Lançamento Boitempo: No limiar do silêncio e da letra, de Maria Lucia Homem

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Em No limiar do silêncio e da letra: traços da autoria em Clarice Lispector, lançamento da Boitempo Editorial em coedição com a EDUSP, a psicanalista Maria Lucia Homem lança luz sobre a construção e crise da subjetividade contemporânea ao mediar o encontro inusitado entre a maior escritora brasileira, Clarice Lispector, e um dos pilares da psicanálise moderna, Jacques Lacan.

A noite de autógrafos de lançamento será na próxima segunda-feira, 10 de dezembro (aniversário de 92 anos de Clarice Lispector), no Bar Balcão. Confira o convite virtual abaixo e confirme presença na página do evento no Facebook!

O livro está em pré-venda nas livrarias Saraiva, Cultura e Travessa. A versão eletrônica (ebook) será lançada na próxima semana.

Leia o texto de quarta capa de Joel Birman:

Existe uma concepção comum em certa tradição da filosofia da linguagem que estabelece a relação existente entre linguagem e silêncio, de forma que este seria a condição de possibilidade daquela. Dessa maneira, não se trata de opor os registros do silêncio e da linguagem, mas de buscar, em contrapartida, seus entrelaçamentos. Parece-me que a obra de Maria Lucia Homem, intitulada justamente No limiar do silêncio e da letra, procura pensar esses laços em toda a sua complexidade e densidade, de forma ao mesmo tempo rigorosa e vigorosa. Para isso, a fim de interpelar e apreender em estado nascente os traços de autoria em Clarice Lispector, trabalha sua obra focada em três de seus livros – Água viva, A hora da estrela e Um sopro de vida. Sua leitura se inscreve nas bordas entre a filosofia (Foucault e Adorno) e a psicánalise (Freud e Lacan), pelas quais procura articular num outro viés a crítica literária.

Contudo, não se pode esquecer que a escrita de Clarice evidencia de forma eloquente as marcas da modernidade avançada, na qual o paradigma do sujeito como indivíduo não estaria mais em pauta, como ocorria na narrativa do romance clássico. O que estaria em questão nessa escrita turbulenta, em contrapartida, seria o descentramento do sujeito e os registros do inconsciente e da pulsão como seus correlatos, de modo que as funções da autoria e do narrador seriam problematizadas de forma aguda, forjando uma escrita permeada por intensidades e evidenciada pela inquietação. Disso resultaria uma tangência com o espaço silencioso e barulhento do coração selvagem, para parafrasear outro belo título de Clarice. Assim, as problemáticas do Real (Lacan) e da pulsão (Freud) são evocadas na leitura da escrita de Clarice, para captar as dissonâncias quase inaudíveis que marcam sua escrita.

É, portanto, pela proximidade inquietante desse pulsante coração selvagem que Maria Lucia Homem realiza seus comentários mais pujantes sobre a nervura da escrita de Clarice.

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Lançamento e noite de autógrafos 
No limiar do silêncio e da letra: traços de autoria em Clarice Lispector, de Maria Lucia Homem
10/12 | segunda-feira | às 19h | Bar Balcão
Rua Dr. Melo Alves, 150 | Cerqueira Cesar
São Paulo | 01417-010
*Na compra de um livro ganhe um chope
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