VIP: Vão pros Inferno que os Pariu
Por Flávio Aguiar.*
VIP é VIP, tão VIP que às vêzes vipa da conta. VIP é VIP até pra vaiar. Não aguenta ficar só na vaia. Tem que vipar, botar uns floreios, mandar tomar e otras cositas más. É que VIP tem que dar o exemplo: pra sociedade, pro mundo inteiro. Não basta gritar Buuu. Isso qualquer pobretão faz. Pior: hoje pobretão aplaude. E tem carteira assinada, compra linha branca, automóvel e viaja de avião. Onde já se viu? Então VIP tem que mandar pra juta que os pariu.
Ainda mais se for no estádio do povão. Bom, há muitos estádios do povão pelo Brasil que, aliás, hoje é mais do povão do que já foi. Mas como VIP não vipa todo o tempo no estádio do povão, e este cada vez mais frequenta os espaços que antes era só dos VIP, o VIP tem que botar para quebrar. E mandar a presidenta tomar onde o machismo VIP acha que pode todo o resto do mundo mandar tomar.
Só que o VIP esqueceu de uma coisa: o resto do mundo, os não VIP, estavam vendo tudo aquilo. E viram que foram os VIP que puxaram e mais vaiaram a vaia do mandar tomar. Então eles tomaram. Porque a coisa virou um bumerangue, e caiu-lhes na cabeça. Foi gol contra. Os seus arautos na velha mídia estão p. da vida com os VIP do Itaquerão. Diz que levantaram a bola pros populistas cortarem na rede.
Ironia das ironias: mandaram tomar e tomaram. Gente que não vota na presidenta que eles mandaram tomar disse até que iria votar, porque aquilo era um crime hediondo. Um crime contra a educação, a civilidade, a civilização, o bom gosto, o respeito, a igualdade de direitos, tudo enfim, que VIP alardeia que tem mas às vezes perde a noção. Sem falar no machismo da coisa.
Houve gente que disse até que os candidatos dos VIP – daqueles VIP, porque tem VIP que não faz estas barbaridades, seja porque não concorda com elas, seja porque sabe a hora de ficar quieto – perderam a eleição de outubro ali, na vaia VIP do Itaquerão. Convenhamos, é exagero. O povo brasileiro vota com a própria consciência e não vai eleger ou deseleger uma presidenta por causa de uma vaia VIP, assim como não vai votar por causa de uma bola entrando neste ou naquele gol. Esta é uma ilusão daqueles VIP.
Mas VIP que é VIP deste tipo de VIP não percebe estas coisas. Porque no fundo, VIP deste tipo de VIP padece do complexo de madrasta da Branca de Neve. Só sabe olhar nos olhos de outros VIP e perguntar, maravilhado: diga-me, VIP, existe alguém mais VIP do que eu? E se o outro VIP responder que sim é capaz de levar uma bolacha nas fuça pior que patada de zagueiro aloprado. VIP que é VIP, modelo Itaquerão, responde que não, e depois espera, educadamente, a sua vez de perguntar: e eu?… E o VIP que é VIP responde então, meu bem, você é tão VIP quanto eu… E daí os dois juntos mandam a presidenta tomar.
Mas VIP que é VIP não perde a linha VIP. Sai dali pronto pra outra. Pega o carrão, o helicóptero, a lancha, o escambau, amaldiçoa o povo e manda ele tomar onde queira. Enquanto isto o povo solta rojão e faz a festa.
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Confira o dossiê especial sobre a Copa e legado dos megaeventos, no Blog da Boitempo, com artigos de Christian Dunker, Flávio Aguiar, Antonio Lassance, Mouzar Benedito, Mike Davis, Mauro Iasi, Edson Teles, Jorge Luiz Souto Maior, entre outros! Para aprofundar o debate sobre o legado da Copa e das Olimpíadas para o Brasil, a Boitempo lança às vésperas da Copa o livro de intervenção Brasil em jogo, em debates simultâneos em São Paulo e no Rio de Janeiro:
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Flávio Aguiar nasceu em Porto Alegre (RS), em 1947, e reside atualmente na Alemanha, onde atua como correspondente para publicações brasileiras. Pesquisador e professor de Literatura Brasileira da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, tem mais de trinta livros de crítica literária, ficção e poesia publicados. Ganhou por três vezes o prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro, sendo um deles com o romance Anita (1999), publicado pela Boitempo Editorial. Também pela Boitempo, publicou a coletânea de textos que tematizam a escola e o aprendizado, A escola e a letra (2009), finalista do Prêmio Jabuti, Crônicas do mundo ao revés (2011) e o recente lançamento A Bíblia segundo Beliel. Colabora com o Blog da Boitempo quinzenalmente, às quintas-feiras.
VIP na Alemanha não reconheceu os seus pares, pois acreditou que quem fez isso foram os VIP… não, não foram.
Foram todos aqueles que estão contra essa imensa corrupção, votos de cabresto(bolsa família, sistema de cotas etc.), dólares nas cuecas, mensalão, repasse de bilhões sem comprovação para ONGs do PT e família do Lula, fazendas e terras para o Lulinha, aposentadorias fraudulentas e casuísticas para o PT, “presidenta” se arvorando do direito de mudar a nossa Língua Pátria, médicos cubanos no lugar dos nossos, laboratório sendo transferido para Cuba e nos vendendo os nossos próprios remédios, empresas petrolíferas falidas sendo compradas em negócios escusos, dívidas externas de países de ditadores sul americanos perdoadas e empréstimos sendo concedidos essas mesma ditaduras, patrimônio da Petrobras e do povo brasileiro sendo concedido graciosamente, ajuda a formações e organizações de guerrilhas, intimidação e quebra da independência dos três poderes com interferência direta no judiciário de forma sistemática, manipulação das leis para benefício próprio tirando da cadeia bandidos petistas já condenados, tentativas e mais tentativas de mudança da nossa constituição em conluio com outros países e ditadores sul americanos para transformar toda a América Latina em uma grande Cuba e vem o Sr. da Alemanha, com imagens selecionadas e direcionadas dizer que foram os VIP, eles tinham identificação com crachás no peito ou, não poderiam ser o próprio lobo travestido em pele de cordeiro.
Quem sempre sustentou e sustenta este país é a classe média que é extorquida mensalmente com impostos de toda ordem e, inclusive, com empréstimos antecipados ao governo( Ex.: Declaração de Ajuste – IRPF), sobretaxações indignas e que grande parte vai pros bolsos deles que fizeram esses estádios não com o dinheiro do povão ou do pobretão como diz V.Sa. mas, de todo cidadão que paga seus impostos. Aliás, povão e pobretão hoje na boca dos demagogos são sinônimos de sabedoria e de pretensioso poder falando em nome dele.
Não… não é assim não, porque todo aquele que se coloca e faz parte da massa de manobra, tivesse caráter não invadiria terras particulares ou produtivas, não destruiria laboratórios de pesquisa atrasando em mais 10 anos o Brasil, não escolheria as terras que querem, convenientemente, para si e, muito menos, as venderia quando as obtivesse. O “povão burro” é massa de manobra, que vota com quem lhes ajuda, mantendo o cabresto. Então difira o povão do “povão burro” convenientemente manipulado.
O grande problema é que esse governo, dito popular, não concede o direito desse povo a educação, a saúde e a justiça e, em troca, recebe ” panis et circus”/”bolsas e estádios” e são nesses estádios, como nas ruas, que qualquer cidadão têm o absoluto direito de protestar pois foi com seu dinheiro que construíram esses circos para o dito “povão burro manipulado”.
Eu, assim como meu pai, que trabalhava de domingo a domingo, das 4h às 23h durante mais de 40 anos, nunca pediu nada a ninguém, só o direito de trabalhar e educar seus filhos e de ver as instituições e seus impostos funcionando para o bem de todos, é isto que deveria ser perseguido com afinco e abnegação pelos governantes. É o direito constitucional de qualquer cidadão ver o seu país próspero e na busca do bem estar, do convívio e justiça social, se eles apenas cumprissem com o seu dever jamais seriam xingados ou execrados.
Basta… Não há como viver ou deixar um legado para as nossas futuras gerações com essa corja aí instalada exercendo o poder de modo autoritário, ditatorial, leninista e corrosivo.
De um cidadão indignado que não concorda com os xingamentos, por educação, mas os tolera e os entende, por patriotismo.
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