Lançamento Boitempo: Margem Esquerda 23

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[Atenção: saiba mais sobre a promoção que preparamos ao final deste post!]

Acaba de sair a nova edição da revista semestral Margem Esquerda: Ensaios Marxistas, da Boitempo. Além de artigos inéditos de Perry Anderson, Moishe Postone e Chine Miéville, esta 23ª conta excepcionalmente com dois dossiês especiais, muito oportunos. O primeiro reúne reflexões de Marcio Pochmann, Bresser Pereira, entre outros, em torno da questão do desenvolvimentismo no Brasil, entre os projetos representados pelo PT e pelo PSDB, e as novas configurações globais. O segundo, coordenado por Ricardo Antunes, reúne textos de Michael Löwy e Ricardo Musto, sobre os 150 anos da Associação Internacional dos Trabalhadores. Confira abaixo o sumário completo e outros destaques desta edição na apresentação e, ao final do post, mais informações sobre a promoção.

Leia abaixo a apresentação da edição

Brasil, crescimento ou estagnação? Desenvolvimentoou desindustrialização? Em ano de eleições, polarizadas como poucas vezes se viu, Margem Esquerda se propõe a discutir o presente e o futuro de nosso país. “Onda conservadora” de um lado, catalisada pela figura do candidato tucano Aécio Neves, resistência democrática de outro, formada em torno da candidata petista Dilma Rousseff, colocam em pauta diferentes projetos ou distintas nuances de uma mesma orientação para o Brasil.

Quais as causas e quais as extensões das turbulências que acometem a economia nos dias que correm? O dossiê “Brasil, que desenvolvimento?”, centrado no principal embate teórico no campo da economia latino-americana – o novo-desenvolvimentismo versus o social-desenvolvimentismo – e organizado pela economista Sofia Manzano, apresenta visões plurais nos artigos do ex-ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira, do professor da Universidade Federal da Bahia Luiz Filgueiras, do presidente da Fundação Perseu Abramo, Marcio Pochmann, e do professor e pesquisador carioca Rodrigo Castelo.

Mantendo o foco no universo brasileiro, a entrevistada deste número é a historiadora Emilia Viotti da Costa, que falou aos professores Milton Pinheiro e Paulo Barsotti sobre sua trajetória, seus estudos historiográficos e as recentes transformações políticas no Brasil.

Abrimos a seção de artigos com “O sujeito e a teoria social: Marx e Lukács sobre Hegel”, do historiador canadense Moishe Postone, autor Tempo, trabalho e dominação social. Na sequência, o cientista político Francisco Farias trata da política de classe como um

padrão em ascensão na democracia brasileira da década de 2000, e o historiador britânico Perry Anderson reflete sobre o movimento de massas,  ao se debruçar na trajetória e no pensamento do dirigente comunista italiano Lucio Magri. Já o sociólogo Emir Sader se inspira em Ruy Mauro Marini para abordar a dialética da hegemonia. Fechando a seção, o escritor britânico China Miéville, doutor em Relações Internacionais pela London School of Economics, estreia em nossa revista com o ensaio “Marxismo e fantasia”, sobre literatura fantástica.

Um especial, organizado pelo sociólogo Ricardo Antunes , saúda os 150 anos de fundação da Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT). Com textos do sociólogo Michael Löwy e do cientista político italiano Marcello Musto, a história da I Internacional, organização que viria a ser o protótipo de todas as outras organizações do movimento operário, é retomada deixando evidente a pertinência, em tempos atuais, dos temas e das propostas que animaram os debates no século XIX.

O texto clássico deste vigésimo-terceiro número de Margem Esquerda remete ao centenário de um dos grandes dilemas da esquerda mundial. Foi quando, na Alemanha, a social-democracia – engajada na II Internacional – se somou à burguesia e aprovou os créditos de guerra, que possibilitariam o incremento da aventura belicista da I Guerra Mundial. O episódio acentuou a divisão existente entre comunistas e social-democratas e representou o prenúncio da derrota da revolução alemã, após o conflito. Esse sério revés isolou a nascente Revolução Russa e impediu que tivesse início uma onda transformadora na Europa ocidental. Em  “A guerra e a social-democracia da Rússia” – editado aqui pelo historiador Luiz Bernardo Pericás –, Vladimir Lenin expõe a posição dos bolcheviques em relação à guerra mundial imperialista que se tinha iniciado.

Sobre guerras também fala a seção de poesia deste número, que traz um soneto de Albrecht Haushofer, um dos envolvidos no atentado contra Adolf Hitler que em julho último completou setenta anos. Traduzida e apresentada por Flávio Aguiar, a composição faz parte da série de Moabit, onde o poeta esteve preso até ser assassinado pelo exército nazista.

Insurgências contemporâneas são o tema da afiada resenha de O novo tempo do mundo, de Paulo Eduardo Arantes, escrita pelo professor de teoria literária da Unicamp Francisco Foot Hardmann. Notas de leitura vão assinadas por Pedro Davoglio e Silvio Luiz Almeida.

As impactantes ilustrações desta edição, cedidas pela pesquisadora Graziela Forte e selecionadas pelo artista plástico e editor de arte da revista, Sergio Romagnolo, são de Carlos da Silva Prado (1908-1992), o irmão mais novo de Caio Prado Júnior. Embora tenha militado no Partido Comunista, na década de 1930, Carlos se afastou das atividades políticas e, com Flávio de Carvalho, Antonio Gomide e Di Cavalcanti, fundou, em 1932, o Clube de Artistas Modernos. Sua produção compreende dois álbuns de gravuras, Memórias sem palavras: infância e A cidade moderna, além de centenas de obras feitas com materiais e técnicas diversas. As imagens que exibimos na capa e no interior deste número fazem parte do álbum Acidade moderna, ensaio gráfico-poético, produzido em 1958, que contém doze gravuras em metal e também poemas focados no tema da metrópole.

O escritor colombiano Gabriel García Marquez, o Gabo, falecido em 17 de abril deste 2014, é o personagem da seção Homenagem. A escrita sensível de Roniwalter Jatobá é nossa forma de prestar tributo ao autor de Cem anos de solidão, um dos escritores mais profícuos da América Latina.

A edição homenageia ainda Plínio de Arruda Sampaio, histórico defensor da reforma agrária, deputado cassado em 1964 e eleito pelo PT em 1986, dirigente partidário e principal figura pública do PSOL. Plínio, que morreu no último 8 de julho, fez uma transição política singular: saiu do Partido Democrata Cristão (PDC) e se tornou, ao longo dos anos, um respeitado ativista de esquerda. Aos 80 anos, percorreu o Brasil como candidato à presidência da República. Um homem raro, desses que marcam a vida nacional.

Registramos também a perda de Dirceu Travesso, fundador do PSTU, líder da oposição sindical bancária de São Paulo e um dos principais articuladores da Rede Intersindical de Solidariedade Ativa. Por quase quarenta anos, Didi foi um ativista socialista, revolucionário e internacionalista.

A eles, que consagraram seus dias a fazer deste um mundo melhor, dedicamos esta edição.

— Ivana Jinkings

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Promoção Margem Esquerda | A revista Margem Esquerda é um dos periódicos mais respeitados do pensamento crítico. Com edições semestrais compostas de entrevistas, artigos, resenhas, dossiês, e documentos históricos, a revista conta com a colaboração de alguns dos maiores estudiosos marxistas da atualidade, nacionais e internacionais. Para comemorar o lançamento do 23º número da Margem Esquerda, a Boitempo Editorial realiza uma promoção, dando àqueles que assinarem a revista (ou renovarem suas assinaturas), a escolha de um brinde entre as seguintes opções:

  1. um número anterior da Margem Esquerda, à escolha (sujeito a disponibilidade; clique aqui para informações completas sobre os números anteriores)
  2. um exemplar do livro Manifesto Comunista, de Karl Marx e Friedrich Engels (clique aqui para saber mais sobre este primeiro título da celebrada Coleção Marx e Engels, com extenso material de apoio à leitura do original)

Atenção! A promoção vai até dia 3 de dezembro de 2014. A assinatura (ou renovação) da revista pode ser feita pelo endereço eletrônico administracao@boitempoeditorial.com.br, com as seguintes informações para cadastro:

  • nome completo
  • endereço (com CEP)
  • telefone
  • número do CPF
  • modalidade de assinatura (anual ou bi-anual)
  • brinde escolhido

2 comentários em Lançamento Boitempo: Margem Esquerda 23

  1. niltonvazmoreira // 11/11/2014 às 10:29 pm // Responder

    Por favor, não consegui descobrir como faço pra assinar. CADÊ O BOLETO ETC   Abraço    Nilton

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