Conjunturas, poemas e o velho ódio de classe
[Ilustração de Ricardo Bezerra, para a peça “O patrão cordial”, da Companhia do Latão]
Por Mauro Luis Iasi.
Um vídeo com uma análise de conjuntura realizada na abertura do Congresso da CSP-Conlutas, em junho deste ano, que terminava com um poema de Bertolt Brecht (“Perguntas a um bom homem”), causou frisson nas hostes da extrema-direita.
Não foi a análise de conjuntura em si, coisa mais complexa e que exige certa cultura política, mas o poema citado ao final que despertou a ira dos conservadores, atentos ao espaço virtual da luta de classes.
Na análise, comentava que diante das pressões que vinham de atos de massa contra e a favor do governo, o Palácio do Planalto demonstrava uma grande “boa vontade” para com a direita, anunciando sua disposição ao diálogo, ao mesmo tempo em que ignorava as demandas que vinham das bases sociais que se mobilizaram em seu apoio.
Parecia-me, e ainda parece, algo equivocado e errático. Primeiro pelo simples fato de que os que se dispuseram a sair em apoio ao governo (aqueles atos foram mais claramente compostos pela base governista do que os que se dariam no dia 20 de agosto) anunciavam, além da defesa da legalidade e continuidade do mandato da Presidente, algumas outras demandas (contrárias ao ajuste fiscal, pela reforma agrária, em defesa da Petrobras etc.). E em segundo lugar porque era muito difícil derivar uma pauta clara do circo de horrores que foi a manifestação da direita, que em suma pedia a cabeça da Presidente na bandeja do impeachment.
Diante dessa constatação, alertava aos presentes que considerava uma ilusão a governante tentar manter-se pela via de aumentar as concessões à direita, já tão beneficiada pela linha geral do governo, e o evidente compromisso com os rigores do chamado “ajuste fiscal” que esfolava ainda mais os trabalhadores.
Passei por elementos conjunturais como a denúncia da reforma política que atacava os partidos de esquerda, enfatizando a necessidade de constituição de um “terceiro campo” à esquerda e que se fundamente nas demandas da classe trabalhadora e das massas exploradas. Após descartar que o modelo para isso viria do hoje já falecido Syriza, procurei recuperar, como fecho de minha fala, a ideia de que não devemos nos iludir, nem com as artimanhas governistas e muito menos com o canto de sereia da direita golpista.
Para tanto recorri, como costumo fazer, a um poema de Brecht que conheci ao ler o livro Violência: seis reflexões laterais, de Slavoj Žižek, para o qual a Boitempo gentilmente havia me convidado a escrever o posfácio. Sou absolutamente contrário a explicar piadas, metáforas e poemas. Mas vivemos tempos sombrios, então vamos lá (e quando digo “tempos sombrios” estou fazendo uso de uma figura de linguagem, não ensaiando um comentário meteorológico).
No poema, Brecht fala de um personagem que se queixa, diante daqueles com quem estava em guerra que, era afinal um “homem bom”, que não se deixava comprar, que era honesto, corajoso, sábio e não defendia “interesses pessoais”. O poeta então retruca a cada verso que um rio não pode ser comprado assim como o raio que incendeia uma casa, e passa a perguntar retoricamente a quem serve a sabedoria do homem que se achava bom, assim como que interesses defendia, se não os seus próprios.
Veja, para aqueles que não são muito afeitos a poemas e outras manifestações da alma humana, é bom explicar que não se trata de uma pessoa e outra conversando, muito menos uma posição pessoal. É uma metáfora de um encontro de classes numa situação dramática, na qual a classe dominante se encontra diante da possibilidade de ser julgada por aqueles que sempre explorou e dominou. As classes dominantes estão imersas numa falsa consciência (não vou pedir que a direita leia Lukács se ela mal entende Olavo de Carvalho…), isto é, ela realmente acredita que é “boa” e que faz o “bem” para a humanidade quando impõe o livre mercado, a propriedade privada dos meios de produção, o Estado burguês e seus instrumentos de repressão e extermínio. Ela realmente crê que faz isso para o nosso próprio bem, e por isso se espanta quando reagimos.
Por meio desse mecanismo ideológico, os membros de uma classe dominante podem se reunir na ceia de Natal, rezar ao nosso senhor Jesus Cristo, amar os mais próximos que estão à mesa, e sair mais tarde para crucificar, torturar e matar os “distantes”, criancinhas negras nas favelas, sírios, afegãos, palestinos ou líbios em seus países.
Quando esta autoilusão se vê numa situação limite da luta de classes, como aquela que o poema descreve, os trabalhadores apenas devolvem a ela seu discurso, envolto num belo embrulho de ironia. Brecht está aqui utilizando em seu texto este instrumento dramático que ele tanto gostava: “Está bem, já que dizes ser bom, vou matar-te com esta boa bala”.
É uma ironia, uma metáfora. Muitos foram mortos em fuzilamentos nos dois lados da luta de classes. Não há notícias de uma só pessoa que tenha morrido ao ser atacada por uma metáfora e ainda que muitos possam alegar que foram cortados por uma fina ironia, e que doeu, certamente não morrerão por isso.
Brecht ficaria muito contente se pudesse saber que seus versos ainda incomodam a direita 59 anos depois de sua morte (ele morreu, não é uma metáfora, morreu mesmo).
Agradeço às muitas pessoas – amigos, conhecidos, camaradas, companheiros, alunos, colegas, entidades e mesmo gente que não conheço – pelo carinho e solidariedade empenhadas nesta hora.
E àqueles que entulharam minha página com ameaças, dizendo que gostariam de me fuzilar, me levar para o DOI-Codi para “brincar comigo”, que ameaçaram matar minha família, que expressaram seu desejo de que eu tivesse tomado um tiro na época da guerrilha (bom, eu tinha uns oito anos de idade, mas como eles torturam crianças é possível, não é?), que enviaram a foto do Comandante Guevara morto para dizer que fariam o mesmo comigo, que afirmaram que eliminariam todos os comunistas da face da terra, que eu quero mesmo “é uma piroca” (foi difícil entender a princípio, mas parece haver uma relação comprovada entre o conservadorismo e a homofobia), que vão me demitir de meu trabalho, que jamais poderei sair à rua, ir a restaurantes ou ser bem vindo em shows do Lobão… reafirmo apenas que, com tudo isso, conseguiram – de maneira muito mais didática do que fui capaz em minha análise – comprovar meu principal argumento: com a extrema-direita não é possível nenhum diálogo.
[Ilustração de Ricardo Bezerra, para a peça “O patrão cordial”, da Companhia do Latão]
***
Mauro Iasi é professor adjunto da Escola de Serviço Social da UFRJ, pesquisador do NEPEM (Núcleo de Estudos e Pesquisas Marxistas), do NEP 13 de Maio e membro do Comitê Central do PCB. É autor do livro O dilema de Hamlet: o ser e o não ser da consciência (Boitempo, 2002) e colabora com os livros Cidades rebeldes: Passe Livre e as manifestações que tomaram as ruas do Brasil e György Lukács e a emancipação humana (Boitempo, 2013), organizado por Marcos Del Roio. Colabora para o Blog da Boitempo mensalmente, às quartas.
O Frota agora é “a direita brasileira”?
CurtirCurtir
Camarada Mauro Iasi, muito orgulho de compartilhar teus ideais e declaro total solidariedade.
Avante e sempre na luta!!
Saudações comunistas!
CurtirCurtir
Belo texto! Todo apoio ao companheiro! Nosso caminho é pela esquerda onde seguiremos sempre “de mãos dadas”.
CurtirCurtir
Sensacional! E por qneuanto, saudades da sua página no facebook!
CurtirCurtir
Fazer política nesse país é muito arriscado, professor. Pior ainda fazer política como você entende, assumindo uma posição de forma tão aguerrida, na defesa dos interesses daqueles a quem o poder e a ideologia dominantes fragmentou de tal forma que tornaram-se impotentes para esboçar qualquer reação mais vigorosa diante dos rumos que o país vem seguindo.
Essa tragédia tornou-se tão patética que o governo, logo após ser eleito com o voto dos mais pobres, no dia seguinte virou as costas ao seu eleitorado, assumiu o programa do vencido e quase ninguém esboçou reação significativa.
A reação com relação a sua análise foi emblemática. Desprezaram sua argumentação e se apegaram a um símbolo, para destilarem o ódio, não a você, que não é tão importante assim, e sim a algo que você simboliza.
CurtirCurtir
Professor e educador Mauro Iasi, total apoio….fico feliz que tenhamos profissionais que pensa a educação como transformação.
CurtirCurtir
https://www.change.org/p/universidade-federal-do-rio-de-janeiro-ufrj-ufrj-deve-exonerar-mauro-iasi
CurtirCurtir
Minha solidariedade ao professor Mauro Iasi.
Contra a baixaria da direita nada melhor que a ironia
CurtirCurtir
Apoio e Solidariedade! Pela sua história, pela sua coerência e firmeza, pela sua perspectiva teórica e práxis militante. Não nos calarão! Texto excelente, como sempre, com lucidez e perspectiva histórica emancipatória. Somos todos Mauro Iasi. Beijão da Bia Abramides
CurtirCurtir
Nestes “sombrios tempos” é um bálsamo ler seus escritos.
Saudades de todo o aprendizado que o NEP proporcionou.
CurtirCurtir
Caro Professor Mauro Iasi,
Li atentamente o artigo que o senhor escreveu a propósito da polêmica provocada nas redes sociais e em alguns órgãos de mídia – pouquíssimos, é bem verdade – pela citação de alguns controversos versos (como o tema de seu artigo e deste despretensioso comentário é um poema, ou melhor, a interpretação de um poema, porque não falar de forma poética?) de Brecht no encerramento de sua fala na cerimônia de abertura do congresso da CSP-Conlutas e devo dizer que estou em desacordo com as conclusões que o senhor expressou em seu texto.
Em seu artigo, o senhor diz que a verdadeira motivação da declamação dos referidos versos foi expressar uma metáfora da luta de classes. Em sua visão, o eu-lírico do poema seria a classe dominada, que, em resposta à pretensa “bondade” da classe dominante, ofereceria à ela, como penhor de sua gratidão por tão nobre sentimento, “um bom paredão, uma boa bala e uma boa cova”. Em suas próprias palavras: “É uma metáfora de um encontro de classes numa situação dramática, na qual a classe dominante se encontra diante da possibilidade de ser julgada por aqueles que sempre explorou e dominou. As classes dominantes estão imersas numa falsa consciência (não vou pedir que a direita leia Lukács se ela mal entende Olavo de Carvalho*…), isto é, ela realmente acredita que é ‘boa’ e que faz o ‘bem’ para a humanidade quando impõe o livre mercado, a propriedade privada dos meios de produção, o Estado burguês e seus instrumentos de repressão e extermínio. Ela realmente crê que faz isso para o nosso próprio bem, e por isso se espanta quando reagimos”.
Sendo assim, o que eu, humildemente – vista a enormidade de minha ignorância burguesa frente à suprema verdade marxista e meu total desconhecimento do que vem a ser a ironia do ponto de vista esquerdista (estou sendo irônico, é claro) – gostaria de esclarecer com o senhor, é a seguinte questão: descartado, como o senhor procurou frisar em seu texto – embora sem grande sucesso, ao meu ver – o apoio ao assassinato de conservadores de direita por militantes de esquerda a nível individual, deve-se então, inferir que, com a declamação dos polêmicos versos brechtianos, o senhor estava a defender o extermínio de classe? Ignoro se o senhor conhece algo a respeito de teoria literária, suponho que não, mas o que me causa espécie e me deixa um tanto quanto perplexo é o estupefaciante paradoxo que resulta de sua argumentação: se o eu-lírico do poema não é um indivíduo mas uma classe e o poema prega “um bom paredão, uma boa bala e uma boa cova” para outra classe, isto não é o mesmo que apregoar o assassinato dessa última? Sendo assim, o senhor continua a incorrer no mesmo pecado, vamos dizer assim, sem conotações de caráter religioso – embora o marxismo não deixe, por isso, de ser uma religião secular – de que seus opositores de direita o acusaram: incitamento ao ódio e a apologia ao uso da violência como instrumento de ação revolucionária.
Resumindo: quer, então, o senhor, dizer que o assassinato individual de conservadores é inadequado mas que o genocídio de classe é legítimo? Corrija-me se estiver errado, mas é isto que penso haver resultado de suas explicações das reais motivações por trás de sua citação dos versos de Brecht.
O senhor falou da “falsa consciência” da classe dominante. Suponho que o senhor conheça Hans Freyer. Como o tema de sua argumentação e deste meu comentário é justamente a violência revolucionária, efetuada em nome de uma quimérica luta de classes, creio ser útil citá-lo para aumentar um pouco mais o nível deste debate.
Em sua Teoria da Época Atual (1965) ele diz o seguinte sobre a violência revolucionária: “A dialética da violência reside em que tudo acontece facilmente em relação a ela, e em que sempre tem a consciência pesada, mas gostaria imensamente de tê-la limpa. Nunca se permite dizer de si mesma que está justificada pelo fato de ser o caminho mais curto. Mas suas exigências em relação a justificativas são modestas, e, a partir do momento em que se sente justificada, desenvolve toda a sua dinâmica, como se a consciência limpa (ou a pesada, porém acalmada) fosse a única coisa que lhe faltasse. Quanto mais elevados, puros e desapaixonados forem os objetivos a cujo serviço ela sabe que está – e o que pode ser mais elevado e desapaixonado do que uma verdade de razão reconhecida a priori? – tanto mais penetrante se torna sua consciência limpa, isto é, tanto mais sem obstáculos funciona ela na utilização dos meios. A violência justificada pela utopia: tal é a definição do terror”.
Se a direita distingue-se pela “falsa consciência”, a esquerda o faz pela ausência de qualquer consciência.
É verdade que metáforas e ironias nunca mataram ninguém, a não ser de vergonha. Mas as balas usadas na execução de oficiais poloneses na floresta de Katyn por tropas sovièticas eram bem reais, não eram metafóricas, como não eram metafóricas as picaretas utilizadas pelos agentes do Khmer Vermelho na prisão de Tuol Sleng, como não são nada metafóricas as balas usadas pelos pelotões de fuzilamento de Cuba contra os opositores do regime.
O senhor não tem o direito de incitar a violência e o ódio e depois fazer de conta que nada fez, defendendo-se com o ridículo argumento de que pretendeu ter sido irônico ou querido lançar mão de uma metáfora para ilustrar o que chama de luta de classes. Principalmente porque professa e é membro de um partido que defende e glorifica uma doutrina política que já não bastasse ser obsoleta e ultrapassada, é, acima de tudo, assassina e jamais admitiu a culpa pelas atrocidades cometidas em seu nome. Segundo as estimativas mais modestas, o número total de mortos pelo comunismo, levando-se em conta os números oficiais dos países em que ele esteve no poder, é de mais de 100 milhões, o equivalente a metade da população brasileira atual! Não sou eu que o digo. Basta somar as estatísticas divulgadas pelos governos dos países que viveram sob o comunismo – principalmente os do leste europeu.
O senhor, com seu discurso de ódio disfarçado pelos versos de Brecht, e seus correligionários João Pedro Stédile, com o “exército do MST” e Vagner Freitas, com suas “armas nas mãos”, estão constantemente a proferir ameaças, algumas vezes veladas e outras não tão veladas, contra o Estado Democrático de Direito – que para os senhores não passa de mero artificialismo burguês e, portanto, deve ser destruido quando não mais servir aos seus propósitos de aparelhamento ideológico do Estado – e o que chamam de conservadores, e, quando desmascarados, para fugir às consequências de seus atos, tentam justificá-los sob o argumento de que apenas estavam apenas a lançar mão de metáforas para expressar seus pensamentos e não tinham a intenção de dizer o que de fato disseram. Qual! O senhor é um acadêmico e deve saber que a primeira regra, a regra de ouro da ética científica é assumir a responsabilidade pelo seu discurso, é assumir suas consequências. Não fazê-lo é, não apenas, sintoma de grande desonestidade intelectual, é, também, uma grave falha de caráter.
Em tempo: antes que o senhor ou seus apoiadores e simpatizantes me acusem de pertencer à classe dominante, e por isso estar a defendê-la, aviso-lhes, desde já, que estou longe de pertencer a ela. De um ponto de vista estritamente sociológico e econômico, na verdade sou o típico proletário de periferia. Meus olhos são negros, portanto, não faço parte da “elite branca, de olhos azuis”, a grande vilã do Brasil, segundo a esquerda. E sou um conservador. E sou uma boa pessoa. Encaixo-me perfeitamente na descrição do antagonista do eu-lírico do poema de Brecht. Sejamos francos, Professor Iasi: o senhor realmente acha que eu mereço um bom paredão, uma boa bala e uma boa cova”?
Que fique claro: não apoio a violência, em nenhuma hipótese, venha ela do lado que vier, seja do lado direito ou esquerdo do espectro político.
Este comentário já está a ficar demasiadamente longo e prolixo. Quero encerrá-lo com uma pergunta, mais uma, aliás: o senhor foi candidato à Presidência da República, em 2014. Caso tivesse sido eleito, teria instituido a política dos paredões contra seus opositores? É só uma pergunta.
* Não é só a direita que não sabe ler Lukácz. Mesmo na esquerda há quem não o compreenda. Noam Chonski, por exemplo. Certa vez, numa entrevista, perguntado sobre Lukácz, ele apenas expressou o seguinte expletivo: “confuso”.
CurtirCurtir
Caro Sr. Marcos Steklain,
Face ao que escreveu, entendo-me a fazer parte do seu grupo. A única coisa que não posso gabar-lhe, eh ter chamado de “Meu caro” ao Sr. Mauro Biasi pois ele não merece tal consideração. Ao chamar metáfora ao que disse, o Sr. Mauro (recuso-me a chamar-lhe professor pois não ensina nada) atira poeira para os olhos dos incautos e isso fica-lhe mal. Se é mesmo metáfora, desafio-o a pedir desculpa, pois, para mim, é um discurso igual aos que o Fidel Castro pronunciava nos anos 60.
CurtirCurtir
Sr. Marcos Steklain,
No mínimo impressiona o seu discurso apaixonado de defesa do seu idealizado e santificado Estado de Direito Democrático. Como em qualquer sistema físico a idealidade não tem correspondência na realidade e o que vemos na REALIDADE é um estado de direito dos privilegiados com exclusão crescente da população trabalhadora. Tal exclusão produz nos dias de hoje em um nível de concentração de riquezas onde 1% da população mundial detém 50% de toda a riqueza . Tudo isto acontecendo dentro do seu bem amado e idolatrado Estado de Direito Democrático que opera dentro do sistema capitalista de cunho neoliberal onde uma ínfima minoria de banqueiros, grandes investidores, rentistas e outros parasitas similares se esbaldam com os dividendos de seus “investimentos” às custas do sangue, suor e lágrimas de bilhões de trabalhadores obrigados a trabalhar de 12 a 16 hs por dia para poder garantir ao menos as três refeições diárias.
Realmente o sr. parece ser um sujeito de boa educação “uma boa pessoa” segundo as usas próprias palavras, mas infelizmente comunga do mesmo anticomunismo doentio de adolf hitler, benito mussolini e dos infames ditadores latino americanos que infestaram nosso continente nos anos 60 – 80. Quando o sr. lista os crimes cometidos pelas ditaduras stalinistas as quais o sr. erroneamente denominou de comunistas, seu anticomunismo doentio não lhe permite citar as cifras correspondentes aos massacres cometidos por aqueles cujo ideário o sr. se afilia. Os 26 milhões de russos mortos por hitler-mussolini; os milhões de chineses e outros povos asiáticos massacrados pelo império japonês; os milhares de coreanos mortos pelos EUA na guerra da Coréia, os milhões de vietnamitas mortos pelos EUA na guerra do Vietnã. Sem falarmos na década de 90 até os dias de hoje, onde milhares de civis inocentes são assassinados diáriamente nas gueras patrocinadas pelos EUA em sua busca incessante for novas fontes de petróleo barato.
O sr. é sem dúvida mais letrado e mais desenvolto intelectualmente que os acéfalos que pertencem ao mesmo espectro ideológico que o sr. e que gostam de desfilar na Av. paulista trajando camisas da CBF e bradando palavrões contra o governo federal, o partido dos trabalhadores e o comunismo. Entretanto, como eles não consegue enxergar que a resposta ao ódio de classe que estes indivíduos (o sr. incluído) nutrem contra a classe trabalhadora, não pode ser outra que não seja na mesma intensidade. NÃO EXISTE DIÁLOGO COM A DIREITA.
Para finalizar me remeto a pergunta que o sr. fez ao final de sua longa peroração anticomunista: “Professor Iasi: o senhor realmente acha que eu mereço um bom paredão, uma boa bala e uma boa cova”?”
Eu aconselharia ao sr. que fizesse uma autor-reflexão e respondesse o sr. mesmo à sua indagação.
Hugo Pequeno Monteiro
Professor Titular
Departamento de Bioquímica
Escola Paulista de Medicina/Universidade Federal de São Paulo
CurtirCurtir
Hugo,
Segundo o Portal Transparência, o seu salário, após deduções, fica acima de 11 mil reais. Esse valor onera o trabalhador que trabalha de 12 a 16 horas, como o sr mesmo reclama, sabia?
CurtirCurtir
Marcos Paulo Storer Stecklaim, perfeita sua colocação e conclusões de que, se Mauro Iasi usou na infeliz metáfora a ilustracao da luta de CLASSE então ele quis incitar à eliminação de TODA uma classe, a classe que PENSA DIFERENTE DELE. Afinam-se ele e seus defensores com os paredões comunistas assassinos, essa é a conclusão lógica. Ele quer se acovardar agora a assumir seu pensamento assassino. E não é só os ricos que querem eliminar, mas sim todos que pensam diferente, mesmo pobres, os que não concordam com as violências, com os meios assassinos para se chegar ao fim. O estado comunista SEMPRE ELIMINA, MATA com uma bala, pa, cova, os que pensam diferente. Ricos ou pobres, basta discordar, não aceitam o diálogo. É por essas e outras que cresce o movimento a favor da VOLTA DOS MILITARES, para controlar esses malucos assassinos. Dividir os bens não é errado, mas matar para isso é errado, MUITO ERRADO. E em todo lugar em que se idolatrou Marx se fez isso. Iasi, com seu discurso, foi adorador de Marx. Este não previu que o ser humano é preguiçoso, corrupto, e tendo o mesmo salário do vagabundo acabaria produzindo menos, por isso todo estado comunista é pobre, miserável, e sempre será. Menos os líderes comunistas corruptos: esses sempre serão ricos capitalistas “de fato”.
CurtirCurtir
“Sem livre enfrentamento de opinão, a vida se estiola em qualquer instituição pública torna-se uma vida aparente…”
(Rosa Luxemburgo). É preciso ter cuidado com esses discursos que se prega a falta de diálogo, pois foi com discursos inframados como esses que se cometeram as maiores atrocidades no mundo. Não devemos pensar como a direita ou se igualar à ela, não acho que foi mal interpretado deixou sim seu recado, mas prefiro ficar com a ilustre Rosa Luxemburgo. Na atual conjuntura não precisamos de discursos dessa tonalidade do Mauro. Sou comunista apoio o companheiro contra os ataques pessoal e ameças à sua familia que vêm sofrendo, mas plantou o que colheu. Devemos lutar por uma sociedade livre, justa e igualitária dando voz a todos e não a um partido ou uma ideologia apenas, isso é democracia, acho que o companheiro não foi muito feliz no final de sua fala, mas ainda assim mil vezes Mauro Iasi do que Bolsonaro e tantos outros que assombram nossa sociedade.
CurtirCurtir
Precisamos de companheiros de coragem SIM! para inverter o senso comum que todos somos brasileiros e está bom para todos ficar como está ,está na hora de “mijar no toco” , como diria um velho companheiro Leo ,com metáforas ou sem metáforas brechtianas não existe futuro feliz para a classe trabalhadora , enquanto não houver um salto de qualidade e ela se enxergar enquanto classe na opressão que sofre no dia por uma punhado de medíocres que acham que sempre permanecer no puder por uma impunidade histórica. Abraços, camarada.
Gilmar Caetao
CurtirCurtir
O sujeito diz que entende a metáfora e mesmo assim a leva ao pé da letra, compreende o eu-lírico do poema e seu diálogo, mas quando se traduz para um diálogo entre classes logo transforma o discurso de Brecht em um suposto extermínio físico da classe dominante..
Não passa de mais um indivíduo “de bem” que nega a Luta de classes, ela permanece e o poema segue atual como sempre, há de se notar a coragem e riqueza intelectual de Mauro Iasi.
Não tem coisa mais falsa que uma Direita “Humanista”, Direita “do bem”.
Sem diálogo com a direita, total apoio a Mauro Iasi.
CurtirCurtir