Futebol arteiro

14.06.10_Mouzar Benedito_Futebol Arteiro_1Por Mouzar Benedito.

Nestes tempos de discussão sobre a Copa do Mundo de Futebol no Brasil, já falei o que tinha que falar sobre o assunto.

Mas tem um lado mais divertido do futebol ou relacionado a ele.

Resolvi colocar aqui uns textos que andei publicando em livros ou na internet.

Os meus livros não costumam ter muitos leitores, então são causos praticamente inéditos, com exceção de um que se refere a um jogo da Esportiva Nova Resende, nos tempos em que se usava ainda, na região, bola de capotão do tipo que a câmara era solta dentro do capotão, e tinha que se amarrar o lugar por onde ela era colocada.

Ele trata de uma situação de conflito que o juiz teve que enfrentar e me lembrou a sabedoria do Rei Salomão quando duas mulheres diziam ser a mãe legítima de uma criança. Publiquei esse causo em vários lugares e mais tarde, em 1987, no livro Santa Rita Velha Safada (esgotado), e depois vi um monte de gente recontando esse causo como se tivesse acontecido em outras cidades. Começo por ele:

O SALOMÃO DO FUTEBOL

O time de futebol de Santa Rita Velha estava jogando na vizinha cidade de Presépio, contra seu tradicional adversário, o Presépio Sport Club. A bola, velha e meio torta, meio oval, não atrapalhava em nada a qualidade do jogo. Combinava bem com a forma de jogar dos dois times.

Aos quarenta minutos de jogo, a bola sobrou pingando para o centro-avante Cavadeira, de Santa Rita, que encheu o pé, chutou com toda força mas o goleiro estava bem colocado e pulou, agarrando a “redonda” no peito.

Acontece que a bola não resistiu. Ao bater no peito do goleiro, estourou, e ele ficou segurando só o capotão, enquanto a câmara de ar saltou para dentro do gol. Aí começou a discussão.

Os jogadores de Santa Rita começaram a comemorar, gritando que valia, era a câmara de ar, enquanto os de Presépio afirmavam que o capotão era que valia e este o goleiro pegou. Os 22 jogadores e mais os reservas falavam sem ninguém ouvir:

— O que vale é a câmara…

— Não foi gol não, o capotão não entrou…

Quando já estavam partindo pra briga foi que o juiz resolveu fazer valer sua autoridade:

— Prrriiii, prrriiii, prrriiii… — apitava alucinado para chamar a atenção dos jogadores, até que resolveram ouvi-lo.

— Quem entende de regra aqui sou eu. Eu é que sei o que vale e o que não vale.

— Então como é que é? É gol ou não é?

— Tá na regra: quando a câmara de ar entra e o capotão não entra, vale meio gol!

Foi o único jogo até hoje que terminou meio a zero.

Causos publicados no livro Serra, Mar e Bar (também esgotado):

A DESPEDIDA

Quando Elias completou 31 anos como lateral esquerdo da Esportiva Nova Resende, resolveram fazer para ele uma festa de despedida do futebol. Um detalhe: os 31 anos não eram de idade (que devia estar por volta dos 50), mas só de titular do time. Se deixassem, ele continuaria ainda. A festa foi um jeito sutil de tirá-lo pelo menos da equipe principal.

A despedida seria contra o time da Ventania, que topou o acerto: a primeira bola que fosse na sua área, um zagueiro deveria pôr a mão intencionalmente. O Elias seria encarregado de bater o pênalti e o goleiro tinha a obrigação de não defendê-lo. Aí seria feita uma grande badalação, com discursos e tudo o mais. Depois recomeçaria o jogo, já com outro titular na lateral esquerda da Esportiva. E alguém daria também um pênalti intencional a favor do time da Ventania. Só daí pra frente o jogo seria pra valer.

Desde meia hora antes do início do jogo, todos os seresteiros da cidade se revezaram num microfone improvisado em cima de um caminhão, cantando “Ave Maria do Morro”, a música preferida do Elias.

Com todo mundo em campo, fez-se um minuto de silêncio em homenagem a um ex-craque da Esportiva, que tinha morrido dias antes. Em seguida o juiz deu o início à partida e tudo correu conforme o combinado.

Aos cinco minutos de jogo, veio o pênalti. Elias bateu e marcou o gol, foi carregado pelos jogadores até o caminhão que servia de palanque. O presidente do time discursou rememorando os grandes momentos do jogador que se despedia, o prefeito falou em seguida sobre o grande cidadão, que honrava a cidade e, pra completar, foi designado para falar, representando os jogadores, o meia-direita Luizinho do Lica. O que ele fez não foi bem um discurso, falou apenas uma frase:

— Só de minuto de silêncio, o Elias tem um ano e meio!

CHUTE FORTE

Zeca, o pescador e caçador que garante nunca ter contado uma mentira em toda a vida, um dia assistia a uma discussão no Bar Esportiva Nova Resende, sobre quem tinha o chute mais forte em toda a história do futebol da cidade. Uns diziam que era o Celinho, que jogava na Esportiva e mudou-se para Juruaia. Era beque de esperta, e os tiros de meta que batia atravessavam o campo e caíam atrás do gol adversário. Outros diziam que era o Toniquinho, e havia quem defendesse o Zé Leopoldo…

No meio da discussão, Zeca, que estava calado até essa altura, resolveu entrar na conversa e todo mundo se calou, sabendo que quando ele tinha sempre alguma coisa “inédita” pra contar (e quem é que tinha coragem de chamar suas histórias de mentira?).

— Não é nenhum desses aí. O chute mais forte que já teve aqui era o do Tião Folheiro.

— Como é que o senhor sabe? — provocou o Alcindo.

— Rá! Eu era menino quando reinauguraram o campo da Esportiva, que foi aplainado, acabando com a inclinação. Foi aí que sobrou aquele barranco atrás do gol de cima. Fiquei sentado no barranco, bem atrás do gol, e vi o primeiro pênalti batido nesse campo novo, pelo Tião Folheiro. Sabe o que aconteceu?

— Nunca ouvi falar!

— A bola enterrou um metro e meio no barranco!

JUIZ IMPARCIAL

A inauguração de um campo novo no Córrego Cavalo foi muito festiva. Chamaram até um time da cidade pra jogar lá. Quem ia “bater o piu”, quer dizer, apitar o jogo, era o Ernesto, que fez um longo discurso antes, dizendo ser imparcial, o que não convenceu ninguém.

Estava difícil fazer o time da casa ganhar, o adversário jogava muito melhor. A certa altura, o baixinho Parafuso pegou a bola na ponta direita, driblou dois zagueiros do Córrego Cavalo e centrou. O ponta esquerda Luizinho do Lica entrou de cabeça pelo meio e marcou um gol para o time da cidade, quer dizer, o adversário do Córrego Cavalo. Gol anulado, claro.

— Nóis é da roça mas sabe as regras. Ponta esquerda tem que jogar na ponta esquerda, na extrema. O que é que ocê tava fazendo no lugar do centroavante? — bronqueou o juiz, que ainda deu falta contra o time da cidade.

Pouco depois, sobrou uma bola pingando para o centroavante Zé do Gato, que deu um chutaço a gol. O goleiro do Córrego Cavalo nem viu a cor da bola. Só que o gol não tinha rede e a bola, a meia altura, bateu de cheio na cara do Zé Soldado, da gloriosa Polícia Militar, que assistia ao jogo atrás do gol, derrubando-o de costas. Ernesto, Logicamente, anulou, apitando falta do atacante:

— Desacato a autoridade — gritou bravo, ameaçando Zé do Gato de expulsão, se ele fizesse isso de novo.

Faltando uns dez minutos para terminar o jogo, mantido zero a zero até então com muita dificuldade, finalmente o ataque do Córrego Cavalo chegou à área adversária, mas o meio Zaqueu tropeçou e caiu na hora de chutar. Pronto! Pênalti, apitou o Ernesto. Quem foi bater? O próprio Zaqueu? Não!

— Eu apitei pra mim batê, uai — disse o Ernesto.

Já vestindo a camisa cedida por um atacante substituído por ele, Ernesto entregou o apito ao seu compadre Orlando:

— Cumpadre, bate o piu nesse restinho de jogo que agora eu sô jogador.

Bateu o pênalti e marcou. Um a zero para o time do Córrego Cavalo, invencível jogando em casa.

Do livro Memória vagabunda (também esgotado – detalhe: esses livros são esgotados não porque venderam muito, é que as tiragens foram pequenas):

MELHOR QUE BEIJA-FLOR

Quando o centroavante Dario, também conhecido como Dadá Maravilha, marcou um gol de cabeça em que deu a impressão de ficar alguns segundos parado no ar, esperando a bola, logo depois do jogo fez uma declaração folclórica:

— Só três coisas param no ar: beija-flor, helicóptero e Dadá Maravilha.

Mas Zeca, o pescador e caçador mineiro que garante nunca ter contado uma mentira, achou pouco:

— Já fiz muito melhor que isso.

Para os descrentes, contou uma história que, segundo afirma, teve várias testemunhas. Infelizmente, a única viva morando no Paraná, em lugar que ele mesmo não se lembra.

— Eu era novo — disse. — Fomos pescar no Sapucaí e saímos pela margem esquerda do rio, procurando um pesqueiro bom. A certa altura, havia um afluente com uns dois metros de largura, mas muito fundo. A gente tinha que pular esse corguinho pra chegar no pesqueiro…

— Bom, e daí? — provocou alguém.

— Daí que eu afastei, corri pra pegar embalo e pulei. Quando eu tava bem no alto, no meio do corgo, vi uma urutu do outro lado, bem onde eu ia cair. A bicha tava de boca aberta, me esperando. Dei uma reviravolta no ar, voltei e caí no mesmo lugar de onde tinha pulado…

GRANDES CONCLUSÕES

Arlindo foi jogar futebol num time de várzea de Itajubá e ouvia conselhos muito interessantes do técnico, que falava, sério, coisas como

— Se você for bater pênalti e chutar com bastante força bem no ângulo, o goleiro não pega.

Certo dia, antes de um jogo contra um time mais forte, reuniu a equipe no vestiário e falou com a seriedade de sempre:

— Olha, gente, se a gente marcar um gol logo no começo, depois segurar o jogo e não deixar eles marcarem nenhum gol… nós ganhamos o jogo!

Agora, um publicado no livro Trem Doido (da Editora Limiar – eba! Não esgotado):

E CHUTA PARA O HEMISFÉRIO NORTE…

Belém, capital do Pará, é a cidade das mangueiras. Assim como a cerâmica marajoara e a chuva quase diária, à tarde, as mangueiras são uma característica da cidade, uma marca registrada. Mas não é só em Belém que as mangueiras fazem parte da paisagem urbana. Macapá, capital do Amapá, também é arborizada quase toda com mangueiras. Suas ruas largas, sem placas que as identifiquem nem placas de trânsito, indicando mão e contra-mão, são repletas de belas mangueiras.

Foi Macapá que comi o peixe mais saboroso que conheci: tambaqui com molho de taperebá. Uma delícia.

Mas o que achei divertido na capital amapaense foi ouvi uma brincadeira de pessoas que dizem que são da América do Norte. É que a capital do Amapá fica no Hemisfério Norte — pouquinho “acima” da linha do Equador, mas fica. — Na verdade, o centro fica a 00º 02’ de latitude Norte. Há bairros que ficam no Hemisfério Sul e também exatamente na linha do Equador, onde existe um monumento ao marco zero de latitude. Ele fica exatamente na linha do Equador. Nele, a gente pode ficar com um pé no hemisfério Sul e outro no Norte. E perto dele tem um campo de futebol apelidado Zerão, nome que vale também para todo o bairro, cuja linha do meio de campo fica exatamente na linha do Equador.

Assim, um time ataca para o hemisfério Norte e outro para o Sul. No segundo tempo eles trocam de hemisfério. A arquibancada também fica bem no meio, é possível ficar até com meia bunda no hemisfério Sul e meia bunda no norte.

No livro 1968, por aí… Memórias burlescas da ditadura (Editora Publisher Brasil, também não esgotado), publiquei umas historinhas de futebol também. Uma delas é sobre o André, um preso político do Rio de Janeiro. Ele era preso “comum”, leu muito dentro do presídio, se “politizou”, participou de uma fuga organizada por um grupo guerrilheiro que ajudou a criar, o MAR (Movimento de Ação Revolucionária), mas foi preso de novo e voltou para o presídio como preso político. Seguem três historinhas desse livro.

UM FUTEBOL DIFERENTE

Antes da fuga e da recaptura que o caracterizou como preso político, André foi convidado para fugir com presos comuns. Ele seria uma pessoa chave nessa história, pois sua função na época era cuidar do vestiário do campo de futebol que havia lá dentro. Não quis fugir, mas assegurou aos presos que não os denunciaria. Eles, então, cavaram um túnel de dentro do vestiário até a rede de esgotos. A fuga foi marcada para um domingo à tarde, no intervalo de um jogo entre dois times de presidiários. Era um dia de comemoração de qualquer coisa, e na platéia, assistindo ao jogo, estavam o diretor do presídio e um monte de autoridades.

No intervalo do jogo, os times entraram no vestiário, passaram-se os quinze minutos regulamentares e não saiu ninguém. Mais um pouquinho de espera e finalmente os agentes penitenciários foram ver o que tinha acontecido. Viram só aquele buraco no chão. Mas a surpresa maior foi numa avenida ali perto. Muitas pessoas viram espantadas uma tampa de bueiro abrir-se e saírem dois times de futebol inteiros correndo avenida afora.

O ESPORTISTA VEREADOR

O massagista Mário Américo, nascido em Minas Gerais, ganhou fama na Copa Mundial de futebol de 1958. Cada vez que algum atleta brasileiro se machucava, entrava em campo aquele crioulão simpático, para socorrer nossos heróis Garrincha, Didi, Nilton Santos, Pelé…

Perto do final do regime militar, quando só existiam dois partidos legalizados, a Arena (a favor do governo) e o MDB (oposição consentida, que às vezes se levava a sério), Mário Américo se candidatou a vereador pelo MDB em São Paulo. Sua campanha foi mais baseada nas mãos que massagearam os ídolos do futebol do que nas idéias que o massagista tinha na cabeça, mas deu certo. Ele ganhou. E até não decepcionava muito como vereador, apresentando projetos criados pela assessoria do MDB.

Mas aí veio a reformulação partidária, quando Arena virou PDS. MDB virou PMDB e surgiram PT, PDT e PTB. Mário Américo, como alguns outros políticos, foi cooptado por Paulo Maluf, que liderava os simpatizantes do regime militar em São Paulo. Então, em vez de ir para o PMDB, Mário Américo foi para o PDS malufista.

Aí, chegou à fase de votação em plenário de um projeto apresentado à Câmara de Vereadores pelo próprio Mário Américo, quando era oposicionista. Mas ele recebeu ordens dos seus novos aliados: tinha que votar contra, pois o projeto desagradava o prefeito nomeado, Reynaldo de Barros, e seu padrinho, Paulo Maluf. E aconteceu a aberração: Mário Américo votou contra um projeto dele mesmo. Foi desancado por um vereador do PMDB, que fez um discurso violento contra o massagista, supostamente “comprado” por Paulo Maluf. Depois de ouvir um monte de adjetivos pouco edificantes, Mário Américo pediu um aparte e falou bravo, com dedo em riste:

— Vossa Excelência está ofendendo a minha excelência!

FUTEBOL E DITADURA

Copa do Mundo de 1970, no México. Primeiro veio a alegria de ver uma seleção jogando bem demais. Treinada por João Saldanha, ela tinha um meio de campo que incluía um dos melhores jogadores do mundo, Dirceu Lopes, do Cruzeiro. Derrotava os adversários de lavada nas classificatórias.

Mas no auge da ditadura, o general-presidente Garrastazu Médici se sentia no direito até de querer influir na escalação. Queria que João Saldanha escalasse o atacante Dario, apelidado “Peito de Aço”. Saldanha, comunista brigão, não gostou: “Escale o seu ministério que eu escalo a minha seleção”, respondeu. Pouco depois estava demitido da seleção. Seu lugar foi ocupado por Zagalo, que de início tirou um pouco o encanto da seleção, ao afastar jogadores como Dirceu Lopes.

Além do descontentamento “futebolístico”, havia outro motivo que fazia muita gente torcer o nariz para a seleção: sua vitória seria usada para propagandear a ditadura brasileira. Muitos ficaram com a opinião de que devíamos torcer por sua derrota. Mas isso durou pouco, só até o início da Copa. Aí, foi uma festa danada em cada jogo. Inclusive porque pela primeira vez uma Copa do Mundo era transmitida ao vivo pela TV. Assistimos a quase todos os jogos no pátio do prédio da Geografia e História da USP, superlotado, vibrante, com aquele bando de gente de esquerda (e muita gente de direita também) se esquecendo de qualquer coisa de política para aplaudir as vitórias da equipe que tinha Pelé, Tostão, Gerson, Rivelino, Clodoaldo e outros supercraques. Mesmo sem os dispensados por Zagalo, a seleção era um arraso. E realmente a vitória brasileira foi usada para propaganda da ditadura.

Em 1974, na Copa da Alemanha, muita gente esperava um repeteco de 1970. Mas havia uma novidade: a seleção da Holanda, chamada de “Laranja Mecânica”, pela cor de seu uniforme e por causa de um filme da época. Era avassaladora. Dava um baile em todo mundo, ganhava todas. Nas semifinais, olha lá quem era o adversário do Brasil: ela mesma, a Holanda.

Eu trabalhava no Sesc Pompéia, e destinamos um salão para todo mundo assistir aos jogos. No fundo dele, havia um quadro-negro. Nesse dia do embate contra a Holanda, o salão estava lotado, todo mundo tenso antes de começar o jogo. Estava difícil esperar uma vitória brasileira. Um funcionário do Sesc foi até o quadro-negro e escreveu: “Deus é brasileiro”. Foi muito aplaudido. Fui lá, coloquei uma vírgula e continuei: “Mas tá exilado na Holanda”.  Claro que levei uma baita vaia. Mas o Brasil perdeu mesmo. Só que a Holanda não foi campeã, perdeu para a Alemanha na final.

Agora um texto que não publiquei em livros:

FUTEBOL DO SACI

Estive em São Luiz do Paraitinga, na Festa do Saci, e lembrei-me de um campeonato de futebol que existia lá, pena que não exista mais.

É um tipo de campeonato que não tem nada a ver com negociantes do futebol, com a coisa de encarar o esporte como um negócio, em que o que interessa é o lucro, e também de competição desvairada, de motivo para brigas e até mortes.

O campeonato era realizado num pequeno campo no Camping Saci, onde ainda acontecem alguns jogos. Curiosamente, entretanto, uma bela paineira está localizada bem no centro do campo, o que leva os jogadores habilidosos a terem que driblar, além dos adversários, também a árvore. Vejam alguns itens do regulamento do campeonato:

  • O tempo de jogo será de 25 minutos por 25, sem intervalo;
  • O número máximo de atletas por time será de 10 (dez), sendo um o goleiro, cinco jogadores em campo e quatro reservas;
  • Não existe limite para substituições;
  • No que se refere ao uniforme, apenas as camisetas deverão, necessariamente, ser iguais;
  • Os atletas poderão jogar descalços, usar tênis e até chuteiras;
  • Cada atleta deverá contribuir com uma taxa de R$ 5,00 para o custeio da confraternização final (churrasco etc…);
  • O atleta que fizer dois gols no mesmo jogo deverá ir para o banco e só poderá retornar a campo após 10 minutos;
  • Se um time marcar três gols a mais que o outro, caso volte a marcar um gol, este será computado para o time adversário;
  • Os times campeões receberão troféus (o Saci) e o artilheiro e o goleiro menos vazado receberão medalhas;
  • Caso ocorram situações não previstas por este regulamento, os representantes dos times decidirão, por maioria, o que deve ser feito;
  • É solicitado ao representante de cada time que traga uma bola em condições de uso.Obs.:Este torneio é realizado sem fins lucrativos, visando à valorização do esporte e à confraternização entre amigos. Solicita-se respeito e colaboração a todos os atletas, a quem se deseja boa sorte.

Uma coisa que não estava no regulamento mas acontecia: quando um time marcava gol, todos os jogadores dos dois times comemoravam pulando com uma perna só. Como seria bom se o futebol fosse sempre assim.

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Confira o dossiê especial sobre a Copa e legado dos megaeventos, no Blog da Boitempo, com artigos de Christian Dunker, Flávio Aguiar, Edson Teles, Jorge Luiz Souto Maior, entre outros!

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Mouzar Benedito, jornalista, nasceu em Nova Resende (MG) em 1946, o quinto entre dez filhos de um barbeiro. Trabalhou em vários jornais alternativos (Versus, Pasquim, Em Tempo, Movimento, Jornal dos Bairros – MG, Brasil Mulher). Estudou Geografia na USP e Jornalismo na Cásper Líbero, em São Paulo. É autor de muitos livros, dentre os quais, publicados pela Boitempo, Ousar Lutar (2000), em co-autoria com José Roberto Rezende, Pequena enciclopédia sanitária (1996) e Meneghetti – O gato dos telhados (2010, Coleção Pauliceia). Colabora com o Blog da Boitempo quinzenalmente, às terças. 

3 comentários em Futebol arteiro

  1. Salve, Mouzar, Ri muito com as suas histórias. Vou divulgá-las nas minah slistas. Abraço.

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  2. maria teresa goyatá campante // 14/06/2014 às 7:45 pm // Responder

    Adorei…Contar casos é coisa de mineiro !

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  3. Mouzar Benedito // 16/06/2014 às 2:03 pm // Responder

    Obrigado, Urariano e Maria Teresa.
    Abraços.
    Mouzar

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