Um livro contra as “armas de estupidificação de massa”
De volta a São Paulo, depois de conferências em Campinas, Marília e Belo Horizonte, Domenico Losurdo foi recebido nesta segunda-feira (10) por um auditório lotado na PUC ao falar de seu novo livro, A linguagem do império – léxico da ideologia estadunidense, recém lançado pela Boitempo.
Da esquerda para a direita: Del Roio, Limena, Losurdo e Bernardinis
Após apresentação de Maria Margarida Limena (foto acima), o autor compõs a mesa ao lado do intelectual Marcos Del Roio e da tradutora Silvia de Bernardinis, e destrinchou algumas das categorias desenvolvidas no livro, como “terrorismo”, “fundamentalismo” e “Ocidente”. Segundo Losurdo, tais conceitos são utilizados unilateral e politicamente, sem fronteiras definidas e sempre em contraposição a um Outro que questiona a dominação estadunidense. Ele lembrou o discurso religioso de diversos presidentes dos EUA, que brandem um suposto destino manifesto do país para controlar militarmente regiões política e economicamente desejadas, e apontou também os riscos da definições estanques quanto a países “opressores” ou “oprimidos”, o que definiu como o risco da “identidade eterna”.
Losurdo, no centro da mesa, discursa para estudantes da PUC-SP
Ao final, o filósofo italiano concluiu: “Os Estados Unidos não se caracterizam apenas pelo seu grande poderio militar de destruição de massa, em certo sentido eles possuem instrumentos de estupidificação de massa. Eu não posso nada contra as armas de destruição de massa. Contra as armas de estupidificação, escrevi esse livro”.
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