Obra-prima de China Miéville chega ao Brasil

Saiba tudo sobre o aclamado romance que consagrou o escritor inglês China Miéville como um dos maiores nomes da fantasia e da ficção científica contemporânea.

china miéville

Acaba de chegar às prateleiras brasileiras o aguardado Estação Perdido, obra-prima do escritor China Miéville, um dos nomes mais criativos da nova esquerda britânica. Formado em Antropologia Social pela Universidade de Cambridge, com Doutorado em marxismo e direito pela London School of Economics, Miéville é hoje Professor de escrita criativa da Warwick University. Apelidado de “Žižek da literatura contemporânea”, Miéville leva a cultura pop a sério e vem inovando o gênero da escrita fantástica ao incorporar elementos da crítica à sociedade capitalista presentes nas obras de Karl Marx, Walter Benjamin, Kafka e os surrealistas. Neste livro, o leitor é levado para Nova Crobuzon, no planeta Bas-Lag, uma cidade imaginária cuja semelhança com o real provoca uma assustadora intuição: a de que a verdadeira distopia seja o mundo em que vivemos. Nele, Miéville cria um universo instigante que expõe a realidade das relações trabalhistas, sociais e raciais que marcam a vida nas grandes metrópoles contemporâneas e comprova a força da imaginação crítica literária para pensar e construir uma verdadeira utopia anti-capitalista à altura da alienação e do fetichismo em que estamos imersos.

Neste post, reunimos os principais destaques da repercussão que China vem produzindo no Brasil (com resenhas, entrevistas e podcasts sobre literatura e utopia), bem como material exclusivo dos bastidores da produção da arte de capa do livro, pelo artista gráfico Fabio Cobiaco. Boa leitura!


“Um dos representantes mais criativos da nova esquerda britânica, China Miéville descende de um ramo perdido na arqueologia da esquerda, aquele que vem de André Breton e os surrealistas, passando por Walter Benjamin e Kafka e que encontra em Žižek uma de seus melhores expoentes contemporâneos na arte de misturar alta e baixa cultura, cotidiano servil e insólitas fantasias, ideológicas e críticas.” – Christian Dunker

“Não se pode falar sobre Miéville sem usar a palavra ‘brilhante’.” – Ursula K. Le Guin

“Com seu novo romance, o colossal, intricado e visceral Estação Perdido, Miéville se desloca sem esforço entre aqueles que usam as ferramentas e armas do fantástico para definir e criar a ficção do novo século.” – Neil Gaiman

“Este não é um romance de fantasia comum.” – The Guardian

“Um escritor com uma habilidade descritiva rara.” – The Spectator

Estação Perdido não é um livro, é uma bomba letrada que provocará infinitos efeitos colaterais na vida misteriosa da sua mente, nas engrenagens sinápticas dos seus primitivismos eternos, que atualmente são devidamente revigorados e escancaradamente excitados pelo tecnocentrismo, pela teologia tecnológica que transformou o planeta num quintal de próteses explícitas ou insinuantes nos enredando, vulgarizando, banalizando, esvaziando, portabilizando num backup de cotidianos e culturas cadastrados.” – Fausto Fawcett

“Se você tem vergonha de ler um livro cuja protagonista feminina tem um besouro no lugar da cabeça, desista agora: mas é você quem vai sair perdendo. Para os fãs de histórias ‘quanto mais estranhas melhor’, Miéville não decepciona.” – Daily Telegraph

“Um dos autores contemporâneos mais celebrados do gênero na atualidade.” – Rodrigo Casarin, Valor Econômico

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Onde encontrar?

Estação Perdido já está à venda em versão impressa e versão eletrônica (e-book) nas principais livrarias do país. Aqui vão alguns links para te ajudar a encontrar o livro:


China Miéville na imprensa

china na imprensa destaques

China Miéville está dando uma rodada de entrevistas à mídia brasileira por conta do lançamento de Estação Perdido e vem colecionando críticas elogiosas em diversos veículos. Nas matérias, ele comenta a relação entre questões sociais e fantasia, marxismo e literatura, a situação política na Europa e na Inglaterra no contexto do Brexit e até relfete sobre a atual crise política no Brasil. Confira alguns destaques abaixo:

“Eu adoraria pensar que sou incrivelmente incomum, mas há muitos militantes socialistas que leem manuais de RPG e filósofos da Escola de Frankfurt”

– China Mieville em entrevista publicada pela Revista Época.

“Agora eu estou tomado pelo pessimismo, o que não é a mesma coisa que desespero. Sou um pessimista, mas me sinto estimulado a fazer coisas, estou muito mobilizado. Há várias razões para se ter esperança, esta não é uma história completamente sombria. É uma época de esperança combativa, as coisas ainda não mudaram tão dramaticamente, mas estão indo numa direção feia, e isso me preocupa. Principalmente, na questão do crescimento do racismo. Há problemas genuínos e compreensíveis no sistema, mas há muitas pessoas que foram persuadidas a culpar os imigrantes, as minorias e os refugiados por esses problemas, o que é catastrófico.”

– China Miéville, em entrevista ao jornal O Globo. 

“Eu realmente quis mostrar como seriam as relações trabalhistas num universo fantástico. Outra coisa que sempre me incomodou é que, na literatura de fantasia, muitas vezes o racismo não é só um preconceito – é uma verdade ontológica. Raças não humanas se comportam de um jeito totalmente estereotipado. Mas não vejo por que um estereótipo racista deveria ser mais verdadeiro nesse tipo de mundo do que no nosso.”

– China Miéville, em entrevista publicada pelo jornal Folha de S.Paulo.


Podcasts sobre China Miéville

china podcasts

Estação Perdido também vem sendo tema de debate em alguns belos podcasts no Brasil, que se dedicaram discutir a obra do China Miéville, literatura fantástica contemporânea, distopias sociais e muito mais. Confira alguns destaques abaixo:

 

 

China Miéville no podcast da Época

Há muito tempo histórias sobre distopias conquistam o público. Livros como o clássico 1984, de George Orwell, e o sucesso Jogos vorazes, de Suzanne Collins, agradam adultos e adolescentes com tramas que mostram sociedades divididas e populações à beira de uma revolução. O mais novo representante do gênero é o livro Estação perdido. Nele, o escritor inglês China Miéville mistura seus conhecimentos sobre política, jogos de RPG e literatura fantástica.

Ouça o podcast completo clicando aqui.

Leia um trecho exclusivo de Estação Perdido

china imprensa

Clique na imagem abaixo para ler o trecho completo de Estação Perdido publicado no suplemento “Ilustríssima”, da Folha de S.Paulo.


Um pouco dos bastidores…

Gostou da ilustração de capa de Estação Perdido? Ela é do artista gráfico Fabio Cobiaco, que também elaborou a ilustração de capa de A cidade & a cidade, um dos mais premiados romances de China Miéville, e o primeiro que publicamos aqui na Boitempo. Confira abaixo, uma série de fotos que documenta diferentes etapas do processo criativo dele antes de elaborar a arte final. Pra saber mais um pouco sobre o Cobiaco, vale a pena clicar aqui e conferir também a entrevista que ele concedeu ao portal Maxiverso sobre o China Miéville e o Estação Perdido.

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