Trump na Casa Branca

trump-na-casa-brancaPor Miguel Urbano Rodrigues
e editores de ODiário.info

Não há precedente na pátria de Jefferson para uma campanha eleitoral tão sórdida e recheada de insultos como a última.

Donald Trump tomará posse em Janeiro como 45º Presidente dos Estados Unidos da América.

Obama foi um mau presidente. Trump será muito pior.

As sondagens até final davam Hillary como vencedora. Mas foram desmentidas nas urnas. Trump ganhou e por uma margem relativamente confortável.

Donald Trump fez desde o início da sua campanha declarações profundamente reacionárias. Insultou as mulheres com afirmações sexistas e, ao comprometer- se a erguer um muro na fonteira com o México, hostilizou milhões de latinos. Ameaçou aliás expulsar os imigrantes ilegais.

As posições que assumiu relativamente à política exterior alarmarem o Pentágono e o Departamento de Estado.

Foi acusado de simpatias por Putin ao declarar que pretende melhorar as relações com a Rússia. As grandes empresas do complexo militar industrial reagiram com alarme quando afirmou que tem a intenção de desenvolver as relações comerciais com a China e reduzir a dimensão do orçamento de defesa.

Mas, sempre contraditório, depois de distanciar do lobby sionista, disse já no final da campanha que ajudará Israel “a destruir o Irã”.

Arrasar o establishment, que definiu como “classe política corrupta”, foi um slogan permanente da sua campanha.            

Hillary Clinton foi, pelo contrário, a candidata apoiada pelo establishment. Contou com o apoio do grande capital, da quase totalidade dos grandes media e da maioria dos intelectuais e artistas.

Mas, em artigos e entrevistas, intelectuais de prestígio como John Pielger, Oliver Stone, James Petras e Julian Assange identificaram nela “o mal maior”, um perigo para a Humanidade por ter admitido o eventual recurso a armas nucleares num eventual confronto bélico com a Rússia.

Que fará Trump na Casa Branca?

Muitos observadores admitem que, sob a pressão do Sistema, engavetará rapidamente muitos dos compromissos assumidos durante a campanha. Seguiria o exemplo de Obama.

Mas o multimilionário Presidente eleito dos EUA é um homem imprevisível, meio tresloucado.

Uma onda de pânico atingiu às primeiras horas da madrugada Wall Street e o Pentágono. As bolsas da América, da Europa e da Ásia tendem a despenhar-se.

O mundo acompanhou com absorvente interesse as eleições americanas. Existe convergência no tocante ao caráter sórdido das campanhas dos candidatos. Em ambas ficou transparente a decadência dos EUA e de um Sistema de poder que aspira a dominar o planeta e surge como responsável por guerras criminosas.

***

Miguel Urbano Rodrigues é um jornalista e historiador português. Nascido em Moura, em 1925, passou 20 anos exilado no Brasil entre as décadas de 50 e 70. Colabora com o Blog da Boitempo esporadicamente.

3 comentários em Trump na Casa Branca

  1. Antonio Elias Sobrinho // 10/11/2016 às 12:31 am // Responder

    A grande pergunta que se faz hoje é a seguinte: como um indivíduo, numa potência daquela, que sempre teve a fama de uma democracia liberal ordenada, previsível, com alto grau de estabilidade, ganhou uma eleição daquela importância, enfrentando, em alguns momentos, sozinho, não só setores importantes de seu partido como também todo o rolo compressor que se uniu em torno de sua adversária? Não existe resposta fácil para isto e nem se sabe se, de fato, ele, na presidência vai se aventurar a implementar pelo menos parte de suas promessas de campanha. Acho que, passado o momento de combate e assentada a poeira, ele vai encontrar um ponto de equilíbrio que seja mais ou menos condizente com a realidade e a posição do país como potência hegemônica do país que precisa ter um certo controle e uma certa moderação no concerto das nações.

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  2. Antonio Manuel Meyrelles // 10/11/2016 às 9:34 am // Responder

    Apesar da imprevisibilidade duma pessoa com a personalidade de Donald Trump ( e uma maquina de propaganda que sabe explorar os instintos mais primarios duma populacao) a imagem internacional de que deu de si proprio e tao ma que vai ter de ser invertida se quiser que os EUA continuem a ter a hegemonia mundial que reivindicam! Ha assim que esperar para ver! Quanto a candidata vencida, Hillary, nada de bom haveria de esperar….

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  3. Não se iludam!
    Ambos, Hilary ou Trump, eram farinha do mesmo saco!
    Ambos respondem às mesmas corporações que controlam o mundo, não só os EUA!
    Mas, se a turminha da GBOBO Gboebbells é mesmo contra, então este cretino vencedor pode até ser melhor do que a outra vagabunda; rs rs rs.
    Há uma globalização sim, sob o comando da tal corporo-cracia sobra a qual já escrevi há alguns anos, por exemplo este de 2013:

    Arrependimento nenhum, nunca ou sempre
    > https://gustavohorta.wordpress.com/2013/06/13/arrependimento-nenhum-nunca-ou-sempre/

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