Cultura inútil: Sobre amor e casamento
Por Mouzar Benedito.
Há muitas frases bonitas sobre amor e casamento. Mas as mais “divertidas” não são nada românticas. Mesmo pessoas bem sucedidas no amor e no casamento dizem coisas malucas sobre essas o assunto.
Selecionei alguns ditados populares e algumas frases de gente famosa (às vezes nem tanto) sobre amor e casamento, para repassar aos leitores:
DITADOS POPULARES
Amor é uma flor roxa, que nasce em coração de trouxa.
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Homens honestos casam cedo, e os prudentes nunca.
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O amor faz passar o tempo, e o tempo faz passar o amor.
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Homem apaixonado não admite conselho.
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Amor é vento: vai um, vem cento.
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Amor e bexiga só dá na gente uma vez.
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Amor de parente é mais quente.
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Quem casa com mulher feia não tem medo de outro homem.
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Amor de asno entra coice e dentadas.
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Se o amor fosse cardeal, há muito tempo o demônio seria papa.
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Amor de pica é que fica.
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Quem casa, quer casa longe da casa em que casa.
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Amigado com fé, casado é.
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Casamento feito, noivo arrependido.
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Casarás e amansarás.
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Quem ama o feio, bonito lhe parece.
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Casar, casar… soa bem e sabe mal.
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Casar é bom, não casar é melhor.
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Casar não é casaca que se pendura na estaca
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O amor é uma cangalha
Que se bota em quem quer bem.
Quem não quer levar rabicho
Não tem amor a ninguém.
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O QUE ELES DISSERAM
Alexandre Dumas: “O fardo do casamento é tão pesado que precisa de dois para carregá-lo – às vezes, três”.
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Martinho Lutero: “No casamento, cada pessoa deve realizar a função que lhe compete. O homem deve ganhar dinheiro, a mulher deve economizar”.
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Millôr Fernandes: “O pior casamento é o que dá certo”.
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Hilda Roxo: “Quanto mais o homem fala em amor, menos ele o tem para dar”.
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Machado de Assis: “O amor quando contrariado, quando não leva a um desdém sublime da parte do coração, leva à tragédia ou à asneira”.
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De novo Machado de Assis: “O amor é um problema que só a morte ou o casamento resolve”.
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São Pedro: “Semelhantemente vós, mulheres, sede sujeitas a vossos próprios maridos, para que também, se alguns não obedecem à palavra, pelo porte de suas mulheres sejam ganhos sem palavras”.
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Xiquote: “O amor pode conduzir o homem aos crimes mais revoltantes; até ao da procriação”.
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William Shaekespeare: “O casamento faz de duas pessoas uma só, difícil é determinar qual será”.
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Voltaire: “O casamento é a única aventura ao alcance dos covardes”.
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Nelson Rodrigues: “Só o cinismo redime um casamento. É preciso muito cinismo para que um casal chegue às bodas de prata”.
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Lupicínio Rodrigues (na música Esses Moços): “Se eles julgam que a um lindo futuro / só o amor nesta vida conduz / saibam que deixam o céu por ser escuro / e vão ao inferno, à procura de luz”.
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Galeão Coutinho: “O amor é como um piano. As mulheres são o teclado. Não é possível tocar uma grande sinfonia numa tecla só.
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Berilo Neves: “Em negócios de amor, só as pequenas coisas têm importância. Por exemplo: um piolho na cabeça da namorada”.
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Airton, meu amigo: “Casar é bom. Eu já casei quatro vezes”.
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Antônio Feijó: “Quando o amor empreende a mais simples jornada, vai a demência adiante a conduzir-lhe os passos”.
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Camilo Castello Branco: “Duas pessoas que se amam só começam a dizer coisas ajuizadas desde que se aborrecem”.
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Groucho Marx: “As noivas modernas preferem conservar os buquês e jogar seus maridos fora”.
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De novo Groucho Marx: “O matrimônio é a principal causa do divórcio”.
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Abraham Lincoln: “Casamento não é o paraíso nem o inferno – é apenas o purgatório”.
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Lenny Bruce: “Minha sogra destruiu meu casamento. Minha mulher voltou para casa mais cedo e me pegou na cama com ela”.
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Nietzsche: “O casamento transforma muitas loucuras curtas em uma longa estupidez”.
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Joaquim Manuel de Macedo: “O amor mais constante que geralmente se conhece é o amor ao dinheiro”.
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Padre Antônio Vieira: “Melhor é o tédio, que nos salva, do que o amor, que nos perde”.
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Malheiro Dias: “Os tiranos do amor sempre foram reverenciados”.
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Tonico e Tinoco (na música Cana Verde): O amor que vai e volta, a volta sempre é melhor”.
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Medeiros de Albuquerque: “Amor e calvície acomodam-se muito bem nos homens – repelem-se formalmente nas mulheres”.
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Correia Júnior: “O amor é a mais inútil das experiências”.
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Albino Forjas de Sampaio: “As mulheres precisam de pancadas para amar. A pancada é sempre mais sincera do que o beijo”.
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Mark Twain: “O amor é aquilo que depois do casamento se chama engano”.
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Benjamin Franklin: “Antes do casamento os olhos devem estar bem abertos; depois do casamento, semi-cerrados”.
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Sócrates: “Meu conselho é que se case. Se você arrumar uma boa esposa, será feliz; se arrumar uma esposa ruim, se tornará um filósofo”.
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José Américo: “A mulher que ama é a que diz menos, porque é a que mente mais”.
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Barão de Itararé: “O casamento é uma tragédia em dois atos: civil e religioso”.
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Lord Byron: “O casamento vem do amor, assim como o vinagre do vinho”.
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De novo Lord Byron: “Todas as tragédias terminam em morte e todas as comédias em casamento.
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Oscar Wilde: “Os solteiros ricos deviam pagar o dobro de impostos. Não é justo que alguns homens sejam mais felizes do que os outros”.
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Chico Anysio: “Quem é casado há quarenta anos com dona Maria não entende de casamento, entende de dona Maria. De casamento entendo eu, que tive seis”.
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Jô Soares: “Quando saber se o casamento está ruim? Quando, você está engolindo sapo ao invés de comer a perereca”.
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Eu também já falei umas besteiras sobre isso. Exemplos:
Amor com amor se paga. Não nos puteiros…
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Um bom matrimônio pode garantir um bom patrimônio.
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Foi Édipo quem criou o ditado “amor só de mãe”?
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O amor é cego, a Justiça é cega… talvez seja por isso que levam tanta desvantagem aqui.
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PARA TERMINAR ESSAS RANHETICES, NADA MELHOR QUE O SONETO IDEALISMO, DE AUGUSTO DOS ANJOS, POETA PRA LÁ DE PESSIMISTA
Falas de amor, eu ouço tudo e calo.
O amor na humanidade é uma mentira.
É. E é por isso que de amores fúteis
Na minha lira poucas vezes falo.
O amor! Quando virei por fim amá-lo?!
Quando, se amor que a humanidade inspira
É o amor de sibarita e da hetaíra,
De Messalina e de Sardanapalo?
Pois é mister que o amor sagrado
O mundo fique materializado –
Alavanca desviada do seu fulcro –
E haja só amizade verdadeira
Duma caveira para outra caveira,
Do meu sepulcro para o teu sepulcro.
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Mouzar Benedito, jornalista, nasceu em Nova Resende (MG) em 1946, o quinto entre dez filhos de um barbeiro. Trabalhou em vários jornais alternativos (Versus, Pasquim, Em Tempo, Movimento, Jornal dos Bairros – MG, Brasil Mulher). Estudou Geografia na USP e Jornalismo na Cásper Líbero, em São Paulo. É autor de muitos livros, dentre os quais, publicados pela Boitempo, Ousar Lutar (2000), em co-autoria com José Roberto Rezende, Pequena enciclopédia sanitária (1996) e Meneghetti – O gato dos telhados (2010, Coleção Pauliceia). Colabora com o Blog da Boitempo quinzenalmente, às terças.
Republicou isso em xykosanto.
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Uai, e o ELAS disseram, mocinho?
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Adorei a frase: “Amigado com fé, casado é”
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