Rosa Parks em Itaquera
Por Ruy Braga.
No dia 1º de dezembro de 1955, no centro da cidade de Montgomery, estado do Alabama, Rosa Parks, uma costureira de 42 anos, subiu em um ônibus a fim de voltar pra casa após mais um dia de trabalho. Ela acomodou-se em um assento para pessoas “de cor” e após três paradas, as quatro primeiras fileiras reservadas aos brancos já estavam lotadas. O motorista James Blake mandou que ela e os outros três passageiros negros que estavam ao seu lado se levantassem para dar lugar aos brancos que entravam.
Nada de mais, se tivermos em conta que no Alabama, assim como os outros estados do sul dos Estados Unidos, vigiam as leis segregacionistas de Jim Crow que exigiam que escolas e locais públicos, incluindo trens e ônibus, tivessem instalações separadas para brancos e negros. Na prática, os negros, mesmo que pudessem pagar, simplesmente não podiam frequentar os mesmos restaurantes ou lojas, usar os mesmos banheiros ou beber água nos mesmos bebedouros que os brancos.
Contraditoriamente, os Estados Unidos viviam o auge do chamado fordismo, modelo de desenvolvimento que integrou produção e consumo de massa, elevou o padrão material da classe trabalhadora estadunidense e absorveu parte dos conflitos classistas por meio de políticas sociais. Em cidades industriais como Chicago ou Detroit, por exemplo, os trabalhadores negros recém-chegados do sul formavam a espinha dorsal do orgulhoso operariado fordista. Apesar da persistente discriminação no acesso às qualificações industriais mais complexas, eles eram sindicalizados, recebiam altos salários e começavam a enviar seus filhos para as universidades.
Seguindo os avanços econômicos, uma onda politicamente progressista insinuava-se nos Estados Unidos. Em 1954, a segregação escolar promovida pelo Estado havia sido declarada inconstitucional pela Suprema Corte americana. O espírito do tempo favorecia atitudes ousadas e Rosa Parks recusou-se a ceder seu lugar no ônibus. O motorista chamou a polícia que a prendeu, deflagrando, assim, o mais importante movimento social da história recente dos Estados Unidos.[1]
O movimento dos direitos civis dos negros, uma campanha nacional em defesa da igualdade racial que contou com a participação entusiasmada de milhares de ativistas, negros e brancos, notabilizou-se por seus métodos não-violentos. A mecânica era simples: um jovem negro entrava, por exemplo, em uma lanchonete e pedia algo. O proprietário branco recusava-se a atendê-lo. Após uma sessão de gritos, insultos e humilhações, alguém tentava o retirar à força. O jovem, então, sentava-se no chão. Ao chegar, a polícia prendia-o por distúrbio da ordem pública. Em seguida, os demais ativistas iniciavam uma campanha para libertá-lo da prisão. Isto não apenas fortalecia a repercussão da propaganda igualitarista pelas cidades como atraía novos militantes.
A eficiência deste método revela o nível da opressão que vitimava os negros nos Estados Unidos. Desde que não estivesse lá a trabalho, a simples presença de um negro em uma lanchonete para brancos já era considerada uma ofensa suficientemente grave para justificar a violência policial. O curioso é que, a rigor, um jovem negro que entrasse em uma loja em Montgomery e pedisse para ser atendido, não cometia crime algum. Afinal, as leis segregacionistas referiam-se às escolas e ao sistema de transporte. Daí a necessidade de prendê-los por “perturbação da ordem”. Ou seja, o fundamento da prisão era simplesmente o racismo.
Toda vez que leio ou assisto alguma notícia a respeito dos atuais “rolezinhos” em shoppings paulistanos, lembro-me imediatemente da luta dos negros nos Estados Unidos. De fato, há algo da altivez e da bravura de Rosa Parks na atitude irreverente e desafiadora destes jovens das periferias. A “primeira dama dos direitos civis”, como ficou conhecida, parece ter se mudado pra Itaquera. Da mesma maneira, sinto o cheiro fétido das leis de Jim Crow na repressão dos empresários e da PM aos encontros organizados pelo Facebook.
Ao fim e ao cabo, que crime estes jovens cometeram? O que pode justificar que eles sejam barrados nas portas dos centros comerciais, revistados, imobilizados, ameaçados, agredidos e, finalmente, presos pela PM? As razões só podem ser o racismo e o ódio de classe que transformam a vida dos moradores das periferias em um verdadeiro calvário.
Na realidade, estes encontros condensam aspectos conflitantes do modelo de (sub)desenvolvimento pilotado pela burocracia lulista. Por um lado, temos a desconcentração da renda entre os que vivem dos rendimentos do trabalho cujo resultado foi a ampliação do acesso dos trabalhadores pobres e precarizados, especialmente, os mais jovens, ao crédito.
Apesar da deterioração das condições de trabalho e da dura realidade dos baixos salários, a base da pirâmide da renda composta majoritariamente por negros e não-brancos progrediu mais rapidamente que os estratos médios, alterando a norma social de consumo. Atualmente, jovens pobres conseguem comprar um “Mizunão” de mil reais em várias parcelas: “Por enquanto a ostentação está só na imaginação. Só tenho um Mizuno, que custou R$ 1000. Eu paguei em prestação, porque na lata (à vista) não é fácil não” (Anderson da Silva, 18 anos, ‘Rolezinho’ nas palavras de quem vai, 15/01/2014, G1). O tênis é um signo distintivo de trabalho duro e de progresso material calçado por uma moçada com um pouco mais de dinheiro no bolso e querendo se divertir. Aliás, estes jovens cresceram enquanto os centros comerciais das periferias eram construídos, daí sua intimidade com este ambiente.
Por outro, o atual modelo baseia-se em um tipo de acumulação por desapossamento que privatizou o solo urbano ao transformá-lo em uma inesgotável fonte de superlucros capitalizados pelos bancos e pelas construtoras.[2] Além disso, esta verdadeira financeirização da terra está gentrificando bairros populares ao deslocar estes mesmos grupos recém-promovidos ao consumo para regiões mais distantes.[3]
Do movimento destas placas tectônicas surgiu o recente terremoto que assusta empresários e autoridades governamentais. Os desejos de lazer e de consumo de milhões de jovens recém-chegados ao mercado de trabalho chocam-se com a inexistência de espaços públicos nas periferias e com instituições plasmadas por uma soma de racismo e ódio de classe. A acumulação por desapossamento aprofunda a segregação espacial, exacerbando a discriminação racial:
“Aqui na nossa quebrada (em Guaianazes) não tem muita opção de lazer para os jovens. Não tem uma quadra da hora, uma praça pra gente se reunir, não tem nada” (Daniel de Souza, 18 anos).
“O maior defeito do Jardim Nazaré é não ter espaço para o lazer. Falta lugar pra gente se encostar e ninguém discriminar. Se a gente fica na praça à noite, eles vão achar que a gente está usando drogas” (Caique Vinicius, 19 anos).
Assim, importa menos a aparente despolitização dos encontros do que a revelação da face racista do atual modelo de (sub)desenvolvimento:
“A gente foi pra se divertir, ficar com as meninas e conhecer outras pessoas. Mas a polícia chegou com cassetete. (…). Chegou com agressão pra gente tudo ir embora, bala de borracha, gás. Eu achei errado. Se fosse numa conversa como gente grande, agente poderia chegar num acordo, colocar um lugar pra fazer esses ‘rolês’” (Lucas Lima, 17 anos).
Diante deste tipo de experiência, a politização dos rolezinhos não deve tardar. A propósito, o simples fato de ir ao shopping em grupo já é um ato inadvertidamente político. Afinal, esses jovens estão se reapropriando de espaços que lhes foram espoliados pela privatização da cidade. Na realidade, observamos um desdobramento previsível do processo aberto em junho passado e enraizado no atual esgotamento do ciclo de crescimento com certa redistribuição de renda. A desaceleração econômica tem ajudado a precipitar a transformação da inquietação social das periferias em indignação com a maneira deplorável como os jovens negros são tratados no país.
No final do ano, esta juventude decidiu testar os limites do atual modelo, esbarrando acidentalmente na tática da não-violência que os negros estadunidenses empregaram nos anos 1950 e 1960. Sabemos como a resiliência do racismo na América – expressa, por exemplo, no assassinato de Martin Luther King – ajudou a radicalizar parte do movimento dos direitos civis e a criar o partido Black Panther.[4] Hoje, ainda é possível identificar a serenidade de Rosa Parks nos semblantes dos presos em Itaquera. Enfim, eles desejam apenas ser encarados com dignidade, nem que para isso ostentem roupas de marca e acessórios caros. Amanhã, contudo, pode ser que o fantasma de Huey P. Newton seja visto dando um rolezinho pela Faria Lima.
[2] Para mais detalhes sobre o conceito de “acumulação por desapossamento”, ver David Harvey, O novo imperialismo (São Paulo, Loyola, 2004).
[3] Veja o caso de Itaquera, por exemplo, onde a construção do estádio do Corinthians e os investimentos em mobilidade urbana decorrentes da copa do mundo inflacionaram os aluguéis e os valores dos serviços na região. Para mais detalhes, ver Luiz Henrique de Toledo, “Quase lá: a copa do mundo no Itaquerão e os impactos de um megaevento na sociabilidade torcedora”. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 19, n. 40, p. 149-184, jul./dez. 2013.
[4] Posso apostar que outro “black” deverá aparecer nos shoppings da cidade caso a repressão aos rolezinhos insista em perdurar.
***
Leia também Tarifa zero e mobilização popular, aula pública de Paulo Arantes que reflete sobre as jornadas de junho à luz da experiência do movimento pelos direitos civis dos negros norte-americanos, no Blog da Boitempo.
***
Ruy Braga, professor do Departamento de Sociologia da USP e ex-diretor do Centro de Estudos dos Direitos da Cidadania (Cenedic) da USP, é autor, entre outros livros, de Por uma sociologia pública (São Paulo, Alameda, 2009), em coautoria com Michael Burawoy, e A nostalgia do fordismo: modernização e crise na teoria da sociedade salarial (São Paulo, Xamã, 2003). Na Boitempo, coorganizou as coletâneas de ensaios Infoproletários – Degradação real do trabalho virtual (com Ricardo Antunes, 2009) e Hegemonia às avessas (com Francisco de Oliveira e Cibele Rizek, 2010), sobre a hegemonia lulista, tema abordado em seu mais novo livro, A política do precariado: do populismo à hegemonia lulista. Colabora para o Blog da Boitempo mensalmente, às segundas.
Parei de ler no momento em que diz que o que eles fazem é correto. Uma aglomeração de pessoas, seja de classe alta ou pobre é sinonimo de confusão. Eles não tinham propósito além de pertubar sim a ordem. E acredito que seja mais que correto a PM intervir. Duvido qur algum destes integrantes do “rolezinho” seja capaz de ler e entender o primeiro parágrafo desse seu texto. Rosa Parks agiu na defesa de seu direito, e estes jovens lutam pelo que? Andar no shoppings em bandos não está atrapalhando a tranquilidade de quem quer apenas tomar um soverte emum domingo a tarde na praia do paulistas (shopping)? Em resumo, não vejo qualquer correlação entre luta racial e estes “rolezinhos”.
CurtirCurtir
Fosse assim, teria havido PM no shopping eldorado quando os alunos da FEA estavam lá, mas não.
Acho curioso dizer que parou de ler e ainda sim querer criticar. Se tivesse ido até o fim teria encontrado por si só a resposta. O autor explica que o rolêzinho acabou explicitando a falta de espaços de lazer na quebradas. Configura, portanto, uma luta por direitos. Além, é claro, da questão racial.
Quanto à não compreensão do texto me pareceu um tanto preconceituosa sua afirmação, pois os parágrafos iniciais nada têm de complicados. São quase que apenas descritivos.
CurtirCurtir
Jessica, leia tudo e depois comente. Não escreva sem saber o que está falando.
Como arquiteto e urbanista venho estudando e vendo o preconceito hipócrita embutido na sociedade e políticas públicas brasileiras, o preconceito social se configura aqui como o racial da época narrada, e é presente em cada esfera da sociedade.
Se houvessem espaços de lazer adequados não creio que esses rolézinhos aconteceriam no shopping porém não há esse espaço.
Sinto muito se seu sorvete está sendo perturbado pelos rolézinhos, mas tenha certeza que muito mais perturbador é estar na base sem os luxos e mimos que nós pequena parcela da população podemos aproveitar. É o preço a se pagar por uma sociedade desigual. É o preço a se pagar por virar os olhos para uma maioria da população que vive encaixotada em lugares sem graça e sem estrutura enquanto uma pequena quantidade da população tem suas ruas limpas, jardins podados e equipamento urbano de qualidade. O novo jovem está começando a ver essa desigualdade, e não vai ficar calado em atitude servil por que você e outros tomadores de sorvete estão olhando com cara feia para eles. Eles querem, eles tem direito, e eles estão pegando. Apoio incondicionalmente os “rolezinhos”.
CurtirCurtir
“Uma aglomeração de pessoas, seja de classe alta ou pobre é sinonimo de confusão” ???. Uma sala de aula de uma universidade, por exemplo, é sinonimo de confusão???
CurtirCurtir
A sua opinião é totalmente inválida, primeiro porque você não leu o texto e segundo porque você já tem prejulgado que o que eles fazem é errado.
CurtirCurtir
Digo o mesmo que a Jessica. Péssima comparação.
CurtirCurtir
Se não leu, não sabe o conteúdo… Se não sabe o conteúdo, não tem como comentar sobre o que está escrito, muito menos dar opinião à respeito to texto….
Mas se mesmo assim o fez, isso já demonstra claramente o seu preconceito!
CurtirCurtir
“Duvido que algum destes integrantes do “rolezinho” seja capaz de ler e entender o primeiro parágrafo desse seu texto.”
Por que será?
CurtirCurtir
Nao concordo com esses rolezinhos !!
Aqui na minha cidade eles não se reunem apenas para passear no shopping ,pelo contrario,quebram e roubam tudo que vê pela frente.Simplesmente pertubam a ordem.Aqui ,quem fala nao veio de uma classe alta,apenas uma pessoa que trabalha no shopping,e precisa dele pra ganhar o seu pão de cada dia !
CurtirCurtir
Jéssica, não pare de ler!
CurtirCurtir
O ato pode ser político no sentido do “animal político” que é o homem, mas os jovens dos “rolezinhos” não têm qualquer ideia ou ideal político. É tudo feito por e pelo direito de consumir, frequentar os espaços de consumo e consumir. O movimento é despolitizado em sua consciência, mas é político quando ele movimenta os estratos sociais, quando ele causa incômodo, porque exige, ainda que por meios capitalistas (e é o que os jovens têm como espelho) sua visibilidade social! Esse é um aspecto de modelo de civilização que construímos. Se nossas bases foram feitas sobre o espetáculo do consumo, então é compreensível que queiram dividir o protagonismo de ser um consumidor!
CurtirCurtir
Se voce em grupo age como uma troglodita aí sim não é Sra. Jéssica? Na verdade parou de ler por preguiça mesmo…
CurtirCurtir
Que desperdício de palavras bonitas. Concordo plenamente com a Jessica Carvalho!
CurtirCurtir
Chega a ser engraçado ver leitores da Veja vindo comentar os artigos deste blog!
CurtirCurtir
O mesmo argumento legitima os furtos, a baderna, o espancamento de policiais? Até onde vai o limite desta lógica de luta de classes e reapropriação de espaço privatizado? Não tenho certeza que seja intelectualmente honesto fazer um texto como este (colocando os ativistas contra o apartheid americano e “rolezistas” na mesma “classe” – são contextos totalmente diferentes!) sem citar os problemas que estes jovens também causaram a terceiros que nada tinham a ver com o evento.
CurtirCurtir
Outra coisa Jessica, o “rolezinho” realmente não tinha nenhum objetivo de luta racial, porém destapou um grave problema de segregação social.
CurtirCurtir
Analisar os “rolezinhos” a partir do segregacionismo norte-americano e, como também é comum, do “apartheid” sul-africano não faz sentido. Trata-se de uma distorção. Em primeiro lugar, porque no Brasil, ao contrário dos EUA, o proprietário branco não se recusa a atender o negro. Pode até haver, no cotidiano, casos dessa natureza, mas casos isolados, cometidos por algum acéfalo, que não confirmam o clima segregacionista que certos intelectuais querem enxergar no Brasil. Em segundo lugar, qualquer pessoa nem tão boa da vista, que tenha pelo menos um olho, sabe que os shoppings contam com a presença de negros, brancos e pobres, em especial em Itaquera, notadamente área periférica de SP. Portanto, os tais “rolezinhos” não podem ser encado sob a égide da “raça”, palavra obtusa que apenas aqueles que dizem ser a favor da discriminação gostam. Mais: dentre os “rolezeiros” há também muitos brancos, unidos a negros e pardos, agindo em conjunto para reivindicar Deus sabe o quê.
CurtirCurtir
Constato diariamente com tristeza e com asco , o quanto o brasileiro em geral é ignorante e preconceituoso. Hoje , em poucos minutos,lendo esta matéria e a resposta subsequente ocorreu o que acabei de declarar.Por parte do blog, ao utilizar a expressão ‘modelo lulista de (sub)desenvolvimento’ e por parte da Sra Jessica,que não consegue estabelecer a conecção entre os dois eventos mencionados.Pena que hoje não se pode dizer Brasil,ame-o ou deixe-o,já que os fenômenos da exclusão de pobres , negros ,homossexuais e outros está presente em grande parte dos países ditos de primeiro mundo,nos quais o modelo não é lulista.
CurtirCurtir
Sou uma jovem, sou da periferia, parda e nordestina; no meu bairro todos andam de turma, aqui em casa todos falam alto, e quando a família aumenta, aumenta também o conjugado aqui de casa; parece que só nossa existência já é uma afronta a “ordem pública”, contanto que ficássemos no nosso espaço sem luzes e cores, no chão de fábrica, na copa das casas de família fazendo faxina, nas lojas vendendo produtos de 1,99; como dizia uma piada aqui do Ceará: “rico correndo é cooper, pobre é assaltado; rico gay é homossexual, pobre é baitola; mulher ativa sexualmente rica é libertária; pobre é rapariga”. Talvez sejamos subversivos por natureza, e é uma natureza que talvez não possamos renegar, quando até nosso consumo é negado visto o suposto “auê” inato as nossas atitudes. E sim, entendi o texto todo, pior, entendi ele na pele e não só no contexto.
CurtirCurtir
perdão, na parte de “pobre é assaltado” corrijo para “pobre é assalto”,….
CurtirCurtir
Andar no shoppings em bandos não está atrapalhando a tranquilidade de quem quer apenas tomar um soverte emum domingo a tarde na praia do paulistas (shopping)? >> e vc vem falar de não correlação racial? Por que atrapalha os jovens andarem em bandos? Por que são negros? Por que são pobres? Por que fere as nossas vistas ver a desigualdade estampada dentro da nossa utopia capitalista? Por que nós gostamos de andar nos shoppings como quem anda na 5ª av em NY, fingimos ser o que não somos, que temos o que não podemos? Por que a gente gosta de aparência?
Sabe por que os jovens não entenderiam quem foi Rosa Parks, e tampouco o que foi escrito nesse texto? Porque o nosso Estado está mais ocupado em marginalizá-los do que em dar educação de qualidade, que os ensine a pensar. Sabe qual é a relação entre a história americana e nossos milhares de Rosa Parks que fazem seus rolezinhos? O direito de ir e vir sem serem ameaçados e multados por um crime que não cometeram. É absurda a ideia de que nós temos o direito de dizer as pessoas onde elas devem ou não estar, generalizando-as por classe, cor, roupas… são adolescentes, querem assistir um filme, querem conversar com amigos, querem passear, querem tomar sorvete num domingo com a família branca que curte o final de semana como propaganda de margarina…eles querem, e eles podem, e eles vão ver tudo aquilo de perto, aquilo que a televisão, que as revistas, que os comerciais mostram a eles como sendo bom, ou vc acha que pobre não gosta/sabe o que é coisa boa, Jéssica?
Acho que quem não entendeu bulhufas no que está escrito no texto foi você!
CurtirCurtir
Sério que vc tá comparando a luta dos negros nos EUA com o “rolezinho” de jovens desocupados?
Pára o mundo que eu quero descer.
CurtirCurtir
Nem perdi meu tempo lendo o restante ao momento em que você comparou uma luta pela “liberdade” e opressão de Rosa Parks, famoso racismo e um movimento comum, pois é de todo direito desses jovem fazem o seus “rolezinhos” porém, existem MUITOS lugares como parques onde eles podem se reunir e são lugares PÚBLICOS, e não, eles não tem direito de organizar algo com centenas ou milhares de pessoas em um estabelecimento privado sem antes a PERMISSÃO deste estabelecimento. E digo mais, eles não cometeram nenhum crime? Bom sem dúvida, muitos deles não, mas nesses “rolezinhos” lojas foram assaltadas, por tanto, já parou para pensar que poderiam ser os próprios assaltantes que formaram esses eventos com centenas de pessoas justamente como uma forma de distração?
E além do mais, esse gorverno “lulista” como você diz, é o governo que MAIS fez pelas pessoas que estão nos “rolezinhos”. E isso o que você diz de desconcentração de renda, não é culpa do governo, isso é chamado CAPITALISMO. Para existir o rico sempre existirá o pobre. E para existir o MUITO rico sempre existirá o miserável.
E mais, um “Mizunão” de R$1000,00, meu deus, primeiro um tênis R$1000,00? Ou você é idiota ou você é idiota, Adidas ou Nike que são marcas com MUITO mais peso no mercado mundial você consegue tênis por R$300,00 R$400,00 só um estúpido para pagar R$1000,00 em um Mizuno, porém isso não se baseia somente em preços, isso é o valor da MARCA, um simples tênis, de uma marca que pode ser considerada “vagabunda”, pode ser tão bom quanto um “Mizunão” e custar RS$100,00. Isto chama-se propaganda, um publicitário jamais vai dizer que ( mesmo que seja exatamente o MESMO produto)um produto com o logotipo da marca em questão é pior do que o produto sem a marca, e ainda assim os produtos seriam o mesmo e isso faz com que as pessoas queiram comprar, STATUS tudo baseia-se em STATUS. Seja menos bitolado e você não reclamará do “mizunão de mil conto”.
CurtirCurtir
Parabéns pelo texto professor. Acredito que um dos grandes enganos da ala reacionária seja crer que esse tipo de leitura que o senhor empenhou caracterize esses fenômenos como movimentos descaradamente políticos. Quando não o são, não há bandeiras, não há gritos partidários. Mas analisar esses acontecimentos sem considerar que existam conflitos originados dos conflitos de classe revela grande ingenuidade. Não há revoluções acontecendo, mas manifestações que são movidas, em grande medida, pelas explorações e discriminações diárias entre empresários, brancos com a população marginalizada, jovem, em geral negros.
CurtirCurtir
Não. Desculpa, mas não mesmo. Querer comparar a situação de segregação racial ostensiva existente no Sul dos EUA naquela época, com qualquer coisa que se tenha no Brasil hoje, não é apenas exagero, é ridículo. Parece um desejo profundo querer ver racismo e intolerância nessa questão, um desejo que vai muito além da realidade. Beira o absurdo.
CurtirCurtir
O texto é ótimo e realmente muita coisa, no mundo todo, mudou pra melhor com as atitudes de manifesto de vários negros americanos na década de 50 e 60 nos EUA. Rosa Parks foi uma das ativistas que, de forma até mesmo simplória, conseguiu tocar na grande ferida social da época. Mas, infelizmente, não vejo nada parecido nas atitudes dos integrantes dos atuais rolêzinhos. Sinceramente, eu até queria ver isto, mas não vejo. Talvez, de início, a ideia não tenha sido “apavorar” ou “mostrar a cara” para a dita sociedade elitista. Sinto que queriam apenas se divertir mesmo, mas, no meu ponto de vista, não souberam fazer isto da forma correta. Longe de declarar algum tipo de preconceito, apenas digo isto porque não vejo nenhuma razão ou, pelo menos, motivação boa, em ir para um shopping (ou até mesmo para um parque público) em bando. Não são apenas os jovens de hoje que nasceram no boom imobiliário dos shoppings center. Nós, eu e você, também vivenciamos isto na nossa adolescência. Muitos shoppings surgiram de uma só vez no final da década de 80, quando ainda eramos jovens. Na época, eu ia todos os finais de semana num shopping de uma cidade próxima junto com 2, 3 ou, às vezes, 4 amigos. Não era um bando de 15, 20, 30 ou mais pessoas. Nunca aconteceu isso, salvo quando havia alguma excursão escolar. A questão é, ninguém se preocupa ou chama a polícia se vê 2, 4 ou 6 amigos juntos num shopping, sejam eles de qualquer classe sócio-econômica. Agora pra que ir em multidão? Você vai ao cinema com 30 amigos? Vai à uma sapataria comprar um par de tênis ou sapato com 20 amigos à tira-colo? Não, ninguém faz isso. E não importa a aparência de um bando. Se eu ver 20 ou 30 caras brancos e louros vestidos de terno preto andando juntos em um shopping, não vou me sentir à vontade. Não é racismo e nem apartheid social, embora possa ser para alguns ou muitos, mas acredito que para a maioria não seja. Trata-se apenas de estranhamento, de algo que foge ao normal.
CurtirCurtir
concordo plenamente, pertubação da ordem e do sossego publico correm froxos na pátria safada, cultura latina é um lixo não só na pátria safada como também em nossos vizinhos latinos, a policia precisa fazer a faxina apesar que não vai resolver muita coisa no país de todos……..
CurtirCurtir