Pokémon Go: temos que resistir
Uma leitura marxista do novo fenômeno mundial da indústria cultural contemporânea
Por Sam Kriss.*
De acordo com um certo filão rabugento da crítica de esquerda, a cultura está nos infantilizando. Afinal, suas formas dominantes (as que não apenas se mostram mais rentáveis mas que também vêm codificando o próprio terreno cultural), são vídeo games – que são para crianças – e filmes de super-heróis – que também são para crianças!
E não é apenas uma questão de gênero: essas formas exigem um determinado tipo de engajamento, pois pressupõem um determinado tipo de sujeito – o de uma criança eufórica e cobiçante. Não basta só pagar o preço de admissão, mas dar aporte à cultura-mercadoria de forma acrítica, identificar com seus personagens, comprar os brinquedos, nutrir uma obsessão que beira o patológico. Agir, em outras palavras, com a euforia voraz de uma criança fastidiosa.
Qualquer outra forma de engajamento é tacitamente proibida. Veja a fúria dos fãs quando alguém tenta abordar a cultura de massa com qualquer tipo de olhar mais crítico. “Por que está levando isso tão a sério?”, “Pra que tanta pretensão?”, “É só um filme/jogo, não quer dizer nada…” Mas ao mesmo tempo algo que diz: “Pô, qual é? Você está cortando meu barato.”
Para muitos desses críticos, estaríamos diante de um cenário totalmente apocalíptico. E o pano de fundo aqui é o novo fenômeno mundial do Pokémon Go, é claro. De que outra forma você descreveria um mundo em que milhões de adultos passaram a rodar por aí a esmo, vidrados em seus celulares, colecionando ratinhos digitais, revivendo uma infância abestalhada, e se reduzindo no processo a um bando de pirralhos hiperativos e inertes?
Mundos infantis
Isso tudo compõe uma forte crítica ao jogo, mas não é a que me interessa desenvolver aqui. Esqueça os adultos infantilizados e me responda o seguinte: o que as crianças realmente fazem? Em suas brincadeiras, aos montes e sem a mediação de nada além de suas imaginações, elas fazem algo espontâneo e incrível: elas criam novos mundos.
Esses mundos geralmente não aparecem na forma de simples fantasias escapistas, mas configuram uma verdadeira reinterpretação da própria existência. Trata-se da invenção de novas formas de mapear e sistematizar a realidade através de uma série de jogos e experimentos com a plasticidade do espaço.
Comece pelas calçadas. Se pisar nas rachaduras, algo horrível acontecerá com você: o chão irá se abrir, ou um urso surgirá para te comer. Às vezes, o chão todo pega fogo e vira lava, e um código piroclasta transforma o mundo cinzento dos objetos. Às vezes um grupo de crianças vira astronautas e alienígenas; carros estacionados se vertem em planetas, folhas secas se arrastam como campos de asteroides.
Tudo está pleno de vida e repleto de significados em potencial, o mundo existe para ser derrubado e reconstruído. E é justamente essa a promessa do Pokémon Go: basta baixar o aplicativo, e você será lançado em um mundo diferente, uma versão colorida e enérgica da realidade, habitada por monstrinhos incríveis.
Tudo isso deve interessar à esquerda, desnecessário dizer. Afinal, um dos lemas revolucionários que mais reverberou nos últimos tempos afirma que “um outro mundo é possível.” Como marxistas, devemos estar interessados em mudar o mundo. Não apenas alterar políticas de Estado ou substituir uma classe dominante por outra, mas transformar a própria experiência humana da realidade – passar de uma experiência alienada para uma de liberdade.
Em seus famosos Manuscritos econômico-filosóficos, Marx descreve a relação sujeito-objeto que resulta de trabalho não alienado: “O objeto do trabalho é […] a objetivação da vida genérica do homem: quando o homem se duplica não apenas na consciência, intelectual[mente], mas operativa, efetiva[mente], contemplando-se, por isso, a si mesmo num mundo criado por ele.” (p.84) Em Heidegger, a condição do Dasein (o “ser-aí”, o Ser humano) é de estar-lançado (Geworfenheit), de estar jogado em um mundo que simplemente, e indiferentemente, é.
Marx vislumbra uma saída da alienação no exercício intencional da consciência no mundo. E esse exercício livre, espontâneo e transformador da vida genérica do homem realmente já ocorre por toda nossa volta. Apesar de todos os terrores e crueldades da fenomenologia infantil (e não devemos valorizar as crianças demais – afinal, outra característica quase inevitável de suas brincadeiras é o bullying sistemático dos mais fracos), ninguém pode dizer que vê num grupo de crianças brincando de aventura no espaço ou ladrões de banco os grilhões e o tolhimento do trabalho alienado.
Se algo como o Pokémon Go realmente tivesse a capacidade de tornar os adultos crianças novamente, ele poderia até ter algum valor. O que ele efetivamente faz é algo bem diferente.
Obedeça
Abdelhafid Khatib foi um escritor, teórico e membro da Internacional Letrista e da Internacional Situacionista. Ele também era árabe. No final da década de 1950, os Situacionistas estavam tentando desenvolver sua prática de “psicogeografia”, uma espécie de flânerie em que as pessoas se colocariam à “deriva” pelos ambientes urbanos, sem rota prescrevida, descobrindo novas formas de moldar e reinterpretar o espaço.
Como Andrea Gibbons relata, Khateb havia ficado encarregado em 1958 de realizar um relatório psicogeográfico sobre o distrito de Les Halles em Paris. Só que isso tudo acontecia durante a terrível guerra colonial da França na Argélia. Todos os árabes viviam sob toque de recolher e Khateb acabou sendo preso duas vezes por conta de suas incursões situacionistas.
Seu relatório, entretanto, eventualmente chegou a ser publicado, junto com um curto posfácio que explicava as dificuldades em que incorreu ao produzi-lo, mas ele não costuma aparecer nas coletâneas de textos situacionistas. Os camaradas de Khateb na Internacional não deixaram que seus achados infectassem sua teoria; eles não queriam que sua diversão fosse estragada pelas realidades da opressão racial.
Há um problema semelhante no Pokémon Go; a forma pela qual seu novo e divertido mapa do mundo pode entrar em conflito com outras realidades, mais estabelecidas: raça e classe, história, perigo e morte. Como um jogador assinalou, o jogo pode ser bastante perigoso para jovens negros.
Um jogador negro vagando a esmo em um bairro branco, talvez passando várias vezes na frente das mesmas casas em busca de uma tartaruga digital, seria sujeito a uma outra forma bastante diferente de mapeamento e sistematização da realidade: poderia muito facilmente ser lido como suspeito. E para um jovem negro, ser lido como suspeito pode custar sua vida.
Há outros relatos de realidades se encontrando de maneira desagradável: a menina que encontrou um cadáver boiando em um rio enquanto perseguia criaturas imaginárias; os assaltantes armados que armavam “iscas” para atrair não apenas outros Pokémons, mas os próprios jogadores a uma localização específica, onde lhes tomavam os celulares; o museu do Holocausto, cujos corredores, descobriu-se, continham um Pokémon chamado Koffing, que emite um gás venenoso.
O remapeamento da realidade levado a cabo pelo Pokémon Go é impermeável e indiferente à existência social; trata-se de uma fantasia objetiva, abstrata e centralizada. O problema aqui é a objetividade e não a fantasia. Não haveria nada de errado com o jogo se ele simplesmente nos desse um mundo falso para explorar, mas o mundo que ele nos mostra é um mundo real, e suas amarras nos asfixiam de todos os lados.
A paisagem de seu bairro que você vê durante o jogo é um mapa de GPS – uma tecnologia originalmente criada para orientar mísseis guiados. É o mapa do Google. Seu cinza fúnebre foi substituído por um verde virulento que é tão achatador e totalizante quanto o original, independente do conjunto de nuvenzinhas que preenche a parte superior da tela. Os edifícios aparecem como retângulos lisos, inertes e achatados. Pode ser um arranha-céu ou um casebre, não faz diferença. O jogo lança seu olhar sobre o mundo da perspectiva de um satélite militar localizado acima da atmosfera terrestre, totalmente indiferente à experiência sensível e alheio à vida humana.
A verdadeira brincadeira das crianças figura o mundo como uma aventura; é a própria experiência sensível que é reconfigurada, e revela dimensões inusitadas ao passar por regimes sucessivos de signos. No Pokémon Go só há uma: todas as rotas já estão determinadas, todas as eventualidades estão esquadrinhadas, e todos os pontos de interesse estão marcados e são imutáveis. Não há nem a possibilidade de um passeio puramente desinteressado uma vez que o Pokémon Go cria seu mapa e seu território ao mesmo tempo.
Onde eu moro, o sudeste de Londres, encontro PokéStops em igrejas nigerianas e mercados locais; a estação nacional de trens é uma academia de Pokémons. Toda a fantasia gravita em torno de pontos de interesse fixos. Voltamos a Heidegger: este é um mundo em que fui lançado.
O poder de ativamente agir sobre esta realidade aumentada pertence apenas aos executivos da empresa, e o poder do jogo infantil foi sujeitado a mais uma rodada de acumulação primitiva e alienação. Nosso mundo não se torna completamente outro. Na verdade, com o Pokémon Go, é só uma nova camada que se soma e se aloja, sem atrito, no tédio da nossa vida cotidiana.
Para o jogador de Pokémon Go, a injunção é de obedecer. Verdadeiros corpos humanos são domados e manobrados por iscas virtuais que pipocam por aí: comércios podem comprar itens do jogo que atrairão possíveis consumidores para seus estabelecimentos; o Estado talvez possa até acalmar um levante espalhando centenas de Pokémons raros longe da avenida ou praça central. Se quiserem, os criadores do jogo poderiam induzir pessoas a pularem de penhascos, vaguearem pelos trilhos de trem, ou a se meterem em incêndios.
Trata-se de uma tecnologia de biopolítica. Algo que fala em uma voz aos milhões atomizados e à sua maneira ajuda a orientar suas vidas. Por enquanto, evidentemente suas injunções são brandas, mas sua brandeza é a do ideal burguês elevado a um universal intocável.
Ande por aí. Explore seu bairro. Visite o parque. Aproveite a vista. Se divirta. PokémonGo é coerção, é autoridade: um comando emitido de um universo vazio, que atravessa clivagens sociais e políticas para finalmente “pegar todos”. [Alusão ao “slogan” do Pokémon, “Gotta catch ‘em all”, “temos que pegar”]. É preciso resistir a ele.
* Publicado originalmente na revista Jacobin com o título “Resist Pokémon Go“. A tradução é de Artur Renzo, para o Blog da Boitempo.
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China Miéville, marxismo e fantasia
Considerado “um dos nomes mais criativos da nova esquerda britânica“, China Miéville está invadindo o cenário cultural brasileiro. Formado em Antropologia Social pela Universidade de Cambridge, com Doutorado em marxismo e direito pela London School of Economics, Miéville é hoje Professor de escrita criativa da Warwick University. Apelidado de “Žižek da literatura contemporânea”, Miéville leva a cultura pop a sério e vem inovando o gênero da escrita fantástica ao incorporar elementos da crítica à sociedade capitalista presentes nas obras de Karl Marx, Walter Benjamin, Kafka e os surrealistas. Saiba mais sobre ele clicando aqui.
Boitatá, o selo infantil da Boitempo
A Boitempo acabou de inaugurar um selo infantil, o Boitatá, que leva a sério a capacidade as potencialidades criativas do universo infantil, e busca estimular a imaginação e o pensamento crítico autônomo nos pequenos, bem como contribuir para a formação de um novo imaginário político, cultural e social. Saiba mais e acompanhe todas as novidades do selo na página do Boitatá no Facebook: https://www.facebook.com/editoraboitata
Muito bom o texto, porem eu não irei resistir, não consigo, preciso capturar Pokemons.
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Que bosta.
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Eu acho esse jogo um lixo. Não assisti Pokémon quando era pequeno. Talvez me interessasse, mas hoje acho ridículo colegas meus perderem tempo com ele procurando esses monstrinhos nas ruas. Mas esse texto é uma bosta. Forçado.
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Que bosta.
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tudo lindo, tudo ótimo, intelectualmente consistente, mas cá entre nós: tá parecendo um artigo ruim da vice-br.
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Que bosta. (2)
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Que bosta.
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Caramba, como as pessoas se ofendem quando falam mal do seu joguinho.
Um lá reduziu a um artigo da VICE porque fala de algo da cultura pop? Depois reclamam que a esquerda não sai do Séc. XVIII… outro só xinga “que bosta” (leia-se não mexa no meu joguinho), e outro abraça essa coisa voluntariamente: “preciso capturar Pokemons.”
Já não sei diferir a esquerda que mostra a bunda dos gamers liberalóides.
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Realmente, as pessoas têm que entender que socialistas só querem fazer picuinha e só são bons nisso, fazer análises longas sobre apps de Pokémon, cagar na rua, enfim coisas irrelevantes.
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A autoridade da imagem e dos meios técnico-visuais configura uma nova subjetividade que impacta sobremaneira nossa forma de perceber o mundo e se postar diante dele. É necessário refletirmos sobre possíveis consequências em relação à avalanche dos choques imagéticos que estão permeando cada vez mais nossas relações sociais e nos colocando sob domínio dos tutoriais e programações que nos iludem com um falsa percepção de liberdade e de autonomia.
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Exatamente, Juliana. É ingenuidade achar que um jogo é só um jogo. Ainda mais quando este usa o mundo físico como seu tabuleiro e nós como peças.
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Adorno e Horkheimer ❤
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Parabéns, boitempo.Conseguiu criar algo mais estúpido do que o Pokemon Go.
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Uma análise marxista dos filmes de Roxy Raye; Entenda como essa trabalhadora é explorada pela indústria da saliência e como a sua mania de introduzir objetivos nada mais é do que uma patologia capitalista de consumo, a ponto da pessoa desejar ter o bem material dentro de si.
Uma análise crítica de Toninho três pernas.
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Eu concordo, uma análise importante! Continuem com postagens do tipo.
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Com certeza. Agora me pague uma cerveja e vamos discutir sobre futebol, integridade de um juiz e a profissão da sua mãe. Tudo isso coçando o saco dentro de casa.
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Muito bom o texto, mas penso que ficou muito raso, no sentido de que os tempos mudaram, é aquele velho “papo da vovó” que dizia:”O tempo está tão lindo, vai brincar lá fora!”.
Pokemon Go só fez esse sucesso por apresentar uma nova tecnologia, no caso o VR(Virtual Reality) para mobile, e isso não significa que as crianças vão deixar de viver ou adultos serão menos adultos só pelo fato de jogarem, na verdade essa lamentação e melancolia cada vez que a tecnologia evolui por minimo que seja já faz parte do histórico da esquerda. Algum tempo atrás acompanhava o blog da Socialista Morena, deixei de seguir depois que ela fez um post dizendo que o capitalismo nos fez trocar LP’s por CD’s e que isso era negativo e só alimentava mais o capitalismo, verdade!? Em parte sim, essa manobra capitalista da obsolescência programada já é bem conhecida nos últimos 30 anos, porém isso não é nem de longe algo absoluto, a capacidade de armazenamento dos CD’s e a qualidade do som são muito maiores que os LP’s, e esse avanço é muito mais mérito acadêmico do que da própria industria, a computação como um todo é um ótimo exemplo disso, hoje temos processadores com uma capacidade bilhões de vezes mais rápidos do que a 40 anos atrás, e sim isso também é um avanço muito mais acadêmico e que vem de dedicação a pesquisa do que pelas mãos da industria. Argumentar no campo teórico desqualificando a vontade do individuo e o valor das ações que este individuo toma é uma arma muito usada pelo patriarcado/capitalismo, me deixa muito triste ver vertentes socialistas, que acima de tudo deveriam priorizar a liberdade politica se preocupando com desvalorizar as pessoas que querem simplesmente se entreter, o mundo atualmente é muito pesado para não nos darmos a liberdade e autonomia de nos divertimos um pouco com o que gostamos. O auto questionamento é necessário SIM, ainda mais de nós (esquerda) que tomamos a frente em lutas por minorias, mas diminuir alguém pelo seu gosto entra em outro campo, o da opressão.
Queria também dizer que a industria de games não é exclusivamente voltada ao capitalismo, como deu a entender neste artigo, o campo da educação tem se desenvolvido muito usado vídeo games como métodos de ensino, principalmente com criança com dificuldade de compreensão, e essa iniciativa parte geralmente de Indie Games, pessoas que se mobilizam para desenvolver um jogo sem uma produtora por trás, as vezes até sem visar o lucro. Por fim cabe a nós de esquerda nos auto questionarmos sobre o consumo do entretenimento, mas com cuidado sempre para não diminuir o outro.
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Vou complementar meu próprio comentário:
No que se refere aos filmes de super heroi, penso que o grande apelo destes filmes vem do fato de que alguns existem a muito tempo somente no imaginário d@s leitor@s, quando vc transporta as história destes personagens para uma mídia mais “visível” é como se o que estivesse somente na sua imaginação por anos pudesse ser visto, pudesse ser real. HQ’s são considerada sim uma mídia hoje em dia, ganhou o titulo de nona arte, e não é material exclusivamente de consumo infantil. História em quadrinhos esta no mesmo patamar de cinema e literatura no geral, infelizmente o preconceito e ignorância em relação a essa mídia persiste por muitos. Temas como veganismo, LGBTfobia, segregação, luta de classes entre outros, já era assunto tratado em HQ’s nos anos 80, o titulo mais famoso no ocidente que falava sobre esses assuntos na época era X-men, mas sugiro a quem está lendo este comentario e sabe pouco sobre o assunto ler Watchmen, Sandman ou Entre a Foice e o Martelo (história de uma realidade paralela com um Super Homem socialista, e é importante ressaltar que ele não é retratado como vilão por este fato rs).
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Os seus comentários foram as melhores coisas que eu li aqui. Quando li o texto, achei bom, mas me deu a impressão que ele é um tanto preconceituoso. Eu não tenho interesse em PokémonGo, então ele n me atinge, mas aos que gostam, a análise desse texto parece sim bem preconceituosa. Parabéns pela lucidez das suas palavras.
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Kamaraski, onde você viu “socialista priorizar a liberdade”? Na URSS? No Leste europeu? Em Cuba? Na Venezuela? Coreia do Norte? Na China?
Não há como impor um regime socialista sem reprimir a sociedade e tolher a liberdade das pessoas, que em sua maioria percebe que será explorada, roubada, por um “nomenklatura” de privilegiados como se viu em TODOS esses países. O socialismo só trouxe empobrecimento, escassez e repressão em todos os países onde prevaleceu.
Só se você sabe que “um outro socialismo é possível”… mas aí por favor nos explique como.
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Discussões de “alto nível” pra afofar os egos. “Claramente” o autor é superior e é isso que ele quer/penas. Mas ninguém liga.
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Me decepcionei com o texto. Francamente. Porque o tema é bom. Esperava alguma análise mais interessante do que a alienação malvada pelo consumo de realidade virtual e “o perigo de vida para os jovens negros”.
Ainda bem que não é do time de colunistas. Coloquem um deles pra comentar esse fenômeno do Pokemon Go, que eu tenho certeza que sai coisa muito melhor.
Saudações
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Alguém me avisa quando o marxismo largar do vitimismo? Valeu
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como faço para cadastrar meu comercio como um ponto a ser disputado
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Tudo faria sentido na crítica se os criticos vivessem um mundo paralelo, repleto de alta cultura, arte, etc, mas vai lá, sem desmerecer, quem escreveu, tem facebook? whats? netflix? não vê séries e só filmes do godard? Quando criança tocava piano, não jogava mario? e a parte da imaginação não concordo… a imaginação é mediada. Sempre existiu jogos pra estimular, esse é mais um. A diferença entre esse jogo e um outra não substancial.
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Ter Facebook não invalida nada, uma vez que esse possui desde grupos de compartilhamento de livros até páginas como “bosomito zueiro”. Esse argumento é falho.
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Que texo horrível!!
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Excelente texto! A sociedade é verdadeiramente alienada e facilmente manipulável.
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Enquanto você se distrai caçando Pokémons, seus direitos são capturados pela Pokébola da classe dominante, você vive numa felicidade fantasiosa enquanto diverte a burguesia de verdade.
Em tempos de crise sistêmica mundial do capitalismo, nada melhor (para a burguesia) que um jogo que crie outra realidade e tenha o poder de entreter mentes jovens e adultas por um longo tempo de seu dia, distanciando da realidade dura, onde se vê mundialmente a perda de direitos da classe trabalhadora e o crescente desemprego. Melhor seria ocupar a cabeça com o estudo da realidade, organizando-se politicamente e lutando por uma sociedade onde todos possam viver com dignidade.
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tu passa 100% do tempo lutando por uma sociedade onde todos possam viver com dignidade? quando tu toma cerveja com teus amiguinho no buteco fazendo piadinha troxa, tu ta lutando? Deixa cada um com seus hobbies e ocupações cara, quem não sabe conciliar um lazer com a vida real aí é um problema particular, só não da pra encher de moralismo e utopismo, pelo amor de deus.
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magrao vai toma no teucu, se nao gostou é só não jogar essa merda, quer pagar de intelectual por que vai “resistir” à tendência, não fode
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Porra… esse sim é um grande conjunto de merda!!!
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Nunca imaginei que eu fosse ler um texto reaça, anacrônico e regressista assim no blog da boitempo. Pela primeira vez criam um aplicativo para estimular as pessoas a saírem de casa se exercitar e socializar, e o autor imagina que isso seja “infantil”.
Me surpreende que o próprio autor não se dê conta de sua falácia ad absurdum (v.g. jogadores pularem de penhascos). E por favor, apague imediatamente o “leitura marxista” do título. Há exatos três parágrafos que descrevem ideias marxistas sem qualquer correlação com a conclusão. Troque para “uma leitura conservadora”, de quem não quer avanços tecnológicos e tem saudades de máquinas de escrever (leia-se, preguiça de se adaptar ao novo).
Saudações.
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que preguiça…
parabens, o troféu comunista roots golden 2016 de vocês já tá pronto, em breve estará entregue em vossas residências
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Única coisa que consegui pensar lendo esse texto: esse cara nunca jogou videogames.
Que texto forçado hein, fera? Cada adivetivo enfiado a força…
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” vídeo games – que são para crianças – e filmes de super-heróis – que também são para crianças!”
O texto ja perdeu toda credibilidade possivel nessa parte, visto que a base é essa, só mostra o quanto os possiveis argumentos serão ridiculos e preconceituosos, sem uma base forte… video games não são coisa de criança, assim como HQs e super herois tambem não. (vide: Watchmen, Constantine, HQs R18 e etc) Principalmente no quesito de jogos que são apenas mais um tipo de midia, existem sim os jogos voltados para crianças, mas tem jogos voltados para todas as idades e com estilos variados, resumir a “coisa de criança” é um pensamento burro, retrogrado e com um nivel de cegueira absurdo
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O autor só vê um lado da coisa. Critica até o google.maps e a tecnologia GPS. É um doido.
E muito infeliz. O texto dele é de alguém amargurado. Fala de um jogo esquecendo que daqui a dois anos ou dois meses nem falaremos mais dele, e não percebe as imensas possibilidades que vão se abrindo para a humanidade com a realidade aumentada – da qual o jogo é apenas uma aplicação. Também pudera, seu pensamento está atolado em pensadores de meados do século XIX e início do século XX…
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No geral, este artigo não conseguiu escapar de fazer uma crítica puramente moralista do tema, com argumentos vazios como: “Afinal, suas formas dominantes … são vídeo games – que são para crianças – e filmes de super-heróis – que também são para crianças!”.
Apesar disso, Pokémon Go continua a ser um tema bastante passível de crítica, especialmente pela sua capacidade de direcionar a rotina e trajetos dos usuários do aplicativo para locais pré-determinados pela empresa proprietária do software, sem que os jogadores tenham qualquer influência na decisão sobre quais localidades devem se tornar pontos de interesse dentro do jogo. Atrelado a isso, também há o problema do envio de informações pessoais e de preferências aos servidores do jogo.
Existem vários problemas com a situação, mas dizer que é o fim do mundo porque a temática e o formato remetem à atividades realizadas na infância é tão vazio quanto discutir a infantilidade presente no futebol, ou no pebolim: joga-se ambos quando criança e quando adulto.
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Interpretação interessante, mas mais uma vez, obvia. Tudo pode e será usado de tal forma alienante e massificadora. Nada de novo acontece aqui. Como digo sempre: “Gosto do que a midia me condicionou a gostar” e a unica forma de resistir a tudo que existe seria apenas indo viver numa caverna isolado do contato social ou a morte.
Ao fim, nem se pondera que muitas das noções trazidas pelo tal jogo veem na contra mão da modernidade, que cada vez mais o sujeito vinha se isolando no eu, e agora tem uma desculpa para ao menos fingir que enxerga o outro.
É bom saber por quem e como estamos sendo manipulados, contudo isso não nos torna menos vulneráveis.
Ponderação é sempre bem vinda, obrigado.
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No primeiro parágrafo o autor já chega no mesmo nível do Datena na crítica que o ilustre apresentador fez ao jogo. Colocou sua perspectiva moral sobre quem joga a frente de sua análise. Pra mim já começou errando, mas resolvi continuar. E o que se demonstrou foi um alarmismo mesclado com saudosismo e deboche. Achei uma leitura muito parcial do que é o jogo, do que é Pokémon para duas gerações inteiras, das socializações possibilitadas, para o investimento afetivo do espaço público, entre outros aspectos positivos que pude observar jogando e conversando com outros jogadores nestes três dias.
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Muita viagem. Totalmente brizado o autor.
Mas isso significa que em sua utopia não haverá pokemon go? Pois eis que o povo seria contra sua utopia heim?
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Estátuas equestres de si, com a plaquinha de latão “minha inexorável inteligência frente à estupidez do Pokémon Go”, com direito a um “dasein” nos primeiros parágrafos, e condescendentes liçõezinhas de vida no último (“explore seu bairro”, etc.) A crítica aí é mais boba que o objeto.
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Desculpa, meu filho, mas vcs ainda não entenderam: MARXISMO é para crianças. E para crianças mimadas que não conseguem admitir o sucesso pessoal e a alegria alheia a não ser no mundo de faz de conta vermelho.
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Eu acho esse jogo um lixo. Não assisti Pokémon quando era pequeno. Talvez me interessasse, mas hoje acho ridículo colegas meus perderem tempo com ele procurando esses monstrinhos nas ruas. Mas esse texto é uma bosta. Forçado.
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