Lançamento Boitempo: Estado e forma política, de Alysson Leandro Mascaro

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A Boitempo Editorial lança hoje (na abertura do IV Curso Livre Marx Engels) o extraordinário Estado e forma política, do jurista e filósofo do direito Alysson Leandro Mascaro. Após a aula de Mascaro, haverá sessão de autógrafos (mais informações abaixo).

O livro, voltado tanto ao público geral como a estudiosos do direito, modifica o estudo da teoria do Estado e da ciência política. Convidado a escrever o texto de capa, o filósofo esloveno Slavoj Žižek não só aceitou a missão, como encontrou o que considera “simplesmente a obra mais importante do pensamento político marxista nas últimas décadas” [leia o texto completo de Žižek clicando aqui].

O livro chega às livrarias a partir da próxima semana e será lançado em breve em versão eletrônica (ebook).

Leia resenha crítica do sociólogo João Alexandre Peschanski (editor-adjunto da Boitempo), clicando aqui

Sobre o livro

Estado e forma política surge e se afirma como obra referencial do pensamento político crítico contemporâneo. Superando análises dominantes no direito e na ciência política — conservadoras, liberais e institucionais —, o jurista e filósofo do direito Alysson Leandro Mascaro empreende uma aprofundada redefinição do Estado e da política, tomando-os a partir de uma perspectiva marxista.

Ao investigar a totalidade social a fundo, a partir das relações de produção, Mascaro revela um campo político necessariamente atrelado às formas sociais do capitalismo, nas suas múltiplas relações e contradições. A interpretação do Estado, portanto, se dá com base nas categorias da mercadoria, do valor e das formas sociais capitalistas, permeadas por conflitos e lutas de classes.

Mascaro opera tanto no nível dos conceitos mais tradicionais da teoria política e do Estado, forjando-lhes uma nova constituição, quanto avança para temas fundamentais da política contemporânea, como o sistema internacional de Estados, os debates da regulação econômica e as crises do capitalismo. Estado e forma política, obra inovadora e, na apreciação de Slavoj Žižek, incontornável, desponta como grande marco teórico para o estabelecimento de uma leitura transformadora, crítica e radical do Estado e da política nos nossos tempos.

Sobre o autor

Alysson Leandro Mascaro, jurista e filósofo do direito brasileiro, nasceu na cidade de Catanduva (SP), em 1976. É doutor e livre-docente em Filosofia e Teoria Geral do Direito pela Universidade de São Paulo (Largo São Francisco/USP), professor da tradicional Faculdade de Direito da USP e da Pós-Graduação em Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie, além de fundador e professor emérito de muitas instituições de ensino superior. Publicou, dentre outros livros, Filosofia do direitoIntrodução ao estudo do direito, pela editora Atlas, e Utopia e direito: Ernst Bloch e a ontologia jurídica da utopia, pela editora Quartier Latin. É o prefaciador da edição brasileira de Em defesa das causas perdidas, de Slavoj Žižek, e da nova edição de Crítica da filosofia do direito de Hegel, de Karl Marx, ambos lançados pela Boitempo.

Filósofo do direito especialista na obra marxiana, Alysson Leandro Mascaro apresentou aulas em todas as edições do Curso Livre Marx Engels, organizados pela Boitempo. Confira abaixo as aulas da primeira (2008, PUC-SP) e terceira (2012, Sindicato dos Bancários de São Paulo) edição do curso.

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IV Curso Livre Marx Engels: ainda há vagas!

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Alysson Leandro Mascaro inaugura hoje (07/05, às 15h30) o IV Curso Livre Marx Engels, no SESC Pinheiros, com a aula “A crítica do Estado e direito: forma política e forma jurídica”. Após a aula, será realizada sessão de autógrafos de lançamento de Estado e forma política. Os interessados que ainda não se inscreveram no Curso podem comparecer ao Teatro Paulo Autran (R. Paes Leme, 195 – próximo à estação Pinheiros do metrô) a partir das 14h.

Saiba mais no site do projeto Marx: a criação destruidora.

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Debate de lançamento de Estado e forma política no Sindicato dos Bancários

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Será realizado no sábado 18 de maio, às 10h30, debate de lançamento de Estado e forma política no Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região (Rua São Bento, 413 – próximo à estação de metrô São Bento). Confirme sua presença na página do evento no Facebook!

3 comentários em Lançamento Boitempo: Estado e forma política, de Alysson Leandro Mascaro

  1. Leo Veloso P. // 21/05/2013 às 4:36 pm // Responder

    “[…] se a sensação de bem-estar das pessoas provém de uma avaliação de seu status, e se o status é relativo, então a desigualdade extrema pode fazer com que as pessoas nas camadas mais baixas sintam-se derrotadas mesmo se suas condições forem melhores que as da maior parte da humanidade. Não é só uma questão de sentimentos feridos: as pessoas de status inferior são menos saudáveis e morrem mais cedo, e as comunidades com maior desigualdade têm piores condições de saúde e menores expectativas de vida. […] Os índices de criminalidade são muito mais altos em regiões com maior disparidade de riqueza (mesmo depois de levarmos em conta os níveis absolutos de riqueza), em parte porque o status inferior crônico leva os homens a tornar-se obcecados por hierarquia e a matar uns aos outros por causa de insultos banais. Wilkinson argumenta que a redução da desigualdade econômica tornaria milhões de vidas mais felizes, mais seguras e mais longas” (PINKER, Steven. Tábula Rasa. p. 414-415).

    Não é muito diferente daquilo que Thomas Hobbes chamava de orgulho, o que, segundo ele, causava a potencial guerra de todos contra todos. Sei que Marx concordava com Rousseau e achava que o tal “amor-propre” fosse um sentimento artificial. Mas não, não é.

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  2. Leo M. Veloso P. // 21/05/2013 às 4:44 pm // Responder

    O ser humano busca status social o tempo todo, por isso Facebook faz sucesso, porque ao menos você pode tentar se destacar dentro do seu pequeno círculo de conhecidos (o que não é muito, mas já quebra o galho). Por isso o povo está sempre tentando chamar a atenção. Agora, se alguém não desfruta de algum tipo de status, seja entre o grupo de conhecidos, seja entre a sociedade em geral, fica realmente irritado. Nossa sociedade é consumista e monetarista, então o que dá status é grana, bufunfa, dim dim. Se um indivíduo vive numa sociedade na qual percebe que poucos podem consumir e ele não, fica puto e vai partir para a violência. Falta de status gera doenças psíquicas, violência, raiva, etc.

    Eu gosto de usar um exemplo para ilustrar: Japão X EUA. São dois países desenvolvidos, com indústrias que produzem mercadorias com alto valor agregado. Bom, o número de crimes e presidiários nos EUA é superior ao do Japão. E a gente pode perguntar por quê. Será que é porque a cultura do Japão é mais comunitarista e hierárquica? Acho que não. Basta olharmos o índice gini das duas nações. O Japão é bem menos desigual do que os EUA. Nos EUA, a desigualdade é quase tão grande quanto no Brasil (principalmente no violento Sul, cheio de red necks armados até os dentes). Tenho quase certeza de que a desigualdade social é o grande motor da violência em nossa sociedade brasileira.

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  3. Ademir Bezerra // 10/08/2014 às 2:15 pm // Responder

    Leo Veloso, quando você diz “O ser humano busca status social o tempo todo”, vocês está determinando que essa é a condição eterna do ser humano?
    Não sei realmente se essa é sua opinião, mas sempre considerei essas asserções, que tendem a naturalizar um determinado comportamento humano como sendo próprio da “natureza humana”, muito perigosas. Acho cabível manter sempre viva a lição de Marx e Freud. A tarefa é descobrir o porque, em determinado momento histórico (no caso de Freud, porque, em determinado indivíduo), a busca pelo status é tão intensa como você diz, sem naturalizá-la, mas buscar compreender a própria raiz dessa busca, o que faz dela uma condição “Sine qua non” da nossa sociedade.

    Uma crítica da desigualdade só pode ser coerente se for também uma crítica as próprias bases do sistema capitalista, uma vez que a desigualdade não é um desvio, mas faz parte da própria forma capitalista.

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