias, que atinge-se efetivamente a “massa crítica” necessária. Uma revolução nunca ocorre quando todos os antagonismos se reduzirem ao grande antagonismo, mas quando eles combinam sinergicamente suas forças.
O ponto não é apenas que a revolução perdeu o bonde da História e deixou de seguir as suas leis imanentes, pois na verdade não há História, pois a história é um processo contingente, aberto. O problema é outro: é como se houvesse uma Lei da História, uma linha mestra predominante mais ou menos clara de desenvolvimento histórico, e que nesse contexto uma revolução só poderia ocorrer nos interstícios desse processo enquanto um fenômeno “contra a corrente”. Por isso, os revolucionários precisam aguardar pacientemente surgir o momento (geralmente muito breve) em que o sistema abertamente entra em pane ou colapsa, se aproveitar da janela de oportunidade, agarrar o poder que naquele momento se apresenta como que caído no chão, suscetível a ser reivindicado, e depois logo cuidar de fortificar seu domínio sobre o poder, construindo aparatos repressivos etc. de forma que quando passar o movimento de confusão e a maioria retomar a sobriedade e se desapontar com o novo regime, já será tarde demais para se livrar dele, dado seu firme enraizamento.
Os comunistas também sempre calcularam cuidadosamente o momento certo para interromper a mobilização popular. Tomemos o caso da Revolução Cultural Chinesa, que sem dúvida continha elementos de uma utopia efetivamente encenada. Logo no seus últimos momentos, antes da agitação ser barrada pelo próprio Mao (já que ele já havia atingido seu objetivo de re-estabelecer seu pleno poder e se livrar da mais alta concorrência da nomenclatura), ocorreu a “Comuna de Shanghai”: um milhão de trabalhadores que simplesmente levaram a sério os lemas oficiais, exigindo a abolição do Estado e até mesmo do próprio partido, e queria uma organização comunal direta da sociedade. Não é à toa que foi justamente nesse momento que Mao optou por convocar o exército para intervir e restaurar a ordem. Trata-se do paradoxo do líder que suscita um levante incontrolável ao mesmo tempo em que busca exercer pleno poder pessoal: a sobreposição entre ditadura extrema e emancipação extrema das massas.
A questão da continuada relevância da crítica da economia política de Marx na nossa era atual de capitalismo global precisa portanto ser respondida de maneira propriamente dialética. Afirmemos não apenas que ainda hoje a crítica da economia política de Marx, seu raio x das dinâmicas do capital, permanece totalmente atual, mas mais do que isso, afirmemos que é apenas hoje, com o capitalismo global, que, Marx atingiu sua plena atualidade. Ou, para falar em hegelianês, apenas hoje a realidade atingiu seu conceito. Dito isso, no entanto, intervém aqui uma inversão propriamente dialética: pois é neste exato momento de plena atualidade que precisa aparecer a limitação, o momento do triunfo é também o da derrota. Depois de superar os obstáculos externos, a nova ameaça vem de dentro, assinalando a inconsistência imanente. Quando a realidade atinge plenamente seu conceito, esse conceito mesmo precisa ser transformado. Aí reside o paradoxo propriamente dialético: não se trata de dizer que Marx estava simplesmente errado, ele muitas vezes se provou acertadíssimo, mas mais literalmente do que ele imaginava.
Tomemos a questão do “fetichismo da mercadoria”, por exemplo. Há uma clássica piada sobre um homem que acredita ser um grão de milho e é levado a uma instituição mental em que os médicos fazem de tudo para finalmente convencê-lo de que ele não é um grão de milho mas sim um ser humano. Quando ele recebe alta (convencido de não ser um grão de milho mas sim um homem) e permitem que ele saia do hospital, ele imediatamente volta tremendo. Há uma galinha na porta e ele teme que ela irá comê-lo. “Meu caro”, diz o médico, “você sabe muito bem que você não é um grão de semente e sim um homem.” “É claro que eu sei”, responde o paciente, “mas a galinha sabe disso?” O que isso tem a ver com o conceito de fetichismo da mercadoria? Leiamos o que dizem as palavras iniciais do subcapítulo sobre o fetiche da mercadoria n’O capital, de Marx: “Uma mercadoria aparenta ser, à primeira vista, uma coisa óbvia, trivial. Mas sua análise a revela como uma coisa muito intricada, plena de sutilezas metafísicas e caprichos teológicos.” (p. 146) O fetichismo da mercadoria (nossa crença de que as mercadorias são objetos mágicos dotados de poder metafísico inerente) não está situado em nossa mente, na forma distorcida pela qual percebemos a realidade, mas em nossa própria realidade social. Podemos até saber a verdade, mas agimos como se não a soubéssemos – na nossa vida real, agimos como o sujeito da piada.
É assim que a ideologia opera na nossa era de cinismo: não é preciso “crer” nela. Ninguém leva a democracia ou a justiça a sério, todos nós estamos cientes de como essas instâncias são corruptas, mas mesmo assim nós participamos delas – em outras palavras, nós demonstramos nossa crença neles – porque assumimos que elas funcionam mesmo que nós não acreditemos nelas. O mesmo vale para a religião: nós “realmente cremos” nelas, apenas seguimos (alguns dos) rituais e costumes religiosos como parte do respeito pelo “estilo de vida” da comunidade à qual pertencemos (judeus não-crentes obedecendo as regras da alimentação kosher “em respeito à tradição”, por exemplo). “No fundo, eu não acredito nisso, é só parte de minha cultura” parece ser o modo predominante da crença deslocada característica de nossos tempos. É por isso que dispensamos os crentes fundamentalistas como “bárbaros” ou “primitivos”, como anticulturais, como uma ameaça à cultura: eles ousam levar a sério suas crenças. A era cínica em que vivemos não surpreenderia em nada Marx. As teorias de Marx portanto não estão simplesmente vivas: Marx é um fantasma que continua a nos assombrar, e a única forma de mantê-lo vivo é concentrarmos nos insights deles que hoje são mais verdadeiros do que em seu próprio tempo.
Então como ficamos? Devemos descartar os textos de Marx como documentos interessantes do passado e nada mais? Em um paradoxo dialético, os próprios impasses e fracassos do comunismo do século XX, impasses que eram claramente ancorados nas limitações da visão de Marx, ao mesmo tempo comprovam sua atualidade: a solução marxista clássica fracassou, mas o problema permanece. Hoje, o comunismo não é o nome de uma solução, é o nome de um problema, o problema dos comuns em todas as suas dimensões: os comuns da natureza enquanto substância da nossa vida, o problema de nossos comuns biogenéticos, o problema de nossos comuns culturais (“propriedade intelectual”), e, last but not least, os comuns enquanto espaço universal da humanidade do qual ninguém deve ser excluído. Qualquer que seja a solução, ela terá necessariamente de enfrentar esses problemas.
Nas traduções soviéticas, o famoso comentário de Marx a seu genro Paul Lafargue, “Ce qu’il y a de certain, c’est que moi je ne suis pas marxiste”, ficou “Se isso é marxismo, então eu não sou marxista”. Esse erro de tradução transmite perfeitamente a transformação do marxismo em um discurso universitário: para o marxismo soviético, até mesmo o próprio Marx seria um marxista que participava do mesmo conhecimento universal que constitui o marxismo. O fato de que ele tenha criado o ensinamento posteriormente conhecido como “marxismo” não constitui exceção alguma de forma que a negação expressa por ele só se refere a uma versão específica equivocada que falsamente se proclamaria “marxista”. Na verdade, o que Marx queria dizer era algo mais radical: uma lacuna separa o próprio Marx – o criador que possui uma relação substancial diante de seus ensinamentos – dos “marxistas” que seguem seus ensinamentos. Há uma conhecida piada dos irmãos Marx em Os Galhofeiros (1931) que transmite bem essa lacuna. O capitão Spaulding pergunta: “Você se parece muito com o Emanuel Ravelli. Você é irmão dele?” Ao que o sujeito responde: “Mas eu sou Emanuel Ravelli.” E Spaulding simplesmente rebate: “Então não é à toa que você se parece com ele! Mas insisto, há uma semelhança.” O sujeito que é Ravelli não se parece com ele, ele simplesmente é Ravelli. E, da mesma forma, o próprio Marx não é um marxista (um dentre os marxistas); ele é o ponto de referência eximido da série. É a referência a ele que faz dos outros marxistas. E a única forma de se permanecer fiel a Marx hoje é de não ser mais um “marxista”, mas sim de repetir o gesto fundador de Marx de uma nova maneira.
Notas
1 Gerald Allan Cohen, If You’re an Egalitarian, How Come You’re So Rich?, Cambridge (MA), Harvard University Press 2001.
2 Wolfgang Streeck, How Will Capitalism End?, Londres, Verso Books, 2016, p. 57.
Prepare-se: na segunda-feira que vem (7 de maio de 2018), começa a promoção mais aguardada do ano.
Dia 5 de maio é o Dia M, aniversário de Karl Marx. Em homenagem aos 200 anos do querido barbudo e seguindo a tradição, a Boitempo realiza uma promoção de 35% em todos os livros da coleção Marx e Engels!
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Slavoj Žižek nasceu na cidade de Liubliana, Eslovênia, em 1949. É filósofo, psicanalista e um dos principais teóricos contemporâneos. Transita por diversas áreas do conhecimento e, sob influência principalmente de Karl Marx e Jacques Lacan, efetua uma inovadora crítica cultural e política da pós-modernidade. Professor da European Graduate School e do Instituto de Sociologia da Universidade de Liubliana, Žižek preside a Society for Theoretical Psychoanalysis, de Liubliana, e é um dos diretores do centro de humanidades da University of London. Dele, a Boitempo publicou Bem-vindo ao deserto do Real! (2003), Às portas da revolução (escritos de Lenin de 1917) (2005), A visão em paralaxe (2008), Lacrimae rerum (2009), Em defesa das causas perdidas, Primeiro como tragédia, depois como farsa (ambos de 2011), Vivendo no fim dos tempos (2012), O ano em que sonhamos perigosamente (2012), Menos que nada (2013), Violência (2014) e o mais recente O absoluto frágil (2015). Colabora com o Blog da Boitempo esporadicamente.
Republicou isso em afalaire.
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Muito bom artigo, Zizek consegue mostrar aquilo que está inculto. Agora a pergunta que faço é, tem como ser heterodoxo sem ser marxista?
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Meu caro Luiz, Marx é ortodoxo, mas Marx é humano.
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_Era, assim, o homem de ciência. Mas isto não era sequer metade do homem. A ciência era para Marx uma força historicamente motora, uma força revolucionária. Por mais pura alegria que ele pudesse ter com uma nova descoberta, em qualquer ciência teórica, cuja aplicação prática talvez ainda não se pudesse encarar — sentia uma alegria totalmente diferente quando se tratava de uma descoberta que de pronto intervinha revolucionariamente na indústria, no desenvolvimento histórico em geral._ […]
_*Pois, Marx era, antes do mais, revolucionário*. Cooperar, desta ou daquela maneira, no derrubamento da sociedade capitalista e das instituições de Estado por ela criadas, cooperar na libertação do proletariado moderno, a quem ele, pela primeira vez, tinha dado a consciência da sua própria situação e das suas necessidades, a consciência das condições da sua emancipação — esta era a sua real vocação de vida. A luta era o seu elemento. E lutou com uma paixão, uma tenacidade, um êxito, como poucos_.
Engels,Discurso diante do túmulo de Karl Marx, 17 de março de 1883
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Cem Flores, Marx não morreu e ainda bota muito medo na rapaziada. O túmulo de Marx com todos os oradores ninguém conhece ou faz questão de conhecer mas todo o estudante na universidade tem por objeto de desejo a leitura de Marx e seu “O Capital”.
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Casa Marx ABC, inaugurada ontem, 05/05/018, na rua 11 de Junho, 694, Sto André, SP.
Cerca de 150 pessoas passaram, ouviram palestras e confraternizaram juntos neste espaço de debates políticos, revolucionários e cultural. Agradecemos à todos que compareceram e aguardamos qm puderem e quiserem conhecer este espaço marxista.
Segue o link do evento da Casa Marx-ABC, obrigado e saudações revolucionárias!
https://www.facebook.com/Casa-Marx-ABC-378734542608752/
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A questão marxista é sobretudo uma questão ética. O grande problema do capitalismo não é o capitalismo mas o que promove a privatização da mais-valia. Outro dia na vitória do Putin um dos concorrentes o Titov mostrou seu plano econômico que queria por em prática, o plano de Titov é maravilhoso mas a questão é qual ideologia acompanhará o plano econômico de Titov? Qualquer plano econômico pode ser ótimo o grande problema é a questão da divisão das riquezas produzidas por cada sistema econômico implantado.
Então a questão marxista é uma questão ética e ser dialético no trato com nossos companheiros de vida é desenvolver a inteligência de quem está perto de nós.
Eu ainda não li o texto mas quero ler.
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Lendo de novo a chamada pro texto vi agora uma proposta e planejo nos meus comentários na internet abordar, responder, falar de forma dialética com meus companheiros de internet.
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Em que planeta vive Zizek? Então ele acha que os trabalhadores não são mais os produtores da riqueza, axioma básico de Marx. Há trinta ou quarenta anos, com a social democracia no auge, ele oderia até ter se iludido de que os trabalhadores não seriam a classe social mais carente. Mas hoje com o empobrecimento exponencial de todos os trabalhadores de todos os paises, a miragem desanuviou-se.
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Ferreira, afinal você acha que Marx é atual ou não? É claro que somos nós que produzimos a riqueza e é óbvio que os ricos nos roubam, mas como sair dessa situação? Você propõe que decapitemos os ricos? Você propõe que levemos os ricos à consciência de que o que eles fazem é ruim pra humanidade? Você propõe que a classe trabalhadora chegue ao poder através da democracia do voto (vide o golpe 2016 no Brasil)? Qual é a sua proposta pra gente construir uma sociedade justa e igualitária?
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“A era cínica em que vivemos…” me parece ser um característica permanente. Ou seja, desde os primórdios… Não consigo encarar com uma coisa atual, e nem como isso justifica a atualidade do pensamento de Marx.
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Daniel, você acha que a humanidade nasce má? Se a humanidade nasce má Marx vai ser eterno.
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Não vi ninguém, nos comentários, que intrepretou com clareza o texto. Vou ajudar: Zizek, olhem as entrevistas dele, tem total certeza do fracasso do marxismo clássico. Por que os proletários não conseguem ser os agentes revolucionários hoje em dia? Ele explica claramente: hoje em dia ter um emprego e salário é como ser privilegiado, uma vez que a maioria da população está na informalidade ou desempregada. Portato, a classe trabalhadora não é maioria, mas uma minoria. Vejam o que ele pede no último parágrafo: a única forma de ser Marxista é criar uma NOVA SOLUÇÃO. Então, parem – como o PT e o PSOL fazem – de repetir os CANONOS MARXISTAS como vacas de presépio, uma vez que o jogo está com placar adverso e a estratégia clássica marxista não vai mudar o placar do jogo. É isso.
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João da Silva, desde quando os trabalhadores são minoria? Se os trabalhadores são minoria você está comendo o quê se não tem nem merda pra cagar?
A esquerda pode ser tudo mas a esquerda jamais é burra!
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Saudoso Slavoj Zizek, fazem tres meses que voce nao escreve no Blog da Boitempo entao eu aviso que se ovce estiver sem ideias eu posso lembrar as suas ideias pra voce enviando meus ultimos assuntos pensados:
– o inconsciente de um pais. Sera possivel fazer a analise psiquica de um pais? Sera possivel tratar os problemas de um pais atraves de seu inconsciente? Ainda tenho como uma das hipoteses pro golpe 2016 que o que aconteceu com a Dilma eh uma estrategia educacional popular com o objetivo de levar a populacao brasileira desenvolver o pensamento. Esse projeto educativo foi elaborado por Jose Genoino, o mairo estrategista brasileiro.
– o desenvolvimento do pensamento esta atrelado ao desenvolvimento da sexualidade. O homossexual esta parado na fase anal da sexualidade e seu pensamento esta bloqueado nessa fase portanto eh bom que todo homossexual consulte um psicanalista.
– “Um inconsciente pos-colonial, se eh que ele existe”, Charles Melman, “As modalidades do sofrimento no trabalho”, Jean-Pierre Lebrun, “A constituicao da clinica psicanalitica”, Christian Dunker, sao os livros que pretendo ler em breve.
– Diga-me o que comes que eu lhe direi o que pensas
– A questao da aposentadoria de homens e mulheres, a obesidade dos aposentados, a TV, a improdutividade. A aposentadoria dos doentes mentais. O estado mental e corporal que ficam os doentes mentais depois que se aposentam. O Estado poderia pagar pro doente mental trabalhar em empresas. A Russia reage depois da decisao de Putin mudar a idade da aposentadoria.
– Pra mim o LULA foi sequestrado pelo Estado do Brasil e agora so nos resta negociar com os terroristas, a justica do Brasil. Celso Amorim falou que apenas o Taliba desobedece a ONU e uma comentaristas da internet duvidou que o que fizeram com LULA foi uma prisao. Dai conclui que sequestraram o LULA.
– pedi a justica do Brasil que abram os quartos de Brasilia.
– no Brasil o Bolsonaro eh o imitador do politicamente incorreto do Donald Trump. Bolsonaro eh uma versao tupiniquim do Donald Trump e seu jeito de agir politicamente.
– previsao: os crentes (evangelicos) vao acabar
– o tipo de seguidores do Bolsonaro que pedem a volta da tortura e perseguem homossexuais negros e mulheres convivem entre eles em relacao homossexual. Vi fazem muitos anos dois homens se beijando num ponto de onibus e esses homens se parecem com os homens que seguem Bolsonaro.
Slavoj Zizek, se mesmo assim voce nao tiver uma boa ideia pra escrever avise-me que eu busco dar um jeito.
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Zizek, comprei seu livro “O ano em que sonhamos perigosamente” e pretendo deixar uma resenha escrita aqui no Blog da Boitempo sobre seu livro. Comecei a ler e meu mundo interno, meu pensamento e minha consciencia se movimentaram bem.
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