A maconha e a revolução democrática

Assembléia geral de estudantes da USP, na FAU (fotografia de Hugo Chinaglia Santos)

Por Ruy Braga.

7 de outubro de 2010. Berkeley, Califórnia. Aconteceu mais ou menos assim: tinha acabado de participar de uma manifestação contra uma nova rodada de cortes de verbas estaduais para a Universidade da Califórnia em Berkeley. Atravessei a Bancroft e fiquei esperando minha carona na afamada esquina com a Telegraph. O rapaz que vendia camisetas em uma bancada logo em frente retirou um “baseado” do bolso e começou a fumar. Um policial que reforçara o efetivo da guarda universitária durante o protesto estudantil parou em frente ao jovem, retirou um bloco do bolso, colheu alguns dados, entregando-lhe a seguir o papel anotado com um envelope. Perguntei: “O que é este papel?” O rapaz me disse: “É só uma multa de US$ 60,00. Mas não estou preocupado, pois não moro aqui e não pretendo pagar mesmo…” “Mas e o envelope?” repliquei: “Bem, você sabe, isto é pra colocar o cheque ou o dinheiro. Já está endereçado e pago. Assim, você só enfia em uma caixa de correio”. Mais simples impossível.

Havia me mudado há pouco para a Califórnia. Não sabia nada sobre “Oaksterdã” e seus cafés. Nem tampouco que bastava pagar US$ 150,00 por uma consulta médica pra sair com uma receita e comprar maconha legalmente. Também não sabia que a Universidade da Califórnia lidera o campo de pesquisas sobre os usos terapêuticos da maconha. Isto foi bem antes de decidir me engajar na campanha pela aprovação da “Proposta 19” que, caso tivesse sido aprovada, legalizaria totalmente a maconha no “Golden State”, permitindo seu cultivo para fins pessoais, apesar de sobretaxar a comercialização. Uma campanha que obteve a aprovação de 80% dos eleitores registrados na Bay Area (San Francisco, Oakland e Berkeley), além da aprovação de 95% dos estudantes da Universidade da Califórnia em Berkeley. Dispensável dizer que se trata da principal universidade pública de pesquisa do mundo. Uma instituição que se dá ao luxo bastante excêntrico de reservar um estacionamento no campus apenas para laureados com o Nobel – alguns deles, inclusive, já admitiram ter feito uso de maconha.

Dirão os céticos: Berkeley é uma “bolha” plasmada pela migração hippie do final dos anos 1960, somada à influência do “Free Speech Mouvement”, além da presença de marxistas que lá se refugiaram a fim de lutar contra a Guerra do Vietnã. Diria eu: a lei que equipara o uso da maconha em locais públicos a uma multa de trânsito por estacionar em local proibido foi, na verdade, sancionada pelo ex-governador republicano Arnold Schwarzenegger…

27 de outubro de 2011. São Paulo, capital. No campus da principal universidade brasileira, responsável, sozinha, por aproximadamente 30% da pesquisa brasileira, três estudantes de geografia foram presos por policiais militares que assediaram a maior faculdade da USP durante o dia todo. Em resposta, colegas dos cursos de letras, história, geografia, ciências sociais… decidiram ocupar a administração da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) a fim de chamar a atenção para a militarização da universidade.

Na assembléia estudantil ocorrida na terça-feira seguinte, a maioria decidiu desocupar o prédio administrativo e a minoria ocupou a reitoria. Na madrugada do dia 8 de novembro, este movimento foi brutalmente reprimido por mais de 400 policiais da tropa de choque da PM, apoiados por helicópteros e pela cavalaria militar. O contraste com a política sobre a maconha na Califórnia serve apenas para revelar como estamos atrasados em relação ao tema das drogas. Mesmo se compararmos o Brasil a países como Portugal, por exemplo, perceberemos muito rapidamente, que nosso debate é pobre e nossas autoridades políticas, com algumas poucas exceções, tristemente obtusas.

Aliás, a este respeito, vale lembrar que mesmo o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso fez a auto-crítica da política anti-drogas de seu governo, tornando-se um dos mais conhecidos defensores da descriminalização da maconha no país. Infelizmente, Geraldo Alckmin, não seguiu a opinião do presidente de honra de seu próprio partido. Juntamente com o reitor da USP, o governador de São Paulo usou o pretexto de combater as drogas para legitimar o poder autocrático de uma estrutura cujo sentido é ampliar a alienação dos recursos humanos e materiais da USP em benefício do mercado. Contra este projeto, estudantes, equivocados ou não em seus métodos, insurgiram-se nos últimos dias.

Tanto em Berkeley quanto em São Paulo, estudantes estão se mobilizando por mais democracia e contra a mercantilização do conhecimento científico. Eles sabem que o atual sistema político não os reconhece como interlocutores. Ao contrário, os reprime com violência. A diferença é que na Califórnia, o governo estadual não pode usar o pretexto do combate às drogas nos campi para criminalizar o movimento estudantil. E enfrentando interesses poderosos, a juventude, lá e aqui, decidiu adotar o caminho da ação direta.

Se é uma revolução que estamos assistindo, diria se tratar da “revolução da democracia” e não, como a imprensa pejorativamente batizou o movimento uspiano, da “revolução da maconha”. Se queremos saber porquê o governo estadual não reprime o consumo de crack no centro da cidade, mas persegue estudantes fumando maconha no Butantã, se pretendemos perceber o que está por detrás da escala totalmente desproporcional da operação militar montada na semana retrasada, devemos ser capazes de ir além das aparências e mirar a estrutura política autocrática que asfixia a USP. Ao desafiarem este poder, os estudantes foram duramente reprimidos. Por isso, merecem nossa incondicional solidariedade.

***

Ruy Braga, professor do Departamento de Sociologia da USP e ex-diretor do Centro de Estudos dos Direitos da Cidadania (Cenedic) da USP, é autor, entre outros livros, de Por uma sociologia pública (São Paulo, Alameda, 2009), em coautoria com Michael Burawoy, e A nostalgia do fordismo: modernização e crise na teoria da sociedade salarial (São Paulo, Xamã, 2003). Na Boitempo, coorganizou as coletâneas de ensaios Infoproletários – Degradação real do trabalho virtual (com Ricardo Antunes, 2009) e Hegemonia às avessas (com Francisco de Oliveira e Cibele Rizek, 2010), sobre a hegemonia lulista. Colabora para o Blog da Boitempo mensalmente, às segundas-feiras.

20 comentários em A maconha e a revolução democrática

  1. Laura Lacerda Fonseca // 21/11/2011 às 3:22 pm // Responder

    Ah é claro, se o governo resolver limpar o centro da cidade, com policiais, cavalos, helicopteros e tudo mais, não haverá ninguém dos direitos humanos acusando-o de ser repressor, violento e inumano. Claro que não. sim, fui irônica. É lamentável que os estudantes da faculdade mais conceituada do país, “lutem” nos facebooks da vida pelo “fora sarney” e se esqueçam que fumar maconha é proibido por lei. A mesma lei que proíbe a corrupção. MAS, “já que tá todo mundo fazendo, pq eu tb não posso?”. Como se um erro justificasse outro. Como se a lei não fosse proeminentemente para TODOS e não somente para as benesses de uns poucos. Belo exemplo de justiça. Me espanta mais ainda um sociologo do seu gabarito, querer minimizar a situação numa comparação de “conta de padaria” sobre políticas públicas sobre drogas! Ainda mais em situações tão díspares quanto os EUA e o nosso país. Onde ser ufanista é brega. Legal mesmo é ir pra Europa. Melhor ainda Amsterdã. E quem sabe, estando lá, descubram que só se pode fumar maconha em determinados lugares e que a lei existe para o BEM COMUM e não de uns poucos. Lamento me alonguei.

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    • “É lamentável que os estudantes da faculdade mais conceituada do país, “lutem” nos facebooks da vida pelo “fora sarney” e se esqueçam que fumar maconha é proibido por lei.” – “Como se um erro justificasse outro” mas eim?! …olha, leia as outras resposta dirigidas a você…. uma em particular me fez rir bastante, e fez uso da mesma ironia que parece gostar de usar;

      “Laura! É preciso também espancar, prender, humilhar e desmoralizar os estudantes que tiram Xerox!! Prática ILEGAL totalmente naturalizada no campus da USP e em todo o Brasil (assim como fumar maconha).
      Espero que você nunca tenha feito essa atrocidade criminosa contra os direitos autorais! Senão, vou pedir CADEIA pra você tb!”

      …Pesquise bastante antes de postar sua opinião. Acrescente ao invés de só atacar e lamentar… e leia sempre o comentários, não os rasos e simples e pequenos… mas os comentários grandes, com embasamento, esses não são raros e geralmente são até melhores que os artigos publicados, bem como sanam muitas duvidas e desmentem muitos preconceitos!

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  2. Eu acho que há muita “Cortina de Fumaça”. Quem quer beber uísque, fumar tabaco ou cannabis sativa que fume. O papel do Estado deve ser de orientar cientificamente sobre os prejuízos que as drogas podem trazer. Há um excelente “Café Filosófico” com Maria Rita Khel na TV -Cultura sobre as drogas. Bom para reflexão, debates. O karoshi (morte por overdose de trabalho e avc) é um horror. Mais-valia absoluta mata subitamente ou lentamente. Há suicídios no local de trabalho na França, China, Alemanha, Brasil. UIsque mata muita gente assim como tabaco. Cannabis deveria ser plantada e vendida, geraria renda, impostos etc. seria bom para o capital e para quem deseja fumar. Poderia ser poduzida pela economia solidária autogestionária também.

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  3. magina, Laura.. oq é de se lamentar não é o alongamento da sua opinião, mas como ela é rasa e baseada em (pré)conceitos de gente q não vive nem a realidade da Universidade de São Paulo, nem a problemática da drogadição…

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  4. Fábio de Castro // 21/11/2011 às 7:05 pm // Responder

    Laura! É preciso também espancar, prender, humilhar e desmoralizar os estudantes que tiram Xerox!! Prática ILEGAL totalmente naturalizada no campus da USP e em todo o Brasil (assim como fumar maconha).
    Espero que você nunca tenha feito essa atrocidade criminosa contra os direitos autorais! Senão, vou pedir CADEIA pra você tb!
    Abs!

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  5. Pedro Junior // 21/11/2011 às 9:21 pm // Responder

    Acho que tem muita gente defendo coisas porque são da classe média alta ou classe alta. É totalmente ridículo comparar acontecimentos ocorridos em países ricos com a realidade brasileira. Óbvio que estamos atrasados em muitas coisas, somos subdesenvolvidos e um país com um nível de miséria enorme, fálidos na educação e em diversas outras coisas (diga-se de passagem desnecessário falar…) … e agora vocês querem fazer/acontecer algo totalmente incoerente (neste momento), isto é porque vocês não moram e talvez nunca passaram dentro dos seus carros com vidros fechados em uma favela. O fato é que antes de defenderem legalização das drogas, saiam da zona de conforto e vão onde realmente a coisa acontece, ver quantos jovens estão perdendo a vida por causa dos inúmeros problemas do país. Porque ao invés de defender o uso da maconha comparando com estes países, não comparam os benefícios políticos que muitos países da Europa proporcionam aos “cargos públicos” com o que temos por aqui??? Porque não fazem matéria mostrando os países que é obrigatório o uso do plano de saúde público pelos políticos (ou quaisquer outros servidores) e fazem analogias ao nosso país??? Só isto já faria com que todos estes políticos trabalhassem para melhorar as condições mediocres que quem não tem convênio passa…
    Este é só um pequeno exemplo, antes da legalização da maconha (e eu sou sim a favor!!! mas no momento certo…) é necessário mudar muita coisa neste país e vocês hipócritas que já vivem uma realidade de países ricos, ou seja, não veem o quanto ainda há miséria nesta porra de país… ficam defendendo algo que só prejudicará a maioria pobre… duvido quem de vocês maconheiros já foram “numa bocada” buscar droga, iam se mijar todo de medo vendo como é a realidade de quem mora na favela…. é gente morrendo todo dia e crianças sem a menor visão de um mundo melhor, os filhos de voces estão na USP, PUC, Mackenzie e afins com vida garantida… por isto defendem o uso das suas droguinhas.
    Ainda temos coisas mais importantes para melhorar neste país… defendam isto seus imbecis!!! Parem de olhar para o próprio rabo e abram a janela do carro para ver o mundo real…..

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    • Pessoas tao se matando por causa de uma droga que nao mata nem rato ! Por que nao legalizar ?! Me diz, me dá uma boa justificativa … craque mata, cocaína mata, agora eu NUNCA vi ninguem roubar ou bater na mae pq queria fumar um beck. A maconha foi proibida no Brasil pela mesma lei que proibiu o CADOMBLÉ, O SAMBA, e a CAPOEIRA. Parece que alguém da favela ta esquecendo das origens destas né. Moro no rio de janeiro e comprei maconha no morro do jacaré uma boa parte da minha vida, ia a baile funk, ficava no morro trocando ideia com o pessoal de la e nao tenho medo nenhum em visitá-lo, nunca fui reprimido e a GRANDE maioria da populacao ve os bandidos muito mais como anti-herois do que como repressores, papel repressor que hoje as UPPs estao incorporando Nao sei se vc sabe mas nas favelas com UPP tem TOQUE DE RECOLHER isso soh eh permitido se o congresso nacional aprovar e declarar estado de sitio ! Mas a grande questao é: Maconha nao mata, nao acaba com a vida de uma pessoa, e nem desetrutura uma familia consciente da realidade da droga, ja a proibicao da Maconha vem matando a torto e a direita … e só mata pobre, Entao voce dizer que legalizacao pode ser boa pra ricos e ruim pros pobres nao faz o menor sentido visto que a lei faz com que a maconha seja renda pro trafico ao inves de imposto pra saude !

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  6. Pedro Junior, a legalização das drogas vai evitar tudo isso q o senhor diz ser culpa dos usuários de droga.. sinto lhe informar, mas apenas os países de mentalidade atrasada nessa questão ainda tratam a drogadição como caso de Segurança Pública e não de Saúde Pública.. O senhor também deveria sair de sua zona de conforto pra vivenciar a realidade das pessoas q escolhem fazer uso de uma substância.. observar bastante, mas sem esse ar de superioridade de quem tem a lei, ordem e moral do lado… vou citar soh uma do Gandhi, ok? Depois o senhor pode procurar na mídia um argumento para rebater o q to escrevendo aqui…

    “A desobediência civil é um direito intrínseco do cidadão. Não ouse renunciar, se não quer deixar de ser homem. A desobediência civil nunca é seguida pela anarquia. Só desobediência criminal, pela força. Reprimir a desobediência civil é tentar encarcerar a consciência.”

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  7. Diego Barbosa Madureira // 21/11/2011 às 10:35 pm // Responder

    Olá Pedrinho,me desculpe,mas vc não está com toda essa razão não eu sou este no qual vc cita de ir na boquinha buscar minha droguinha.Sim,já fui muito e conheço a realidade da quebrada vive, convivi,refleti,enfim usei de meios antropológicos e sociológicos para lhe dizer com propriedade que essa camada mais baixa da população das grandes periferias se sentem exclúidas dos programas e benefícios do governo ,logo isso gera uma vontade de ser “rebelde” de ir de alguma forma contra o sistema.Não tendo bases politicas e nem tampouco educacionais e muito menos histórica estes destas câmadas masi baixas usam estes artificíos muitas vezes só para contrariar o sistema que tanto-os exclui,querem ser vistos,notados.Certamente se o uso da Maconha fosse Descriminado ou Legalizado,claro que com suas devidas restrições,á um médio,longo prazo o seu consumo diminuiria,isso é fato acontece com tudo é só vasculhar a história,mas eu te compreendo,lhe falta um pouco mais de Filosófia,Antropológia;sem falar no poder que ela age sobre a mente,mas isso é uma outra história vc não deve estar preparado um abrç e estude mais e procure olhar a sociedade não apenas em duas Dimensões mas nas tantas na qual ela detem.

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  8. Pedro Junior: se o senhor se informar corretamente, em nenhum dos nossos eixos de reivindicação temos o tema “drogas” como tópico. Não estamos discutindo a legalização das drogas, não neste momento. O texto do maravilhoso professor Ruy Braga, serviu apenas para esclarecer como as questões sobre drogas podem ser tratadas e como isso pode ocorrer de um modo menos militarizado. O que, ao meu ver, ele quis discutir ou suscitar, não foi liberarmos ou não “os maconheiros”, mas como colocar uma polícia preparada para estar em nossa população. A questão de brutalização, da forma de ação da PM. E isso levando em consideração o espaço da universidade. Infelizmente você está impregnado com a opinião pública, que acredita que nossa luta é por maconha, sua liberação no caso, e acredite não é.
    Um segundo ponto: não não nossos revolucionários não são a classe média alta, nem média as vezes. Em pesquisas(pelo site da FUVEST,s e não me falha a memória) você pode ver que muito mais de 50% dos estudantes da FFLCH, não estão nas camadas ricas da sociedade, e residem na Zona Leste de SP, uma das mais pobres. Eu mesmo que apoio de fato o movimento, vejo a realidade a qual você se refere da janela da minha casa. Então, peço por favor, que antes de “olhar pela nossa visão” e deturpa-la, aparece lá na USP, e se já é de lá, participa do movimento, vem entender nossas razões, traga a sociedade para dentro daquilo que a nós pertence, todos nós cidadãos brasileiros, que a universidade pública, LIVRE, DE QUALIDADE e PARA A SOCIEDADE, PARA TODOS. O conhecimento é livre e não pede PM.

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  9. Nícolas Schiavon // 22/11/2011 às 1:58 am // Responder

    Assistam o documentário independente e produzido por um brasileiro, que se chama “Cortina de Fumaça”… daí sim vocês terão base da verdadeira realidade e da ridícula descriminalização dessa “droga”.

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  10. Pedro Junior, você não tem argumentos e só apela moralmente.
    Não parou para pensar que se houver uma política anti-drogas que não seja essa “guerra” declarada as coisas podem ser diferentes (a ONU declarou que essa “guerra” foi perdida). Você não consegue se desprender de seus preceitos morais. É necessário discutir sobre o uso de drogas, sim. A maconha, como as outras drogas, foram proibidas em certo momento (elas eram permitidas anteriormente) e o comércio nunca parou e pelo contrário, só cresce. Se o Estado gasta bilhões com essa repressão (armando sua polícia, lotando as cadeias, gastando dinheiro com recuperação) ao invés de regulamentar, informar e tratar com a verba que ganhar em impostos. Só para lembrar que o que acontece na USP é além da maconha. É uma luta contra uma estrutura de poder (o regimento disciplinar de 1972, fruto do AI-5 e o estatuto que não dá voz para a comunidade, apenas para os poucos professores titulares). Negar tudo, fechar os olhos e vir dizer que “são os privilegiados que querem fumar em paz” ou “são playboys e etc.” não justifica a falta de argumentos e reflexão.
    O texto do professor é coerente, apesar de não se aprofundar na questão. Eu entendi o que ele quis dizer. E essa distância que vocês pregam economicamente entre o Brasil e Portugal ou EUA é uma mentira, ou vocês esqueceram que somos uma das maiores economias do mundo? Continuamos gastando dinheiro com corrupção, alienando nosso povo, mantando o mesmo na ignorância, perpetuando essa estrutura podre de poder… E nada pode ser discutido, ao menos apontado e criticado? Que mundo vivemos? Temos que concordar com leis que favorecem uma minoria corrupta que não interessa a regulamentação? Questões para refletir..

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  11. MERO CIDADÃO // 22/11/2011 às 3:32 am // Responder

    LEGALIZE GANJA
    BABYLON SYSTEN

    eles estão com medo?

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  12. hipócritas… hipócritas… hipócritas… hipócritas…
    meu discurso se resume nestas 4 palavras…
    numa sociedade em q FUNK é “cultura” como seria o pós-descriminalização?
    e q ciência é essa q diz q maconha faz bem?
    deve ser dos mestrandos e doutorandos maconheiros do lab, de química da USP, neh? ou nem? Diz aí, democracia é isso…
    ñ há outra forma de combater as drogas??

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  13. Há muito mais em jogo do que um simples baseado digestivo após o bandeijão.

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  14. Existe uma reaçada imbecil mesmo neste país, e principalmente, neste estado de SP. Lamentável.

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  15. Seguinte, a luta nao é sobre a maconha, e’ contra esse sistema, a gente poem a culpa nos PM’s mas temos que ver que eles tambem acatam ordens e infelizmente parecem que nao raciocinam muito bem, nao sao preparados para fazer o dever deles, que são pagos por nós mesmos através de impostos, o dever que seria nos defender e proteger, eles nao tem o direito de abusar da autoridade, espancar alguem ou humilhar, a ditadura acabou, acho que o que nao muda sao as pessoas que ainda dao o comando de Ordem.
    Uma coisa que e’ distorcida pois, normalmente quando vemos policias principalmente se esses estao em grande numero, já nos sentimos reprimidos e temos medo, pois e’ isso que querem que a gente tenha, MEDO! e pra quem tem conhecimento, ainda mais no mundo de hoje aonde voce pode ser autoditada em diversos assuntos de seu interesse como o video sitado “Cortina da Fumaça”, voce ve que a midia controla a grande massa, que e’ ela tambem que faz com que o que o Pedro disse esteja presente na mente de muitas pessoas, chega dessa historia de classe media classe baixa alta, ate’ por que queremos igualdade, queremos lei para todos, isso e’ a politica perversa que o Grande Pensador Gabriel cita em uma musica dele “Mantendo essa politica perversa, que joga preto contra branco, pobre contra rico e vice versa, pra eles isso e’ jogo esse e’ o jogo, se morre mais um assaltante ou mais um assaltado tanto faz”, e essa e’ a realidade que vivemos, o maior problema e’ que os problemas sao tantos, que a gente nao sabe por onde começar, como agir, o que revindicar, pois tudo esta defasado.
    Agora falando sobre a planta, bom, ela e’ uma planta, da pra fazer biodisel com ela alem de varios outros artefatos, cosmeticos, roupas, papel(pois é, ela e’ MARA mesmo) e mano, quem quisesse na verdade, sobre liberdade poderia ter o direito de plantar, ou voce acha que usuario gosta de dar dinheiro pra traficante? me poupe..
    “o país ta uma merda e a culpa e’ de quem ?”

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  16. Parabéns Ruyzão, cada vez mais elegante na escrita, cada vez mais lúcido nas ideias.
    Um abraço.

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  17. O álcool, aquele que mata por doença, por destempero, por todo tipo de situação é livre, e inclusive se um juiz matar atropelado e arrastado um cidadão para sair do flagrante, recebe no máximo aposentadoria, ou se qualquer outro da aristocrapulia e excrementos corruptos do estado fizerem merda com o uso dessa droga, ficará livre e impune (só peixe pequeno dança).
    O álcool destrói familias, destroi a sociedade mas é livre, pois os donos da industria do alcool são os topo da cadeia econômica, são exatamente os mesmos que desgraçam essa nação de todas as formas, são os “empresários” que não pagam impostos mas reclamam cinicamente dos impostos altos (quem paga imposto nessa fossa são os consumidores finais e isso a mídia, aquela que faz propaganda de alcool e o glamouriza, não fala), e isso tem apenas uma simples razão: O álcool degrada o ser humano enquanto enche as burras dos salafros fabricantes (os tais empresários) e com isso esses “empresários” continuam degenerando o povo, parasitando-o enquanto o povo embriagado se “esbalda vendo novelas, bbb, futebol e todo tipo de ignominia que não acrescenta nada de bom, salvo no bolso dos salafros que dominam essa latrina.
    A tal maconha pode ser plantada em qualquer lugar, ou seja, não garante dinheiro para essa camarilha, a maconha acalma e com isso reduz o crime e acaba com a industria da “segurança” que é a industria mais importante da agenda de dominação, pois garante o povo com medo, e POVO COM MEDO NÃO PENSA!! e se não pensa segue que nem cordeiro as imbecilidades perpetradas pela mídia dos “empresários” parasitas dessa naçãozinha.
    Não preciso nem me adentar ao tema com mais profundidade, já fica óbvio o porque de tanta gente ser violentada pelos jagunços do estado, as polícias. Esses empresariais se alimentam da desgraça alheia.

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  18. Esqueci de dizer que a maconha por ser terapêutica é uma ameaça as industrias de remédios, aquelas que só se beneficiam com a desgraça do cidadão, um cidadão saudável é um perigo para esse bando,um cidadão saudável não alimenta a industria fármaco e nem os lobbies médicos.
    Um cidadão saudável pensa e é muito perigoso para os que se locupletam com a desgraça alheia.

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