Cultura inútil: Azar e sorte
Mouzar Benedito começa o ano com o pé esquerdo reunindo as melhores frases e ditados sobre "Sorte e azar" em nova coluna da série "Cultura inútil".
Por Mouzar Benedito.
“A uns as vacas morrem. A outros, os bois dão cria” (provérbio português).
“Uns gays velhos que conheço, direitistas, vivem em orgias há uns cinquenta anos e não pegam Aids. Uns de esquerda, que às vezes nem eram gays, pegaram até em transfusão de sangue” (reclamação que ouvi de um cara questionando se isso é questão de sorte e azar ou “se Deus é de direita”).
“Uns pegos pela Lava Jato vão logo em cana. Outros, com casos mais cabeludos de corrupção, por mais provas que existam, nunca são presos” (outra reclamação).
“Não é por sorte que eles não são presos. Eles são espertos. Filiaram-se ao partido certo” (explicação dada por alguém ao reclamão).
Já ouvi as mais variadas explicações sobre porque uns se ferram por pouco (ou nada, até) e outros não se ferram nunca, por mais descalabros que cometam. Desde assaltos ao dinheiro público ou privado até assassinatos, tráfico de altas quantidades de drogas (“Até helicóptero cheio…”) e assassinatos. Que a justiça é rápida e dura com alguns enquanto para outros faz vistas grossas ou “tem a pressa de um cágado manco” (segundo Balzac), não há dúvida.
Sorte de uns e azar de outros? Não… A não ser que se considere sorte escolher o lado “certo” para se enturmar, para ficar livre da “Dona Justa”. Mas fiquei pensando nisso de sorte e azar…
Azar vem do árabe az-zahr. A palavra era usada no jogo de dados. Nós somos acostumados a ver dados com as faces numeradas de um a seis ou, mais raramente, com figuras dos naipes de baralhos, para jogo de pôquer de dados, mas em outros países há muitas variantes. Tem dados com desenhos de animais, de palavras e até de posições do kamasutra. Dados usados para feitiçaria costumam ter morcego, caveira, crucifixo…
Em um tipo de dados árabes, um dos lados tinha uma flor. E az-zahr é “a flor” em árabe. Então, ele começou a ser chamado de “jogo de azar”, mas azar aí não era um “azar” como entendemos no Brasil. Tinha o significado de “imprevisto”. Jogo de azar é o que não depende só de competência, mas de imprevistos, de acaso. Azar é uma casualidade. Em espanhol continua tendo esse sentido: “Causa desconhecida de um fato ou de um acontecimento imprevisto, que não se deve a uma necessidade natural nem a uma intervenção intencional”. Esse imprevisto poderia ser sorte, mas entre nós pegou o sentido de má sorte.
Uma palavra bem brasileira para esse sentido negativo do azar é urucubaca, que segundo alguns é derivada do tupi (com o sentido de feitiço) e segundo outros afirmam ser de origem africana, com o sentido de bruxaria, magia negra. O certo é que falar que está com urucubaca equivale a dizer que está muito azarado, infeliz.
Fortuna é outra palavra que mudou o sentido original. Ainda há quem fale em fortuna como sorte, destino, acaso, mas virou sinônimo de riqueza também, e é mais usada neste sentido. Na mitologia romana, Fortuna era a deusa do acaso, da boa ou má sorte, do destino e da esperança.
Voltando ao azar com o sentido de má sorte, infortúnio (epa… esta “falta de fortuna”, quer dizer de sorte), tem a ziquizira, que eu não tenho a menor ideia de como se originou, mas sei que é sinônimo também de doença ou infecção sem causa esclarecida
Ah… Caiporismo também é sinônimo de azar, e quem está azarado diz que está caipora. Aí é fácil explicar: Caipora (morador da mata, em tupi) é protetor dos animais da floresta. Ele castiga quem mata animais sem necessidade. E quando aparece a algum caçador, dá um azar danado a ele. Daí alguns ditados muito conhecidos. Um deles: “Quem anda caipora, até cachorro lhe mija na perna”.
Há muitos anos, quando eu soube que um tio meu, muito ativo, descobriu um câncer que lhe tomou rapidamente conta da coluna dorsal e o deixou sem movimentos, além de sentir muitas dores, fui visitá-lo e a primeira coisa que ele me disse foi: “Urubu quando está caipora, o debaixo caga no de cima”.
Os ditados sobre caiporismo costumam citar o urubu, ave de mau-agouro (há quem associe a palavra urubu a urucubaca). Aliás, um poema de Augusto dos Anjos tem um verso que diz: “Um urubu pousou na minha sorte”. Dois ditados desses: “Urubu, quando anda caipora, ao peidar lhe rasga o cu” e “Urubu, quando anda caipora, não há galho de pau que o aguente”.
O número 13 e o gato preto
Sexta-feira é considerado dia de azar. Por quê? Não sei. Alguns dizem que é porque Jesus Cristo foi crucificado numa sexta-feira. Mas sexta-feira 13 é azar em cima de azar. O 13 é considerado número azarado em muitas culturas, embora em outras seja considerado número de sorte (um umbandista me falava que na sua religião era assim). Já vi textos atribuindo azar ao número 13 devido à Última Ceia, com Jesus e os 12 apóstolos. Daí, segundo esses textos, começou uma crença de que quando 13 pessoas se reúnem à mesa, uma delas se ferra.
No Brasil, não levamos muito a sério a sexta-feira como dia de azar, ao contrário, para muita gente é dia de cair na gandaia, já que terá o sábado e o domingo para curar a ressaca. E 13 também não. Borboleta é 13 no jogo do bicho. Mas, epa… O PT tem o número 13.
Nos Estados Unidos, há prédios em que não há o 13º andar: do 12º pulam para o 14º. Aliás, os Estados Unidos são cheios de crendices. O presidente Harry Truman mantinha uma ferradura em cima da porta do seu gabinete. A história de que ferradura dá sorte é outra crença estranha. Afinal, dizem, se ferradura desse sorte burro não puxava carroça. Mas o uso da ferradura como amuleto tem várias histórias. Uma delas é que São Dunstan, arcebispo de Canterbury que viveu de 924 a 988, era grande estudioso de metalurgia e colocou ferraduras no próprio demônio. Só retirou depois de ouvir do maligno a promessa deque ele nunca mais se aproximaria desses objetos.
Tem também o “bicho” que dá azar: o gato preto. Em algumas culturas, ao contrário, dá sorte. No século XI, relatos sobre a aparição de gatos pretos em locais habitados por bruxas criaram a suposição de que as bruxas se transformam em gatos pretos ou pelo menos têm esses bichos como animais de estimação. No século XV, o Papa Inocêncio VII incluiu os gatos pretos como hereges que deveriam ser perseguidos pela Inquisição.
Toc-toc-toc… e top-top
Bater o nó do dedo médio (o “pai de todos”) três vezes em algo de madeira é um costume que vejo em muita gente, para espantar o azar. Desde tempos muito antigos, em muitas culturas se considera que as árvores são sagradas e basta encostar as mãos nelas para ter proteção dos deuses. Na Roma Antiga já batiam na madeira da mesa, que era considerada sagrada também, para pedir a proteção dos deuses à família.
Aí me lembro de uma coisa: dizem que não existe gente azarada, mas existe. E há quem tenha fama de dar azar aos outros. Há décadas, tinha um fotógrafo que cobria jogos de futebol, que, segundo diziam, quando apontava sua máquina para um lado, alguma coisa acontecia ali. E não era coisa boa. Um monte de jornalistas, inclusive materialistas extremos, não pronunciavam o nome dele, e quando ouviam alguém pronunciar batiam três vezes na madeira… toc-toc-toc… e recomendavam ao incauto que não mais cometesse aquela ousadia de pronunciar o nome fatídico. Como se chamava esse fotógrafo? Toc-toc-toc… não vou escrever aqui…
Sua fama começou em 1964, quando foi cobrir um jogo do Santos e Corinthians, na Vila Belmiro e resolver fotografar um lado da arquibancada que estava lotado. No exato momento que deu o clic na máquina, a arquibancada caiu e muita gente despencou lá de cima. Só ele tinha fotografado. Naquele tempo, lógico, não tinha telefones celulares, e as máquinas fotográficas usavam filmes que não eram baratos. Só se batia uma fotografia na hora certa, economizando. Ganhou prêmios com a tal foto.
Em 1977, num jogo do São Paulo contra o América de Rio Preto, resolveu fotografar uma cena para o jornal em que trabalhava. Deu o clic quando Mirandinha, atacante do São Paulo, levou uma entrada do zagueiro Baldini que lhe deu uma fratura exposta na perna. A foto, também única, mostrava a canela do Mirandinha no momento em que fazia como uma curva para quebrar. Impressionante!
Uma vez me contaram que um jornalista, colega desse fotógrafo, o chamou para a festa de aniversário de seu filho, um menino ainda em idade pré-escolar. A festa era no apartamento do jornalista, no nono andar de um prédio. O moleque aniversariante e seus amigos brincavam na sala, com o cachorro dele, jogando uma bola para o cachorro pegar. A bola foi parar nas mãos do fotógrafo e ele a jogou no chão, para pular. E ela foi pulando, pulando, com o cachorro acompanhando seus pulos, pulando igual, até que num último pulo ela saiu pela janela do apartamento, com o cachorro pulando atrás… Ele também pulou a janela, e se esborrachou lá embaixo. Foi o fim da festa.
Bom, falando do toc-toc-toc, eu me lembrei do top-top…
A figa é um objeto que, na crença popular, dá sorte. Esta crença vem desde tempos muito antigos, os romanos já acreditavam nisso. É a figura de uma mão humana fechada, com o polegar colocado entre os dedos polegar e médio. Ela esconjura o mal, os contratempos e a inveja, e provoca os bons fados (tá aí… fado é outro sinônimo de “azar” no sentido original – há bons fados e maus fados). Pode ser feita de metal, madeira, osso…
Uma vez, também há muitíssimo tempo, vi uns japoneses no Mercado Modelo de Salvador comprando figas aos montes, de tamanhos variados, com cara de que estavam fazendo a maior sacanagem. Iam levar para dar de presente para amigos safados. É que no Japão, fazer figa com a mão equivale ao nosso gesto de bater com uma palma da mão em cima da outra mão fechada, fazendo o som de top-top…
Mania de azar
Gente com mania de azar atrai azar. Isso eu acredito. Um deles era um colega de trabalho, chamado Tenório. Era do tipo que via azar em tudo, e reclamava “tudo eu, tudo eu…”. Uma vez fomos com toda a equipe de nove pessoas fazer uma reunião numa cidade do interior paulista e pedimos no único hotel habitável da cidade um apartamento para cada um de nós.
O dono do hotel fez um pedido: se fôssemos ficar um em cada apartamento, não sobraria apartamentos para mais ninguém. Ele tinha um apartamento maior, com três quartos e três camas em cada quarto. Se a gente ficasse nele, faria um precinho bem baixo para nós, e daria nota fiscal para cada um, como se tivéssemos ficado um em cada quarto, pagando mais. Eeeebbbaaa… Lucro… (corrupção? Não se falava nisso).
Topamos. Deixamos as malas na portaria e íamos almoçar, para nos hospedarmos depois. Mas o Tenório quis ver o apartamento e ficamos esperando. Subiu com um porteiro. E demorou, demorou… Fui ver o que estava acontecendo. Encontrei o Tenório discutindo com o porteiro, que estava com a cara de pasmo. Com nove camas para escolher, o Tenório escolheu uma quebrada e estava reclamando com o porteiro: “Logo a minha, logo a minha…”.
Frases e ditados sobre sorte, azar, fortuna, acaso…
Começo com uma pergunta feita por mim mesmo: “O sujeito que se casa com uma rainha megera pode ser chamado de príncipe consorte?”.
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Ariano Suassuna (em O Auto da Compadecida): “Matar padre dá um azar danado, sobretudo para o padre”.
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Cícero: “É o azar, não a prudência, quem rege a vida”.
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Mêncio: “O homem tem mil planos para si mesmo. O azar, apenas um para cada um”.
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Padre Antônio Vieira: “A natureza a todos os homens fez iguais; a fortuna é que fez os altos, os baixos e os baixíssimos”.
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Públio Siro: “Dizer-se feliz é provocar o azar”
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Públio Siro, de novo: “Quando a fortuna nos acaricia, é porque nos quer ludibriar”.
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Públio Siro, mais uma vez: “A fortuna torna insolentes os seu favoritos”.
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Não sei quem: “Tô tão azarado que se eu comprar um circo o anão cresce”.
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Charles Nicolle: “A sorte apenas favorece a quem sabe cortejá-la”
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Madame de Staël: “Quanto mais independentes formos devido à fortuna, tanto mais escravizados seremos pelos sentimentos e pelos deveres”.
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Voltaire: “Azar é uma palavra sem sentido. Nada pode existir sem causa”.
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Oprah Winfrey: “Sorte é estar pronto quando a oportunidade vem”.
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Lao-Tsé: “Quem conduz seu povo com amor permite que ele mesmo se harmonize, amparando-o em tempos de fortuna e nas horas de infortúnio”.
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Provérbio chinês: “Ninguém fica no alto da roda da fortuna o tempo todo”.
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Mattew Arnold: “Apenas aqueles que nada esperam da sorte são donos do destino”.
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Einstein: “O acaso não existe. Deus não joga dados”.
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Shakespeare: “O azarado não tem outra medicina que não a esperança”.
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Sêneca: “Verdadeiramente, o acaso tem muito poder sobre nós, posto que, se vivemos, é por acaso”.
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Sêneca, de novo: “Um crime bem-sucedido e favorecido pela sorte é chamado de virtude”.
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Petrus Jacobus Jouvert: “A sorte é sempre favorável ao homem prudente”.
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André Maurois: “Os acasos da vida são tais que toda eventualidade se faz possível”.
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Louis Pasteur: “A sorte favorece a mente bem preparada”.
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Provérbio turco: “Um homem não procura a sua sorte; é a sua sorte que o procura”.
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Earl Wilson: “Sucesso é apenas questão de sorte. Pergunte a qualquer fracassado”.
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Leon Eliachar: “O turfe não é jogo de azar. A gente joga sabendo que vai perder”.
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Arthur Schopenhauer: “A solidão é a sorte de todos os espíritos excepcionais”.
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Winston Churchill: “A sorte não existe. Aquilo a que chamas sorte é o cuidado com os pormenores”.
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Franklin Roosevelt: “Acho que nós consideramos mais a boa sorte do pássaro que acordou cedo do que a má sorte da minhoca”.
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Mark Twain: “A sorte bate em cada porta uma vez na vida, mas, em muitos casos, a pessoa está se divertindo por aí e não ouve”.
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Adolf Hitler: “Que sorte para os ditadores que os homens não pensem”.
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Nelson Rodrigues: “Com sorte você atravessa o mundo, sem sorte você não atravessa a rua”.
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Nelson Rodrigues, de novo: “Sem sorte não se chupa um chica-bom. Você pode se engasgar com o palito ou ser atropelado pela carrocinha”.
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Paul Getty: “Algumas pessoas descobrem petróleo, outras não”.
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Ditado popular: “Para um homem azarado, não tomar atitude é sempre o melhor”.
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Ovídio: “A sorte afeta tudo. Deixe o seu anzol sempre lançado. No riacho onde menos esperar, haverá um peixe”.
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Sofocleto: “O otimista vive com uma grande confiança na má sorte dos outros”.
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Charles Bukowski: “Sem ambição, sem talento, sem sorte. O que me mantinha fora da sarjeta era pura sorte, e a sorte jamais durava”.
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Ditado popular, em versos:
“A sorte, nós bem sabemos,
É tal qual uma mulher:
Que quer quando não queremos
E quando queremos, não quer”.
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Ditado popular: “Azar no jogo, sorte no amor”.
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Marquês de Maricá: “Custa menos ao nosso amor-próprio caluniar a sorte do que acusar a nossa má conduta”.
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Maricá, de novo: “Não é a fortuna, mas juízo somente, o que falta a muita gente”.
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Epicleto: “A boa fortuna, como os frutos maduros, deve ser gozada antes que seja tarde”.
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Maquiavel: “Julgo poder ser verdadeiro o fato de a sorte ser árbitro de metade das nossas ações, mas que, mesmo assim, ela permite-nos governar a outra metade ou parte dela”.
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Guimarães Rosa: “Sorte é isso. Merecer e ter”.
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Ditado popular sobre a loteria: “A sorte sai todo dia, mas ninguém tira”.
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Alfred Capus: “As pessoas demasiado afortunadas são como os ladrões de profissão: cedo ou tarde acabam por ser apanhados”.
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François La Rochefoucauld: “É preciso possuir mais virtudes para manter a boa sorte do que para suportar a má sorte”.
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Jorge Amado: “A sorte me acompanha, tenho corpo fechado à inveja, a intriga não me amarra os pés, sou imune ao mau-olhado”.
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Baltasar Gracián: “A fortuna se cansa de carregar sempre o mesmo homem nas costas”.
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Ditado popular: “A fortuna é cega”.
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Marcus Cícero: “Não somente é cega a fortuna, como ainda, geralmente, traz cegos aqueles a quem favorece”.
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Napoleão Bonaparte: “A fortuna é como a mulher – se a perderes hoje, não penses encontra-la amanhã”
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Napoleão, de novo: “Deve-se seguir a fortuna nos seus caprichos, e corrigi-la quando se puder”.
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Ditado popular: “A fortuna é como o vidro: tanto brilha como quebra”.
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Júlio César: “Cada qual é artífice da própria fortuna”.
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Graham Greene: “Nunca conseguirás convencer um rato de que um gato traz boa sorte”.
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Tito Lívio: “Quanto maior for a sorte, menos se deve acreditar nela”.
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Ditado popular: “Muita diligência espanta a fortuna”.
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Machado de Assis: “A fortuna troca, às vezes, os cálculos da natureza”.
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Hector Berlioz: “A sorte de ter talento não basta; é preciso, também, ter talento para a sorte”.
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Ditado popular: “Ao homem ousado, a fortuna estende a mão”
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Inscrição em banheiros de bares em muitos lugares: “Se bosta valesse dinheiro, pobre nascia sem cu”. Vi uma adaptação num banheiro da cidade de Monte Alegre de Minas: “No dia que abacaxi valer dinheiro, Monte Alegre só vai produzir jenipapo”.
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Gostou? Clique aqui, para ver todas as outras colunas da série “Cultura inútil”, de Mouzar Benedito, no Blog da Boitempo!
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Mouzar Benedito, jornalista, nasceu em Nova Resende (MG) em 1946, o quinto entre dez filhos de um barbeiro. Trabalhou em vários jornais alternativos (Versus, Pasquim, Em Tempo, Movimento, Jornal dos Bairros – MG, Brasil Mulher). Estudou Geografia na USP e Jornalismo na Cásper Líbero, em São Paulo. É autor de muitos livros, dentre os quais, publicados pela Boitempo, Ousar Lutar (2000), em co-autoria com José Roberto Rezende, Pequena enciclopédia sanitária (1996) e Meneghetti – O gato dos telhados (2010, Coleção Pauliceia). Colabora com o Blog da Boitempo quinzenalmente, às terças.
Oi Mouzar. Excelente como sempre. Quer saber de mais uma coisa? O temor do dia 13 chama-se triscaidecafobia. E o da sexta-feira 13, parasquevicatriafobia. Se você conseguir dizer isto sem enrolar a língua e se afogar, pode se considerar um cara de sorte. Por outro lado, há o fato de que em alguns países da Europa, entre eles o Reino Unido, as execuções aconteciam sempre na sexta-feira. Acho que era para o povo se animar pro fim de semana. Abração, Flavio
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Oi, Flávio. Aprendi… Obrigado. Agora, a fobia mais esquisita que eu acho é a fobofobia: fobia de ter fobia. Abraços.
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Oi! A Cultura Inútil abunda em toda a internet, é comum citarem-se frases atribuindo a autor X, Y ou Z, que não são. É por boa vontade e a tentação de parecermos cultos. (Alguém bbastante ilustrado já me disse que não conhece ninguém que tenha lido além da 2ª página de A Pedra do Reino. Outro dia, vi uma doce citação atribuindo ao ferino Oscar Wilde, do que conheço dele, jamais a frase ele diria ou escreveria.
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“Um urubu pousou na minha sorte¹” – Augusto dos Anjos
“Quando um urubu está na merda, o debaixo caga no de cima.” Popular
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Parabéns caro Mouzar!
Cada vez mais inspirado e nos provocando à reflexão.
Abraços.
Ali
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Lamento o ditado do Anão. O que tem a ver o anão com o circo?. Palhaço. Chacota. riso. Objeto de escárnio. Acredito que este ditado reforça o preconceito de quem já sofre tanto, não deveria estar aqui no Blog tão sério e de ideais tão nobres.
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Quanto a lula, o chefão-mor do petralhismo: Pode vir, petralhas!
Não temos medo. Pode quebrar a doce Porto Alegre [dia 24 de janeiro].
Desde que o chefe dos Petralhas se dane.
Depois a gente arruma e conserta o patrimônioda cidade.
Vem!, que aqui tem macho e homem de verdade.
Quanto a você — militante do petralhismo – é vagabundo.
Seu chefe e dilma, ambos são grotões, barangões, de mau gôsto,
Kitsch, primitivos e trogloditas.
Ø
Compare você mesmo — bregão — com o brilhante e versátil Bruce Dickinson.
O chefão lula não tem nada sábio, de alto valor histórico, admirável. É tosco.
Fico aqui, imediatamente, a pensar em compará-lo com alguém hábil, versátil
e flexível, admirável devido a sábia versatilidade. Veio-me à cabeça BRUCE DICKINSON,
vocal singular da banda de rock: é exímio musicista e PILOTO de Boeing.
E lula? Cite 2 versatilidades dele. Há?
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