Cypherpunks: Boitempo publicará o primeiro livro de Julian Assange no Brasil

Capa provisória de "Cypherpunks" feita pelo designer Ronaldo Alves

Capa provisória de Cypherpunks, feita pelo designer Ronaldo Alves

Já em pré-venda nas livrarias SaraivaCultura e Travessa | Lançamento previsto para 1º de fevereiro de 2013!

*

“Este livro não é um manifesto.
Não há tempo para isso.
Este livro é um alerta.” 

Julian Assange
, na introdução de
Cypherpunks.

Cypherpunks – liberdade e o futuro da internet é o primeiro livro de Julian Assange,  editor chefe e visionário por trás do Wikileaks, a ser publicado no Brasil com o selo da Boitempo. O livro, previsto para sair no primeiro semestre de 2013, é resultado de reflexões de Assange com um grupo de pensadores rebeldes e ativistas que atuam nas linhas de frente da batalha em defesa do ciberespaço (Jacob Appelbaum, Andy Müller-Maguhn e Jérémie Zimmermann). A edição brasileira terá a colaboração do filósofo esloveno Slavoj Žižek e tradução de Cristina Yamagami.

Apesar de a internet ter possibilitado verdadeiras revoluções no mundo todo, Assange prevê uma grande onda de repressão no mundo on-line, a ponto de considerar a internet como uma possível ameaça à civilização humana devido à transferência do poder de populações inteiras a um complexo de agências de espionagem e seus aliados corporativos transnacionais que não precisarão prestar contas pelos seus atos. Em contrapartida, propõe o lema “privacidade para os fracos e transparência para os poderosos”.

O livro reflete sobre a vigilância em massa, censura e liberdade, mas o principal tema é o movimento cypherpunk, que faz uso da criptografia como mecanismo de defesa dos indivíduos perante a apropriação e uso bélico da internet pelos governos, Estados e empresas. Os cypherpunks defendem a utilização da criptografia e métodos similares como meios para provocar mudanças sociais e políticas. O movimento teve início em 1990, atingiu o auge de suas atividades durante as “criptoguerras” e, sobretudo, após a censura da Internet em 2011 na Primavera Árabe. O termo cypherpunk, uma derivação (criptográfica) de cipher (escrita cifrada) e punk, foi incluído no Oxford English Dictionary em 2006. 

Julian Assange tem sido uma voz proeminente no movimento cypherpunk desde os anos 1990. Ele criou inúmeros projetos de software alinhados com a filosofia do movimento, inclusive o código original para o WikiLeaks. Preso em dezembro de 2010, o ativista é mantido em prisão domiciliar no Reino Unido desde então, sem que qualquer acusação formal tenha sido feita contra ele. Em maio de 2012, o Reino Unido decide extraditar Assange para a Suécia. Temendo que o governo sueco o entregasse às autoridades norte-americanas (que já manifestaram seu interesse de julgá-lo por espionagem e fraude), o ativista consegue asilo político na Embaixada do Equador em Londres, onde permanece desde junho deste ano. Nesse tempo, Assange tem se dedicado a promover debates sobre a sociedade contemporânea com grandes intelectuais de todo o mundo e foi dentro deste contexto que escreveu Cypherpunks.

“O Caso WikiLeaks é um sintoma de uma tendência muito mais ampla e perigosa: nossas instituições políticas e jurídicas estão envolvidas em atividades sistemáticas de censurar e restringir os potenciais democráticos da nova mídia digital. É por essa razão que o livro de Assange constitui uma leitura obrigatória para qualquer pessoa interessada na realidade das nossas liberdades.”— Slavoj Žižek

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Confira entrevista sobre Cypherpunks: liberdade e o futuro da internet, concedida por Julian Assange ao RussiaToday (RT), canal de notícias global transmitido de estúdios em Moscou e Washington (em inglês).

1 comentário em Cypherpunks: Boitempo publicará o primeiro livro de Julian Assange no Brasil

  1. Aída Paiva // 23/09/2020 às 3:43 pm // Responder

    Somente agora começo a cair na realidade é ver o que Assange, Snowden e o outro fizeram para o mundo. Até agora eu não estava acreditando que o WikiLiks fez as denúncias por amor a humanidade. Eu também não estava acreditando num novo golpe no Brasil no impeachment da Dilma. É assim que eles criam força e se mantém no poder.
    FREE#ASSANGE
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