Os 50 (e tantos) anos do(s) golpe(s) contra a classe trabalhadora
Especial de Jorge Luiz Souto Maior, para o Blog da Boitempo.
Neste ano de 2014 muitas têm sido as manifestações sobre o golpe de 1964 e o regime ditatorial que lhe foi consequente. Há uma grande relevância nessas análises, sobretudo para que momento tão trágico da nossa história não seja esquecido e para que não se repita, sob nenhum pretexto.
Penso, no entanto, que um aspecto para o advento do golpe, e que explica muito da atuação do regime militar, tem sido deixado um pouco de lado e é importante trazê-lo à tona, pois é central na própria compreensão da realidade vivida. Refiro-me ao ataque à legislação trabalhista e ao trabalhador, por conseqüência, que desferido na realidade brasileira, que pode ser classificado historicamente.
A tese aqui defendida é a de que a resistência cultural aos direitos trabalhistas no Brasil é tão forte que foi o risco da aplicação em concreto da legislação trabalhista que impulsionou o golpe de 64, com a intenção, ainda, de reprimir a ação sindical e as greves.
SUMÁRIO
2. Trabalho na República Velha: a resistência da classe dominante
3. O advento da legislação trabalhista (1930-1933): a posição dos industriais
4. A Constituição de 34 e a mobilização dos trabalhadores
5. A reação contra os trabalhadores: 1935-1942
6. O trabalhismo: 1942 a 1945
7. A repressão militar aos trabalhadores no governo Dutra: 1946-1950
8. Nova mobilização trabalhista: 1950-1952
9. João Goulart entra em cena
10. Anti-comunismo é anti-trabalhismo
11. A primeira reação militar: origem do golpe de 64
12. Efeitos negativos do golpe de 64 nos direitos trabalhistas
13. O legado da ditadura para a classe trabalhadora
i. A relevância política dos trabalhadores na redemocratizaçao
ii. O neoliberalismo: novos ataques aos direitos trabalhistas
iii. O PT no governo e os trabalhadores à deriva
14. Mais ataques aos trabalhadores
15. A difícil construção do novo cenário (favorável aos trabalhadores)
Toda reflexão que tenha como objetivo evitar novas ditaduras deve ser celebrada. Mas que fique claro: são intoleráveis as ditaduras, de direita ou de esquerda. Fica aqui um convite para a leitura de um artigo correlato que traz dois pontos de vista distintos sobre o tema: O GOLPE MILITAR E O RETROVISOR DA HISTÓRIA.
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