LANÇAMENTO
Boitempo Editorial convida para o lançamento do livro
O que resta da ditadura: a exceção brasileira
de Edson Teles e Vladimir Safatle (organizadores)
Debate
quinta-feira, dia 18 de março
17h – Mesa 1: Por que a verdade precisa de uma comissão?
Com Edson Teles, Fábio Konder Comparato e Glenda Mezarobba
19h30 – Mesa 2: Políticas da verdade e da memória
Com Paulo Arantes, Paulo Vannuchi e Vladimir Safatle
USP – Auditório da História (FFLCH)
Rua do Lago, 717
São Paulo, SP
Noite de autógrafos
sexta-feira, 19 de março, entre 19h e 22h
Livraria da Vila – Alameda Lorena, 1731 (piso superior)
São Paulo, SP
Livro avalia o triste legado da ditadura militar em diversas esferas da vida social brasileira hoje em dia
“Quem controla o passado,
controla o futuro.” (George Orwell, 1984)
Bem lembrada na frase que serve de epígrafe ao livro O que resta da ditadura: a exceção brasileira, a importância do passado no processo histórico que determinará o porvir de uma nação é justamente o que torna fundamental esta obra. Organizada por Edson Teles e Vladimir Safatle, o livro reúne uma série de ensaios que esquadrinham o legado deixado pelo regime militar na estrutura jurídica, nas práticas políticas, na literatura, na violência institucionalizada e em outras esferas da vida social brasileira.
Fruto de um seminário realizado na Universidade de São Paulo (USP), em 2008, o livro reúne textos de escritores e intelectuais como Maria Rita Kehl, Jaime Ginzburg, Paulo Arantes e Ricardo Lísias, que buscam analisar o que permanece de mais perverso da ditadura no país hoje. Assim, o livro possui também um caráter de resistência à lógica de negação difundida por aqueles que buscam hoje ocultar o passado recente, seja ao abrandar, amenizar ou simplesmente esquecer este período da história brasileira.
Segundo Edson Teles e Vladimir Safatle, a palavra que melhor descreve esta herança indesejada é “violência” – medida não pela contagem de mortos deixados para trás, mas por meio das marcas encravadas no presente. Para os organizadores, “neste sentido, podemos dizer com toda a segurança: a ditadura brasileira foi a mais violenta que o ciclo negro latino-americano conheceu. Quando estudos demonstram que, ao contrário do que aconteceu em outros países da América Latina, as práticas de tortura em prisões brasileiras aumentaram em relação aos casos de tortura na ditadura militar; quando vemos o Brasil como o único país sul-americano onde torturadores nunca foram julgados, onde não houve justiça de transição, onde o Exército não fez um mea culpa de seus pendores golpistas; quando ouvimos sistematicamente oficiais na ativa e na reserva fazerem elogios inacreditáveis à ditadura militar; quando lembramos que 25 anos depois do fim da ditadura convivemos com o ocultamento de cadáveres daqueles que morreram nas mãos das Forças Armadas; então começamos a ver, de maneira um pouco mais clara, o que significa exatamente ‘violência’.”
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