Boitempo libera curso online completo ministrado por Christian Dunker!

Psicanalista conduz leitura comentada de sua obra "Mal-estar, sofrimento e sintoma: uma psicopatologia do Brasil entre muros", vencedora do último Prêmio Jabuti, no canal da Boitempo no YouTube.

A Boitempo acaba de disponibilizar mais um curso completo em seu canal no YouTube! Em”A psicanálise do Brasil entre muros”, o psicanalista Christian Dunker conduz uma leitura comentada de seu aclamado livro Mal-estar, sofrimento e sintoma: uma psicopatologia do Brasil entre muros. Ao todo, são sete aulas de cerca de 15 minutos cada dedicadas a atravessarem, capítulo a capítulo, a leitura dessa densa e explosiva obra que levou o Prêmio Jabuti na categoria de psicologia e psicanálise. A série pode servir tanto de complemento quanto de introdução à leitura desta contribuição desafiadora para pensar criticamente o Brasil hoje.

Assista ao curso completo abaixo, e saiba mais sobre a publicação ao final deste post. Se gostou do conteúdo, não deixe de se inscrever na TV Boitempo clicando aqui para receber em primeira mão nossos próximos vídeos e cursos.

Boa leitura!


1. Introdução

Neste primeiro vídeo, Christian Dunker parte da pergunta “o que significa um diagnóstico?” para introduzir o livro e a série. Passando do “diagnóstico” à “razão diagnóstica”, ele nos apresenta ao tema das “patologias do social” que orienta a presente investigação da psicopatologia do Brasil entre muros.


2. A lógica do condomínio

Christian Dunker apresenta seu famoso conceito de “lógica do condomínio”, chave interpretativa para entender nossa “brasilidade”. Aaula aborda o capítulo 1 do livro.


3. Psicanálise e modernidade brasileira

Como a psicanálise chegou ao Brasil? Você sabia que uma das pioneiras da psicanálise no Brasil foi uma mulher negra chamada Virgínia Bicudo? Esta aula nos leva dos projetos higienistas dos primeiros manicômios brasileiros no século XIX aos condomínios murados de hoje, passando pelos modernistas paulistas e a fratura do Golpe de 1964, para refletir sobre as condições em que a psicanálise foi implantada aqui.


4. Mal-estar, sofrimento e sintoma 

Nesta aula, Christian Dunker aborda o capítulo que dá título ao livro. Ele apresenta as noções-chave de “mal-estar”, “sofrimento” e “sintoma”, e explica a ousada afirmação de Lacan de que não teria sido hipócrates, nem Bichat, nem Freud o inventor do sintoma – mas ninguém menos que Karl Marx!


5. Diagnóstico da modernidade e perspectivismo ameríndio

Nesta aula, Christian Dunker aborda uma das ideias mais ousadas e originais de seu livro. Discutindo o capítulo intitulado “Diagnóstico da modernidade e perspectivismo ameríndio”, o autor procura posicionar a psicanálise no interior do processo da modernidade e discutir de que maneira esse discurso se enraiza em determinada a filosofia da história e determinada antropologia. É neste capítulo que se introduz a ideia central de “forma de vida” e em que o diálogo com o antropólogo Eduardo Viveiros de Castro ganha proeminência.


6. Releitura da diagnóstica lacaniana

O último capítulo, talvez o mais denso e ambicioso do livro, propõe uma ampla releitura da diagnóstica lacaniana que seja à altura das principais críticas feitas à psicanálise a partir da década de 1950. Nesta aula, Christian Dunker enfrenta algumas das principais críticas feitas à psicanálise pela Escola de Frankfurt e por teóricos do pós-estruturalismo francês, como Deleuze e Guattari.

 

7. Conclusão: crítica e clínica

Na aula final, Christian Dunker parte de sua polêmica ideia de que “a boa clínica é crítica social feita por outros meios” para abordar as complexas e necessárias relações entre psicanálise e política. E provoca:


O livro

Mal-estar, sofrimento e sintoma: uma psicopatologia do Brasil entre muros, de Christian Ingo Lenz Dunker

Prefácio de Vladimir Safatle.
Texto de orelha de José Luiz Aidar Prado.
Coleção: Estado de Sítio (coordenação: Paulo Arantes)

Neste que é sem dúvida um de seus livros mais importantes, o psicanalista e professor do Instituto de Psicologia da USP Christian Dunker realiza uma abordagem original sobre o mal-estar, o sofrimento e o sintoma na sociedade brasileira. Unindo teoria social e psicanálise, o autor conclui que a privatização do espaço público transforma a própria vida em formas de condomínio, com seus regulamentos, síndicos, gestores e muros: o sonho brasileiro de consumo elevado a paradigma da forma de vida hegemônica no imaginário nacional. Não por acaso, “o caminho escolhido na história brasileira é o de despolitizar o sofrimento, medicalizar o mal-estar e condominializar o sintoma”, diz José Luiz Aidar Prado no texto de orelha.

Mas os sonhos de condomínio fechado produzem monstros, e é sobre eles que este livro discorre. Com suas estratégias de nomeação e controle de todo tipo de mal-estar, o “novo espírito do capitalismo” nos impede de reconhecer a aspiração de liberdade presente em toda formação de sintoma. Fazendo um paralelo com a vida em forma de condomínio, Mal-estar, sofrimento e sintoma apresenta um novo sintoma social brasileiro, que sofre do mal que pretende erradicar.

A obra, dividida em cinco partes, explora as diferenças na tríade mal-estar, sofrimento e sintoma para muito além da visão funcionalista descritiva das patologias mentais. Para o psicanalista, o sofrimento é indissociável de uma experiência que mobiliza sistemas sociais de valores, narrativas e expectativas fracassadas de reconhecimento. A partir dessa premissa, se aprofunda em como a experiência nacional e suas formas de sociabilidade fornecem quadros de circulação dos desejos e afetos, definindo especificidades das patologias mentais.

O ato de diagnosticar tem se tornado uma das atividades mais valorizadas em nossa sociedade: desde as políticas públicas, o terceiro setor e a educação, até a recém-cultura dos coachings, mentorings e head hunters , nossas vidas têm sido cada vez mais pautadas por esse comportamento. No entanto, estabelecer um diagnóstico é também definir um pequeno estado de sítio, uma anomalia, uma desordem que será então objeto de ação clínica, mas também biopolítica.

* * *

“Dunker se dedica a um impressionante esforço de recolocar o capítulo brasileiro da história da psicanálise no interior de um debate mais amplo a respeito das tensões de nosso processo recente de formação cultural.” – Vladimir Safatle, no prefácio do livro.

“Nossa razão diagnóstica tem definido a fronteira entre mal-estar, sofrimento e sintoma sob a perspectiva de um capitalismo à brasileira. Repensá-la e rever a recepção da psicanálise no Brasil é propor a reconstrução de nossas formas de vida. Dunker o faz a partir de uma arqueologia da psicanálise brasileira em conjunção com uma retomada das teorias de brasilidade.” – Aidar Prado, no texto de orelha do livro.

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